Além da Amizade escrita por Nani_sama


Capítulo 2
Capítulo 1 - The Beginning - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Restinho do capitulo. Boa leitura! *-*



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Quando a gente ama alguém sempre criamos esperanças por mais que achamos que vamos ouvir um não, no fundo, damos uma chance de tentar para nós mesmo.

  Todos voltaram aos seus afazeres depois de alguns segundos. Renata ainda me olhava esperando alguma resposta. Eu umedeci os lábios e falei nervosa:
- Escuta, você pediu a minha ajuda. Então vamos estudar. – Disse voltando a abrir meu livro. Comecei a mexer os pés para frente e para trás com o meu nervosismo.
- Ah, fala para mim vai.
- Eu não tenho nada com ele.
- Ele parece que te conhecer bem, em?
- Não sei como ele me conhece, mas eu não tenho nada haver com isso. – Respondi. Ela ainda me olhava duvidosa. Então eu acrescentei:
- Nem me lembrava do nome dele. – Menti na verdade. Claro que eu sabia do nome dele antes dele falar.
    Era tipo um Rob que tinha criado já que não tinha muitas amizades para conversar quando algum dos professores demorava a ir para sala naquela troca de professor quando o horário acaba.
 - Duvido.
- Por que diz isso?
- Bem, o Denis falou que você era nerd e que decora tudo rápido.
- Na verdade é ele não para pra raciocinar um pouco. – Respondi com um sorriso cínico no rosto. O assunto acabou ali.

 Depois da prova de física que foi bem fácil, despedi-me da Renata e corri para o portão da escola. Daniel e eu sempre se encontrávamos ali para ir embora juntos. Naquele dia não foi diferente. Ele demorou muito ao ponto de o colégio ficar bem vazio. Quando o sinal da tarde tocou, escutei passos rápidos vindo em minha direção. Eu tinha sentado no banco do lado do portão e estava cabisbaixa. Os passos se silenciaram bem perto de mim. Senti um medo, mas não poderia ficar ali sem fazer nada. Algum tempo depois, levantei meu rosto e dei de cara com ele agachado em minha frente. Levei um susto e com isso bati a cabeça no finalzinho do banco.
- Ai! – Exclamei gemendo de dor.
- Epa, foi mal Thayná.
- Ahn. . . – Perguntei ainda balanceada com a dor que sentia na minha cabeça. 
- Foi mal aí, tha.
- Claro pô. Tá. . .Tudo bem. – Ironizei. Coloquei a mão a onde eu tinha se formado um pequeno machucado e não olhei para a cara dele.
- Er. . .Você tá bem mesmo? – Perguntou novamente.
- Claro que não. Você me assustou e por sua culpa me machuquei. – Disse fazendo um biquinho.
- Foi mal pô. Só queria te dar um sustinho.
- Nossa. Quanto amor por mim, em?
- Eu te amo mesmo. . . – Começou a falar. Senti meus olhos começar a brilhar. Tive a esperança de que ele me amasse como mais do que amiga. Automaticamente abri um sorriso.
- Você é a minha melhor amiga. É como uma irmã para mim. – Falou alguns segundos depois. Meu sorriso se desmanchou na hora. Levantei meu rosto e o olhei. Ele mostrava um sorrisinho no rosto.
- Olha. . .Ainda tá doendo?
- Aham.
- Vamos então lá à sala da enfermeira.
- Não. Eu quero ir para casa.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Mas a sua mãe nem está em casa. – Disse enquanto me levantava. Ele me pegou pela mão e me ajudou a levantar.
- Você importa se eu for com você para sua casa?
- Não, claro que não. Você sempre fica lá depois das aulas. – Disse mostrado um sorriso em seu rosto.
- Vamos? – Perguntou.
- Sim, vamos. – Respondi. Começamos a andar para fora do colégio, quando nós saímos do colégio eu voltei a falar:
- A onde estava na hora do recreio? – Perguntei curiosa.
