Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 34
Capítulo 34: Não são apenas as visões que podem ser assustadoras


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tudo bem, pessoal? Preciso da ajuda de vocês leitores, por isso, leiam minha pergunta nas notas finais.
Boa Leitura!



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Annabeth’s POV

Cenas preencheram minha mente, mas não eram o que eu esperava. Elas não eram assustadoras, nem um pouco. Pelo contrário, eram perfeitas, eram de situações que eu havia vivido: imagens do beijo que dei em Percy no Monte Santa Helena; de quando eu havia impedido de ser morto em nossa batalha contra Cronos e como ele ficou preocupado comigo por isso; de nossa vitória sobre o líder dos Titãs; o dia em que começamos a namorar (que a propósito foi no mesmo dia em que derrotamos Cronos); imagens de nossos encontros, de nossos beijos, das promessas que havíamos feito um ao outro, e também, tudo que tínhamos vivido nesse um mês de namoro, tudo passou pela minha mente.

Logo após vieram cenas diferentes, essas não eram de situações passadas, mas sim meus desejos mais profundos, fatos que gostaria que acontecessem no futuro: uma vida feliz com Percy, (mesmo que monstros nos perseguissem, minha vida seria feliz ao seu lado), sem nada que nos separasse. E além de Percy, outros desejos, como eu planejando os principais monumentos e prédios do país; me tornando uma arquiteta conhecida e respeitada; tendo uma boa relação com meu pai, continuando a receber seu carinho (ou algo parecido); minha mãe tentando não matar Percy todo dia. E acima de tudo, até mesmo de achar que posso fazer as coisas melhores do que os outros, acima de meu sonho de reconstruir tudo o que foi feito errado, estava um desejo secreto. O desejo de que um dia Percy e eu poderíamos construir algo bem mais sério, como uma família.

Entretanto, da mesma forma como essas imagens felizes e perfeitas apareceram, também sumiram, e no lugar delas surgiram cenas tristes, cheias de solidão e sofrimento.

Nessas cenas não havia mais um “nós”, não existia Percy e Annabeth. Ele nunca me amara, havia me enganado, descumprido todas as suas promessas, assim como a maioria das pessoas que conheci em minha vida. Meu pai havia decidido me ignorar novamente, como se eu não existisse para ele e sua família perfeita, assim como Atena parara de aparecer para mim. Eu estava sozinha, mais uma vez, sem amigos, sem família, sem namorado, sem amor.

“Isso são só ilusões Annabeth! São truques de Phobos!” —berrava minha consciência. E por mais que eu quisesse sair daquele pesadelo ao qual Phobos me enviou, eu não conseguia.

Aquelas eram cenas que se resumiriam em eu ter medo de que as pessoas me magoassem, de que não cumprissem suas promessas, de ter meu mundo destruído e revirado de cabeça para baixo novamente. Eu tinha medo de que tudo o que eu idealizava, tudo que eu pensava, não fosse como eu queria, que nada se cumprisse, que as pessoas me enganassem como Luke e tantos outros fizeram. Principalmente que Percy me magoasse, que ele me enganasse, que ele me deixasse, pois eu sei que isso me destruiria, que por mais que eu fosse orgulhosa, acabaria comigo profundamente, cada dia mais. E dessa forma, nada me restaria. Percy era tudo o que eu tinha agora, assim como o acampamento e meus amigos, mas ele... Ele era, com toda certeza, a melhor pessoa que havia aparecido na minha vida. Eu podia ser forte, mas se o perdesse, fosse por ele estar morto, fosse por ter me deixado, eu ficaria sem uma parte de mim, afinal, com ele, eu havia me transformado, havia descoberto o poder de Afrodite, o poder do amor.

As cenas continuavam a aparecer e eu já não queria mais vê-las, já não as suportava e rezava para que aquilo acabasse, para que aquelas cenas cessassem.

Então, atendendo ao meu pedido mudo, senti alguém tocando meu braço com uma mão e com a outra o meu pescoço. Provavelmente eu não teria sentido que alguém me tocava, não fosse pelo toque desse alguém causar arrepios em minha pele. Eu sabia que era Percy, porque cada toque seu era como uma corrente elétrica passando por meu corpo. Isso fez com que todas aquelas cenas sumissem e pude voltar a ouvir claramente o que acontecia.

