Rehab Of You escrita por Ana_Lucky


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

O capitulo anterior desenrola-se em 2011 no tempo presente e Elena tem 27 anos, este segundo capitulo tem como fundo o ano de 2002...



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Verão de ano de 2002

Olhei para o meu reflexo no espelho e confesso que gostei do que vi. As horas que tinha empregado a tratar do visual, tinham surtido o efeito desejado. Usava um top simples e sem um grande decote para não dar demasiado nas vistas mas em contrapartida acabei por optar por uma mini saia que assentava na perfeição nas minhas longas pernas. O meu liso e comprido cabelo caia-me solto pelas costas. Nos pés as famosas sabrinas que tanto me caracterizavam. Como sou muito alta opto sempre por calçado raso e confortável que me permite dançar toda a noite sem que os pés sejam castigados.

- Jer… - Gritei depois de dar um ultima olhadela de relance para o espelho – Estou pronta.

- Vamos curtir a noite – Berrou o meu irmão que acabava de surgir á porta do meu quarto.

Amarrei a minha bolsa atirei para lá para dentro todos os objectos que estavam espalhados pela cama, o mais rapidamente que consegui. Segui o meu irmão numa correria desenfreada pela escadaria. Estava a chegar á porta quando senti uma mão a amarrar-me no braço, impedindo-me de sair.

- Onde é que vocês pensam que vão? – Perguntou a minha tia Jenna que me prendia o braço com força.

- Estamos de saída Jenna – Explicou-lhe Jeremy.

- E não temos horas de voltar – Acrescentei.

- Isso já eu percebi. Não acham que vos ficava bem uma explicação mais detalhada – Perguntou largando-me finalmente o braço.

- Não achas que a tua vida seria mais fácil se decidisses parar de brincar às mamãs? Vai viver a tua vida, vai namorar, fazer as coisas normais que fazem as mulheres da tua idade. Deixa-nos em paz – Resmunguei furiosa olhando-a fixamente.

Jenna olhou-me perplexa e eu percebi que ficou sem reacção perante a minha atitude mas esse facto simplesmente não me incomodou. Aproveitei a deixa e sai de casa batendo a porta atrás de mim.

As aulas acabavam de terminar. Tudo aquilo que eu queria era sair, festejar o início do verão com os meus amigos. Viver ao máximo, aproveitar todas as festas, não perder um único programa, esquecer-me de tudo o que me deixava de rastos.

Os meus pais tinham falecido á pouco mais de 6 meses. Eu e o meu irmão tínhamos sido obrigados a mudar-nos para a casa da Jenna. Desde pequena ela era o meu ídolo, eu adorava-a. Era a irmã mais nova da minha mãe, muito mais nova. Eu e a minha tia não fazíamos nem dez anos de diferença. Sempre nos tínhamos dado imensamente bem. Mas agora parecia que até isso tinha mudado. Como se não bastassem os meus problemas, tinha que lidar com ela a tentar controlar-me como se tivesse moral para o fazer.

Acabei de completar dezoito anos e agora como maior de idade e senhora da minha vida sairia daquela casa, se pudesse. Infelizmente esse não era o caso porque continuava financeiramente dependente da Jenna. Os meus pais não eram ricos e o pouco que me deixaram, não dava para eu viver. Além disso o meu desejo era continuar a estudar, formar-me e ganhar por fim a minha independência. Não conseguiria fazer nada disso sem a ajuda dela. Só essa ideia bastava para me sentir humilhada. Depois de tudo isso ainda havia o meu irmão, Jer. Com um ano de diferença de mim, ele ainda é menor e assim permanece sobre custódia dela. Jamais o deixaria. Ele é a pessoa mais importante da minha vida, a única pessoa que me resta. O meu irmão é o meu pilar, a minha segurança. Sempre fomos incrivelmente próximos e agora depois de toda a tragédia, ainda mais. 

Agarrei a mão do Jer que me puxou com força. Corremos o mais depressa que pudemos para o jipe de Tyler que nos esperava na esquina da rua. Já dava para ouvir a música muito alta que soava das colunas.

Tínhamos imensa sorte por ter um amigo como ele. Era o típico menino rico mal amado. Mal completou dezoito os pais tinham-lhe oferecido aquele jipe fabuloso. Vivia na maior casa onde eu já havia entrado, com uma piscina enorme que usávamos de forma indiscriminada aos fins-de-semana. Os pais dele utilizavam esta forma retorcida de o tentar compensar pela notória ausência. Por vezes sentia pena dele pois parecia tão órfão como eu e o Jer.  