- Fiquei atrasado com um trabalho e tive que ficar em sala para terminar.
- Ahn. . .E aí? – Perguntei.
- Bem, eu terminei e entreguei a professor.
- Não, estou falando de você e da Renata. – Falei interessada em sabe do assunto.
- O que quer saber?
- O que rolou entre os dois?
- Ah, ela meio que fugiu. . . Como todas as vezes que tento falar com ela. – Falou estranhamente. Parecia está mentindo.
- Você não tinha em dito que ela foi falar com você.
- Ah, não foi importante.
- Nossa. Então não sou importante para você? – Dramatizei.
- Claro que é. Você sabe. – Falou na maior inocência enquanto eu derretia com a esperança de que ele falava aquilo com segundas intenções.
- Bem, você vai parar de ser um menino muito mentiroso?
- E quem disse que minto? – Disse fazendo careta para mim. Eu ri.
- Bobão. – Falei. Continuamos a conversara sobre outras coisas até chegar a sua casa. Eu sentia-me tão bem ao lado dele.
   Ele era o único garoto que me fazia rir, era difícil quando brigávamos e acabávamos rindo no final dessas nossas discussões não legais. Eu o amava tanto. De vez em quando me pegava fitando seus lábios. . .Aquela boquinha perfeita. . . Que garoto lindo. Daniel sempre me deixava sem palavras, como já falei antes, não se como passei a gostar dele, mas desde que senti que era mais do que amizade, comecei a admirá-lo em pequenas coisas que ele fazia.
- Vai dormi aqui em casa hoje? – Perguntou a tia Rosa para mim enquanto se servia com seu almoço.
 Eu dormia de vez em quando na cada de Daniel e ás vezes dormia em seu quarto. Nunca teve maldade, quer dizer, até eu começar a gostar dele e ter pensamentos maliciosos de vez em quando em relação a ele.
- Acho que sim, se não incomodar. . .
- Para de bobeira querida. Você é como uma filha para mim e pro Otaka. – Disse.
   Ás vezes me dava uma louca vontade de rir desse nome, inda bem que botaram o nome do filho com o nome normal. Acho que tia Rosa prefere assim com o nome brasileiro.
- Então tá bom tia. Eu só vou buscar algumas coisas lá em casa para eu dormi aqui. – Disse. Ficamos alguns minutos em silêncio.  Eu comia bem devagar, alias até hoje é assim. Deve ser por isso que fui emagrecendo com o tempo.
- Hoje tudo vai vê comigo. – Escutei o Daniel falar enquanto eu bebia meu guaraná. Engasguei com o guaraná quando escutei isso. Eu realmente tinha pavor de filme de terror.
- Daniel. . . – Começou a mãe dele. Eu a olhei. Ela colocou a mão na boca para não rir e eu notei isso.  Daniel levantou-se e passou por mim. Senti batidas em minhas costas.
- Calma aí Thayná. – Falou.
   Depois de ele ter me dado alguns tapinhas nas costas eu já estava aliviada e não tossia mais.
- Obrigada Dan. – Falei num tom de voz em doce. Ele riu e me deu uma olhava rápida.
- Acaba de comer logo. Se não vou acabar dormindo aqui só esperando você acabar de comer.
- To acabando seu chato. – Falei mostrando a língua.
- Também te amo birrenta. – Falou me olhando.
Ele virou o rosto para sua mãe e disse:
- Vou ao banheiro.
- Tá bom querido. – Respondeu sua mãe. Ele virou a cara para mim e disse:
- Espero que já tenha acabado o almoço quando eu voltar.
- Sim senhor. – Respondi ironicamente colocando a mão na testa como um soldado. Ele fez cara feia e eu ri. Pouco tempo depois, só estava à tia Rosa ali e eu.
- Querida, você gosta do Daniel, não é? – Perguntou.
