A Second Chance escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 3
Conhecendo o mundo lá fora




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Então eu recebi a tão esperada alta do hospital. Lucy disse que seguiríamos para o aeroporto e depois pegaríamos um avião para Magdeburg, na Alemanha.

A viagem de carro, poderia demorar de 8 horas e 21 minutos á 9 horas, por isso iríamos de avião.

Lucy me trouxe algumas roupas para eu me vestir para sair do hospital.

–Eu não sei se você vai gostar das roupas... Mas não tem importância, quando chegarmos à Alemanha, prometo sair contigo e comprar novas roupas pra você, quantas você quiser. – Ela sorriu com um brilho nos olhos. Ela me tratava bem, apesar de aparentemente não nos conhecermos muito bem.

–Obrigada, Lucy. – Eu dei um sorrisinho de lado e peguei a sacola que ela tinha me dado com as roupas, me levantando e indo até o banheiro.

Primeiro tomei um banho quente e demorado, mas não lavei o cabelo, porque eu já tinha feito isso ontem, pra não sair com o cabelo molhado no vento.

Depois de sair do banho, peguei a sacola de roupas. Peguei na sacola uma calça jeans escura, vesti ela e ficou boa em mim, agarrada ao corpo, mas não apertada. Peguei uma blusa então, ela era lilás com uns desenhos pretos, era bonita. E também serviu perfeitamente. E então, peguei uma jaqueta preta. Peguei uma toca, azul marinho, e um cachecol da cor da toca.

Por fim, peguei uma bota de camurça de cano alto, preta, sem salto.

Olhei no espelho de novo, a roupa era legal. Saí do banheiro e Lucy estava sentada em uma cadeira no quarto, lendo um livro.

–E então... – Olhei pra ela e ela olhou pra mim. Apontei para a roupa. –Como estou?

–Linda, filha, você está linda. – Ela sorriu e eu sorri em resposta.

Andamos pelos corredores do hospital em silêncio, lado a lado.

Quando a porta da frente do hospital se abriu e eu saí, não pude esconder meu sorriso, olhando em volta, sentindo o vento em meu rosto. Fechei os olhos, respirando profundamente. Eu estava tão feliz por estar aqui fora!

–Bem-vinda ao mundo aqui fora... Novamente. – Disse Lucy.

–O mundo aqui fora me parece legal. – Eu disse sorrindo e olhando para Lucy.

Entramos no carro – em um táxi, pra ser mais exata - e eu fui olhando pela janela por onde passávamos. Era fim de outono, quase inverno, disse Lucy. O solstício de inverno era dia 22 de dezembro. As árvores estavam repletas de folhas alaranjadas e avermelhadas, que se espalhavam pelo chão e dançavam pelas ruas com o vento. Eu reparava em cada mínimo detalhe. As casas ficando para trás, as pessoas na rua, as árvores, em especial, reparei em um parque pelo qual passamos. Tinha um rio e muitas crianças correndo pela beira do rio, com aquelas roupinhas de frio, mal conseguindo mexer os pequenos bracinhos por causa dos tecidos pesados para proteger do vento forte. Eu ri ao ver aquelas criancinhas correndo, pareciam pequenos pinguins.

–Então, querida... Não vejo a hora de chegarmos em casa. Espero que goste de tudo por lá, seus irmãozinhos estão ansiosos pra conhecer a irmã mais velha.

–Eu tenho irmãos?

–Sim, eles tem 4 anos, na verdade são um casal. São gêmeos.

–E qual o nome deles?

–Ann Marie e Gianluca.

–Legal.

–Eles são bem agitados às vezes, mas espero que não se importe... E eles são extremamente curiosos.

–Sem problemas.

Chegamos ao aeroporto e entramos no avião. Eu me sentei na poltrona confortável e me afundei, Lucy sentou ao meu lado. O avião levantou vôo e a viajem não foi muito demorada. Lucy estava lendo um livro sobre a segunda guerra mundial e como ela tinha outros livros com ela, ela me deixou escolher um livro. Eu escolhi um romance italiano. Era bem água com açúcar, mas era melhor do que não ter nada pra fazer a viagem inteira.

