Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 35
Capítulo 35: Por pouco não mato uma mortal


Notas iniciais do capítulo

Oi, leitores! Desculpem minha demora.
Bom, esse capítulo é mais calminho, talvez pelo fato de eu ter o escrito enquanto ouvia Taylor Swift, mas isso não quer dizer que ele seja romântico. Enfim...
Quero agradecer por todos vocês terem deixado sua opinião sobre o apelido do Bryan, nas notas finais vem o que eu decidi. Obrigada!
Boa Leitura! Espero que gostem!



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Annabeth’s POV

Após Nico ter ido embora, alguns guardas do Central Park apareceram e por isso tivemos que nos esconder deles, para só depois conseguirmos sair dali e procurar algum lugar para dormir.

Na verdade, já sabíamos para onde iríamos: o hotel em que Bryan estava hospedado - o Days Hotel Broadway. O hotel não era tão caro (embora fosse duas estrelas), ao menos para os padrões de New York, e ficava no Upper West Side, próximo ao Central Park, ou seja, chegaríamos lá rapidamente. Chamamos um táxi e escorregamos os três para o banco de trás.

O motorista nos encarou de forma interrogativa e desconfiada. Foi só ai que reparei em como nossas roupas estavam um pouco sujas, assim como nós, tudo por causa dos acontecimentos do dia. E também percebi que eram quatro da madrugada. Nós realmente passáramos muito tempo no Mundo Inferior.

— Days Hotel Broadway, por favor. – disse Percy ao motorista.

Isso só fez com que ele ficasse mais desconfiado. Afinal, o que três adolescentes faziam há aquela hora na rua, perto do Central Park? E o que fariam num hotel daquele nível?

Pensei que ele fosse nos perguntar algo como: “Seus pais sabem que andam por ai a essa hora?”. Mas o motorista parecia só se importar com o pagamento, já que logo em seguida olhou pelo retrovisor e nos perguntou:

— Têm dinheiro?

Abri minha mochila e tirei 2 notas de dez dólares.

— Tenho certeza de que isso é o suficiente. –lhe mostrei as notas, ao que o motorista assentiu e acelerou o táxi.

Sabia que chegaríamos rapidamente ao hotel, mas tudo o que passamos aquele dia não parava de rodar em minha mente: as ameaças de Phobos e o mistério da espada de minha mãe. Aposto que os garotos também pensavam nisso, pois durante todo o caminho ficaram calados.

— Annabeth, já chegamos. – disse Percy segurando minha mão e me fazendo voltar à realidade.

Olhei para Percy e Bryan, logo depois para o motorista que mantinha uma carranca no rosto. Entreguei-lhe o dinheiro enquanto os garotos deixavam o táxi.

Ao sair, passei a mochila por sobre os ombros e olhei a fachada do hotel, que não revelava muito. Parecia um hotel razoável, nem sabia por que ganhara duas estrelas, mas sabia que não era pela fachada. Tinha certeza que eu poderia projetar uma melhor, com formas precisas e mesclando vários tipos de arquitetura, talvez a contemporânea e a grega. Sim, isso seria perfeito!

Fui tirada de meus devaneios ao ouvir que Bryan falava algo comigo.

— Hum? O que você disse? – disse olhando para ele.

Bryan usava calças jeans e uma blusa preta, e por isso quase não se reparava a sujeira, mas seus cabelos loiros estavam uma bagunça. Percy também usava calças jeans, só que estava com uma blusa verde, o que realçava seus olhos. 

Já eu, não queria nem pensar em como eu estava, com certeza estava horrível.

— Que é melhor entrarmos para que vocês possam se cadastrar no hotel. – disse Bryan para logo depois erguer uma sobrancelha – Mas parecia que você estava em outro planeta, na verdade, você está assim desde que pegamos o táxi.

Nossa! Ou Bryan era mais observador do que eu pensava, ou eu estava deixando muito na cara que não estava prestando atenção em nada.

— É verdade, Annabeth! O que houve? – perguntou Percy olhando em meu rosto, seus olhos verde mar tentando procurar algo em meus olhos. Aliás, Percy estava atencioso demais após a aparição de Phobos.

