I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 26
Capítulo 26




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_Eu ainda não sei se te odeio... – Brenda disse a Alex, no dia seguinte pela manhã. – Dongwannie não fala comigo desde ontem e a culpa é sua.

_Você não deveria ter contado a ele! Ele está sensível...

_Ele tem que deixar de ser fresco! – Brenda fez uma careta. Ela estava com aquele aperto no coração, então atacava. O ataque era sempre a melhor defesa, para ela. – Mas o médico me deu alta... ele disse que me recuperarei melhor fora daqui.

_Claro! Você o irritou tanto que ele achou melhor te expulsar logo. – Alex caiu na risada.

_Eu não vou sair e deixar Dongwannie sozinho. – Brenda fez um bico.

_Ele não está sozinho... está com a família e amigos. E você precisa cuidar de você, Brenda... ou não vai ter nada para ele quando sair daqui. O médico te deu alta para ver se você sai do quarto dele de uma vez!

_Eu sei, eu sei... mas... se eu deixá-lo, vou estar fazendo o mesmo que ele sempre faz comigo...

Alex abraçou Brenda carinhosamente. Ela talvez estivesse certa. Mas independentemente de qualquer força superior que lhe contasse que Brenda estava certa, ele não poderia admitir. Jamais se admitia a razão de Brenda na sua frente. Ela se tornava insuportável.

_Não. Você não o está deixando... está apenas se recuperando. Você devolveu a vida a ele, Brenda. E ele devolveu a sua vida a você. Estão praticamente em empate técnico. Vamos, arrumaremos suas coisas e eu te levo ao hotel... quero dizer, o motorista leva.

Ela não ficou satisfeita com a resposta, mas também não contrariou mais a realidade. Alex ajudou-a arrumar suas coisas para que fossem ao hotel o mais rapidamente possível. Estavam todos bem melhores, porém com os corações em pedaços. O pequeno Joseph tinha voltado a Taiwan com a família de Lee Hom. Ele deveria ser poupado das confusões até que elas se acertassem. Ele ainda era muito pequeno, e estava muito confuso em ter encontrado sua verdadeira mãe.

Cinco dias depois...

Julie acordou zonza, incomodada com a claridade. Esfregou os olhos e se levantou com cuidado, para não acordar Alex, que dormia sereno. Ela beijou-lhe a face e foi fechar as cortinas. Mas não dormiria mais... já era hora de se levantar, porque ela tinha trabalho. Não estava de atestado médico, como os outros três.

O telefone tocou, Julie correu a atender. Era muito cedo ainda, quem poderia ser além de... Brenda.

_Fale Brenda.

_Alex está acordado? – Ela perguntou.

Julie podia negar, mas ela tinha ciúmes. Brenda e Alex tinham um relacionamento um pouco... demais. Ele confessou que a amava. Ele criou o filho dela. Julie sabia que era o passado... e que naquele momento Alex era seu, e se dizia apaixonado. Ainda, ela sabia que Brenda amava Dongwan. Que o relacionamento entre eles não tinha dado certo. Mas era como se aquilo fosse persegui-la para sempre. Brenda só queria saber do seu homem, naqueles dias. Ela estava impossível, ainda mais do que o tolerável. E Alex parecia ser o único ser humano capaz de suportá-la. Mas eles eram melhores amigos; eles se amavam acima de tudo. Ela tinha que ser tolerante... até porque ela também era amiga de Brenda.

_Ainda não... por que?

_Precisava do carro... Dongwannie sai hoje do hospital.

_Ele não tem carro? Quero dizer... ele não tem quem o pegue?

_Eu queria buscá-lo na SUV... queria eu buscá-lo, entende? Bem, vou passar aí para pegar as chaves. Depois me entendo com Alex.

Brenda desligou, Julie voltou para seu ritual matinal de limpeza. Em menos de cinco minutos, a porta do quarto ia abaixo com batidas estridentes. Julie tinha que ter paciência com Brenda... desde que ela deixara o hospital e Dongwan ficara lá, ela estava daquele jeito. Como se um dia ela tivesse sido muito diferente...

Alex acabou acordando com o barulho. Julie enrolou-se no roupão e foi receber Brenda.

_Você já foi liberada pelo médico para derrubar portas? – Ela brincou.

_O motorista me leva... mas quero a SUV.

_Alex acordou.

_Não tenho tempo, ou toda a família dele aparece e o leva...

_Você deveria deixar. – Julie fez um movimento negativo com a cabeça. – Afinal, é a família dele...

_Sou a mãe do filho dele. – Brenda foi melodramática. – Ok, estou sendo brega. Me dê logo as chaves, Julie...

Sem chances de ganhar de Brenda em uma discussão, Julie entregou-lhe as chaves do carro de Alex. Brenda aliciou o motorista e foi até o hospital buscar Dongwan. Chegou lá atrasada... segundo os enfermeiros, Dongwan tinha sido liberado naquela manhã e seus familiares o haviam levado para casa em uma ambulância. Sim, uma ambulância era muito mais prudente. Brenda sentiu uma coisa dentro de si, e não era nada bom. Aquela história já tinha dado o que poderia. Ela ignorava Dongwan, mas ele não poderia ousar fazer o mesmo com ela.

*_Alô. – Uma voz que ela ignorou atendeu. Brenda ligara, do hospital mesmo, para o celular dele. Estava na sua caixa postal... mas ela insistiu até que alguém atendeu.