- Claro. Somos amigos, né tia? – Falei enquanto colocava a ultima colherada na minha boca. Eu tinha acabado de almoçar.
- Não estou falando desse tipo de amor. – Falou. Eu fiquei nervosa com aquelas perguntas. Minhas mãos começaram há tremer um pouco. Comecei a falar de boca cheia:
- Nuseidoqetafando. – Embolei na resposta. Ele riu.
- Oh querida, não precisa ficar assim.
“Eu sou tão transparente assim?“, pensei. Acabei por engolindo o resto da comida que estava em minha boca e olhei assustada.
- Você daria certo com ele.
- Tia, eu ainda não entendi do que está falando. – Falei a olhando fingindo está confusa. Eu sabia fingir muito bem quando eu queria e àquele momento era umas das que eu mais precisava.
- Vamos lá Thayná? – Escutei. Olhei para trás e ele estava ali parado.
- Sim, vamos sim.
- Daqui a pouco volto mãe.
- Não demora filho.
- Tchau tia. Até depois. – Falei sem a olhar. Estava com vergonha. Peguei a minha mochila e corri para a porta. Ele abriu a porta e sai antes dele.
- Sua chave ta aí, não é?
- Aham. Minha mãe deixou comigo.
- Então tá bom. – Disse fechando a porta atrás de mim.
- Vamos lá. – Disse. Minha casa era vizinha a dele. Peguei a chave na mochila e depois abri a porta.  Fiz biquinho e virei pro Daniel.
- Leva minha bolsa enquanto pego dez reais lá na cozinha que minha mãe me deixou? – Perguntei. Ela sempre deixava 10 reais em cima da mesa da cozinha todos os dias para qualquer coisa.
- Não é melhor você ir lá para o quarto em vez de eu ir?
- Não seja um mal cavaleiro, Daniel.
- Tá bom minha dama. – Ironizou subindo ás escadas. Eu apenas ri. Corri para a cozinha e peguei o dinheiro.
 Aquela mochila sempre foi pesada e não tava a fim de carregá-la até o quarto. Confesso que sempre enchia ela de algumas coisas, mas eram coisas que eu sabia que ia usar.
- Vem logo senhora demora demais. – Anunciou lá de cima.
- To indo. – Berrei saindo da cozinha. Subi ás escadas correndo com um belo sorriso no rosto.
- Se você quiser, eu arrumo suas coisas para você levar lá para casa, amigaaaa. – Falou numa voz fina imitando um gay assim que surgi na porta de meu quarto. Eu comecei a rir, tampei meu rosto e comecei a rir.
- Tá bom, mas não tente vesti de novo minha saia xadrez.
- Ahhh. - Brincou. Fez uma cara triste que eu tive que rir.
 Arrumei minhas coisas enquanto ele fazia palhaças. Lembro-me de uma hora em que ele pegou minha calcinha favorita e colocou na cabeça como se fosse uma mascara.
- Ora se não é o super calcinha. – Ironizei. Ele mostrou a língua e disse:
- Até que essa calcinha cai bem em mim.
- Claro, cabe no seu cabeção. – Brinquei. Depois continuei:
- Qualquer um consegue colocar isso, estou gorda, né? – Falei.
- Só está um pouco acima do peso e isso só se resolve com regime.
- Mais regime do que eu faço? – Perguntei.
  Eu, naquele tempo, já não era muito de comer o tempo todo, era bem devagar, na verdade é que tinhas o intestino preso e hoje não tenho mais.
- Ei, fica assim não. Você é linda desse jeito que é. – Disse tirando a minha calcinha da cabeça e jogando na cama. Eu bufei e ele não entendeu nada. É claro, eu queria que ele falasse aquilo com segundas intenções há tanto tempo que só de ouvir aquilo depois de varias vezes te escutado eu me comportava como criança mesmo, não agüentava ouvir mais aquilo.
- O que foi? – Perguntou.