— Não houve nada. É só que... Estava pensando numa forma de melhorar a fachada do hotel, foi por isso que não prestei atenção no que Bryan dizia. Você sabe como eu fico quando se trata de arquitetura. – disse, omitindo a parte de que pensava na horrível visão que tivera.

— Se sei!- disse Percy, que logo recebeu um olhar confuso de Bryan – Annabeth ama arquitetura, é a arquiteta oficial do Olimpo. – explicou o Cabeça de Alga colocando um braço por sobre meu ombro, o que me reconfortou e fez com que eu esquecesse de uma certa visão.

Porém, eu acabei olhando ao nosso redor e reparando na forma como os seguranças do hotel nos olhavam.

— É melhor entrarmos, os seguranças já estão nos olhando torto.

Os garotos também repararam isso, então resolvemos que era hora de entrar no Days Hotel. Percy tirou o braço de meu ombro, eu já ia protestar, mas ele fez questão de segurar minha mão de forma firme e delicada, entrelaçando nossos dedos. Meus deuses! Como eu amava aquilo!

UAU! Essa era a única palavra que eu consegui pensar após passarmos pelas portas do hotel. Eu não sabia que por trás de uma simples fachada poderia ter um lindo hotel, e sim, ele merecia suas estrelas. Ou talvez, mais uma, já que sua beleza e organização me pareciam quase impecáveis.

— Vamos até a recepção. – disse Bryan nos guindo até um belo balcão dourado onde uma jovem moça de cabelos castanhos se encontrava, ela parecia bastante concentrada enquanto mexia no computador e falava ao telefone.

Enquanto caminhávamos em direção a recepcionista, alguns hóspedes que se encontravam no saguão nos olharam com repulsa, provavelmente isso se devia as nossas vestes.

— Boa Noite! – disse Bryan a recepcionista após a mesma desligar o telefone.

— Boa noite!- disse ela de forma quase entediada, para logo depois se virar para nós. Era impressão minha ou ela deu um sorriso exagerado ao olhar os garotos. Eu vi certo? Os olhos dela brilharam ao olhar para Bryan e... Percy? — No que posso ajuda-los?

A moça, de aparentemente uns 20 anos e olhos castanhos claros, falou de forma que desse para entender um duplo sentido implícito, de forma como se tentasse falar sedutoramente. O pior é que ela era bonita!

— Meus primos aqui gostariam de alugar um quarto. – disse Bryan apontando para nós, ao que a recepcionista o olhou de forma encantada e um pouco interrogativa, como se perguntasse se ele também não iria querer um quarto. Ele pareceu reparar o mesmo, pois logo tirou da mochila o cartão que abria seu quarto, mostrando-o para a moça, e respondeu: - Eu não preciso de um, pois já estou hospedado aqui, pode confirmar, é só procurar por Bryan Harpper.

Bem, você deve ter reparado que Bryan disse primos. Nós pensamos que falando assim talvez conseguíssemos convencer mais rapidamente a nos deixar alugar um quarto. E de certa forma, não estávamos mentindo, afinal, éramos mesmo primos, só que Bryan também era meu sobrinho e... Ah! Vocês entenderam: a família olimpiana é um tanto quanto confusa.

A recepcionista digitou rapidamente o nome no computador e deu um largo sorriso ao confirmar o que Bryan dizia.

— Será um prazer ajudar seus primos, Senhor Harpper. – disse a moça, mas ao dizer seus primos, ela olhou somente para Percy, como se estivesse feliz por eu ser apenas “prima” deles. Eu, que ainda estava de mãos dadas com Percy, estreitei os olhos. - Mas vocês têm documentos aí?

No que ela disse isso foi que Percy e eu nos olhamos, parecíamos ter nos dado conta de algo. Em New York a maioria dos hotéis só permitia que menores de 18 anos se hospedassem com alguma autorização de um responsável, o que nenhum de nós dois tinha, mas mesmo assim pegamos nossas carteiras de identidade. Já Bryan era diferente, ele era emancipado, por isso estava hospedado ali.

Ela as olhou, a minha mais atentamente do que as outras.

— Lamento, mais a mocinha...

— Meu nome é Annabeth. – disse eu asperamente.

