Amigas Inseparáveis escrita por Rafaakis2
Quando acordeinjá era provavelmente ás 16:53hs, estava muito cansada, mas de repente escuto a maçaneta da porta girar e vejo Alice.
- Boa tarde, dorminhoca! - Ela olha para mim com um longo sorriso.
- Boa tarde... - Eu sou interrompida por minha própria barriga.
- Ah! É verdade, você não almoçou, não é?! - Eu balançei a cabeça se referindo á um "não" - Bem... Sendo assim gostaria de comer alguma coisa?
- Bem, eu gosta... - Sou interrompida pelas vozes de Carmen que surgem em minha mente.
- Annie? Annie?! Annie! - Só escutei a grossa voz de Alice e percebi que estava mergulhada em minha mente.
- Oi! - Digo rapidamente.
- Tá tudo bem?! - Eu a encarei e decidi falar:
- Preciso falar com a minha mãe! Dá para remarcar? - Eu disparo para a porta.
- Bem... Dá sim, mas o que você vai fazer?! - Abro a porta.
- Vou fazer uma coisa que já devia ter feito a muito tempo! Falar com o meu pai! - Saio do quarto e vejo minha mãe na recepção.
- Mãe?! - Ela olha para mim e corre para os meus braços.
- O que você está fazendo aqui?! Devia estar fazendo os exames! - Olhei para ela com uma cara de decepção.
- Cadê o papai?! - Mudei logo de assunto. Ela olhou para mim com uma cara de triste.
- Ele está trabalhando! - Sua voz era severa, mas estava falhando.
- Chama-o! - Seus olhos ficaram trêmulos de medo. Ela tentou abrir a boca, mas eu não deixei.
- Depois dessa conversa ou dialógo, eu voltei para o meu quarto do hospital e imaginei o que Carlos estaria fazendo, fiquei imaginando essas coisas que perdi a noção do tempo... Logo após escutei uma batida na porta do quarto.
- Entre! - Afirmei.
- Você queria conversar comigo? - Pergunta o meu pai confuso.
- Sim! - Ele bateu a porta.
- Então fale! - Falou ele em um tom ganancioso e ignorante.
- Por que você é assim?! - Ele me encarou com uma leve cara de preocupação.
- Como?!
- Não seja ridicúlo! - Ordenei, por que será que estou assim?! - Quero que sente a sua bunda na cadeira agora mesmo! - Pareceu mágica! Todas as palavras estavam na minha mente.
- Como você ousa falar assim comigo?!
- Como?! - Engraçado, você é o "palerma" que tem uma filha com câncer e nem se quer aparece nos exames ao lado dela!
- Eu tenho que trabalhar! - Ele falou sério.
- É mesmo?! - Sabia que algumas vezes prefiro estar morta do que ter um pai ignorante como você?! - Nossa, essa doeu até em mim.
- Não fale assim! E nem repita...
- Vou morrer, vou morrer e vou morrer - Irritei
- Olhe, eu preciso trabalhar do que perder meu tempo com você! - Então eu vou ter que magoa-ló mais ainda, beleza.
- Então vá! Me deixe aqui, vou morrer mesmo e não se preocupe, a sua "perda de tempo" não estará mais aqui! - Ele se virou rapidamente para mim, para me dar um bom tapa na cara, mas ao invés disso, ele falou algo que doeu.
- Você é insuportante, eu não aguento mais você! Você é mimada, irritante e egoísta! - Aquilo me deu nos nervos.
- Então se eu sou assim, é porque eu aprendi com alguém, não acha?! - Uau! Eu não sabia que tinha essa potencial.
- Olhe e preste atenção! Eu... - Ele apontou o seu dedo na minha cara, mas eu o interrompi:
- Escute-me, por favor! - Berrei. - Não sei por que você é assim... Minha mãe, sua esposa, adoraria passar somente uma noite com você ou apenas ficar perto, gostaria que antes de ir embora, você e os outros vivessem em harmonia... É ruim tanto para mim, pois nunca tinha falado nada para você e hoje só peço que fique do meu lado até eu morrer e ir em paz! - Ele pareceu chocado.
- Quer saber por que eu sou assim?! - Ele estava mais tranquilo.- Meu pai e minha mãe me forçaram a me casar com sua mãe, eu sei que ela me ama, mas eu não... Depois nós todos tivemos uma boa perda de dinheiro quando seus irmãos nasceram... E agora isso! - Ele tampou o rosto com as duas mãos.
- Primeiro, não precisa se preocupar comigo! Vou partir feliz, segundo, não temos mais perda de dinheiro, temos? Não! Terceiro, a mamãe não te merece, mas você a merece, por mais que não a ame ou a queira.
Ele ficou chocado e não falou mais nada, logo após de muito minutos, pareceu que ele refletiu, mas depois ele percebeu que estava errado e me deu um abraço bem apertado e percebi que estava arrependido...
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