Quando voltei para o hospital, paguei o motorista do taxí e entrei, comprimentei a moça da recepção e fui para o meu quarto... Quando entrei vi que havia um monte de petúlas de rosas espalhado pela minha cama, e um bilhete... Era de Carlos!

"Annie... Me desculpe, mas eu estava muito preocupado com você, esperei você voltar, mas você não voltou... Me perdôe se eu fiz alguma coisa... Mas não fique brava comigo! Carlos "

- Eu nunca ficaria brava com você... - Murmurei para mim mesma.

Quando vi a porta abrindo, sabia que era a Alice... Ela havia me consultado que tinha marcado hoje os exames...

- Oi! Como você está?! - Ela viu as petúlas espalhadas na cama.

- De Carlos! - Falei antes que ela perguntasse.

- Bem... Meu irmão sempre foi assim, mas vamos então! - Balançei a cabeça e acompanhei ela até as salas... Nem me lembrei de quantos exames eu fiz, mas só um que Alice me falou, a tomografia. Depois que fiz os exames, fui para o meu quarto onde havia comida ao lado da minha cama.

- Posso conversar com você?! - Perguntou a Alice entrando em meu quarto... Concordei com a minha cabeça, pois estava com comida em minha boca... - Quero saber se você e Carlos... Transaram... - Ela perguntou sem graça.

- Sim! - Respondi rápido.

- Bem... Então acho que você não vai gostar dessa resposta... - Eu a interrompi.

- Espera! Não é o que eu estou pensando, é?! - Ela me encarou e respondeu:

- Você está grávida! - Ela continuou em pé.

- Como?! - Perguntei apavorada.

- Há dois meses, você estava grávida! - Ela respondeu séria.

- Mas há dois meses eu estava... Nossa, mas eu usei camisinha.

- Annie! Usar camisinha, não significa não ficar grávida... Talvez você e o meu irmão nem sabia como usar!

- Mesmo assim, eu não... - Ela me interrompeu.

- Não precisa ficar brava! - Eu a encarei e coloquei uma mão em cima dos meus poucos cabelos...

- Não estou brava porque tem uma alma dentro de mim e sim porque eu posso morrer e eu não quero morrer e levar uma criança comigo! Entende?! - Ela sentou-se comigo.

- Eu entendo. Então quer que eu fale para os seus pais que é melhor você fazer um abordo?! - Eu hesitei.

- Não! - Falei decidida. - Eu quero essa criança, mas quero que ela viva!

- Está bem, então! - Ela saiu do meu quarto.

Relaxei e me deitei na cama, estava cansada e não sabia como Carlos e minha família iriam aguentar.