Edward tencionou e assim que percebeu, Rose rosnou, abraçando protetoramente Amy. O mais estranho era que a menina se esticava para olhar pra Seth também.

-Não! Não a minha bebê! Não Amy! - Rose grunhiu, sua voz assumindo um tom assustadoramente ameaçador.

A partir daí, tudo aconteceu muito rápido: Alexander me colocou atrás dele e acenou para Alice, que veio até mim e me afastou até o ponto mais distante da sala. Rosalie parecia que tinha enlouquecido e virado uma assassina psicopata de repente, Esme tirou uma Amy ansiosa dos braços dela enquanto Bella tentava acalmar Rose. Bella não estava exatamente tendo êxito em detê-la -Algumas vezes, os dentes afiados de Rosalie chegavam perigosamente perto do rosto dela, mas no ultimo segundo, Bella a imobilizou.

Emmett parecia tão zangado quanto ela, a diferença crucial era que ele era bem mais assustador e bem mais difícil de deter – Edward, Carlisle e Jasper tentavam segurá-lo enquanto ele avançava para o pobre Seth, arrastando todos que o tentavam deter. As situação só melhorou quando Alex me deixou com Alice e foi segurar Emmett – Ele era quase tão alto quanto o mesmo e conseguiu pará-lo.

Pude notar quando Jacob se moveu – Ele tinha afastada Renesmee da confusão, assim como Alex havia me afastado, podia ver a irritação nos olhos de Nessie – Ela não queria ser considerada frágil. Jacob agora segurava o braço de Seth e se colocava entre os vampiros e ele, de uma forma protetora, quase paternal.

-Me larga, Bella! Eu vou matar esse cachorro! - Rose se debatia, arrancando uma lamúria de Bella: Deveria estar difícil segurá-la sozinha. Alice saiu de perto de mim, sussurrando um “fique aqui” e foi ajudar a amiga.

-Seth, é melhor que sairmos daqui. - Jacob falou sério, puxando Seth pelo braço.

-Mas, Jake... Ela... É ela... - Seth falava de um jeito estranho, encantado com a garotinha que o fitava de volta. Rose e Emm rosnaram ao mesmo tempo.

-Vamos, garoto. Dê uma folga para o único neurônio da loira. - Jacob murmurou, fazendo Rose rosnar ainda mais alto. Me arrepie com o som ameaçador.

De um jeito meio estranho, Jacob teve que quase arrastar Seth da casa, só depois de um bom tempo que eles saíram, Jasper foi se por entre Rosalie e Emmett – que ainda eram segurados, tocando o ombro dos dois ao mesmo tempo. Eu sabia o que ele estava fazendo: Controlando os sentimentos deles, acalmando-os com seu dom, não parecia estar fazendo um efeito rápido, mas dava pra perceber que eles estavam mais racionais, pelo menos.

-Nem pense nisso, Jazz! - Alice repreendeu. Jasper levantou uma sobrancelha.

-Faria uma diferença e tanto, Alice. - Jasper tentou dissuadi-la. Mas ela sacudiu a cabeça, negando o que quer que ele estivesse pensando em fazer.

-O que ele quer? - Bella perguntou curiosa. Rose tentou forçar mais uma vez, a fazendo ficar mais atenta.

-Quer que Sophia toque nele para ajudá-lo. - Edward respondeu intrigado com a ideia, assim como eu fiquei. Dei um passo a frente, queria ajudar.

-Não. Definitivamente. - Alex falou, fazendo um gesto para que eu voltasse, coisa que não era muito fácil, levando em conta que ele era o que impedia Emmett de continuar a enlouquecer.

-Eu quero ajudar! - Eu disse, continuando a andar devagar. Alice fez uma careta frustrada.

-É seguro Alice, você sabe. - Edward apoiou. Jasper leu algo no rosto de Alice e fez um gesto com a cabeça, me impelindo a ir até ele. Eu dei alguns passos até ele, passando por Alex, que me olhava de um jeito protetor, não pude evitar de sorrir pra ele.

