Eterno escrita por Drunk Senpai


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi! Gente, desculpa,
mas sem trecho da música
nesse também! =/
Não se preocupem, a música vai voltar!
Boa Leitura!



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Breathe

Capítulo 5

Sentia uma espécie de pavor, seu coração fazia parecer que era seu ultimo instante, sua voz já não ousava sair, mesmo que ela quisesse, que precisasse gritar, clamar por alguma ajuda. Perguntava-se se aquilo era mesmo verdade, desta vez queria muito estar sonhando, queria que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, um terrível pesadelo.

Contudo, não era. Ela sabia, aquela era a mais pura realidade, a mais estranha, a mais inesperada, a mais temida pela ruiva, tudo que sentia era desespero, sentia-se impotente. Ele se aproximava como se ignorasse tudo que ocorria naquele instante, de fato parecia que era alheio a tudo que ela sentia, ele apenas andava em sua direção.

Ela via, as gotas d'água da chuva, escorrendo por seu corpo, vindo a seu encontro, olhos impassíveis, apenas o som da tempestade e dos trovões que rugiam como monstros. Ele parecia fora da realidade, na verdade, nada soava real naquele momento.

Pacientemente, como sempre fazia, ele ainda caminhava em sua direção. Tudo o que Orihime sentia era um terrível frio, talvez até maior do que o que ventava no lado de fora, e a consumia por dentro, e espalhava por cada parte de seu corpo. Estava paralisada, nada podia fazer senão esperar.

Ele havia parado. Olhava-a, não parecia nada diferente do que costumava ser, frio. Era como se ele observasse uma obra de arte a sua frente. Capturava até os mínimos detalhes, qualquer movimento, como se a estudasse. Fechou seus olhos por alguns instantes. Suspirou. Abriu-os em seguida, fitando-a.

-Está apavorada, então?- Sua voz estava um pouco rouca, contudo era inconfundível, afinal fora assombrada por aquele timbre por muito tempo. Em sua mente ela negava que aquilo estivesse acontecendo, era muito surreal.

Sem obter resposta, ele voltou a ir em sua direção. Parou próximo a garota que o olhava como se fosse um monstro saído do pior de seus pesadelos. Ele olhava em seus olhos, procurava a resposta.

-Achei que havia dito que não sentia medo, não estou certo? Por conta do tal “coração”.- Ele disse, pronunciando, enojado a ultima palavra.- Não vejo nada senão medo em você agora. - Desta vez ele parecia levemente irritado.

Orihime o encarava, realmente, estava assustada, contudo, estava assustada de verdade pelo fato de que ele estava ali, em sua frente, mesmo depois de tudo que acontecera. Ela sentiu como se acordasse de um sonho dentro de si mesma. Sentiu-se capaz de respondê-lo, numa descarga de adrenalina e súbita coragem.

-Eu não menti.- Ela disse firme. Ele olhou-a como se estivesse sendo desafiado.- Eu não sinto medo!- Ela disse. Ele parecia ter se enfurecido de repente.- Não tenho medo de você!- Ela gritou ainda com mais firmeza. Ele não aceitava, não podia aceitar. Ele segurou-a por seu pescoço, empurrou-a contra a porta, automaticamente, os pulmões da garota fizeram com que tossisse. Ele a olhava, era visível que ele sentia uma ira desumana, uma que ela nunca tinha visto em toda sua vida.

-VOCÊ NÃO TEM MEDO? NÃO TEM MEDO DE MIM, MULHER?- Ele a estava sufocando, mesmo que inconscientemente, pois estava cego, cego pelo ódio e cego por seu ceticismo.

-NÃO!- Ela respondeu, exigindo o máximo que podia de si mesma. Ela também parecia ter sido tomada por uma ira incontrolável. - E NUNCA TEREI! - Ela gritou tanto quanto ele havia gritado. Estava em seu limite, ele a segurava com muita força, e se assim continuasse, ela com certeza morreria. Ele notou. Soltou-a. A garota caiu ao chão, com a mão em seu pescoço. -Pare de perguntar isso!- Ela dizia enquanto recuperava o folego.-Não importa quantas vezes pergunte! Minha resposta vai ser sempre a mesma! EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ, ULQUIORRA! - Os esmeraldinos estavam fixados nos castanhos. Ela levantou-se, ficou frente a frente com ele. - Eu não entendo o que está acontecendo, não tenho a menor ideia do que seja isso, mas eu não sinto medo! - Ela disse. - Porque não acredita em mim?- Ela insistia, nada mais fazia sentido, não sabia nem o porque de estar trocando gritos com Ulquiorra, mas era como se aquilo a estivesse sufocando há muito tempo, e finalmente a havia libertado.

