I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 23
Capítulo 23




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Três dias depois...

Uma revelação.

Julie estava sorridente o dia todo. Alex teria alta; poderia voltar para casa. Ele estava muito recuperado, e o médico decidiu que o hospital não era mais lugar para ele. Hospitais sempre tinham o risco de infecção hospitalar. Naquele dia, sua família compareceu ao hospital para levá-lo para casa. Na verdade, para o hotel. Estavam em Seul, e ele não podia viajar ainda.

Brenda estava com Dongwan, como estivera todos os dias. O médico dizia que ela tinha que ir para o seu quarto, que precisava descansar, que poderia ter uma hérnia na cirurgia, mas ela não ligava. Toda hora, Eric aparecia para retirá-la de lá. Dongwan não podia ainda se levantar, porque ele sofrera mais lesões além dos rins danificados. Ele estava se recuperando, mas não tão rapidamente.

_Lee, sua mãe está aí. – Andy apareceu sorridente. Lee Hom caminhou pelos corredores, ainda com o soro, para encontrar a mãe no salão. Tomou um susto. Ela não estava sozinha.

*_Eu trouxe Joey como você me pediu... ele só perguntava por você. – A mulher segurava uma criança pelas mãos. Lee chegou prender a respiração. Se tudo desse certo, ninguém notaria nada antes dele contar a verdade. Ele caminhou até o menino e o abraçou.

*_Você tem se comportado?

*_Sim... – O menino disse, um tanto acanhado.

*_Vou te apresentar aos meus amigos.

Alex apresentou Joseph Lee, seu irmãozinho, para o Shinhwa. Alguns já o conheciam, para outros era uma novidade Alex ter irmão criança. Depois, foi com a mãe e ele para o quarto, onde esperaria o médico lhe liberar. Lá estava Julie, arrumando suas coisas.

Conversaram por alguns minutos até que JunJin notou que Julie olhava curiosa para o pequeno Joey. Ela o encarava desde que ele tinha entrado no quarto, e só Junjin percebeu, algum tempo depois.

_Tem algo errado? – Ele perguntou, curioso. – O menino é irmão do Lee mas não é feio como ele...

_Ah-ha engraçadinho. Não... não é nada. É que sempre achamos que asiáticos eram todos parecidos... se me entende. Cheguei aqui certa de que isso é conversa, afinal vocês não me parecem todos iguais... mas... esse menino me lembra tanto alguém... realmente vocês são todos parecidos!

_Claro que ele lembra alguém, o irmão dele! – Junjin considerou, sem prestar muita atenção.

_Ah, eu não! – Eric protestou. – Eu não me pareço com Hyesung!

_E eu lá quero me parecer contigo, Eric Mun?

_Com quem ele se parece, Julie? – Alex ficou curioso. Ele pensou que ela diria algo, mas... não, não tinha relação com a frase “os asiáticos são todos parecidos”. – Comigo?

_Não, não é com você... é com Dongwan! – Julie soltou a pérola. – Olha lá, é a cara dele...

Alex ficou branco. Arrepiou-se todo. Olhou para Joey uma vez, duas... não, ele não podia ter se enganado todo aquele tempo. Podia? Aquele menino asiático de olhos verdes não podia ser parecido com Dongwan... todas as probabilidades genéticas impediam que essa criança se parecesse com Kim Dongwan.

*_Parece nada. – JunJin brincou. – Coitado do menino.

*_Bem, uma coisa eu garanto. Não sei onde Lee encontrou esse menino, mas que ele não é chinês, ele não é. – Andy considerou, chegando.

*_Realmente... ele tem olhos diferentes. E claros... olha, ele tem olhos verdes!

*_É, e ninguém na família do Lee tem olhos verdes.

_O que falam? – Julie quis saber.

_Consideramos que você é má com a criança. – Eric implicou. – Ele não se parece com esses feiosos...

_Julie, você acha mesmo que ele se parece com Dongwan?? – Alex ainda estava considerando uma nova teoria do caos... muito pior do que todas as que Brenda costumava teorizar.

_Sim... eu acho. Só que ele tem olhos claros.

Alex começou a rodar de um lado para o outro. Aproximou-se de Joey e puxou o menino para perto. Ele estava confuso, e até assustado. O irmão estava agindo meio estranho. Mas Alex não tinha condições de agir diferente, ele simplesmente se apercebeu de um fato muito, mas muito óbvio. Daqueles imperdoáveis. Ele tinha que ter notado isso antes. Ele tinha que ter sido mais diligente. Mas não, ele foi egoisticamente desatento. E então, Julie abria-lhe os olhos. Joseph Lee se parecia com Kim Dongwan.

Apesar do momento ser péssimo, Alex precisava fazer algo. Ele precisava conversar com Brenda... e aquilo não podia esperar mais tempo do que já tinha esperado. Ele surtou; repentinamente perdeu o juízo e a noção de certo e errado e decidiu que era hora de acordar alguns fantasmas do passado.