Ao entrar para a parte de trás do carro proferi um sonoro beijo na face de Caroline que parecia estar nas nuvens sentada no banco da frente ao lado do Tyler. Ela é a minha melhor amiga. Está ao meu lado desde que praticamente me lembro, cresceu comigo. Entre as imensas discussões e longos amuos, sobrava sempre a verdadeira amizade que até ali tinha superado tudo.

Matt deu-me um carinhoso beijo no rosto. A minha relação com ele era realmente complicada. Estava naquele vai que não vai. Já fiquei com ele algumas vezes mas infelizmente para ele, para mim não passava disso. Gostava de estar na companhia dele, da cumplicidade e companheirismo que havia entre nós mas definitivamente nada disso se traduzia em amor e muito menos em paixão. Tentei várias vezes ao ponto de até forçar a situação mas era claro que as coisas não resultavam propriamente. Sei que gosta de mim porque já mo confessou várias vezes mas felizmente, ele é fantástico e em momento nenhum é insistente ou me cansa. Continuo a adorá-lo.

- Onde é a ida Elena? – Perguntou Tyler.

- Combinei encontrar-me com a minha amiga na discoteca do casino.

- Soa-me bem – Disse uma Caroline saltitante - sempre quis lá ir.

- Quem é essa tua amiga? – Perguntou Matt.

- Chama-se Bonnie. Trabalha lá nas piscinas comigo. Candidatou-se a design de interiores como eu. Vocês vão gostar dela de certeza.

Na companhia deles sinto-me verdadeiramente em família. Tínhamo-nos tornado exactamente nisso. Somos um grupo verdadeiramente unido. Estamos lá uns para os outros e apoiamo-nos mutuamente, aconteça o que acontecer.

Tinha gostado muito da Bonnie e de conversar com ela. Ela ia estar lá com o grupo de amigos de quem me tinha falado e eu queria causar uma boa impressão. Ao chegarmos eu ajeitei-me, deu um jeito à roupa e procurei mostrar-me confiante ao entrar. De uma estranha forma desejava que aquela noite fosse de algum modo memorável.

Nunca tinha ido á discoteca do casino. O casino era um edifício com uma construção completamente original. Visto por fora tinha a forma de um enorme vulcão de metal. A entrada pela discoteca fazia-se por uma entrada lateral em túnel. Quando finalmente entramos eu fiquei boquiaberta. Era totalmente diferente de todos os sítios onde já tinha ido. Estávamos um enorme salão único que nos dava a estranha sensação de ser oval. Como se estivéssemos dentro de uma bola gigantesca.

O local estava completamente lotado. O som era fantástico e o ambiente não podia ser mais encantador.

Pareceu-me impossível descobrir Bonnie no meio de toda aquela confusão que nos envolvia. Mas conta todas as expectativas, ao rodopiar os meus olhos em redor pousei-os sobre ela. Estava numa zona onde se concentravam vários sofás. Estava sentada lá, na conversa com o seu grupo. Sorri abertamente para ela e acenei-lhe animada.

- Elena… - Cumprimentou-me com um abraço quando me aproximei dela – Ainda bem que conseguiste vir.

Depois das apresentações puxamos uns poufs que estavam dispersos pelo local e sentamo-nos junto deles. Não muito tempo depois um rapaz juntou-se a nós. Sentou-se ao lado de Bonnie e passou confortavelmente a mão pelas suas costas. Fixei os olhos nele durante alguns instantes. Foi o que bastou para despertar uma reacção até ali desconhecida para mim, a inveja. Um simples cruzar de olhares com alguém que nunca antes vira foi capaz de me desarmar por completo. Observei a cumplicidade entre eles e imaginei logo que ele devia ser o namorado dela. Era aparentemente mais velho que nós, cabelo cor de carvão, olhos azuis mar e com o sorriso mais engraçado que alguma vez tinha visto.

- Elena chega aqui – Chamou Bonnie.

Eu procurei voltar a realidade e deixar de agir como uma completa alucinada e fui até ela.

- Elena este é o meu melhor amigo de quem te falei.

- Prazer Elena, o meu nome é Damon - Disse-me, dirigindo-me um encantador sorrido.

