Eu: Lucas, já tá tarde…

Lucas: Eu te levo em casa!

Eu: Beleza, vamos caminhando então.

E assim fizemos. Fomos andando e conversando. Já na porta de casa eu disse:

Eu: Lucas…

Ele fixou os olhos nos meus. Abriu um sorriso largo e encantador.

Lucas: O que foi?

Eu: Já tá escuro, não quero você andando sozinho por aí altas horas da noite.

Lucas: Ai que fofinhaaaaaaaa, se preocupando comigo!

Eu: Para seu bobo! Hahahah. Não era pra me preocupar?!

Lucas: Então?! O que quer que eu faça? - Ele perguntou já sabendo qual a resposta, mas na intenção de que saísse da minha boca.

Eu: Fica aqui pra dormir! - Ele mais uma vez abriu aquele sorriso lindo.

Droga! Meu irmão tava dormindo no sofá… Que que eu faço? Bem, ele teria que dormir junto comigo na cama.

Lucas: Onde eu durmo?

Eu: Vai ter que ser comigo, na minha cama…

Lucas: Eba! Hahaha.

Eu: Não vai se acostumando não ein! Hahaha.

Rimos juntos.

Já no dia seguinte eu acordei um pouco mais cedo que ele. Fiquei apreciando aquela imagem, aquele rosto. Dorme como um anjo! Passei a mão sobre seus cabelos bagunçados até que ele abriu os olhos.

Lucas: Quem dera se eu pudesse ver uma imagem dessas sempre que eu abrisse os olhos!

Eu: Bom dia pra você também! *Risos*

Lucas: Quero suas mãos nas minhas.

Ele passou as mãos sobre meus cabelos ruivos e depois as colocou junto das minhas. Ficamos um bom tempo nos encarando e sorrindo de lado. Queríamos um ao lado do outro, sempre.

——— Lucas ———

Ao abrir os olhos vi aquele rosto me olhando fixamente, eu tinha vontade de agarrá-la, de tomá-la em meus braços e não soltar. Peguei em sua mão e tudo que eu queria é aquela mão, aquele rosto que não me permite desviar o olhar. Aquele calor comum fazia com que eu a quisesse toda pra mim. Eu queria possuí-la e ter certeza de que ela também quer me possuir.

——— Isabella ———

Eu queria aquele corpo colado ao meu. Tudo veio como um flash em minha cabeça, desde o dia em que o conheci, no qual eu conheci também aquele par de olhos que rouba os meus até hoje. Eu não tinha vontade de sair dali nunca, nunca mesma. E o manual? A partir daquele momento procurei esquecer. E assim fiz. Disse a mim mesma que ele é melhor assim; misterioso e indecifrável. Um enigma sem fim.