— Annabeth! Annabeth! Por favor, diga alguma coisa. Mexa-se, diga que está bem. – pediu ele, e pela sua voz pude perceber o quanto parecia preocupado.

Ao sentir isso abri os olhos instantaneamente, pois eu não queria preocupá-lo, e me deparei assim com seus olhos verde mar me encarando, os cabelos pretos bagunçados, o rosto bronzeado e as sobrancelhas enrugadas. Tudo isso denunciava que ele estava preocupado comigo. No entanto, logo depois a expressão de seu rosto demonstrou o alívio de me ver bem, ao menos, eu esperava que ele estivesse vendo isso.

— Graças aos deuses, Annabeth! – ele me abraçou firmemente, mas sem me machucar. – Você está bem? – perguntou ele se afastando um pouco, o que me fez fechar um pouco a cara.

Eu amava seus abraços, na verdade, amava qualquer toque dele em meu corpo. E depois daquelas horríveis cenas, era dele que eu mais precisava, era ele que eu queria.

Meus deuses! Annabeth Chase está parecendo uma filha de Afrodite pensando desse jeito.— era o que eu diria de mim mesma há um tempo, mas eu não ligava mais, o amor faz isso com as pessoas de qualquer jeito.

Percy me olhava atentamente e não sei se por minha demora na resposta ou por ter fechado a cara, mas ele voltara a parecer preocupado.

— Eu estou bem. – disse por fim, embora duvidasse que bem fosse a palavra correta e ele pareceu reparar isso.

Resolvi desviar meus olhar de seu rosto, temia que ele lê-se em meus olhos o que havia acontecido (ele estava ficando melhor em fazer isso), pois não queria transparecer a visão de meus medos, pelo menos, agora não.

Ao desviar o olhar reparei pela primeira vez na cena a minha volta.

Ainda estávamos no Central Park, exatamente no mesmo lugar. Devido ao “filminho” que fui obrigada a ver em minha mente, eu havia perdido a noção do tempo, pensando assim que haviam se passado muitos minutos, mas ao que parecia, deveria ter se passado somente um.

Quase tudo continuava da mesma forma, a Sr.ª O’ Leary estava dormindo, Nico estava do meu lado esquerdo com sua espada negra devidamente em punho e me olhando pelo canto de olho, parecia preocupado. E Bryan à minha direita, assim como Nico, estava com sua espada de bronze celestial em punho e também me olhava preocupado. O único que não se encontrava no mesmo lugar de antes era Phobos, que agora estava há alguns metros de distância, no meio de algumas árvores, e isso justificava o fato de os garotos estarem com suas espadas em punho, queriam mantê-lo afastado dali. O deus parecia se divertir ao olhar meu rosto e eu não fazia a menor ideia do que o mesmo revelava. Até que me vi refletida numa espécie de painel, que tinha alguma propaganda de uma loja de cosméticos. Meu rosto revelava confusão, dor, medo, surpresa, tudo isso estava em meu rosto.

Ok! Agora está explicado o porquê de ele estar rindo de mim! — pensei.

Olhei novamente para Percy, reparando que ele estava ajoelhado a minha frente e, sendo assim, eu ainda estava no chão.

Apoiei-me no chão, tendo como objetivo me levantar, mas Percy reparou em meus movimentos e no mesmo instante passou uma mão por minha cintura e me levantou. Eu realmente não precisava da ajuda dele, mas não havia como reclamar enquanto Percy envolvia minha cintura firmemente.

— O que aconteceu, Annabeth? O que ele fez com você? – perguntou ele lançando um olhar feroz para o deus do medo que riu ainda mais. Percy acabou me colocando em pé e soltando minha cintura.

— Percy, depois eu te conto, ok? Eu estou bem! – fisicamente, completei mentalmente.

Percy, que voltou a me segurar pela cintura (talvez quisesse ter certeza de que eu estava bem), olhou diretamente para onde Phobos estava: no meio das árvores.

— Calma, Jackson!- disse o deus rindo – Não fiz nada demais, a não ser mostrar para ela alguns medos os quais ela tem. – ao que Phobos disse isso meu corpo tremeu, um calafrio percorreu minha espinha – Bem, acho melhor deixar vocês prosseguirem com essa missãozinha. E saibam que só vim conversar, mas se preparem, pois logo irão receber a visita de alguns amigos meus. – Phobos disse amigos como se dissesse: monstros. – Iremos nos encontrar novamente semideuses, esperarei ansiosamente esse dia chegar. Até lá, aproveitem o tempo que terão juntos. Principalmente vocês, Percy e Annabeth, porque serão os últimos momentos.