*_Preciso falar com Kim Dongwan por favor.

*_Sou eu, Brenda. – JunJin riu. – Que saudades... fazem dias que não nos falamos!

*_Jinnie!!! Você está com Dongwannie...

*_Sim... você não vem para cá?? Está onde?

*_Eu vim buscá-lo no hospital, mas ele não quis vir comigo...

*_Como assim? – JunJin coçou a cabeça. – Ele ficou te esperando... não queria vir. Nós o arrastamos à força... ele continua aqui te esperando... e está chato.

*_Onde vocês estão?

*_Casa do Hyesung... sem escadas para subir.

Brenda entregou o telefone para o motorista, que se encarregou de pegar o endereço com JunJin. Pediu que ele pisasse o acelerador o mais fundo possível, para que ela chegasse logo ao seu destino. Esfregava as mãos e sentia dor aonde alguns pontos ainda resistiam. Ela não deveria estar tão agitada, mas estava. A adrenalina percorria seu sangue e ela nem entendia a razão.

O motorista estacionou a SUV e Brenda disse que ele poderia retornar ao hotel. Ela poderia demorar... a casa de Hyesung era linda, e ela precisou chamar no portão eletrônico e aguardar vários minutos. Logo, Eric e JunJin vieram recebê-la.

*_Brenda... – Eric a cumprimentou. – Você está pálida.

*_Eu também te amo. – Ela brincou. – Estou meio dolorida...

*_Venha comigo. – JunJin não fez cerimônias; segurou Brenda em seus braços e a levantou no colo.

*_Ei... eu estou bem e...

*_Sem discussão. – Ele ficou impassível. Conduziu Brenda nos braços até o hall de entrada da casa, com Eric rindo bastante atrás. Ele achava graça de tudo...

*_Como está Dongwannie?

*_Chato. – Minwoo disse, vindo recebê-los. – Seja bem vinda... o anfitrião está sei lá onde, então eu recebo quem chega.

Caminharam até um quarto que ficava no primeiro andar, porta fechada. Lá estava Dongwan na cama, olhando para o teto, e Andy sentado, lendo uma revista. Brenda entrou apreensiva... ele podia ainda estar irritado com ela. Ela não sabia como fazer ou o que fazer, mas ignorá-la ele não podia.

*_Dongwannie... olha, seja lá o que for que se passe nessa sua cabeça descerebrada, o passado já aconteceu. Eu não posso voltar atrás, Deus sabe como eu queria. Só que tem um... – Ela iniciou um discurso, se aproximando dele. Ele olhou para ela surpreso, e selou seus lábios com os dedos.

*_Shhh... o que deu em você?

*_Eu só queria dizer que...

*_Brenda! – Dongwan a interrompeu novamente. – Não precisa me explicar mais isso... eu já entendi tudo que aconteceu. Não tem problema... isso tudo é superável, agora.

*_Mas você nem...

*_Você precisava descansar... eu tinha que te deixar descansar. Se eu ficasse ligando, você nem sairia do hospital. Se eu te desse atenção, Brenda, você jamais conseguiria sossegar.

*_Então fez isso para me afastar conscientemente? – Brenda exaltou-se.

*_Não seja irritante, mulher... – Ele riu. – Venha cá.

Dongwan puxou Brenda para si, fazendo com que ela ficasse bem próxima.

*_Eu deveria...

*_Eu te amo. – Ele disse, beijando-a nos lábios. Fez um gesto com as mãos expulsando Andy do quarto, e beijou-a ainda mais profundamente.

Depois de alguns minutos em que somente se beijaram, Brenda ainda sentia os lábios de Dongwan sobre os seus quando ele resolveu tocar no assunto que os afligia.

*_Quero ver meu filho. – Ele disse, respirando lentamente.

*_Alex o mandou de volta a Taiwan... ele estava meio assustado com tudo.

*_Peça para trazê-lo de volta. – Dongwan sorriu, pensativo. – Eu tenho um filho... há quase seis anos, sou pai. Eu ainda era uma criança... eu já pensei tanto nisso, e nada faz muito sentido ainda.

*_Eu sei. – Brenda sentou-se ao lado dele, abraçando-o. – Dongwannie, eu cometi muitos erros... mas nenhum se compara a ter acreditado que aquele bebê que eu esperava podia ser mais filho de um estuprador do que seu. Eu deveria ter esperado...

*_Eu não deveria tê-la deixado. – Ele disse, acariciando seus cabelos. – Eu quero vê-lo, Brenda... preciso estar com ele. Ele sabe? Ele sabe que somos seus pais?

*_Que eu sou mãe dele... mas ele não entende isso direito, porque foi criado até agora como irmão de Alex, como parte da família dele. Ele não sabe de você.

*_Peça para que o busquem. – Dongwan beijou Brenda novamente. – E diga obrigado a Alex se o vir primeiro... sem querer, ele cuidava do meu bem mais precioso enquanto eu ignorava a sua existência.

Brenda pegou o celular e ligou para o celular de Alex, para desespero de Julie. A amiga simplesmente parecia ser dona dele. Alex relutou um pouco em pedir que trouxessem Joseph Lee de volta, mas acabou cedendo. A vontade dele sempre fora que Brenda reencontrasse seu filho, e aquilo acontecera. Mas ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, Joey passaria a viver com ela, e com Dongwan.


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