- Nada. – Disse tentando se comporta o mais normal possível.
- Você anda muito estranha ultimamente.
- Impressão sua. – Respondi nervosa enquanto colocava a calcinha na minha bolsa de praia.
- Sei não.
- Olha. . .Vamos? Já está tudo arrumado. – Falei virando o rosto para olhá-lo.
- Tá bom então. – Respondeu ainda me olhando com um gesto duvidoso.
   Saímos de meu quarto, andamos o corredor, descemos ás escadas e saímos pela porta. Fechei a porta e corremos para sua casa. Assim que cheguei lá, troquei a minha roupa e  coloquei a minha calcinha favorita. Tudo no banheiro, claro!
 Passamos a tarde toda brincando de detetive e banco imobiliário. Gostávamos de jogar, além do que, não tinha celular, alias tinha sim, mas eram aqueles “tijolões” e eu não gostava. Só gostava de mexer no computador. Adorava o Windows 98. Ele tinha saído a um ano de fabrica e era ótimo para usar.
- Está chegando à hora. . . – Disse Daniel se levantando do chão com o jogo do banco imobiliário na mão. Tínhamos acabado de jogar. Ele começou a rir maliciosamente.
- O que está planejando? – Perguntei.
- Esqueceu dos filmes?
- Ah não. Eu não vou ver.
- Você prometeu.
- Tá bom. Você leva tudo ao pé da letra.
- Claro. Se não você me enrolar.
- Eu? Imagina. Eu jamais fiz isso. – Ironizei.
- Medrosa.
- Sou mesmo. – Falei mostrando a língua para ele.
- Ah, tha, vamos ver, vai? Você prometeu. – Disse fazendo biquinho.
- Owwn, que gay. – Disse caindo na risada.
- Ai amiga se tem que aceitar esse meu lado. – Afinou a voz me fazendo rir mais.
- Tá bom. Você venceu. Eu vejo esse filme ridículo.
- Esse filme é ótimo, melhor do que Titanic.  – Afirmou.
- Não é nada. Em falar nisso, vamos ir vê Titanic? – Falei com os olhinhos brilhando de emoção. Eu amava esse filme, na verdade, até hoje eu gosto.
- De novo? Você já viu duas vezes no cinema com tanto filme bom você vai rever esse filme dramático? – Perguntou demonstrando tédio.
- Eu acho melhor do que vê uma menina de doze anos pegando demônio no corpo e vomitando no padre. – Falei e ele riu.
- Ah qual é, você tem medo.
- E daí? Tenho medo mesmo, Dan. O filme é velho também. . .
- Pode ser velho mais os efeitos são maneiros.
- Cada um com seu cada um. – Disse.
- Ei, que tal a gente jogar?
- O que?
- Sei lá. Residente evil1?
- Pena que só pode jogar uma pessoa de cada.
- Ah, cada um jogo um pouco.
- Qualquer coisa a gente joga mortal kombat. – Disse.
 Eu adorava jogar e até em minha idade de hoje eu jogo. É bom. Daniel e eu competíamos quem era o melhor. Muitas vezes ele ganhava, pois eu distraia-me com o seu sorriso, os seus olhos, ai. . .Seu rosto. Ele era um fofo, lindo e simpático. O que mais uma garota da idade que eu tinha ia querer? Eu o fitava e ele nem notava. Essa era a minha grande sorte.
  Subimos para seu quarto. Enquanto ele ligava o jogo, eu pedi licença para ir ao banheiro. O quarto dele era uma suíte, ou seja, tinha um banheiro ali. Entrei em seu banheiro. Eu fiz o que tinha para fazer e morri de vergonha quando olhei em cima da sua pia. Tinha uma cueca dele ali em cima. Tudo bem que quando éramos pequenos a gente tomava banho de piscina juntos, mas ás coisas muda, não é? Bem, decidi ignorar aquilo. Lavei a minha mão sem encostar-se ao
“intimo dele”.
