In Jail escrita por Guardian


Capítulo 9
Distração


Notas iniciais do capítulo

YAY!! Nem demorei tanto desta vez *O*



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~Matt~

– O que nós vamos fazer? - perguntei, esfregando sem parar as mãos nos meus braços. Que frio do caramba! Em plenos 41°F (5°C) e nós aqui fora, com esse tecido de meia-estação! Os guardas devem fazer apostas de quantos prisioneiros morrem de hipotermia antes do jantar, só pode ser.

– Precisamos de uma distração - Mello falou pensativo.

Distração? Ah droga, isso não parece ser bom...

– Que tipo de distração? - arrisquei perguntar. Preciso dizer que estava com medo da resposta?

Era a "hora da atividade física" do dia, porque segundo os guardas, os presos precisavam se exercitar diariamente para manter a saúde e blábláblá. Se ligassem mesmo pra saúde dos presidiários, não serviriam aquela comida duvidosa no almoço. Nem haveria mortes aqui.

Basicamente, todos os presos tinham exatamente uma hora para andar pelo pátio e jogar bola se quisessem. Isso, claro, se tivesse bola.

Mas enfim. Mello e eu estávamos dando voltas pelo pátio cercado e trocando as conversas produtivas que tivemos com nossos companheiros de cela.

Ok, não tão produtivas. Pelo que eu entendi, o Mello deu alguns dolorosos socos na parede da sua cela para evitar bater no travesti, e eu... Bom, digamos que eu achei melhor ficar bem quietinho depois que o Andrew falou sobre o guarda, então resumindo, ainda não tínhamos muita coisa para trabalhar.

– Ótimo, a única coisa que descobrimos foi algo que nós sabíamos: que o guarda não se suicidou - Mello reclamou. E sim, eu percebi que ele fugiu descaradamente de responder minha pergunta.

– Mello... O que você planejou como distração? - perguntei hesitante.

Era impressão minha ou ele estava andando mais rápido?

– Ainda não pensei direito nessa parte.

Segurei o braço dele, forçando-o a parar.

–...- eu tinha uma boa ideia no que ele estava pensando - Mello, você não vai matar aquele cara - falei baixo, para o grupo de presos que passavam ao nosso lado não ouvirem.

Ele me olhou indignado - Cara? Cara?! Eu nem sei se aquele ser é humano! Além do mais, segundo ele, alguém morre aqui toda semana. Qual o problema dele ser o escolhido da vez?

– Viemos aqui pra parar com as mortes, e não pra causar mais! - ele parecia prestes a rebater, então usei minha cartada final - Acha que Ryuzaki gostaria de ouvir sobre isso?

Opa, agora eu consegui. Ele fechou a boca na hora, desistindo do que estava prestes a falar.

Mencionar o L sempre funciona.

Dica: descubra o ponto fraco de seu amigo e o use sem dó nos momentos de necessidade. Vai te salvar muitas vezes, acredite. Mas principalmente: use antes desse mesmo amigo conseguir te arrascar pra prisão...

~Mello~

Eu não acredito que o Matt usou o L para me fazer desistir. O pior é que eu admito que funcionou. Contra a minha vontade, mas funcionou.

Tudo bem, eu não posso matar o "adorável" Paullete, mas isso não quer dizer que ele precisa estar inteiro quando eu sair daqui. Matt em nenhum momento mencionou isso, então não vai poder reclamar depois.

Mas que tipo de distração poderíamos ter? Algo que nos dê tempo para descobrir um pouco mais sobre essas mortes...

– Ei! - exclamei quando um brutamontes trombou no meu ombro.

Virei pronto para meter um soco na cara do indivíduo, mas não o fiz por um único motivo. Não, não era por causa da expressão tensa do Matt, nem por ter guardas observando todo o lugar de ujm ponto mais afastado. Era porque eu não alcançava a cara do brutamontes mesmo.

Aquele não era...

– A-Andrew? - Matt gaguejou, nervoso. Era mesmo o companheiro de cela dele. Mew, ele era bem maior quando se olhava de perto... MAS ISSO NÃO É DESCULPA PRA TROMBAR COMIGO E NÃO FALAR NADA!

E eu só não o acertei (em qualquer lugar que eu alcançasse) porque antes de virar para Matt, falar alguma coisa que eu não ouvi e entregar algo para ele, o cara olhou para mim e falou - Foi mal.

Bom, ele falou alguma coisa. Ou seja, minha desculpa para bater nele já era. E também, eu não queria correr o risco de tentar bater em um cara com mais de 2 metros de altura e prováveis 120 Kg de músculos.

NÃO É MEDO, TÁ LEGAL? Isso se chama cautela.

– O que ele te entregou? - perguntei à Matt, com a cara fechada assim que o cara saiu de vista.

– Cigarros - ele respondeu confuso.

Cigarros? Eu já ouvi que cigarro era a moeda corrente nas prisões, mas alguém entregando assim, de graça?

– Nem pense em fumar isso, Matt - falei, com uma súbita possibilidade surgindo em minha mente.

– Por quê?

– Pense comigo: e se não apenas os guardas estiverem envolvidos nessa merda toda? E se alguns prisioneiros também estiverem? - era uma possibilidade. Bem válida, vale dizer - O que te garante que não tem "algo" nesses cigarros?

Ele não tentou dizer o contrário. Guardou o maço dentro do bolso da calça, e fim.

– Agora quanto a distração... - comecei a falar, pesando em algumas situações que poderíamos criar. Mas um barulho nos fez virar o olhar. Estava tendo uma espécie de agitação no canto oposto de onde estávamos, e todos, presos e guardas, estavam se reunindo ali.

Será que...

– Esquece. Vamos lá ver - puxei Matt pelo braço, e pelo seu olhar, parece que ele pensou o mesmo que eu.

Dica: sabe aquela velha lição de sempre desconfiar quando algo é de graça? Pois é, ela também serve em prisões. Principalmente em prisões onde o evento semanal é a morte de alguém.


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Notas finais do capítulo

Agora vamos aos agradecimentos: muito obrigada à todos que acompanham, leem e comentam *----* Quando a Hality falou "Wow, sou a centésima", eu pensei "100? Mas não estamos nem perto de... WOW, TEM 100!! *OOO*". Sério, eu nem acreditei de tão feliz que eu fiquei. E mais do que pela quantidade, eu fico feliz pelo conteúdo dos reviews, que são sempre lindos *-----* Muito obrigada mesmo!
E claro, um agradecimento especial à Mari, pela recomendação linda que ela fez. Obrigada, maninha *¬*