Ao dizer isso o deus começou a assumir sua forma divina, ao que nós quatro viramos o rosto, afinal, nenhum de nós queria ser fulminado. E nisso, Phobos foi embora.

— Você está bem, Annabeth? – perguntou Bryan se aproximando de mim e levando uma carranca de Percy, que me puxou um pouco mais para si. Olhei-o advertidamente, mas ignorei-o e respondi ao Bryan.

— Sim, estou.

— Mesmo? – perguntou Nico se aproximando.

— Mesmo! Até aparece que não me conhecem! E vamos parar de me perguntar a mesma coisa vocês todos, pois eu estou bem. – estava ficando mais fácil fingir que nada de mais acontecera, no entanto, além de mim, eu pensava também no que Phobos deveria ter mostrado a Bryan, mas achei melhor perguntar a ele depois. — E Phobos já foi embora, isso é que é o importante.

— Mas sabemos que ele irá voltar, - disse Nico, e pude sentir o braço de Percy apertando um pouco mais minha cintura— E eu o detesto! – Nico guardou sua espada de ferro estígio na bainha.

— Aposto que todos acham o mesmo. – disse Percy que já havia embainhado Contracorrente.

— Ao menos a mãe dele gosta dele, afinal, ela gosta de todo mundo. – disse Bryan, seus olhos azuis me encarando.

— Ela deve ser a pior mãe do mundo para ter criado um filho assim. - disse Percy zombando.

Ai, meus deuses! Será que esse Cabeça de Alga quer ser morto? Porque é o que parece, pois ficar falando mal de um deus já é problema, dessa deusa então...

— Di Immortales!- falei exasperada – Cabeça de Alga! Você quer ser fulminado ou amaldiçoado por um acaso?

— Hum?

Revirei os olhos.

— Percy, ficar falando mal dos deuses não é legal. A mãe dele pode te matar. - disse eu.

— Ou amaldiçoar. – completou Nico. – O que eu creio ser bem pior que a primeira opção.

Percy parecia não entender o que falávamos.

— Mas uma maldição de uma deusa menor não é grande coisa. – disse Percy, ao que todos nós o encaramos de olhos arregalados, inclusive Bryan.

— Deusa menor? – perguntamos todos.

— E não é? – perguntou Percy, ao que Bryan revirou os olhos e respondeu:

— Primeiro você a chama de má mãe, e agora de deusa menor? Francamente, está querendo testar Afrodite?

Percy arregalou os olhos, como se aquilo fosse novidade. O que pra ele deveria ser mesmo, considerando que ele era um excelente herói, mas um péssimo estudante de mitologia grega. 

— Afrodite é a mãe de Phobos?

— Sim, Cabeça de Alga, eu pensei que soubesse disso. E Deimos também é filho dela com Ares. Quem mais você acha que seria mãe deles senão Afrodite que tem um caso de milhares de anos com Ares?

— Eu não havia pensado nisso- disse ele inclinando a cabeça – Pensei que fossem filhos de Ares e uma deusa qualquer.

Bryan revirou os olhos, ao que Nico e eu rimos.

— Viu?! É por isso que te chamo de Cabeça de Alga, pois parece que só tem algas dentro desse seu cérebro. – disse eu lhe dando um beijo na bochecha, ao qual ele fez questão de transformar num selinho, que acabou virando um beijo demorado.

— Chega disso vocês dois! – disse Nico, e mesmo pelo olhar, reparava que Bryan o apoiava – Já não me basta às férias do meu pai essa semana?

Ao dizer isso, Nico acabou trazendo à tona uma curiosidade minha, o fato de Hades ter tirado uma semana de férias. Mas parecia que eu não era a única curiosa ali.

— Eu não sabia que o Senhor dos Mortos tirava férias. – disse Bryan, passando a mão nos cabelos loiros.

— Nem eu. Vai me dizer que ele resolveu passar as férias na Pensilvânia. – disse Percy zoando, o que Nico fez uma careta.

— Foi para o Havaí, e como eu disse antes, não foram bem férias... - Nico tremeu levemente.