*_Joey, você lembra que um dia eu expliquei que você tinha outra mãe além da nossa? - Alex segurou o menino pelos braços, e olhou em seus olhos. - Que ela tinha deixado você conosco porque ela não podia cuidar de você, e nós faríamos isso? E que um dia você iria conhecê-la?

*_Sim... eu lembro. – O pequeno disse, acanhado. - Por que?

*_Está na hora de você ver uma pessoa. Eu pedi que mamãe te trouxesse aqui por isso, mas acho que não vou poder esperar mais. Passou da hora, até.

Brenda voltava para seu quarto, depois do médico lhe expulsar do quarto de Dongwan mais uma vez. Ela caminhava lentamente, pois já tinha estourado quatro pontos. Alex veio em sua direção, com a criança pela mão. Parou de frente para Brenda. Ela não entendeu mada, e os outros foram atrás, curiosos.

_Brenda, temos que conversar. – Ele disse, voz baixa.

_Sim... quem é? – Ela sorriu para Joey. Alex escondeu-o por trás de si, não a queria olhando para o menino. Não antes de pensar o que falaria... e como falaria. Porque até ele estava confuso, então.

_Brenda, olhe para mim... concentre-se. Temos que voltar ao passado... você pode falar comigo sobre aquela noite... sobre o estupro?

_Sim, eu acho. – Brenda ficou apreensiva. Ela queria esquecer aquilo... era um acordo entre eles, esquecer. E Alex então decidira tocar naquele assunto mais uma vez... depois de tanto tempo! – Mas... não entendi. Falar o que? Por que? E... agora?

_Você lembra, quando voltou dos EUA para ter o bebê aqui... você disse que não faria um aborto, que teria a criança e colocaria para adoção? E que como era um menino, ele seria mais bem aceito... você lembra tudo isso?

_Claro que lembro mas... ok, isso virou público agora. – Brenda percebeu que todos olhavam e estavam assustados. Ela nem tinha forças para esconder mais aquilo... só não entendeu por que Alex havia resolvido desenterrar tudo justo em um momeno daqueles. Naquela fatídica noite, exatamente na noite em que ela foi estuprada, ela engravidou. Ao menos foi isso que Brenda soube... porque os médicos a diagnosticaram grávida. Como se fosse uma doença. – Eu não era criança, Alex... lembro-me perfeitamente de tudo que aconteceu. Eu não poderia criar o filho daquele monstro... eu pensaria naquilo toda vez que olhasse a criança. Eu estava deprimida, eu considero que fiz a coisa certa naquele momento.

_E você pensa no seu filho? – Ele insistia no assunto, veemente.

_Por que essa insistência? – Brenda ficou aflita. Sua cicatriz começava a doer.

_Responda. Você pensa nele?

_Todo dia da minha vida. – Ela confessou. – Nunca deixei de pensar... já cheguei a querer encontrá-lo, mas sei que não poderia fazer isso.

Alex então puxou Joey pela mão e o apresentou a Brenda. O menino olhava tudo muito confuso, porque o irmão falava em inglês... e ele não compreendia inglês muito bem. Brenda olhou pela primeira vez para Joey, sem se aperceber do mesmo que incomodava Julie.

_Esse é Joseph Lee. Ele é meu irmãozinho... – Alex tentou falar, mas Brenda o interrompeu. Como de costume.

_Você não tem irmãozinho! – Brenda franziu a sobrancelha.

_O Joey tem 5 anos e sete meses... quase seis. Ele foi meu irmãozinho até hoje, quando minha mãe resolveu trazê-lo para me ver. Na verdade, eu pedi que ela o trouxesse... porque eu não sabia o que ia me acontecer, então talvez eu tivesse mesmo que revelar isso. Mas eu não sabia que aconteceria o que aconteceu. A Julie viu algo que eu passei esse tempo todo vendo, mas sem enxergar. Ela viu o óbvio que eu deveria ter viso há 05 anos atrás.

Brenda encarou o menino. Depois encarou Alex. Ela costumava ser perspicaz o suficiente para não demorar a perceber as coisas. Ela olhou para os olhos verdes do menino mais uma vez, e visualizou neles os seus próprios.

_Ele teria a idade de... – Brenda parou o que dizia, colocando a mão na boca. Não, ele não teria. Ela se recusava a crer que aquilo pudesse ser verdade.

_Eu te amei, Brenda. – Alex sentiu um aperto no peito. Aquele assunto o deixava frágil. – Eu te amei muito... naquela noite, eu não deixei ninguém levar o seu filho embora. Fosse o que fosse, ele era seu filho. Eu o levei para casa... e disse à minha mãe que precisávamos criá-lo porque ele era o filho da mulher que eu amava. Ela nem perguntou do que se tratava, simplesmente sucumbiu à minha vontade. Joseph Lee é o seu filho.


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