-”PORQUE NÃO ACREDITO NISSO TUDO?”? - Ele perguntou enfurecido.- POR ISSO! - Ele disse segurando seus pulsos com força tamanha que fazia-a sentir que seus ossos quebrariam. Era uma dor inexplicável, e Orihime não podia fazer nada, exceto chorar, ela queria, ela precisava que ele parasse com aquilo, ele jogou-a com violência, onde ela caiu, quase desacordada no outro comodo. Enquanto a garota segurava sua cabeça que fora atingida na queda e que agora sangrava, ela chorava por sentir-se impotente, agora não só seus pulsos doíam, mas todos os seus ossos pareciam ter sido seriamente fraturados. Usando o sonido, ele chegou até ela, outra vez agarrou-a pelo pescoço e ergueu-a fazendo com que ficasse na mesma altura que ele. Orihime se debatia tentando se libertar. Ulquiorra olhava-a, estava descontrolado. - VOCÊ ENTENDE AGORA? - Estava completamente fora de si.- VOCÊ É FRÁGIL COMO UMA FOLHA DE PAPEL EM MINHAS MÃOS! POSSO ACABAR COM SUA VIDA EM POUCOS SEGUNDOS, USANDO O MÍNIMO DE FORÇA! E MESMO ASSIM...- Ele não parecia aceitar.- MESMO ASSIM VOCÊ DIZ NÃO SENTIR MEDO?! - Ele lançou-a outra vez, a garota caiu após bater-se contra a parede da sala. Orihime sentia suas forças serem arrancadas dela a cada toque violento de Ulquiorra. Estava tão fraca a ponto de não conseguir mais erguer-se e tentar talvez fugir do Espada. Tentava respirar, recuperar seu fôlego, mas seus pulmões doíam sempre que o ar chegava até eles. Notou um pouco de sangue em sua boca e os machucados em seu corpo. Morreria ali? Daquela forma? Percebeu que Ulquiorra voltava a vir em sua direção. Desesperada, não viu outra saída senão tentar proteger-se.

-Shinten Koushun!- Ela invocou. O quarto Espada ainda com as mãos, destruiu seu escudo e a explosão não trouxe sequer um dano nele. Ele aproximou-se, segurou seu rosto com força para que ela olhasse em seus olhos. Os olhos da ruiva transbordavam, ele estava machucando seu rosto e ela sentia que ele não teria nenhuma piedade. -DIGA-ME! ME RESPONDA, PORQUE INSISTE EM DIZER QUE NÃO SENTE MEDO? VOCÊ É TÃO FRACA QUE CHEGA A SER PATÉTICA! E O MAIS RIDÍCULO É DIZER QUE NÃO TEME POR CONTA DE SEU CORAÇÃO! - Ela não respondeu. - DIZ NÃO TEMER POR SEU CORAÇÃO ESTAR COM SEUS AMIGOS? POIS SAIBA QUE AGORA, NESSE EXATO MOMENTO ELES SEQUER PENSAM EM VOCÊ! AINDA ACHA QUE O CORAÇÃO DELES ESTÁ COM VOCÊ OU MELHOR QUE O SEU ESTÁ COM ELES? RESPONDA!- Ele estava furioso, Orihime ainda estava em lágrimas. Contudo, parecia que lhe responderia finalmente.

-NÃO! NÃO É SÓ POR ISSO! - Ela dizia, em prantos.- EU SEI... EU SEI QUE VOCÊ PODE ME MATAR, SEI QUE NÃO TENHO FORÇAS PARA LUTAR CONTRA VOCÊ... MAS... m-mas eu lembro...- Estava ficando cada vez mais difícil de falar.- Quando... nos vimos pela ultima vez... eu lhe dei parte de meu próprio coração... quando tentava tocar sua mão...

-Do que está falando?- Ele ainda não estava calmo, mas já não gritava.

-Mesmo que você insista que não tem um coração... que não precisa de um... eu lhe dei parte do meu quando o vi desaparecer bem a minha frente... eu te perdoei àquela vez... e perdoo de novo... porque... parte de meu coração está com você...- Ele parecia incrédulo, mais ainda quando ela lhe tocou o peito. Como ela conseguia sorrir tão docemente para ele mesmo depois de tudo que ele lhe fez? o que ele havia feito, afinal? Ulquiorra havia finalmente acordado para o que tinha acontecido. Ele soltou o rosto da garota, parecia assustado em ver todas aquelas marcas em seu corpo, Orihime nem parecia a mesma, e a culpa era dele.

Como ela podia ser tão piedosa, tão bondosa? Como ela poderia perdoá-lo por tudo aquilo? Lembrou-se de seus últimos instantes em Las Noches. Do quanto queria alcançar sua mão, de que, finalmente havia entendido o significado do coração.

Lembrou-se principalmente de dar seu coração àquela mulher que ele julgava tão ingênua por crer em algo assim. Foi assolado por uma enorme culpa, ele não queria tê-la machucado, ele não desejava isso de forma alguma, a verdade é que, dentro dele, mesmo que tentasse negar a todo instante, durante a convivência em Las Noches, ele criou uma certa necessidade de protegê-la e agora ao ver o que fez... Nunca havia sentido algo tão ruim, ou melhor, nunca sentira nada. Mas desta vez era diferente. Ele fechou seus olhos e suspirou.