— Então foi o quê? – instiguei-o, já que estava curiosa para saber por que Hades havia ido para o Havaí. Era quase impossível imaginá-lo lá apenas curtindo o lugar.

Nico deixou de nos olhar e encarou o chão enquanto nós três o olhávamos atentamente. Pelo cantou de olho, eu podia jurar que a Sr.ª O’ Leary estava começando a se mexer.

— Ele saiu em... – eu só entendi isso, pois logo depois ele começou a falar embolado.

— Saiu em quê? – perguntou Percy.

— Ele saiu em...- novamente ninguém entendeu nada.

— Saiu em quê? – foi a vez de Bryan perguntar.

— Saiu em Lua de Mel com a Perséfone! – gritou Nico.

Percy, Bryan e eu nos entreolhamos, nenhum de nós conseguiu controlar o arrepio que passou por nosso corpo, nem as risadas.

É, as visões de Phobos podem ser assustadoras, mas não são só elas.

— Lua de mel? Entre Perséfone e Hades? Eca! – disse Percy, ao que todos nós apoiamos.

— Nojento! – disse Bryan.

— Eu sei. -disse Nico sacudindo a cabeça- Tremo só de pensar nisso e ele ainda levou aquelas roupas havaianas coloridas. Chegou vestindo uma, inclusive.

Todos nós trememos.

Estava quase impossível imaginar Hades no Havaí, usando roupa toda florida e tropical e não suas típicas roupas pretas ou seu manto de almas, mas difícil ainda era imaginar ele e Perséfone... Mas não, eu não queria imaginara isso. Argh!

— Vamos deixar isso para lá. – disse Bryan – Detesto histórias de terror.

— Quando são assim, eu também. – disse Nico, todos nós concordamos.

Após alguns segundos de silêncio, eu finalmente decidi falar o que estava pensando.

— Talvez seja melhor irmos para um hotel, passar a noite. Já que não podemos sair em missão agora de qualquer forma, pois temos que pesquisar a localização da espada e falar com a minha mãe. O que acham?

— Ótima ideia! – responderam Bryan e Percy.

Nico nos olhou por um tempo.

— Acho melhor eu voltar para o Mundo Inferior, procurar saber mais alguma coisa sobre a espada.

— Isso seria perfeito, Bafo de Cadáver! – Nico riu ao me ouvir chamar pelo apelido que lhe dei – Nos faria um grande favor.

— Pode deixar! Acho melhor levar a Sr.ª O” Leary de volta para o acampamento, pode ser?

— Claro que pode! – disse Percy me soltando e se despedindo de Nico com um toque de mãos, para logo depois fazer um carinho em sua cadela, que já se encontrava acordada e pulando.- Leve-a direitinho, ok? Ah, e quando puder, veja se consegue levar ela para ver Cérbero, ela anda ansiosa para revê-lo.

— Pode deixar. – disse Nico enquanto eu o abraçava, e sussurrou em meu ouvido – Cuide-se viu? Phobos gosta de se divertir às custas dos outros, ele não vai sossegar até conseguir o que quer. Eu estou realmente preocupado com vocês.

Olhei dentro de seus olhos negros, ele falava sério.

— Pode deixar.

Ele cumprimentou Bryan e disse algo para ele também, mas eu não consegui ouvir.

Nico foi até a Sr.ª O’ Leary, já estava se preparando para viajar nas sombras quando Percy gritou.

— Cuide bem dela, Bafo de Cadáver!

Nico lhe lançou um olhar maligno, que ele sabia fazer perfeitamente.

— Só quem pode me chamar assim é Annabeth! Privilégio dela, Cabeça de Alga!

— Nico, só ela pode me chamar de Cabeça de Alga! – berrou Percy para ele, mas estava rindo.

— Viu?! Agora estamos quites!- Nico sorriu — Tchau, amigos! – Ele montou na Sr.ª O’ Leary e desapareceu nas sombras.


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Notas finais do capítulo

Queridos leitores, gostaria que me ajudassem a criar uma apelido para Bryan,porque vocês sabem que Annabeth adora chamar as pessoas por apelidos:) E como não tive nenhuma ideia genial até agora, achei que vocês, meus lindos leitores, poderiam me ajudar. Podem?
Obrigada a todos vocês leitores por lerem esse recadinho, espero que me respondam!
Beijinhos.