Tentei demonstrar seriedade, antes de tudo. Não queria que ele descobrisse o quanto estou confusa diante da situação.

- Lucas… - eu chamei-o em um tom baixo de voz. - Todos os dias eu continuo a procurar um manual de você. Eu não vejo o porquê de alguém me querer assim, como você me quer, como um cão sem dono. Não vejo motivos pra você ainda estar aqui. Eu consegui falar, com o fito de ele me explicar. Eu tinha sede de respostas; sede se saber. - Você gosta de mim, ou não? Não tive muito o que pensar. - Mais do que a mim mesma. Não gosto de dar esperanças, de criar expectativas. Se eu não gostasse, eu nem estaria aqui. Sem dúvidas, eu te amo. 

Sofro e me debato. É terrível, pois sei agora que, se ceder, enveredarei por um beco sem saída. Impiedosamente Lucas abre meus olhos, me faz querer enxergar as coisas mais detalhadamente. Ele me beija. Eu tento, mas não resisto; cansei de me esquivar de tudo aquilo que está me fazendo bem.

Quer saber? Ele me fez bem enquanto pôde, não vejo problemas em passar mais tempo com ele. Eu queria aquele homem e aquele cheiro incontrolável pra mim, pra sempre. Eu queria aquele all star azul perto do meu. Aqueles lindos olhos azulados cada vez mais próximos. Com aquela escuridão e calor, que sei eu, assaltou-me bruscamente uma vontade louca de ficar ali; até amanhecer. Havendo amor, não faz mal.