— Ah, sim! Annabeth tem apenas 16 anos. Acho que não poderá se hospedar querida. – disse ela com um sorrisinho, como se me quisesse longe dali.

Antes que eu pudesse dizer algo, Percy, que segurava minha mão fazendo movimentos circulares com o polegar (como se tentasse me acalmar), interviu. Pena que aquela atendente não podia ver isso, já que nossas mãos estavam sob o balcão.

— Então acho que também não poderei me hospedar, já que tenho a mesma idade da minha... – pensei que Percy fosse estragar tudo falando "namorada", mas ele pareceu lembrar no último momento que fingíamos ser primos e completou: — Da minha prima.

O sorriso dela se desmanchou.

Estava pensando em utilizar a névoa para enganá-la e fazê-la nos cadastrar, mas Percy se inclinou sobre o balcão, em direção à moça. Arregalei os olhos, soltando a sua mão e cruzando os braços.

— Hum... Suzana. - disse ele lendo seu crachá - Eu iria te agradecer muito se pudesse nos hospedar, é que viemos visitar nosso primo, o Bryan, e estamos sem nossos pais. Viemos fazer uma surpresa para ele e nossos pais não fazem ideia disso, sabe com é, coisas de adolescentes.

Suzana só faltava babar por Percy, o olhava nos olhos sem nem piscar. Minha vontade era dar um tapa nela para ver se fechava aquela boca escancarada. E claro, em Percy também por ficar dando corda.

— Sei como é, coisa de adolescentes, já fiz muitas coisas assim. – respondeu ela alegremente – Sei que posso perder meu emprego por isso, mas... Que mal pode haver em ajudar um jovem com olhos tão bonitos?

Não sabia que agora estava invisível, será que estava com meu boné e não reparei? Pois parecia que Suzana só via os dois garotos e estava paquerando os dois! Principalmente meu namorado idiota! Argh!

Eu estava tão concentrada naquela cena que nem notei que Bryan havia resolvido se sentar numa das confortáveis poltronas do hotel, ao menos, era o que elas pareciam ser: confortáveis.

Voltei-me para Percy, que estava olhando para mim. Lancei lhe meu olhar mortal, do tipo: “Você está encrencado, Perseu Jackson!”.

— Vou começar por você, Perseu. – disse Suzana após ler a carteira de identidade de Percy – Se quiser pode sentar, querida! – seu “querida” soou completamente falso, o que eu tinha certeza que era.

— Não, obrigada! – disse semicerrando os olhos - Estou ótima assim!

Eu é que não iria sair de perto do meu namorado. Tudo bem que ela não sabia, que achava que éramos primos. Agora, dar em cima dele assim descaradamente? Aí era demais!

Ela começou a fazer algumas perguntas básicas, mas o sorriso idiota não saia de sua cara e dava atenção demais à Percy.

Logo ela terminou com ele e era minha vez.

— Pode sentar, Perseu, eu continuo aqui. – eu dei bastante ênfase em seu nome e lhe olhei de forma ameaçadora. Ao me ouvir pronunciando seu nome, ele arregalou os olhos, fazendo uma cara que chegava a ser engraçada, tive de me controlar para manter o rosto de sério e não rir.

— Okay! – ele levantou as mãos como se estivesse se rendendo sem realmente entender algo, e obviamente fazendo o que eu disse: se sentando numa poltrona próxima a de onde Bryan se encontrava.

Suzana começou a fazer suas perguntas de forma metódica, seu sorriso desaparecera e sempre que podia lançava olhares para os garotos que estavam sentados nas poltronas, conversando.

Não demorou muito para as perguntas terminarem. E sendo assim, me responsabilizei por escolher um quarto sem nem ao menos pedir a opinião de Percy, eu o queria longe daquela recepcionista oferecida.

Acabei escolhendo um quarto no 8º andar, o mesmo andar do quarto de Bryan e no mesmo corredor a propósito, só que o quarto de Bryan ficava numa ponta e o nosso na outra. Sim, você leu certo, Percy e eu iríamos dividir o mesmo quarto, mas não pensem que iremos fazer... Esquece! Aposto que vocês já pensaram coisas impróprias, mas nada disso. Isso ainda não está... Não está completamente formulado na minha cabeça. Argh!