Logo o avião estava aterrissando. Saí do avião e... Bom, aí eu congelei. Eu não conseguia sentir os meus dedos, a Alemanha era tipo... Bem mais fria que a França, pelo jeito. Me encolhi como pude dentro do meu casaco, soltando mais fumaça pela boca do que uma locomotiva, por causa do frio.

Eu achei que não entenderia merda nenhuma em alemão, eu estava preocupada em aprender a nova língua... Mas não parecia tão nova assim. Quando chegamos ao balcão, quando Lucy foi perguntar para a atendente sobre onde ela deveria pegar a bagagem, eu descobri que eu sabia alemão, só não me pergunte como.

A atendente começou a falar em alemão.

–Olha senhora, é só você seguir por aquele corredor ali e virar à direita. Quantas malas vocês vão pegar? Vocês anotaram o código do papelzinho que colocaram nas malas de vocês para poderem pegar lá depois? - Lucy começou a procurar o papelzinho com o número dentro da bolsa, mas eu já sabia o número. Eu estava batucando impacientemente meus dedos no balcão e finalmente falei algo.

–É só uma mala. O código que nos passaram foi 36453. – Lucy ficou me olhando impressionada, mas não disse nada. A atendente confirmou o número no computador e nos deu outro papelzinho para retirarmos a mala em uma salinha.

Conforme andávamos, Lucy finalmente quebrou o silêncio.

–Vanny, eu não sabia que você falava alemão.

–Nem eu, Lucy, nem eu. – Eu disse rindo, porque isso soava ridículo. Eu gostaria de saber como ou porque eu aprendi alemão, sendo que eu morava na França.

Quando chegamos na frente da casa de Lucy, eu fiquei de boca aberta.

Era... Gigante. Uma mansão de uns três andares, com um jardim enorme, com seguranças. Lucy e eu saímos do táxi e eu estava de olhos arregalados olhando pra casa.

–É uma bela casa, não? – Ela disse sorrindo.

–Muito.

Passamos pelo jardim depois que os seguranças abriram o portão e na porta, fomos recebidos por uma empregada uniformizada e tudo mais e por duas crianças que vieram correndo e pularam na Lucy e Lucy os segurou.

–Mãe! – Disseram em coral.

–Oi meu anjos, quero que conheçam a irmã de vocês. – Quando ela disse essa frase, os dois olharam pra mim com curiosos olhinhos azuis e sorriram.

–Nossa, olha o cabelo dela, mamãe! Parece o cabelo da vampira do X-men! Só que com mais branco. – Eu ri com o comentário da pequena Ann Marie. O cabelo dela era formado de cachinhos dourados, o cabelo de Gianluca tinha o cabelo loiro quase branco, e seu cabelo era liso.

–Você também é uma heroína como ela? – Perguntou Gianluca.

–Não, não...

–E qual é o seu nome?

–Vanessa.

–Eu disse que a nossa nova irmã ia ser mais bonita que você. – Disse Gianluca rindo e olhando para Ann Marie, que mostrou a língua pra ele. Lucy os colocou no chão.

–Vão brincar agora, tenho que conversar com a irmã de vocês.

–Ok, mamãe. – Eles disseram, em coro novamente.

–Espero que você não tenha feito uma arte muito pesada... Se não mamãe vai te deixar de castigo, isso não ia ser legal... – Disse Ann Marie, fazendo careta. –Enfim, tchau, maninha! – Ela acenou e Gianluca fez o mesmo, e eles saíram correndo casa à dentro.

–Vanny, acho que está na hora de eu te contar a história toda... Porque você estava na França e não aqui.

Eu a olhei sentindo um nó na garganta, um frio na barriga. Eu queria a resposta, mas tinha medo de ouvir.

–Ok, pode falar.



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