-Desculpa...- ele pediu. Orihime estava ainda mais surpresa, nunca imaginara que o veria desculpando-se, não o Ulquiorra que ela conhecia. Mas afinal de contas, nada mesmo fazia sentido durante aquela madrugada, ela já não ligava. Ela abraçou, reencontrando os sentimentos que tivera no incidente do Hueco Mundo, lembrou-se da sensação terrível que aquele dia deixara e do quão necessário aquele abraço havia se tornado.

O quarto Espada, sentia-se da mesma forma, como se aquele momento fosse o que precisava ter acontecido em seus últimos instantes. Aceitou seu abraço, de fato era reconfortante, de certa forma. Jamais imaginara que faria aquilo, que se veria com a garota que aprisionara tempos atras, nunca se imaginou tendo sequer um sentimento, nunca se imaginou tão “humano”. Mas isso já não importava.

Tudo era silencio, entre eles, não havia necessidade de palavras. As coisas pareciam calmas ou ao menos até que Ulquiorra sentiu sua vista escurecer, um frio intenso tomou-o e seu peito doía, doía de tal forma que ele sequer conseguia falar. Orihime notou a mudança no mesmo instante. Preocupou-se.

-Ulquiorra? Ulquiorra! Você está bem?- Ela perguntava, seu desespero aumentou drasticamente quando viu, o Espada cair, desacordado em seus braços. A garota não tinha ideia do que fazer, afinal, não sabia o que lhe havia acontecido. Ulquiorra não demostrava sinal algum, afinal era um Hollow, ela não poderia esperar por algum sinal de vida. Fez a única coisa que lhe surgiu em mente, resolveu curá-lo. O tempo passava, mas nada acontecia, ele continuava imóvel. A sensação de perda veio até ela, a mesma terrível sensação de tempos atrás, Ulquiorra estaria “morto”? Descartou esta opção imediatamente, não, ele não poderia estar, não depois dela finalmente achar que tudo daria certo. A ideia de vê-lo desaparecer em sua frente outra vez sem que ela pudesse fazer nada a atormentava, as lágrimas chegaram em seus olhos, seu coração não suportava tais coisas de forma alguma. Esforçou-se o máximo que pôde, não houve nada, nem ao menos um sinal que lhe reconfortasse. Contudo, não desistiria dele. Usou toda sua força para tentar ficar de pé, com dificuldade, ergueu-se, com mais dificuldade ainda, tentou levá-lo ao seu quarto para que ele não ficasse no chão, em sua sala. Depois de conseguir colocá-lo na cama, estava esgotada, havia gastado muito poder quando tentava curá-lo e suas forças desintegraram-se com o esforço que fizera. Sentada próxima a cama, Orihime desmaiou de cansaço.

-Vamos logo, Lili-chan!

-Eu sei, já estou indo!- Orihime despertou com o barulho que suas vizinhas faziam no corredor. Sentia uma terrível dor de cabeça, o que havia acontecido? Teria sido um sonho? “Não”. Ela mesma respondeu-se ao ver o quarto Espada. Como tudo aquilo pôde acontecer? Era impossível! Sua vida estava sendo posta de ponta cabeça com toda aquela história. Como as coisas se inverteram tão drasticamente? Há pouco mais de um ano, estava sendo sequestrada e odiava profundamente aquela figura, e agora, lá estava ela preocupada com ele, tendo-o em sua própria casa.

Lembrou-se da escola. Olhou em seu relógio, já eram 8:35h da manhã, precisava se apressar. Tentou levantar-se depressa, uma enorme dor cresceu por suas pernas. Lembrou-se de seus machucados. Olhou-se no espelho. Horrorizou-se, aquela era mesmo ela? Precisava antes de tudo, curar a si mesma. Afinal, mal podia imaginar o que aconteceria se seus amigos lhe vissem daquela forma. Curou-se, seu poder estava enfraquecido, curou o máximo que conseguiu, ao menos as mascas haviam sumido, no entanto a dor permanecia, mesmo que não tão forte quanto antes. Banhou-se rapidamente, vestiu seu uniforme, preparava-se para sair, quando voltou a pensar no Espada em sua casa,. Tinha um pouco de remorso por deixá-lo, mas se ela não fosse à escola seus amigos com toda a certeza, ficariam preocupados com ela. Resolveu ir e lá estava agora.

-Ei, Inoue! Você tá nos ouvindo?- Ichigo chamou sua atenção, fazendo-a voltar à realidade.

-Ah, desculpa, Kurosaki-kun... Como eu disse ao Sado-kun, eu tive apenas um pesadelo... nada mais...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Olá!! Espero que tenham gostado!
Como dito, esse capítulo foi um pouco maior
que o comum!=]
Agradeço de novo pelos reviews recebidos,
eles me fazem sempre seguir em frente!
Enfim, espero ter atendido às expectativas!
Obrigada por ler!
Até o próximo!
Beijos! =D