“Pare de pensar besteiras, Annabeth!”.

Enfim, dividiríamos o mesmo quarto por razões simples, fora a de sermos namorados e não vermos muito problema nisso, não muito de qualquer forma. Se dividíssemos o quarto pagaríamos menos e conseguiríamos ficar no mesmo andar de Bryan, já que aquele era o único quarto disponível no 8º andar, só resolvi unir o útil ao agradável.

De início pensei que a tal Suzana não iria nos deixar dividir o mesmo quarto, mas ou ela era muito tapada, ou acreditou mesmo na nossa história de sermos primos, pois nem ligou para tal fato.

Ela me entregou o cartão que abria a porta do quarto. Agradeci-a, mesmo ela sendo uma atirada, havia nos deixado ficar hospedados ali. Pelo que ela tinha dito, era para falarmos que éramos emancipados qualquer coisa que alguém perguntasse.

Fui até os garotos e iria falar para pegarmos um elevador, mas... É, sempre tem que ter um "mas". A recepcionista fez um sinal para Percy, parece que ela havia “esquecido” de lhe entregar o seu cartão que abria o quarto, cada hóspede tinha de ter o seu. Pensei em ir com ele, mas não vi motivos para isso, afinal, Percy gostava de mim, não é? Então, apenas sentei na poltrona ao lado de Bryan e fiquei o observando ir até o balcão.

— Ela está mesmo dando em cima dele, né? – disse Bryan que estava ao meu lado e olhava para Suzana falando com Percy.

Me virei para ele.

— Estava dando em cima de você também! – disse eu, ao que ele me lançou um olhar de: “Eu?”.

Garotos, tão tapados quando se tratam de garotas. Olhei novamente para a mortal e Percy.

Então, qual foi minha surpresa ao vê-la passando o cartão dele junto com um papelzinho, onde provavelmente continha seu telefone. Bufei de raiva.

Percy vinha em nossa direção, no rosto completa confusão, ele não olhara o papel, nem o jogara no lixo, e isso me frustrou.

— Vamos? – disse ele que ainda não havia mexido no papel.

— Não vai ler o bilhete? –perguntei, tanto Bryan quanto Percy ficaram confusos.

Revirei os olhos, tirando o pequeno papel de sua mão, ele nem repara no mesmo.

Abri o bilhete e li, Bryan e Percy se colocaram ao meu lado, a fim de poderem ler também.

“Perseu, adorei você. Aqui está meu número, vamos marcar de sair. Beijos! Suzana”.

Logo abaixo vinha um número de celular.

— Pensei que era alguma informação sobre o hotel, não um... – começou Percy, para que eu logo o interrompesse.

— Não um bilhetinho apaixonado de uma recepcionista. – disse sem nem conseguir fingir que não estava com ciúmes – Que a propósito estava babando pelos dois, que nem perceberam, ou fingiram que não perceberam.

Percy e Bryan se entreolharam, era engraçado como às vezes eles eram tão parecidos e outras vezes tão diferentes. Eles pareciam não acreditar em mim, ambos olharam para Suzana. Revirei os olhos e segui em direção aos elevadores.

— Ei, Annabeth! Espere! – berraram os dois correndo atrás de mim.

Girei nos calcanhares para ficar de frente para os dois.

— Parem de gritar! Querem que nos expulsem? – disse eu, ambos olharam ao redor e repararam em como as pessoas os olhavam. Seus olhares eram de vergonha, porém Percy também corava – Vamos logo pegar um maldito elevador.

Apertei um botão dourado, muito bonito por sinal, parecia ser de ouro.

O elevador não demorou a chegar, e como ninguém entrou nele conosco, ficamos sozinhos, um silêncio horrível tomando conta do ambiente. Percy e eu não parávamos de nos olhar, o que pareceu deixar Bryan sem graça.

Chegamos ao oitavo andar, Bryan já ia entrando em seu quarto quando decidi que aquela era a melhor hora para lhe falar sobre sua mãe, pois achava que ele merecia saber de tudo antes de começarmos a missão para valer. No entanto, eu precisava falar com ele a sós, pois Percy poderia dizer alguma besteira e por tudo a perder, fora que já seria ruim o bastante Bryan saber isso por mim, pior ainda se Percy estivesse por perto para ver sua provável cara de espanto. Teria que despistar Percy.

