Pov: Autora.

Thalia resolveu se aproximar, já estava na hora de ir para casa e mesmo que tivesse de atrapalhar, não era lá muito seguro ficar se expondo daquela forma, ainda tinham de se lembrar de que eram muito poderosos, eram capazes de atrair vários monstros, o que não seria bom, já que ambos estavam num momento feliz. Logo que Helena a viu correu para abraça-la, a mesma retribuiu o abraço com o mesmo entusiasmo da pequena. Já dentro do carro, eles simplesmente não falaram nada a viagem inteira, Helena foi no banco detrás com Percy e Annie preferiu seguir na frente com a amiga. Mesmo bem com metade das coisas indo razoavelmente bem, Annie sabia que ainda tinha uma parte bem difícil para passar ainda, nunca foi boa dizendo adeus e odiava a ideia de fazer isso, parte dela dizia que era loucura, mas a outra parte, a parte mais “traumatizada”, dizia que era mais aceitável que ela mantivesse certa distancia do filho de Poseidon, era menos doloroso, ela não iria arriscar ter o coração partido mais uma vez, mesmo que isso já estivesse acontecendo.

Com os pensamentos vagando entre mundos que nem ela mesma conhecia, ao menos sabia que em certo ponto, aquela era a melhor decisão a ser tomada. Se for pensar bem, era a solução mais racional que iria encontrar em meio à confusão de sentimentos que vigorava dentro de si mesma, longe de toda a racionalidade que era antigamente presente naquela antiga garota que gostava de usar a camisa laranja do acampamento, havia uma mulher que mal sabia controlar o coração que batia mais forte só de lembrar que ele está por perto. E ainda tinha Helena, ela não podia mais perder a companhia do pai, e disso, Annabeth não iria priva-la, mesmo que fosse doer um pouco mais ter de vê-lo junto com a filha, e só com ela, era uma solução real, e pensar que um dia, ela mesma pode deixar-se acreditar em contos de fadas, um dia pensou que quando chegasse á isso, estaria ainda tendo seu final feliz.

O caminho não pareceu ser muito longo, logo ambos saíram do carro e Annie deu um forte abraço na amiga que por um louco desejo de comer banana frita não pode ficar para ouvir o que ambos tinham para contar, mas quem podia culpa-la? É coisa de grávida.

-Ai preciso comer banana frita você se importa? - Perguntou Thalia.

-Claro que não. – Disse Annie rindo. –Aposto que o Nico não iria querer que o filho tivesse cara de banana frita. –elas riram. –Vejo vocês depois. –E assim Thalia foi procurar a tal comida.

Entrando em um apartamento que tinha, mas em outrora estava desocupado, ela e Helena sentaram-se em um pequeno sofá enquanto Percy ainda nervoso com o fato de Helena já saber de tudo, foi beber uma água, ele sabia que isso poderia ser o começo de uma nova coisa, mas ainda precisava falar com Annabeth, afinal, ainda havia questões inacabadas entre eles, questões que ele necessitava resolver.

-Annabeth. –ele a chamou da porta da cozinha.

-Sim.

-Temos de conversar, você sabe disso.

-É sei.

-Vou pro quarto. –a pequena Helena disse rapidamente, como sempre, percebeu que os pais deviam conversar ás sois e assim correu para o quarto e fechou a porta rezando ara que tudo desse certo.

-O quer falar comigo? –Annabeth perguntou um pouco fria.

-Acho que você sabe muito bem. –ele não parecia muito calmo, aquela conversa fazia com que ele se sentisse estranho, queria muito estar ao lado dela, mas será que é certo?

-Percy, eu acho que você devia ir embora. –ela disse olhando para o chão.

-O quê? –ele perguntou sem entender.

-É melhor assim, não vê? Sempre dói quando estamos juntos... E... Eu não sei o que fazer mais com isso, nós merecemos outra chance... Com outras pessoas. –ela queria chorar, mas não deixou que as lágrimas tomassem conta de sue rosto. –Não podemos ficar juntos... –a voz dela não passou de um sussurro.

Ele ficou quieto por um longo tempo, não havia palavras para descrever o que estava sentindo, porque nem ao mesmo ele sabia responder o que estava sentindo, mágoa? Raiva? Tristeza? Eram muitas de uma vez, ele mal podia pensar no momento, só sabia que Annie estava realmente dizendo adeus, e não só á ele, mas á tudo que um dia eles viveram.

-Diz alguma coisa. Por favor. –ela disse baixinho para ele.

Ele caminhou lentamente até a porta, ela achou que simplesmente iria sair e deixa-la sem resposta, mas no meio do caminho ele disse com a voz triste para ela:

-Se quer saber... Dói mais quando estamos separados...

Ele saiu pela porta, deixando Annabeth estática olhando para o nada enquanto sua mente processava a conversa que haviam tido, não era o que esperava, afinal, fora tão calmo, mas tão doloroso, ela realmente sentia que deveria doer mais se eles gritassem um com o outro e ficassem de mal, mas aquilo foi como uma faca, sendo cravada em seu coração. Seria mesmo a coisa certa á fazer? Era mesmo o caminho mais viável para eles? Seria mesmo assim que ela queria acabar com a história deles? Colocou as mãos na cabeça e respirou fundo, sentiu um imenso nó na garganta, era um soluço que ela deixou escapar devagar... Sentou-se no chão e encarou a porta ainda aberta, ele nem sequer deu-se ao trabalho de bater a porta, o pior de tudo e que nem ao menos sabia o que pensar, era filha de Atena, mas naquele momento, tudo o que tinha na cabeça era a imagem do amor de sua vida saindo pela porta.

Ela queria muito erguer a cabeça e dizer que estava certa, mas simplesmente não podia, olhou para a casa vazia e ouviu o silêncio horripilante que jazia na casa, mordeu o lábio inferior, abraçou o próprio corpo e sentiu a falta dele. Era mesmo a coisa certa a fazer?