-Ponha a mão no meu ombro, por favor. - Ele pediu, concentrado. Eu o fiz e ele suspirou, parecendo satisfeito. Senti uma onda de calma passar por mim, como se eu tivesse tomado um calmante ou algo assim.

Não aconteceu só comigo, mas também com todos na sala: Todos pareceram relaxar visivelmente, ate a menininha e Esme que estavam mais afastadas pareceram ficar menos ansiosas. Os gemidos assustados da menina cessando. Logo, os ânimos se acalmaram e os dois ficaram controlados, sentando até. Alex relaxou em pouco a postura, mas veio ficar logo atrás de mim, quase me tocando.

-Não adianta o que vocês acham sobre isso, eu vou matar aquele pulguento. - Rosalie falou após um suspiro frustrado. Esme lançou a ela um olhar ansioso, mas foi Carlisle quem falou.

-Rosalie, você sabe que isso não é algo que Seth pudesse ter controlado, acalme-se. - Ele disse sério e com aquele tom paternal. Carlisle simplesmente expirava respeito, como um pai.

-Não! Rose está certa! Aquele cachorro acha que tem algum direito sobre minha anjinha?! Ele que não pense isso, porque eu vou arrancar aquela pele inútil dele! - Emmett falou ainda zangado, ainda ameaçador, mas ao menos, racional. Jasper o alcançou, me levando com ele e pôs a mão em seu ombro. Emm se acalmou de um modo não-natural, parecia que tinha tomando um tranquilizante.

-Jasper! Pare com isso! Não importa se você está fazendo isso agora! Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que parar e nós vamos fazer o que temos que fazer! - Rose gritou, apontando furiosamente o dedo pra Jasper.

-Mesmo sabendo que irá ferir Amy? - Edward rebateu inesperadamente, fazendo os vampiros aborrecidos o encarar confusos.

-O quê? - Emm exprimiu sua confusão. Edward pareceu feliz em prender a atenção deles.

-Vocês sabem muito bem como isso funciona isso. Vocês já viram acontecer. Tecnicamente, eles foram feitos um pro outro. Você não ficaria, no minimo, desconfortável em matar o companheiro ideal da sua filha? - Edward falou contrariado, olhando pra Nessie, que ouvia tudo boquiaberta.

-Ok, eu não vou matar aquele sardento. Só vou fazer isso pelo bem da Amy. - Emmett falou contrariado.

-Rose? - Carlisle perguntou para Rosalie, que encarava Emmett.

-Eu não prometo nada, mas vou tentar não arrancar a cabeça dele fora. - Ela praticamente cuspiu com raiva.

-Ótimo, porque Amy ouviu tudo e está preocupada com Seth. - Edward comentou.

-A bebê está preocupada? - Não pude deixar de perguntar.

-Ela entende. É uma das características dos híbridos, a mente deles é bem mais avançada. - Alex explicou, logo atras de mim. Estremeci com a voz dele soando tão perto.

Rose levantou rapidamente e foi até Esme, pegando Amy. A menininha estava assustada e fitava de um jeito profundo o rosto da mãe.

-Não fique assustada, bebê. Mamãe esta aqui. - Rose arrulhou para a filha. Ainda sentado no sofá, Emm as assistia com um sorriso enorme.

Alex soltou a respiração, suspirando pesadamente e de um jeito aliviado. Eu mal pude deixar de me arrepiar quando o cheiro concentrado dele chegou até mim.

-Bom, acho que deveria levar Sophia daqui. Provavelmente ela já esteve em perigo o suficiente por um dia. - Ele falou, colocando a mão em meu ombro, que começou a formigar. Argh! Controle-se Sophia!

Depois de me despedir da já novamente harmonizada família Cullen, Alex me levou para o carro. Ele parecia bem aborrecido, eu decidi então ficar quieta e dar espaço pra ele. Mas não precisei disso.