Bryan passou o cartão e a porta se abriu.

— Espere, Bryan, quero falar com você. – disse eu segurando seu braço, tentado evitar que se afastasse. Ao que ele se virou para mim, seus olhos azuis me olhando de forma intensa. Eu também podia sentir o olhar de Percy em minhas costas.

— Não pode esperar pela manhã? Estou com fome e um pouco cansado, já que não consegui dormir direito no acampamento.

Analisei-o, as olheiras estavam bem presentes abaixo de seus belos olhos azuis elétricos. Logo após olhei para Percy, que não parecia entender o que eu queria conversar.

— É Annabeth, estamos todos cansados, não poderia conversar de manhã? Já são quatro horas da manhã.

— Não, não posso deixar para depois, tenho que falar com Bryan agora. – disse eu empurrando-o para seu quarto, Percy vinha logo em seguida, de forma que tive de impedir que passasse, colocando uma mão em seu ombro – Essa conversa é só entre mim e Bryan, preciso contar para ele algumas coisas.

Percy pareceu entender meu olhar, entender o que eu queria falar com o Bryan, mas ainda insistiu.

— Annabeth, acho melhor te ajudar a contar...

Empurrei-o para o corredor, encostei a porta do quarto e fui para perto dele.

— Você poderia me atrapalhar e muito. – disse sendo um pouco grossa, mas depois daquela mortal se atirar para ele, quem não iria ser? – Me faça um favor, vá para o quarto e me espere lá.

— No quarto? Acha que vou conseguir ficar lá? Esqueceu que tenho TDAH? Não vou conseguir ficar quieto, vou ficar andando de um lado para o outro.

— Annabeth! Ande logo ou vou acabar dormindo tendo que esperar você terminar de brigar com Percy! – falou Bryan do outro lado da porta.

Pensei um pouco a respeito.

— Você tem razão, Perseu, talvez seja melhor você comprar comida para nós no restaurante ou bar do hotel, alguma dos dois deve ser 24 horas, ao menos assim você não fica entediado. – disse eu com um sorrisinho- E assim também não ficamos com fome.

— Annabeth! Podem trazer comida nos quartos, eu não preciso ir lá! – disse ele, mas eu notava que havia um tom de derrota em sua voz.

— Eu quero que você vá lá, compre pizza ou sei lá o que, desde que seja comestível. E também compre bebidas, mas nada com álcool.

Ele suspirou, os ombros se arriaram, porém, ele tentou uma última cartada.

— Ok! Eu vou, só não ligue se eu demorar, pode ser que eu pare para conversar com a recepcionista. – disse ele sorrindo, o ciúmes me invadiu, mas eu não ia dar esse gostinho para ele.

— Tudo bem, Percy! – disse eu calmamente, aproximando meus lábios de seu ouvido — Não tem problema, talvez Bryan tente algo comigo até você voltar, e se você demorar demais... Talvez eu deixe.

Percy arregalou os olhos, me olhando de forma assustada.

— Está me provocando, certo?

— Não sei, mas se eu fosse você, não correria esse risco. - me afastei dele e lhe lancei um sorrisinho malicioso.

Percy correu em direção ao elevador, chamando-o apressadamente.

— Não demoro! – berrou, me olhando como se dissesse: “Não o deixe fazer nada com você”.

Dei um tchauzinho para Percy assim que ele entrou no elevador e se virou para mim. Quando as portas se fecharam, me peguei sorrindo. Como ele podia acreditar no que eu disse? Se ele demorasse e conversasse com a mortal eu não iria deixar Bryan tentar nada, eu só acabaria com um certo filho de Poseidon chamado Perseu Jackson.

Meu sorri deu lugar a um longo suspiro. Era hora da tarefa difícil: contar à Bryan tudo sobre sua mãe.

 


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Notas finais do capítulo

E aí galera? Gostaram?
A maioria de vocês leitores optaram por Para-Raios como apelido do Bryan, e como eu achei legal... bem, vou utilizá-lo a partir do próximo capítulo!
Obrigada pela ajuda e por lerem a fic!