Quando tive alta, fui para a escola e minha mãe me levou. Cheguei na escola e ninguém falou nada comigo... Pensavam que eu não queria que eles chegassem perto de mim, mas na verdade eu precisava de alguém para conversar. Em todas as aulas eu sentava na janela, olhava para cima e para baixo, imaginando como é morrer... Sabia que chegando em casa eu teria uma conversa com meus pais, mas deixei isso de lado.
               Na hora do almoço, passei pela cantina e vi os amigos de Carmen acenarem para mim e me chamarem, mas neguei e fui direto para o jardim e sentei embaixo de uma árvore gigante com umas folhas lindas e maravilhosas, fiquei pensando que quando eu for morrer, eu iria ver Carmen de novo ou não? E fiquei imaginando, até que escuto alguém chegando perto de mim:
               - Oi! - Sentou-se Carlos ao meu lado - Lugar muito confortável, não?
               - É, era onde eu e a Carmen ficavamos depois de almoçar! - Percebi que ele se calou e eu fiquei olhando para o céu nublado...
               - Sabe, você foi a primeira pessoa que Carmen quis fazer amizade... Todos os seus amigos sempre tiveram que puxar assunto para ela se enturmar com eles... - Ele olhou para mim, e eu virei o olhar.
                - Será que quando eu morrer eu vou ver ela de novo?! - Sem quere mudei de assuntro, mas ele aceitou e se encurvou um pouco e disse:
                - É claro que sim! Você e Carmen eram pessoas boas, por mais que Carmen tivesse aquela fama de pegadora... Era uma boa menina! Tenho que dizer que já quis ficar com ela. - Nessa hora virei imediatamente para ele e me esqueci que Carmen estava morta.
                - Sério?! - Eu disse entusiasmada...
                - Sim! - Ele concordou com a cabeça.
                - Meus Deus! Preciso contar para a Carmen... - Só nessa hora percebir que ela não estava mais presente aqui comigo...
                 - Hey! Olhe para mim!         Fique tranquila, ela está em um lugar bem melhor, você não acha? - Concordei com a cabeça e fiquei olhando as folhas das árvores cairem, até que Carlos voltou ao assunto - É, e tenho que te disser que não posso mais confiar em você! Você já iria correndo contar para ela, não é? - Tenho que dizer que isso me deixou feliz.
                 Quando eu estava indo para minha sala de Artes Cênicas com a Sra. Borges, Carlos me encontrou e me contou uma notícia:
                  - Estou na sua aula de Artes Cênica, Visuais, Quimíca e História... - Sorri para ele.
                  A Sra. Borges começou a explicar o teatro grego e sobre a história de um rei ou princípe de Tebas e mostrou como é que esse princípe se tornou rei, respondendo uma pergunta de uma serpente enorme, a pergunta era: Qual é o animal que de manhã anda de quatro patas, de tarde, de duas patas e de noite, de três patas?
                  Ela olhou para Gabriella e ela respondeu:
                  - Não existe! Que tipo de animal anda assim?! - A professora olhou e apontou para vários alunos e eles não souberam responder.
                  - Você sabe, Annie? - Carlos perguntou para mim.
                  - Annie, acho que você sabe, não é? - Não hora que eu ia falar com o Carlos a professora me interrompeu.
                  - Err... - Fiquei na dúvida e finalmente respondi. - O ser humano!
                  - De repente a classe toda se virou para mim, e eu fiquei como se fosse um alienigêna ou um experimento perigoso.
                  - Por quê? - A professora perguntou ansiosa.
                  - Porque a manhã significa o começo de sua vida enquanto o ser humano é bebê, a tarde é quando ele se torna adulto e esta começando a ter uma vida própria e a noite é o final de sua vida enquanto ele se torna idoso... - Falei tudo sem pensar.
                  - Parabéns, parabéns! Por isso mesmo que você vai ganhar um prêmio! - Ela retirou da bolsa um mini-troféu e todos me aplaudiram! Fazendo me esquecer completamente de Carmen!