-Desculpe por isso, quer dizer, por ter te colocado no meio do fogo-cruzado. Eu não tinha a menor ideia de que aquilo aconteceria. Foi imperdoável ter te colocado em risco. - Ele falou angustiado, quando entrei no carro.

-Hey, a culpa não foi sua! Aliás, aquilo não foi nada! Eu nem estava em perigo! - Discuti, tentando desesperadamente tirar aquela expressão do rosto dele. Ele sorrio um pouco e me olhou diretamente nos olhos, o que fez pra mim impossível desviar.

-Obrigado. Ainda acho que foi um erro imperdoável, mas obrigado. - Ele disse, dando a partida no carro.

Assim que Alex começou a dirigir e o ar-condicionado do carro mandou lufadas de ar com o cheiro dele, automaticamente comecei a relaxar – O estresse causado por uma quase- luta entre lobos gigantes e vampiros que podiam eventualmente serem letais não era motivo suficiente para me deixar inconsciente daquele cheiro. Lembrei de quando ele me abraçou e nos breves momentos em que eu pude realmente tocá-lo.

Deus, eu queria tanto fazer isso agora!...

-Então... Tudo bem? Quer dizer, você não está enjoada ou vai desmaiar, não é? - Ele interrompeu meus pensamentos, me olhando de lado, parecendo interpretar mal o jeito vidrado que eu o olhava. Corei automaticamente pensando em como deveria estar minha cara de boba.

-Oh, não duvide da minha capacidade de lidar com coisas estranhas... - Eu o tranquilizei, sorrindo de lado e ele retribuiu o sorriso.

-Ah, não... Mas seria perfeitamente aceitável que você entrasse em pânico ou algo assim... Tudo isso deve ser demais para se lidar...- Ele respondeu ficando novamente sério. Não gostei, queria continuar vendo aquele sorriso de antes. Quando ele fica nesse humor mais sombrio, também me afeta. Muito estranho.

-Por que você está aborrecido? - As palavras saíram sem minha permissão e eu mordi a língua. Ele olhou pra mim de um modo tão carinhoso e intenso que fez minha mão suar frio então, um solavanco repentino me fez perceber que havíamos chegado.

Me preparei para sair, mas fui presa por aqueles olhos dourados. Eu simplesmente não conseguia desviar. Ele continuou a me encarar por minutos ou horas até que um sorriso começou a se espalhar pelo seu rosto.

-Sophia... - Ele sussurrou, enquanto a mão gélida acariciava levemente o lado do meu rosto. Aquele gesto me fez querer fechar os olhos, mas eu não podia me privar de olhar pra ele, onde a ponta do dedo macia dele tocava, podia sentir um fogo intenso. O sorriso dele se alargou um pouco mais.

-Não, não estou aborrecido... Como poderia? - Ele completou. O que ele queria dizer com isso? Será que... Meu coração pulou uma batida e pareceu continuar mais rápido que antes. Quando ele falava assim... Eu poderia sonhar que ele me amava também, que ele também me queria.

-Por quê? - Perguntei antes de criar esperanças vãs.

Alexander não respondeu imediatamente e, pelo modo em que ele parecia perdido em pensamentos, não pretendia fazê-lo. Eu não me importava. Não enquanto ele me olhasse daquele jeito, como se eu fosse algo maravilhoso. Será que ele também sentia a corrente elétrica que vinha e voltava do meu corpo para o dele?

Então, para a minha total decepção, eu avistei o carro conhecido do meu tio na garagem, oque, numa tradução óbvia, dizia que ele estava prestes a vir acabar com a minha alegria. Com um suspiro pesado, abri a porta do carro e saí. A expressão de Alex claramente não era alegre quando ele saiu também.