- Prazer em conhecer-te – Murmurei encabulada.

Se pudesse tinha-me enfiado num buraco. Não sabia o que se estava a passar comigo. Eu sou por natureza extrovertida e conversadora e ali naquele momento não conseguia irritantemente ser eu própria.

- Danças? – Perguntou-me.

- Danço? – Questionei confusa.

- Sim Elena… Queres dançar? – Insistiu, parecendo divertir-se com a minha reacção.

- Sim. Claro – Respondi tentando parecer confiante embora estivesse surpresa pelo convite.

- Vamos então – Incentivou-me pegando-me pela mão – Mas primeiro deixa-me pagar-te um copo.

Antes o seguir em completo êxtase pisquei cúmplice o olho a Caroline. Não queria que ela, Tyler e Matt pensassem que eu os ia abandonar. Mas no momento nada era mais aliciante que o convite do Damon.

Segui-o até ao bar. Ele pediu dois shots. Ergui o meu no ar propondo-lhe um brinde ao qual ele correspondeu. Mal pousei o copo no balcão senti-me ser arrastada por ele para pista de dança.

Alguma horas depois eu podia dizer com toda a certeza que aquela estava a ser a noite mais louca da minha vida. Não conseguia simplesmente afastar-me dele. Entre as bebidas e as inúmeras músicas eu já perdia a noção do tempo. Estava completamente fora de mim e a divertir-me como nunca. Aquele homem era a pura diversão, totalmente diferente daquilo a que eu estava habituada.

A certa altura o meu corpo já não conseguia afastar-se do dele. Comecei a aperceber-me que tudo o que queria era sentir o seu toque mais uma vez. Sentir o meu rosto roçar no dele e ouvi-lo sussurrar divertido as letras das músicas ao meu ouvido. O seu olhar sobre o meu corpo deixava-me fora de controlo.

Sou popular na minha escola, estou habituada a ser por muitas vezes centro das atenções e até hoje já namorei com alguns rapazes. Não sou propriamente nenhuma miúda inocente e inexperiente. Mas ele fazia-me sentir exactamente assim. Perante aquele olhar penetrante dele sentia-me pela primeira vez, verdadeiramente mulher e ao mesmo tempo totalmente insegura. Como se eu não fosse suficientemente boa para ele.

A certa altura aproximou-se do meu rosto e tomou os meus lábios de uma forma que me deixou completamente excitada. Deu uma suave mordida nos meus lábios e depois apoderou-se avidamente da minha boca num beijo que me consumiu e me deixou sem ar. Quando a sua boca deixou a minha senti-me tonta. Não soube se isso se deveu ao melhor beijo da minha vida ou ao facto de por esta a altura a bebida já me ter tirado o chão.

- Estás a deixar-me louco. Queres sair daqui? – Perguntou-me sorrindo-me totalmente provocador.

Olhei-o confusa sem saber exactamente o que fazer. Aquela pergunta apanhou-me completamente desprevenida. Não estava em momento alguma à espera daquela proposta.

- Tudo bem – Disse-lhe por fim, tomando coragem, num momento de completa insanidade – Vamos sair daqui.

Fomos levantar as nossas coisas ao balcão onde as tinha deixado ao entrar. Enquanto isso enviei rapidamente uma mensagem para a Caroline a explicar o sucedido para que eles não ficassem preocupados comigo.

Saímos juntos de mãos dadas e eu segui-o meia desnorteada, aos tropeções pelo jardim que rodeava o casino, devido ao efeito da bebida. Naquele momento eu já nem conseguia pensar. Estava completamente a deixar-me levar pelo instinto.

Senti-o a encostar o meu corpo ao muro frio do jardim e a encostar-se a mim. Damon beijou-me uma e outra vez e depois encostou os seus lábios ao meu pescoço e mordeu-o suavemente.

Senti as suas mãos deslizarem através do meu corpo até agarrarem as minhas nádegas e num movimento rápido ergueu-me, colocando-me em cima do muro. Depois encaixou-se entre as minhas pernas. Pude sentir a pressão que o seu corpo fazia sobre o meu. Soltei um gemido sonoro quando ele fez deslizar as suas mãos para o interior da minha mini-saia. Estava tomada por um desejo incontrolável e por um prazer que nunca antes havia sentido.

