Eat Me escrita por bruna_soave


Capítulo 18
Máscaras




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- Mandou me chamar? - Perguntei assim que adentrei no quarto de Dougie. Até então, eu nunca havia entrado.

Era um quarto normal, muito parecido com o meu, só que com cores mais escuras. Haviam vários quadros pendurados nas paredes, e muitos modelos de violinos numa imensa estante.

- Sim. - Ele disse. - Tenho algo para você.

Caminhei lentamente até ele, que estava sentado em sua cama. Ele se levantou, indo até uma mesa e pegando uma caixinha.

Ela a deu para mim, e eu a abri, revelando um lindo colar de rubi, cravejado de diamantes.

- Dougie... - Sussurrei, enquanto ele pegava o colar de minhas mãos e o colocava em meu pescoço. - É magnífico.

Encarei meu reflexo num espelho, observando o quão lindo aquele colar ficava em mim.

- Antigamente, ele pertencera a uma grande amiga minha. - Ele disse, também olhando o colar em meu pescoço. - Agora é hora de você usá-lo.

Me virei para Dougie, o olhando intensamente. Ele estava diferente esta manhã, e eu não sabia bem o por quê. 

- Eu quero vê-lo. - Eu disse. Die ergueu uma sobrancelha, em dúvida. - Quero ver sua forma real.

Dougie então compreendeu, abaixando o olhar.

- Não. - Ele sussurrou. - Não vou deixar você ver o montro por baixo dessa carcaça.

Eu teria rido, se não soubesse o quanto isso o machucava. Mas eu queria ver, eu precisava ver. Segurei em suas mãos, o fitando.

- Por favor. - Pedi. - Deixe-me ver a sua alma. Sei que ela brilha tanto quanto a minha.

Die sorriu de leve, soltando minhas mãos e ficando de costas.

De repente, tudo mudou. O lugar que estávamos agora era como uma dimenção negra. Dougie ainda estava de costas, mas estava mais alto.

- Onde estamos? - Perguntei, olhando pros lados.

- Você não queria me ver de verdade? - Ele perguntou, a voz mais grossa. - Pois bem.

Então ele se virou. Seu rosto continuava o mesmo, digo, no formato, porém mais pálido. Seus olhos eram maiores, completamente negros. No lugar do nariz, dois pequenos pontos agora estavam. A boca era fina, e seus dentes eram todos pontudos. Seu corpo era esguio, e suas mãos maiores. Os cabelos, vermelhos como fogo, estavam soltos, compridos. 

Não tive medo. Embora ele não parecesse mais humano, não era em todo pavoroso. Só era... diferente.

Me aproximei dele, como dizendo que eu não tinha medo dele. Ousei tocá-lo na face, e ele permaneceu imóvel. Surpreendi-me ao escutar as batidas de seu coração, fortes e aceleradas.

- É disso que você se esconde? - Perguntei, analisando seu rosto. - Não é tão assustador. 

Dougie sorriu, mas seu sorriso não era mais doce. Seu sorriso estava mais aberto, era um sorriso mais esperto. Me encolhi um pouco.

- Não é uma coisa bonita de se ver. - Ele disse, a voz grossa.

- Para o resto do mundo. - Disse, pegando em suas mãos, que eram o dobro das minhas. - Para mim, é perfeito.

Suas mãos apertaram as minhas com mais firmeza. Eram geladas, o que me fizeram ter um certo arrepio.

- Você é otimista demais. - Ele sussurrou, a voz que eu conhecia voltando novamente. Olhei para suas mãos, também voltando ao normal. Quando subi meu olhar para o seu rosto, ele voltou a ser o Dougie que eu sempre conheci. Estavámos em seu quarto, ainda na mesma posição.

Meu coração batia fortemente, bombeando sangue para minhas veias. Corria quente, vivo. Me estiquei na pontas dos pés, aproximando meu rosto do de Dougie.

Minha respiração, já falha, parou quase completamente assim que meus lábios encostaram nos dele.

Nunca tinhamos tido aquele toque tão... íntimo. Die passou suas mãos pela minha cintura, me puxando mais contra si. Dei espaço para a língua dele. 

Nossas línguas dançavam dentro da minha boca. Meu coração parecia querer parar, e eu tinha pequenos flashes do Dougie humano e do Dougie demônio.

Eu gostava dos dois.


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