Rehab Of You escrita por Ana_Lucky


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Uma nova viagem ao passado de Elena...



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Inverno do ano de 2003

Senti o tempo a fugir de mim enquanto o observava completamente encantada. Presa naquela imagem perfeita. Vi o peito dele movimentar-se enquanto respirava suavemente entregue a um sono profundo. Uma madeixa de cabelo negro caia-lhe sobre o rosto. Muito suavemente com receio de o acordar afastei, o mais delicadamente que consegui, o cabelo do seu rosto, para poder observar melhor a sua face. Ele é lindo, o meu namorado é lindo. Ao olha-lo assim completamente sossegado, ele ainda me parecia mais perfeito e mais pequena me senti. Por mais que dê comigo a meditar no assunto, ainda hoje não consegui entender o que é que ele viu em mim. Sou apenas uma desvairada que fez amor com ele em cima de um muro, logo no dia em que o conheci, mas a verdade é que a partir desse dia nunca mais nos largamos. Somos, Elena e Damon, completamente inseparáveis. Desde esse dia nunca mais me senti só nem por um segundo. E foi também a partir desse dia que eu entendi que nada do que eu havia sentido até ali significava alguma coisa. Todas as experiencias vividas tornaram-se absolutamente insignificantes perto deste sentimento avassalador que me consome. Eu amo-o… amo-o mais do que consigo explicar.

Pouco tempo depois ele abriu os olhos vagarosamente.

- Bom dia… - Disse feliz, encarando-o.

Ele sorriu-me com o seu característico sorriso torto e não me respondeu. Em vez disso entrelaçou a sua mão na minha e divertido começou a beijar os meus ombros, de seguida o meu pescoço, a minha orelha, a minha testa, o meu nariz, até mordiscar suavemente a minha bochecha, fazendo-me estremecer.

- É hoje que vens jantar na minha casa? – Perguntou-me.

- Nem penses… - Murmurei, encostando o meu corpo nu ao dele, desfrutando da sensação maravilhosa de ter a pele dele colada à minha.

- Não vais conseguir esquivar-te outra vez Elena – Respondeu passando a mão por volta do meu corpo, puxando-me ainda mais para junto de si – Os meus pais estão ansiosos por te conhecer.

- Mas eu não vou... – Respondi brincalhona, provocando-o.

- Ainda vais a tempo de te renderes… - Afirmou com o seu famoso sorriso.

 Suavemente começou a beijar-me o pescoço e repentinamente, apanhando-me completamente de surpresa colocou-se em cima de mim e desatou a fazer-me cócegas. O meu corpo contorceu-se sob o dele e mordi os lábios para conter o riso.

- Diz-me que vais… - Pediu encarando-me com um ar que tinha tanto de ameaçador como de engraçado.

- Damon pára como isso... – Quase implorei – A Jenna ainda não saiu. Ela mata-nos se descobre de dormiste aqui.

Ignorando o meu pedido recomeçou as cócegas, completamente impiedoso, e eu comecei novamente a contorcer-me, morta de riso.

- Para Damon… - Murmurei a custo entre as gargalhadas que tentei abafar.

- Só tens que dizer as palavras mágicas.

- Ok… ok… eu vou – Balbuciei sem mais escolha, sem conseguir parar de rir.

A minha respiração estava ofegante. A forma como ele conseguia tudo de mim por vezes até me conseguia assustar.

- Assim está muito melhor – Disse contente, proferindo sobre os meus lábios um beijo suave e ao mesmo tempo completamente apaixonante. Aqueles beijos têm sobre mim um efeito único, funcionavam no meu corpo como uma espécie de droga. São altamente viciantes. Por vezes acho que não conseguia viver sem os lábios dele, sem a sua boca, o seu corpo, o seu cheiro e sem os seus lindos olhos azuis pousados sobre mim.

- Porque é que gostas de mim? – Perguntei-lhe subitamente, não conseguindo calar a questão que constantemente me assombrava o espírito.

- Que pergunta esquisita é essa Elena? – Questionou-me sorridente.

- Não sei… - Murmurei a custo. Realmente talvez a pergunta seja sem lógica. Eu sou tão apaixonada por este homem que às vezes fico mesmo um pouco patética.

- Eu não faço ideia porque gosto de ti Elena, eu gosto, gosto muito, para mim é só isso que importa, essa certeza…

Levantei-me rapidamente em direcção à casa de banho. Não quis prolongar mais a conversa pois reparei na expressão estranha com que ele me encarou. Sei que ele não gosta de falar sobre sentimentos, Damon vive a vida no dia-a-dia sem grandes preocupações, de forma simples e natural. Quis ter coragem para lhe dizer que tenho medo que a coisas algum dia mudem entre nós, mas decidi não o fazer.