Tinha a consciência de estar a agir como uma completa insana e que provavelmente me arrependeria daquele momento durante toda a minha vida. Tinha-o conhecido algumas horas atrás e estava completamente envolvida por aquele completo estranho. Mas sentia-me privada de força de vontade. Era humanamente impossível privar-me do prazer e do momento único que ele me estava a proporcionar.

As mãos dele amarraram os meus cabelos enquanto os seus lábios continuavam a pressionar a minha boca, beijando-me sofregamente. Senti-me completamente fora de mim, quase em delírio. Provavelmente devido à adrenalina da situação ou aos shots em demasiada que tinha bebido.

Pouco tempo depois senti-o penetrar-me. Movia-se contra mim rapidamente e eu fui levada à loucura. Damon não desviou o seu olhar do meu nem por um instante enquanto me tomada e isso excitou-me profundamente. Fazia-me sentir exposta e podia observar o prazer que ele também estava a sentir.

As mãos dele percorreram depois os meus seios e eu tombei a cabeça para trás permitindo-me sentir aquela onde perfeita de prazer atravessar todo o meu corpo. A cabeça dele caiu sobre o meu corpo e ouvi-o soltar um gemido contido, praticamente inaudível.

Acordei completamente confusa, sem ter a mínima ideia do local onde me encontrava. Tapei os olhos com as minhas mãos tentando evitar que os meus olhos se ferissem com a luz. A minha cabeça parecia querer explodir de tantas dores. O meu corpo não estava melhor. Eu parecia ter sido atropelada por um camião.

A custo fui tentando abrir os olhos para tomar consciência do meu paradeiro. Levantei a cabeça e olhei em volta.

Estava deitada no banco traseiro de um carro. Levei a minha mão a boca para não gritar com o susto que senti.

O banco na frente do carro estava rebatido e nele estava um rapaz adormecido. Olhei-o com atenção e aos poucos fui recordando os episódios da noite anterior.

Olhei-me no retrovisor e observei a minha imagem. Não estava com bom aspecto. Parecia de facto ter sido atropelada. Sentia-me dorida e pior de tudo, completamente envergonhada.

A noite anterior tinha sido completamente insana. Não consegui arranjar palavras suficientemente más para descrever a minha atitude. Olhei novamente para Damon que ainda dormia profundamente. Mal podia acreditar no que tinha acontecido. E o que ia acontecer a seguir não era novidade para mim mas ainda assim dediquei alguns segundos a mentalizar-me disso. Ele é um rapaz lindíssimo e super interessante e provavelmente não lhe devem faltar raparigas. Eu com certeza fui só mais uma. Não podia sentir raiva dele uma vez que fui eu que consenti tudo aquilo.  

- Damon… Damon acorda – Chamei com receio abanando-o suavemente.

Aos poucos ele foi acordando e tal como eu havia feito tentou arduamente protege-se do sol que lhe embatia directamente no rosto. Quando por fim conseguiu abrir os olhos espreguiçou-se uma forma muito divertida fazendo-me lembrar um felino. Se eu não estivesse tão embaraçada tinha-me rido do acordar dele.

            - Bom dia… - Murmurou, dirigindo-me um leve sorriso.

            - Bom dia. Podes levar-me a casa por favor? Espera-me com certeza um verdadeiro inferno.

            - Claro – Prontificou-se.

            Durante o caminho não proferimos uma única palavra. Fixei os meus olhos na paisagem para tentar abstrair-me.

Quando estacionou em frente á minha casa sai do carro o mais rapidamente que pude.

- Obrigada pela boleia – Disse despedindo-me, depois de contornar o carro e de me aproximar da sua janela.

- Posso vir buscar às 21h para jantarmos? – Perguntou quando eu já estava prestes a voltar as costas.

- Jantar? – Questionei admirada.

- Definitivamente jantar. A não ser que não queiras a minha companhia. Eu vou entender.

- Definitivamente jantar – Concordei rindo-me imenso da sua expressão.

Caminhei até a entrada da porta e ouvi o barulho do carro a arrancar. Não me podia sentir mais feliz do que já estava naquele momento. E nada seria capaz de abalar a minha alegria. Nem mesmo as crises da Jenna, cujos berros eu já ouvia no interior da casa. 


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Notas finais do capítulo

Cá está mais um capitulo para revelar um pouco mais do desenvolvimento e para que possam avaliar melhor se a fic vale o não a pena, ok?


Beijinhos
Ana



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