-Obrigada. Você está sendo muito gentil comigo, estou até ficando sem graça com isso... Vão começar a pensar que você é meu chofer ou algo assim... - Brinquei, fazendo ele rir do comentário e fazer uma reverência.

-Quando quiser, senhorita. - Ele brincou de volta.

Me virei e comecei a ir em direção a minha casa, apressada para que Marco não me visse, as uma leve, fria e firme pressão em meu braço me parou, me fazendo ficar novamente de frente com Alex, porém agora, nossos corpos perigosamente perto.

-Você vai mesmo ficar bem? Ouça, se você estiver se sentindo mal, me diga. - Ele voltou a perguntar sério.

Queria dizer a ele que estava tudo bem, que não precisava se preocupar comigo, mas sinceramente, eu não conseguia forçar as palavras a saírem da minha boca.

-Sophia! - O grito rude veio de Marco, que estava na porta de casa. A pressão da mão de Alex em meu braço aumentou e, ao ver sua expressão enquanto ele encarava Marco, tive um pequeno surto de medo. Era exatamente a mesma expressão homicida que estava no rosto de Emmett mais cedo. Afaguei um pouco a mão dele, na esperança de acalmá-lo.

-Eu não gosto desse homem. - Ele praticamente rosnou, os dentes cerrados, ainda com o olhar assassino, que sinceramente me assustava.

-Hey! Nem eu, mas não é como se eu pudesse me livrar dele, não é? Quer dizer, ele é uma droga de tio, mas ainda é o único que eu tenho. - Eu tentei amenizar o clima, mas ainda assim mandando a mensagem implícita de “por favor, mantenha o controle”. Alex me olhou exasperado e parecia que ele estava tentando muito mesmo não brigar com meu tio. Precisava deixar isso mais fácil pra ele.

-Até logo. - Falei, me esticando o quanto pude para depositar um breve beijo na bochecha dele, vendo sua expressão surpresa que deixei em seu rosto e saí em direção ao carrancudo Marco que nos observava com os braços cruzados.

-Fazendo novos amiguinhos? - Ele perguntou do jeito metido que lhe era comum. Eu apenas me limitei a rolar os olhos e passar por ele. Pude ouvir o carro de Alex desaparecendo e com ele, meu bom humor.

-Ele é um Cullen, certo? - Marco continuou, me fazendo estancar e me virar pra ele surpresa.

-Como sabe? Aliás, isso não te interessa! - Repliquei ainda confusa com o quão bem informado ele estava. Ele riu, balançando a cabeça incrédulo.

-Ah, isso vai funcionar maravilhosamente bem pra mim... - Ele murmurou divertido.

-Não se meta! - Eu ameacei, esperando muito estar sendo convincente. Pelo sorriso de escarnio dele, não me saí muito bem. Ele continuou rindo enquanto me dava as costas e me deixava sozinha na sala.

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Certo, eu tenho toda a certeza de que minha vida não podeira ser mais estranha do que estava agora: Eu estava no banheiro enorme da minha impossivelmente linda e jovem tia-avó enquanto ela girava em torno de mim e me paparicava, me arrumando como se eu fosse sua barbie em tamanho real – Uns bons 15 centímetros mais alta que ela, para ser mais exata.

Ela passou muito tempo trabalhando em mim e me deixando perfeita para o tão esperado baile a fantasia, onde todos os Cullen – Exceto Carlisle e Esme que ficariam com Amy- iriam e, bem, eu mencionei que entre todas as personificações da beleza que eles eram eu iria acompanhada pela melhor e, sem exageros, mais linda?

Era meio que um primeiro encontro não-oficial com Alexander Cullen! - Pelo menos era assim que eu queria ver, fingir não faz mal a ninguém, não é? Também não ajudava muito Alice ter passado o dia inteiro dançando e cantarolando em torno de mim dizendo que seria um noite inesquecível....

Enfim, era óbvio que eu estava quase explodindo de ansiedade para esta noite. Coisas iriam acontecer. Eu podia sentir.