            Damon deu-me boleia até à faculdade. Mal sai do carro e me afastei comecei a sentir aquela desoladora sensação de perda que ultimamente começava a consumir-me. Distanciar-me dele deixa-me sempre com uma estranha sensação de angústia, o meu estômago contrai-se sempre com o desconforto.

Troquei com ele um rápido olhar cúmplice antes, dele seguir deixando-me na porta à entrada do Campus.

            Suspirei fundo a afastei-me a custo para o interior do recinto. Nunca fui uma pessoa insegura mas ultimamente a minha postura alterou-se por completo, sem que eu me consiga controlar. Sinto-me confusa por isso, não me sinto feliz com esta desconfiança que se apodera de mim ao vê-lo partir.

            Ciúme era um sentimento completamente desconhecido para mim e agora tornou-se uma constante no meu dia-a-dia. Eu sinto-o a tomar conta de mim e corromper a minha paz de espírito. Sinto-me segura e confortável quando ele está comigo, temos momentos perfeito como eu nunca pensei viver, por outro lado quando ele se afasta, praticamente não consigo respirar com alívio. Eu vejo a forma como as outras mulheres olham para ele quando saímos juntos, vejo como ele faz sorrir todos em redor, sinto o olhar cortante e inveja delas cair sobre mim e isso não me deixa de todo contente.

            Nunca me senti tão apaixonada, não imagino como seria perde-lo, mal consigo formular essa hipótese. Quantas são as mulheres que aos dezanove de idade podem afirmar que encontraram o homem da sua vida? Não sei… Mas definitivamente posso dizer que sou uma delas.  

            Dirigi-me para o meu pavilhão, meia perdida com os meus pensamentos, quando me detive a meio do caminho. Caminhei até a cafetaria e sentei-me ao lado de um rapaz que estava tão concentrado nos livros que nem deu pela minha presença.

            - Bom dia… - Cumprimentei – Por aqui tão cedo?

            - Bom dia – Saudou-me brindando-me com um caloroso sorriso – Eu prefiro estudar aqui. Concentro-me melhor.

            - Hoje vou jantar a tua casa – Informei-o.

            - Finalmente foste convencida?

            - Não tive outra escolha.

            - Não sejas assim, vais gostar de lá estar. Pela minha parte já sabes que vou fazer de tudo para que te sintas à vontade.

            - Eu sei… É mais pelos teus pais…

            - Não te preocupes, eles já têm uma pessoa com quem implicar, eu…

            - Não digas asneiras… - Disse, não levando muito em conta o comentário dele.

– Alugo um filme para vermos? – Questionou tentando mudar o rumo da conversa.

            - Parece-me bem. Agora deixa-me ir que já estou muito atrasada – Despedi-me, dando-lhe um beijo na bochecha.

            Stefan, o irmão mais novo do Damon, é completamente diferente dele. Mas isso não impediu que eu me desse bem com ele desde que o conheci. Ele é da minha idade e apesar de ser mais introvertido que eu, tornamo-nos logo amigos. É o rapaz mais meigo e afectuoso que já conheci mas falta-lhe a vida e a energia inesgotável do irmão e talvez por isso acaba sempre por passar despercebido.

            Ainda me sinto um pouco trémula devido ao nervosismo mas devo admitir que estar em casa dos Salvatore realmente não foi tão mau como pensei. É a primeira vez que venho a casa de um namorado. É toda uma expectativa que se instala, sentia receio que a família dele não gostasse de mim, que as coisas de alguma forma não corressem bem. Mas a verdade é que fui muito bem recebida e senti-me acolhida. Já conhecer o Stefan também ajudou bastante, não tinha apenas um a interceder por mim mas dois e isso deixa-me um pouco mais confiante.  

            Os pais deles, Mary e Giuseppe mostraram-se sempre bastante atenciosos comigo. O casal parece entender-se muito bem. Por momentos fizeram-me lembrar os meus pais. Eles fazem-me imensa falta, não passa um dia sem que eu os recorde com saudade. A minha relação com a tia Jenna melhorou novamente, as duas encontramos por fim um ponto de entendimento, mas em momento algum ela poderá preencher o lugar da minha mãe.

            Reparei com certo consternamento que Stefan por vezes parece um pouco deslocado daquele quadro familiar. Durante um jantar permaneceu um tanto distante e não participou muito na conversa. Fiquei um pouco preocupada com ele pois nessa manhã ele pareceu satisfeito quando lhe contei que viria.

            Estava sentada no sofá com Damon ao meu lado, na companhia dos pais dele quando o telefone tocou. Prontamente ele levantou-se para ir atender.

            - Elena era a Bonnie – Contou quando regressou – O pessoal vai todo até aquele bar de Karaoke que abriu novo no centro. Vamos ter com eles?

