— Então me diz, me diz qual é tua decisão, diz logo. — Ele implorava ancioso pela resposta.

— Quer mesmo saber? Pois bem. A decis… — Eu comecei a dizer até que fui interrompida por um beijo não esperado de Erick.

— Como sabe minha decisão? — não hesitei em perguntar — E se a minha decisão fosse diferente da que toma conta da sua mente?

— O que poderia acontecer pouco me importa! — ele disse enquanto dava de ombros — O que me importa é o que aconteceu. Sua escolha fui eu, certo?

— Certo. Anne e Lucas fazem um casal bonitinho, eles estão felizes  — supus que sim — então não há nada que me impeça de ficar com você.

— Nem seus pensamentos presentes nele? — Paralisei diante da pergunta.

— Já não penso tanto nele. Quero você aqui comigo.

Os dedos se entrelaçaram e um forte desejo de tê-lo mais perto tomou conta de mim.

Um sorriso largo e sincero surgiu em seu rosto fazendo com que, involuntariamente, um sorriso bobo também fosse aberto em meu rosto.

— Eu quero você. — Ele disse apertando minha mão e a levando em direção à sua boca. Beijou-a.

— Também quero você. Na verdade acho que eu te queria há tempos. Mas eu precisava organizar minha mente… estava bastante confusa, você sabe.

— Te entendo. Mas mesmo que sua decisão fosse Lucas, você sabe, eu disse que lhe esperaria o tempo que fosse. Eu não desistiria de você.

Os rostos se aproximaram e dessa vez a atitude foi tomada por mim, encorajada pelas vozes em minha mente que me diziam que ele poderia ser o garoto da minha vida. Os lábios se tocaram e posso dizer que eu, particularmente, não tinha vontade de cessar. Eu ficaria ali o tempo que fosse.

— Acho Madrid um lugar tão romântico. Tão… perfeito e… — Eu disse após interromper o beijo por alguns segundos.

— Perfeito é quem te criou. — ele completou. E continuou o beijo.

Até que o palhaço do meu irmão chega e interrompe tudo! ):

Daniel: Desculpa interromper o casalzinho do momento mas… a mamãe mandou te chamar, Isa.

Eu: Diz pra ela que eu tô indo daqui a pouco. Aliás, esse aqu… — o idiota interrompe de novo.

Daniel: Ela tá com pressa, Isa.

Eu: Então tá, calma, tô indo. Só vou me despedir aqui e já vou. Onde ela está?

Daniel: Está indo em direção ao hotel, disse que quer você em casa antes das oito.

Eu: Ok.

Ele vai andando até que Erick grita:

— Ei, quer carona? Aluguei um carro aqui hoje.

Daniel: CLARO! Tô cansado pra caramba. — aproveitador.

Eu: Não Erick, não precisa! Eu levo ele.

Erick: Precisa sim, claro que precisa. Minha princesinha não vai ficar andando por aí a pé.

Eu: Então tá ué. Já que insiste. — Eu disse e comecei a rir.

— Vem Dan! O carro tá aqui. — gritei enquanto ia em direção ao carro.

Erick todo cavalheiro abre a porta para que eu entre. Daniel senta no banco do meio de trás e já se sente todo à vontade. Ele tinha apenas nove anos e conseguia ser espaçoso ao extremo.

(…)

Chegamos até a porta do hotel.

Eu: Vai descendo Dan… vou só me despedir e subo.

Daniel: Então tá, mas não demora.

Ele entra no hotel andando de costas pra ver o que eu iria fazer.

— Não liga não, — ri — ele é sempre assim.

— Super protetor? — ele riu também — Xiiiiii! Vai ter que se acostumar com o dono da irmã dele hein!

— “Xiiiiii” digo eu… já tá se achando demais hein!

—Já disse que quero você. E você é só minha.

— Desculpa mas tenho que ir. — fiz bico.

— A gente se encontra amanhã?

— Claro… espero ansiosamente — ri.

Ele se aproxima e me dá um beijo. Eu não queria sair dali. Mas eu tinha.

— Então tá. A gente se vê amanhã (: — ele diz e sorri.

Levo a mão em direção a boca e lhe mando um beijo.

Ando em direção a porta do hotel até que ouço ele gritando pro porteiro:

— Ela é minha hein! Toma conta direitinho enquanto eu não estiver!

O porteiro ri e faz um “joia” com o polegar.

Lindo demais ele. Por mim eu ficava com ele até o amanhecer. E até o sol se pôr também. Ou até pra sempre. Pena que o Lucas não foi capaz de manter aquilo tudo que cultivamos por tanto tempo.