Eu tinha vontade de jogar tudo pro alto, de esquecer tudo que estava acontecendo e voltar meus olhos somente pra ele. Porém eu não sabia se ele faria o mesmo por mim.

Então, repentinamente, surge Anne no salão. Por incrível que pareça, ela já foi minha amiga, mas ela não gosta que ninguém seja melhor que ela. Ela já cantou comigo no coral da escola, e arrumou um barraco enorme porque eu faria um solo no final. Já viu né?! Enfim, deixamos de ser amigas.

Eu não sabia como reagir diante da situação, até que ela disse:

Anne: Oi Lucas, meu amor, como está?

Lucas: Ann, tô ocupado, por favor, dá licença?

Anne: Nossa amor, não precisa ser grosso.

Até que me intrometi:

Eu: Anne, dá licença por favor, não seja chata - mais do que é, pensei - e vá embora.

Anne: Ai ai, Isabella. Vá se iludindo. Lucas não é de ficar com uma garota só, por muito tempo.

Meus olhos se encheram d’água e eu não pude evitar. Olhei pro alto tentando fazer com que as lágrimas voltassem e disse baixinho pra mim mesma: “não chora”.

Lucas: Anne, você realmente não me conhece.

Anne: Ok, acho que tenho mais o que fazer, beijos. Tchau Isa.

Eu e Lucas: Tchau - em um ar de “finalmente”.

Ficamos num silêncio profundo até que Lucas respirou fundo e ao soltar o ar disse:

Lucas: Você acredita nela?

Eu: Vocês se conhecem de onde?

Lucas: Já namorei com ela, só que acabou não dando certo e ela não se conforma.

Me segurei pra não dar chilique, estava me corroendo de ciúmes.

Eu: Não sobrou nenhum afeto por ela?

Lucas: Você ainda não me respondeu; você acredita nela?

Passei meus olhos sobre o relógio prateado e peguei minha bolsa roxa, cor de beterraba; respirei fundo e disse:

Eu: Ah, deixa pra lá; ela deve ser mal-amada, sabe como é.

Lucas: Me dá um beijo logo.

Lhe dei um beijo suave, daqueles que você quer dar replay, que você sente saudades e sempre lembra depois que briga com quem lhe deu.