            - Parece-me bem – Respondi animada com a ideia – Onde está o Stefan? É melhor perguntar-lhe se quer ir.

            - Ele está no quarto – Respondeu Mary – Não percebo aquele rapaz, mal se acaba de jantar enfia-se no quarto, nem convive com a família.

            - Mãe… Para de implicar com ele, deve estar a estudar – Intercedeu Damon.

            - Podes subir Elena. Vai lá ver se ele quer ir com vocês, sempre lhe fazia bem sair um pouco – Disse Giuseppe.

            Subi as escadas um pouco perdida tentando recordar-me dos caminhos daquela casa que me tinham sido apresentados apenas algumas horas antes. Bati a porta do quarto de Stefan.

            - Posso? – Perguntei ainda do lado de fora.

            - Claro, entra…

            - Nós vamos com o pessoal àquele bar de karaoke que abriu no centro. Fazes-nos companhia?

            - Eu aluguei um filme. Pensei que íamos ficar por aqui – Disse-me parecendo um pouco desiludido.

            - Oh vá lá Stefan… - Insisti - o filme fica para outra altura. Vai ser divertido.

            - Vão vocês. Eu vou ficar mesmo por aqui a ver o filme. De qualquer forma eu não me posso deitar tarde, tenho imenso que estudar, tenho uma prova importante depois de amanhã. 

            - Não tem problema mesmo? – Perguntei tentando certificar-me que ele ficaria bem. Pareceu-me estranhamente triste – Não queria ver-te chateado comigo…

            - Como se isso fosso possível – Brincou.

            - Obrigada por tudo, gostei muito de cá vir – Disse-lhe quando estava de saída.

            Estava no corredor quando ouvi Damon chamar-me para o quarto dele. Apaixonei-me por aquele espaço assim que o vi, como já foi com o seu dono. O quarto tinha a cara dele. Um pouco desorganizado, repleto com as fotografias que ele tanto adorava. Tenho certeza que com o talento que tem um dia conseguirá ser um grande fotógrafo.  

            - Que se passa com o teu irmão? Pareceu-me mesmo estranho…

            - Não sei Elena, realmente não sei… - Disse parecendo-me também um pouco preocupado.

            - Como não sabes? Vocês dão-se tão bem…

            - Dávamo-nos eu acho… - Murmurou tristemente - Ultimamente tenho a sensação que ele fala mais contigo do que comigo. Para mim agora vem sempre com quatro pedras na mão.

            - Talvez seja um pouco por causa da tua mãe, eu tenho-me apercebido…

            - Eu não tenho culpa Elena… - Explicou-se cortando-me a palavra – Eu não sei o que é que ele te conta. Pensei que agora que já somos crescidos ele começasse a entender que eu não tenho culpa, mas parece que ele voltou a regredir.

            - Não fiques assim, é só uma fase, isto passa-lhe – Disse tentando despreocupa-lo – Com os exames a aproximarem-se ele fica numa pilha de nercos, ser advogado é o sonho dele, é muita pressão…

            - Tudo bem, eu entendo. Agora vamos que o pessoal já está à espera – Comentou estendendo-me a mão que eu apertei com força.

            O bar recém aberto é realmente um espaço agradável para se vir com os amigos. Entre uma bebida e outra e as habituais palhaçadas de Damon as horas passaram a correr. Saímos de lá já tarde, mesmo na hora de fechar.

Ainda deu tempo para o dono do bar nos tirar uma foto de grupo. Caroline rapidamente se posicionou entre Tyler e Matt o que me fez rir divertida. Ela adorava jogar daquela forma. Sei que ela é apaixonada por Tyler, mas ele é um pouco indomável e não está para relações, então ela agora não larga o Matt. Eu o Matt tivemos os nossos atritos assim que comecei a namorar com o Damon, ele ainda gostava de mim, por sorte rapidamente isso passou e agora continuamos grandes amigos. Damon precipitou-se na minha direcção e pegou-me ao colo.   

- Damon pára como isso... – Pedi em desespero - Pára Damon…

- Quando mais pedires para eu parar mais vontade tenho de continuar – Murmurou ao meu ouvido divertido, continuando a girar comigo no colo – Adoro ver-te assim furiosa, vais ficar linda na foto – Sorriu-me provocador

Bonnie e Jer juntaram-se a nós e grupo estava completo.

Segundos depois o flash da câmara disparava imortalizando aquele momento que mais tarde com certeza serviria de recordação. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste novo capitulo. Obrigada pelo comentários e pelo incentivo para que eu continuasse a escrever...

Sei que demorei bastante para postar mas eu confesso que sou um pouco inconstante quanto a isso, depende da inspiração!


Gostaria de poder contar com os vossos comentários!!!

Obrigada

Beijinho

Ana



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