Por que Garotos não Tem Manual?! escrita por alice-lovesick


Capítulo 26
Capítulo 26




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Às vezes eu desconfiava de tudo o que estava sentindo, isso é inegável. Os ventos do início de junho me guiavam silenciosamente; um pequeno tropeço e minha direção já não era a mesma.

Ao som de Higher - Creed, eu passei minhas tardes caminhando. Greve em Bedingfield. Já era Dia dos Namorados! Com um presente em mãos, fui encontrar Lucas. Os mesmos ventos, os mesmos sons e o barulho das ondas do mar se quebrando. Lugar mais perfeito? Imagina.

Mandei-o uma mensagem: Estou te esperando na Ridgeway

Poucos minutos pude ouvir passos, o tempo foi curto até eu identificar. Ele havia chegado. 

Com um presente enorme em mãos, ele gritou: Oi meu amor! - a caixa até me assustava.

Lucas: Tenho uma coisa pra você.

Eu: Eu também tenho uma pra você. - eu disse, entregando-o o presente.

Logo ele me entregou o dele, e me deu um beijo na testa - Você merece.

Então puxei os laços que envolviam o embrulho. Um pequeno pedaço de papel escondia o que tinha envolvido:

“Pra minha namorada, futura esposa, futura mãe dos meus filhos, e futura companheira de bingo” - eu li baixinho, e então mordi suas bochechas.

Um lindo colar preso a um molde de veludo roxo se revelou por baixo do pequeno papel. Era lindo, acho que eram diamantes, verdadeiros. Tinha um pingente pequenininho em forma de anel de noivado, era lindo mesmo. Lhe dei um beijo antes dele abrir o meu - a caixa também não era muito pequena.

Lucas: N-Ã-O  B-R-I-N-C-A  ele disse, enquanto admirava o presente.

Eu: Gostou? - fiquei com medo da resposta.

Lucas: Se eu gostei? Caramba, você me conhece mesmo. Eu amei!

Era uma câmera Sony DSLR-A290L, profissional. Pena que eu não tinha tanto romantismo igual ele.

Ele passou o braço na minha nuca igual sempre e beijou meu pescoço.

Lucas: Eu queria tanto ficar mais, mas eu tenho que encontrar uma pessoa.

Quem?! Quem é a vagabunda?! - logo pensei.

Eu: Ah, tudo bem…

Lucas: A gente se vê mais tarde?

Eu: Claro, com certeza. Aqui mesmo?

Lucas: É, pode ser.

Então ele foi andando, ainda feliz com o presente. Não entendi o porque, mas ele gostou, então tá bom.

Fui pra casa. Passaram-se algumas horas. Fui dar uma volta antes de encontrá-lo, queria ver se encontrava roupas novas, ou um sapato novo.

Em plena avenida, o vento batia forte em meu rosto. - Ai! - eu gritei. Alguma coisa tinha entrado em meu olho.

- O que aconteceu? Machucou? - um garoto perguntou enquanto eu tapava meu olho esquerdo.

- Entrou alguma coisa no meu olho! - eu respondi.

- Deixa eu ver. - ele continuou.

- Não, tá doendo. - eu disse enquanto o empurrei pra longe. - Qual seu nome? - não hesitei em perguntar.

- Erick, mas isso não importa. Abre o olho. E o seu, qual é?

- Isabella, mas isso também não importa.

Abri o olho, já vermelho.

Erick: Nossa, a coisa tá feia.

Coloquei um dedo na pálpebra e o outro na parte inferior, arregalando os olhos.

Eu: Sopra, sopra! - meus olhos esverdeados já estavam irritados.

Erick: Nossa, seus olhos são lindos.

Eu: Para de brincadeira, sopra logo.

Ele soprou de fraquinho e parou de arder um pouco. Por um momento nossos rostos ficaram incrivelmente próximos.

Eu: Obrigada, você é muito gentil, *risos*.

Um sorriso surgiu em sua face, também era lindo.

Eu: Deixa eu ir… tenho que encontrar uma pessoa.

Erick: Namorado?

Eu: É…

Erick: Que pena… - seu sorriso se fechou e eu cheguei a ficar com pena ):

- Tchau! - eu gritei de longe enquanto ia em direção ao quarteirão da Ridgeway - uma pizzaria bem famosa na região.

Então eu encontro Anne e Lucas - o safado estava do mesmo jeito que estava comigo há algumas horas atrás, braço atrás da nuca, rostos quase colados - como se estivessem colados com Super Bonder.

Cara, naquele momento tudo que eu queria fazer era correr e correr… fugir de tudo. Mal pude acreditar no que estava vendo.

- Você não fez isso comigo… - eu disse baixinha, acho que ninguém pôde ouvir.

E então, em um piscar de olhos vejo os dois se beijando, como se nenhum dos dois pertencessem a ninguém e… cara! Como aquilo doeu em mim.

Arranquei meus fones de ouvido e joguei meu iPod Shuffle no chão. Dessa vez ele ouviu. Corri. Corri o mais que pude, sem que ele conseguisse me alcançar. Era como se eu me jogasse na frente de milhões de carros na expectativa de que todos passassem por cima de mim. Então vejo Erick traçando uma linha com os olhos por onde eu passava, como se o preocupasse.

Começei a correr um pouco menos rápido.

Então algo tocou minhas costas, por um momento pensei que fosse Erick, porém era Lucas. 

Eu: Me larga.

Lucas: Não faz assim!

Eu: Não faz assim você! Você me faz ver aquilo enquanto eu ia pra pizzaria te encontrar! 

Lucas: Mas…

Eu: “Mas” nada, que belo presente de dia dos namorados não é? Também tenho um pra você. - eu disse, até que chutei sua canela e fui andando. Com medo dele me seguir, apressei o passo. Eu só queria chegar em casa.

Abri a porta, subi as escadas e já joguei a mochila no canto. Afundei a cabeça no travesseiro e queria escutar música, mas esqueci que meu iPod ficou por lá. *risos*. Bom pra esquecer, que nem ele. Ainda tinha umas músicas no meu notebook.

Ouvi a porta bater, mas minha mãe já tinha atendido então nem me preocupei. Coloquei pra tocar uma música aleatória e caiu justamente na que eu não queria: Falling In Love, do McFly. Mas deixa pra lá, eu gostava daquela música mesmo.

Deitada na minha cama, com a cabeça afundada no travesseiro, alguém abriu minha porta.

Eu: Eu não quero te ver.

Daniel: Sou eu, feiosa. - meu irmão respondeu.

Eu: Então me responde: por que garotos são tão difíceis de entender?

Daniel: Pelo tanto de presente que esse garoto te dá, acho que ele gosta realmente de você.

Ele saiu com uma cara de “sabia que ia dar errado uma hora”. Droga. Meu coração insensato parecia estar em caquinhos espalhados pelo chão. Amargurada, me sentia vagando por diversas ruas da cidade, sem rumo, sem pretensão de nada.


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