Experimentei o vestido e tenho que dizer que eu fiquei lindo com ele, o vestido era todo branco, ele cobria meu pescoço e minhas pernas, com mangas compridas, e um véu que arrastava no chão, era lindo demais... Sempre sonhei com isso, minha avó me dava de presente livros de contos de princesas, que elas sempre se casavam com lindos vestidos brancos compridos e um lindo véu que arrastava no chão...

- Nossa! Eu adorei! - Falei para minha mãe com lágrimas nos olhos.

- Que isso, filha! - Minha mãe enxugou uma lágrima que corria vagamente pela minha face.

- Eu achei mesmo lindo, sério mesmo! - Percebi que estava sendo uma idiota e que a minha mãe já tinha entendido.

- Bem... Parece que nós duas já estamos preparadas para o seu  casamento... Quer ir almoçar comigo? - Minha mãe perguntou cheia de esperança, mas sinceramente eu não estava disposta para almoçar.

- Ah! E... Eu gostaria, mas não posso, na verdade estou meio cansada... Pode ser outro dia? - O rosto dela de alegre passou para triste.

- Está bem! Claro! Quem sabe pode ser outro dia... Te vejo daqui a pouco, está bem? - Balancei a cabeça enquanto ela saia do quarto.

Suspirei e fui para o banheiro pentear o meu cabelo que na verdade estava seriamente sem nada, meu cabelo que antigamente eu pensava em ser uma droga... Era maravilhoso... Mas meu cabelo estava caindo e gostaria de ter uma ótima mágica para eles voltarem... Tomei um copo de água e fui me deitar... Estava tão tranquila... Até que de repente vejo uma névoa, me rebati contra ela e vi Carmen, ela estava em um balanço... Quando todo aquele esplendor juro que pensei que fosse estar morta.

- Oi! Eu mo-morri? - Gaguejei, perguntei olhando para ela com os braços em minha cintura.

- Não! Por enquanto, mas... Uau! Você já vai se casar... - Ela fez uma pausa olhando para suas pernas com um biquinho. - Tenho que disser que para uma principiante, você arrassou, gata!

- Valeu! Queria que você podesse estar me olhando ou estar presente ao meu lado na hora do casamento... Vou estar nervosa! - Sorri para ela trêmula.

- Ué! Eu vou estar, mas você não vai me ver! Mas quem sabe se você quiser... Poderá me sentir! - Nos duas rimos.

- Queria ter tempo para o natal, o dia do ano que eu sempre quis passar juntos perto de amigos e é o único dia que me sinto feliz eternamente! - Ela me encarou.

- Quem sabe você possa! Só desejar! - Ela olhou para o céu nublado e fechou os olhos.

- Mas... Eu desejo! Todos os dias... Mas se você diz, então é isso! - Minha frase no indicativo (certeza) cortou o puro silêncio entre nós duas.

- Queria que você fizesse uma coisa para mim! - Ela olhou com um esplendido sorriso no rosto.

- O quê?! - Perguntei ansiosa.

- Quero que vá ver minha mãe! - Meu coração pareceu estar na minha garganta - Quero que converse com ela e não se preocupe, você vai saber o que dizer! - Ela deu um leve sorriso.

- Por quê?!

- Não interessa, na hora se vai entender tudinho, mas antes quero que acorde e converse com sua mãe para ligar para o seu pai... - Tentei interrompe-lá, mas ela não deixou. - E quero que faça o seu pai enxegar tudo o que sua mãe enxerga e ele não...

- Você é maluca! - Falei olhando severa para ela.

- Não sou, apenas quando quero! - E só isso que ouvir...