Minutos antes...

- Ei, Lily... Lily! – chamava James, enquanto corria pelos corredores atrás de Lilian. – Lilian! Caramba, para de correr!

- Me deixa em paz, James! – ela gritou, enquanto ainda corria. Estava ficando cansada, mas queria correr, queria ficar sozinha.

- Lily! – ele gritou, e finalmente conseguiu alcança-la.  Segurando firmemente em seu braço e olhando em seus olhos, perguntou: - O que houve, Lily? O que eu fiz?

- Nada, James! E é isso que me estressa! – Lily soltou, seu olhos se enchendo de lagrimas.

- Por que? – foi à única coisa descente que ele conseguiu falar.

- Eu não sei! Isso tudo está me estressando! – gesticulava ela enquanto falava. Algumas lagrimas escapavam de seus olhos, já vermelhos e um pouco inchados.  – Ai! – falou, pressionando a cabeça com força. – Droga! Essa enxaqueca está me matando!

- Calma, Lily. Voce está muito nervosa. – disse James, a abraçando.

Lily estranhamente se rendeu ao abraço e retribuiu-o rapidamente, soltando alguns soluços ocasionais. James apertava-a com força, parecendo querer tirar toda a angustia de Lily com aquele abraço. Lily murmurava coisas inaudíveis enquanto tinha a sensação das mãos e braços de James em si. Uma das mãos de James acariciavam o cabelo dela levemente, como se estivesse tocando num tecido de seda frágil.

- Calma, Meu Lirio. Vai passar. – murmurou James, sua mão passava pelas costas dela, querendo consola-la. A dor de Lily era a sua dor também, e vê-la assim estava o matando.

Lily fungou, um pouco mais calma.

- Vem, Meu Lirio, vamos pro dormitório, vou pôr você pra dormir. Você está precisando de um descanso. Ai amanha você vai estar novinha em folha.

- Ok. – ela suspirou, bem mais calma, limpando os resquícios de lagrimas.

- Vem, vamos.

Eles caminharam abraçados até a Torre da Grifinória em silencio. Não tinha o que falar.

Ao chegar a Torre, passaram direto pelas pessoas e subiram, diretamente para o dormitório de Lily.

Lily de repente, ficou meio tonta e se agarrou ao braço de James, quase caindo na escada.

- Ei, Lily! – falou James, assustado, segurando a garota com força.

- Ai. – ela falou com a mão na testa. – Eu to bem, James, pode deixar. Vem, vamos continuar a subir.

Assim como veio a tonteira, ela passou. Rápida.

Antes de chegarem ao topo da escada, passou uma garota com uma torta de rins na mão, comendo-a. Ela passou ao lado de Lily e a reação foi imediata.

Lily arregalou os olhos e pos uma mão na barriga e outra na boca, para logo depois continuar a subir correndo as escadas. Escancarou a porta do dormitório e foi direto pro banheiro. Chegando lá, ela agachou-se na frente do vaso sanitário e pôs o que comeu na janta pra fora.

James chegou logo depois. Ele foi atrás de Lily e segurou seu cabelo enquanto esperava ela terminar. Não era uma cena bonita de se presenciar, mas... O que a gente não faz por quem ama?

- Amor... – começou ela, pálida. – Eu e-eu acho que... – ela respirou fundo, enquanto ele ajudava-a a se levantar. – Eu acho que estou gravida. – ela confessou, sem olhar para os olhos dele.

- Como? – James perguntou, estático.

- Me conte mais sobre essa “pequena Ninfa”, prima do Sirius, amiga de vocês e no futuro, casada com um amigo de vocês. – pediu Remo, se endireitando na poltrona em que estava sentado.

- Assim eu fico com ciúmes, hein Remo. – brincou Dorcas. Mas toda sua brincadeira (N/A: O ditado que eu conheço é “mentira”, mas ignorem. Alias, nem sei se isso é um ditado e se é “mentira”, mas ignorem também.) tem um fundo de verdade.

- Bom, ela é atrapalhada, desastrada, super divertida... – dizia Harry, enumerando as características de Ninfadora.

- Com tantos elogios um dia eu quero conhecer essa garota. – brincou Remo.

- Você vai conhecer. – disse Gina, misteriosamente.

- Entao, - começou Hermione, para interromper o silencio. – vamos dormir? Já está tarde.

Como não tinham mais nada para fazer – nem falar – eles concordaram e saíram da Sala Precisa.

- Ei McKinnon. – chamou Sirius, indo pro lado dela.

- Sai fora, Black. – ela disse, friamente.

- Sabe, - ele começou, ignorando a fala dela. – não é assim que se trata um amigo...?

- Você não é meu amigo.

- Colega?

- Não.

- Namorado...? – ele perguntou com um sorriso malicioso.

- Hãm... – ela parou, fingindo pensar. Em seguida, se virou para Sirius com um sorriso malicioso parecido e o puxou pela camisa. – Tem razão. Vem cá. – e o beijou.

(N/A: Cena confusa, não? Mas vou explicar: era apenas uma brincadeira deles.)

- Como? – James perguntou, estático.

- Como? Eu vou te dizer “como”! – Lily disse, raivosa.

- Ei, calma! – James saiu de seu transe. – Eu apenas me assustei. – ele contou. A ideia sendo digerida em seu cérebro. – Pais... Nós vamos ser pais! – ele disse, sem demostrar emoções.

- Não, James! Nós vamos ser titios. – Lily sorriu sarcasticamente.

