Quando meu pai me abraçou ele se despediu e foi ver a mamãe... Estava feliz, mas eu devia fazer mais alguma coisa, falar com a mãe de Carmen... Eu não estava pronta para outra conversa, mas eu tinha que ir! Nossa ia ser difícil... Fui me deitar para ver se relaxava, mas não deu certo... Fiquei a noite toda acordada pensando no que falaria para mãe dela... Será que ela iria me matar?! Quando acordei, era 6:30hs... Fui para o banheiro e tomei um banho, a água quente aliviou as minhas tensões das minhas costas.

Saí do banheiro com os poucos cabelos pingando gotas no chão e vesti uma calça preta com uma blusa com mangas compridas, a cor era roxo, parecendo cor vinho... Abri a porta do banheiro e lá estava Carlos com flores na mão direita...

- Uau! Para quê flores?! - Ele veio em minha direção.

- Pensei que você gostaria de rosas! - Só agora fui perceber que eram rosas, minhas flores preferidas e as de Carmen!

- Obrigada! - Peguei as flores.

- E aí?! Como foram os exames?! - Ele perguntou olhando para mim.

- Não... Não fiz, os exames... - Ele pareceu chocado.

- Por quê?! - Sua voz estava suave e despreocupado.

- Não quis! Também conversei com o meu pai ontem... - Ele ergueu uma sobrancelha. - E é porque... Ah... Eu preciso ir a um lugar hoje Carmen pediu! Você precisa conversar com a minha mãe para saber o que aconteceu ontem.

- Não vai dar! - Eu o encarei colocando um cinto em minha cintura.

- Por quê?! - Perguntei ansiosa enquanto ele colocava a mão na cabeça pensando no modo de dizer.

- Sua mãe e seu pai não voltaram ontem, porque parece que foram... Bem... Para o motel! - Meus olhos arregalaram.

- Nossa... Bem... Eles... Tá legal! Depois eu explico, preciso fazer alguma coisa... - Falei com medo.

- Aonde?! - Eu estava torcendo para que ele não perguntasse isso.

- Procurar alguém! - Ele não pareceu convencido, mas perguntou outra coisa.

- Você disse Carmen?! - As palavras tentavam fugir da minha cabeça, pensando em uma desculpa.

- E... Ahn... Eu fa-falei Carmen?! - Descobri que tinha gaguejado.

- Tá bom! - Ele cruzou os braços - Não quer contar? Beleza! Depois converso com você. - Ele bateu a porta do quarto com força.

- Droga! - Murmurei para mim mesmo. Saí do quarto com a minha carteira e coloquei no bolso de trás. Pedi um taxí e ele veio rápido. Quando cheguei na hospital onde a mãe de Carmen estava... Entrei e ouvi uma garota gritando veio uma louca. Fui na recepção e uma mulher levou um susto ao me ver... Deve ser porque eu não pareço uma...

- Deseja alguma coisa?! - Eu olhei para ela com um meio sorriso.

- Sim! Eu procuro a mãe da minha amiga... Lucida Alison Queiroz! - Nossa! Eu nem sabia o nome dela, será que era a Carmen.

- Bem... Aqui diz que ela não pode ver ninguém e... Sua amiga é a Maggie?! - Ela sabia que Carmen estava morta, mas não quis falar nada, não respondi a pergunta,

- Tá, mas preciso falar com a Lucida agora! Eu preciso falar e conversar com ela, eu sei que ela esta se comportanto muito mal aqui! Mas se me deixar falar com ela, ela ficará bem melhor! - De novo era Carmen que falava no meu lugar.

- Mesmo assim! Eu não posso... - Ela pareceu chocada, mas não baixou a guarda.

- Por favor! - Ela passou um bom tempo sem falar nada, mas concediu o meu desejo.

- Siga-me, por favor. - Eu segui ela e paramos em frente a uma porta com um guarda. Ela conversou com o guarda e ela me deixou entrar. - Entre e, sente-se... Aguarde alguns minutos. Aguardei e ouvi uma voz no meu subconciente.

- Fique quieta e não se preocupe com o que tem que falar, fique apenas quieta... E só abra a boca quando eu ordenar! - Sabia que era a Carmen. Entrou a sua mãe com o cabelo todo bagunçado e com algemas nos pulsos.

- Fique sentada! - O guarda falou para ela com uma voz bem séria.

- Você terá alguns minutos, caso queira sair é só avisar. - Para mim o guarda falou tranquilo.

- O que você quer?! Amiginha da Carmen... - Eu iria falar alguma coisa, mas não falei nada, até que Carmen falou por mim.

- Calada! Você sabe porque eu vim e se quer saber mamãe, eu não quero que você se sinta mal, mas o que você comigo foi horrível... - A mãe dela me interrompeu, na verdade a Carmen.

- Carmen - Ela apoiou-se na mesa. - Uma penina você der partido, não é?! - Senti a raiva de Carmen em minha veias. - E porque está usando o corpo dessa jovem, hein?!

- Cala a boca, eu não me importo de usar o corpo da minha amiga... E além do mais, eu odeio você e só uma pergunta por que você me vendeu?! - Ela pareceu chocada.

- Bem... Eu precisava de dinheiro, mas por que eu vou me importar com você, você já era mesmo uma prostituta...

- Olha eu... Quer saber mesmo o que eu sinto por você?! - Carmen iria matar sua mãe com o meu corpo, mas eu a impedi, quando ela e eu subimos em cima da mesa.

- Carmen! Para! Ela não tem culpa de ter feito isso com você, ela era drogada, por favor! Ela é a sua mãe! - Falei para mim mesma com esperança que Carmen iria escutar... E escutou.

- Olha mãe, me perdoa, eu não quero lhe ferir... Mas... Eu tenho raiva de você ter me matado sem culpa, mas eu não quero que fique aqui, quero que se cure e viva de novo, só que se valorize... Por favor! Eu esto morta e a única coisa que posso fazer é pedir... Por favor! - Carmen tinha me escutado e sinceramente sua mãe começou a chorar e eu também, sem perceber...

- Desculpe-me, eu também não gostaria disso para você, me perdoe... Eu faço qualquer coisa... Juro! Por favor me perdoe! - Carmen e eu nos levantamos para dar um abraço nela...

- Desculpe! - Carmen sussurrou para mim, na minha mente...

- Sem problema! - Sussurrei para ela.

- Me prometa, mãe! Que vai se curar e continuar uma vida nova!

- Eu prometo! - Agora eu me sintia com a minha missão comprida na Terra...