Eu sorri e depois disso só se ouvia o barulho das águas - que pessoalmente me incomodava - e tudo que eu queria é quebrar aquele silêncio. Olhei para seu rosto frio, tímido. Decidi fazer esforços por me colocar em seu lugar e compreendê-lo. Eu ainda não havia retribuído aquele enorme amor e carinho - misturado - que ele demonstrava por mim e aquilo estava me desgastando. 

Ele colocou um “sorriso de um lado só” em seu rosto e tirou, de seu bolso, um envelope um pouco amassado e me entregou; eu estava a ponto de abri-lo quando ele me interrompeu:

Lucas: Não! Abre só se alguma coisa acontecer!

Eu: Que besteira! Nada vai acontecer com a gente, comigo, ou com você. Eu estou aqui por você, pra você, com você; e se alguma coisa estiver “programada” pra acontecer, que aconteça comigo! Você ainda tem muito pela frente.

Lucas: É importante! - ele disse, repreendido pela curiosidade estampada em meu rosto - Por mim, vai!

Eu: Tudo bem..

Ele passou seu braço pela minha nuca.

- Isa - fixei meus olhos em seu rosto que retribuia meu olhar. Ele aproximou-se.- O que foi? - perguntei ainda fixando meu olhar. Ele baixou os olhos. - E se acontecesse alguma coisa comigo, de verdade? Você ainda ia me amar? Me convenci que ele se preocupava com isso. - De modo algum eu poderia deixar de te amar. Tentei em vão obter a direção de seus olhos.Bingo! Ele estava olhando para minhas mãos frias, numa tentativa nem tão frustrada de me demonstrar carinho. Carinho? Amor? Afeto? O que era aquilo? Parece loucura, mas se passou muito tempo e eu? Ainda não tinha descoberto.