- Pais! – ele gritou, com o sorriso quase imperceptível aumentando. Abraçou Lily fortemente, a girando no ar. – Lily! Meu Lirio, nós vamos ser pais! – Lily não sabia se o sorriso bobo de James ou o seu próprio era maior. – Nós vamos comemorar!

- Não, não, não e não! – Lily protestou. – Amanha nós temos aulas, não quero acordar parecendo um zumbi de tao cansada.

- Ah Lily…

- Sem “ah Lily”, James! Eu nao vou deixar!

- Ei! – James chamou a atenção dela, enquanto ela estava saindo do banheiro, já de dentes escovados e rosto lavado. – Qual será o nome do nosso bebê? – ele perguntou com os olhos brilhando.

- Não sei. Pergunte ao Harry qual ele prefere. Ele quem vai ganhar um irmão. – Lily fez pouco caso.

- Ok. – ele disse indo atrás de Lily que se preparava para deitar. – Posso dormir aqui?

- Só esta noite, ok?

- Ok. Entao, eu vou lá buscar o meu pijama e falar com o Harry. – ele disse, indo pra porta. – Volto já.

- Não demore, se não vai dormir no chão! – ela disse, se enfiando debaixo das cobertas.

- Ei Harry! – chamou James, ao chegar no quarto.

- Fala, pai.

- Tenho uma noticia para te dar e uma pergunta pra fazer. Vem aqui. – disse puxando Harry pro banheiro. Eles entraram e James trancou a porta.

- Pode falar.

- Bom, - começou James, passando a mão no cabelo – a Lily acha que está gravida. Ou seja, você não vai ser mais o único na família Potter. – ele disse cuidadoso. Harry olhou atentamente para o rosto de James, que tinha uma linha de alegria e euforia perceptíveis.

- Irmão mais velho... Três anos mais velho... Acho que posso sobreviver com isso. – ele deu um sorriso sincero no final.

- Que ótimo! – James quase pulou de alegria. – E nós concordamos que você escolhe o nome.

- Vocês não acham que está muito cedo para escolher nome? – Harry perguntou, com um sorriso divertido.

James deu de ombros. Harry soltou uma gargalhada.

- Vem pai. Quando for daqui a uns quatro meses, faça novamente a pergunta que eu te respondo.

Eles saíram do banheiro e deram de cara com Sirius sentado na cama.

- O que estavam fazendo no banheiro?... Sozinhos... – ele perguntou com um sorriso malicioso.

- Não enche, Sirius. Vai catar pulgas. – resmungou James, ainda com um sorriso que não conseguia esconder.

- Eu não tenho pulgas! – ele disse indignado.

- É o que você acha! – retrucou Harry, também com um sorriso.

- Ei! – Sirius disse, fingindo-se de ofendido.

- “Ei” nada! Eu sei que você gosta... – James deu um sorriso divertido e arqueou as sobrancelhas frenética e sugestivamente.

- Vai dormir, Viado! – Sirius disse emburrado.

- Não, eu estou bem, obrigado. – riu James.

- Ok, ok. Chega por hoje, por favor? – pediu Harry.

Sirius bufou e deitou em sua cama, pronto para dormir.

Harry riu, indo para a sua.

Já James, foi pra frente do espelho e viu sua imagem. Cantarolando uma musiquinha irritante, ficava mexendo no seu cabelo.

- Cala a boca, viado! – rosnou Sirius.

James cantarolou mais alto ainda e pegou o seu pijama no guarda roupa. Ele olhou para Sirius e gritou o ultimo verso da musica. Essa foi a única coisa que ele fez, antes de sair correndo ao ouvir o rugido de raiva de Sirius.

- Licença. Que estejam todas vestidas devidamente, por favor. Vou entrar! – ele avisou ao chegar enfrente a porta do dormitório de Lily. – To entrando! – ele fechou os olhos e abriu a porta. – Já entrei! – ele disse. – Todas vestidas?

- Sim, Jay. – Lily riu.

- Posso abrir os olhos sem ter o risco de levar um tapa?

- Sim, Jay.

- Você pode dizer outra coisa sem ser “Sim, Jay”? – ele perguntou, testando-a.

- Sim, Jay.

- Você vai me bater se eu continuar?

- Sim, Jay.

- Opa! Deixa eu ir pra minha nova caminha gostosa... – ele disse, arrastando Lily com ele.

- James! – ela gritou, rindo logo depois quando foi jogada na cama, com James por cima, beijando o pescoço dela. Aquilo estava fazendo cócegas.

- Arrumem um quarto! – gritou Marlene, jogando um travesseiro neles.

- Já estamos em um, se não percebeu! – James gritou, com o som abafado por estar com o rosto enterrado no pescoço de Lily.

- Eu quis dizer outro quarto! – ela retrucou.

- Não, obrigado, estou bem aqui. – James riu. – Cara, ela está parecendo o Sirius! – ele sussurrou para Lily. Ela riu.

- Vem, vamos dormir de uma vez e deixar a Lene mais calma.

- Isso ai! Deixar a Lene mais calma! – pediu Marlene de sua cama.

- Ok, ok. – James rendeu-se, saindo de cima de Lily e deitando ao seu lado. – Boa noite, Meu Lirio. – ele sorriu e se aproximou mais ainda, se é que é possível e sussurrou: - Cuida bem do nosso bebê, meu amor.

- Pode deixar. – a ruiva sorriu, sentindo a sonolência tomar conta de si. – Boa noite... Meu James. – ela se agarrou a James e se entregou aos braços de Morfeu.