- Que nojo Daniel. – Falei. Eu era nerd, gorda, tinha cabelo cacheado e tudo mais, mas de vez em quando eu era uma patricinha e também. . .Qual mulher ia acha legal vê peça intima suja de um homem?
- O que? – Perguntou assustando com a cara feia que fiz.
- Dá próxima vez, por favor, coloque suas “intimidades” no cesto. – Disse fazendo cara de nojo.
- Ah, você é muito fresca, sabia?
- E você é um bobão.
- Chata u.u – Zoava-me.
 A gente parecia dois irmãos que vivíamos brigando, mas que se amava muito no fundo e que por fim a gente ria de nossas próprias brigas sem contar que nos conhecíamos desde pequenos. Mas se nós fossemos irmãos, não daria certo, estaria fazendo incesto de minha parte já que o amava mais do que amigo. Incesto é algo errado, mas nesse mundo a fora tem muita gente que faz.
- Vamos jogar logo! – Disse me dando um joystick (O Controle).
- Tá bom. – Disse pegando o controle. Sentei do seu lado e começamos a jogar. Ficamos um bom tempo jogando. Como já falei, eu muitas vezes me “distraia” com outras coisas, mas daquela vez fiquei concentrada e o venci em vários rounds de Mortal Kombat. Depois jogamos Diablo que dá para dois e era mais divertido.
   Quando já tinha dado umas 9 horas da noite, a gente desceu para jantar e voltamos pro quarto para jogar Tomb Raider. Só paramos quando a mãe dele veio avisar que já estava tarde e que no outro dia teria aula, se não nós estaríamos jogando até mais tarde.
- Mãe, a gente vai ver o exorcismo. – Falou Daniel desligando o vídeo game. A mãe dele sempre deixava a gente vê algum filme contanto que a gente conseguisse acorda no dia seguinte.
- Tá bom, mas tentem dormi enquanto o filme passa. – Disse ela trazendo o travesseiro na mão e um lençol na outra. Em vinte minutos ela arrumava a minha cama. Ela era bem rápida. A cama era a que ficava debaixo da cama do Daniel.
- Ain tia, o faz tirar essa idéia da cabeça.
- Nem dá ele é cabeça dura.
- Cabeça chata isso. – Disse mostrando a língua para ele. Ele fez cara feia para mim em resposta. Eu ri.
- Quer colcha amor? – Perguntou num gesto simpático. Eu assenti.
- Mãe, você sabe que ela morre de medo do escuro e que enfia a cara e o corpo todo debaixo da colcha. – Falou. Revirou os olhos e eu dei de ombros.
- Deixa-a Daniel. Cada um com seu cada um. – Falou me olhando e mostrando um sorriso educado.
- É isso aí mesmo tia. – Concordei com ela. Daniel cruzou os braços, suspirou e murmurou:
- Mulheres. Ô mãe, vai lá ficar com o papai, vai.
- Ainda nem falei com o tio. – Comentei. O pai do Daniel sempre chegava à sua casa num horário diferente e também saia em horários variados para o trabalho. Não sabia o motivo e também não tinha curiosidade.
  Foi nessa hora que o tio passou pela porta.
- Oi tio! - Falei educadamente. Ele mostrou apenas o rosto na porta e fez um sinal de mão.
- Oi Thayná. Tudo bom? – Perguntou.
- Sim e com o senhor?
- Não me chama de senhor, isso acaba comigo. – Disse fazendo uma cara triste em seu sotaque. Apesar de na época ter quase 25 anos que tinha vindo morar aqui, seu sotaque continuava bem forte e me dava vontade de rir.  Ele já devia ter mais de 46 anos, mas não se notava. É por isso que digo que os orientais, em sua maioria, são bem conservados.
- Desculpa tio. – Falei envergonhada.
- Tudo bem querida. Eu entendo. – Disse mostrando um sorriso nos lábios. Daniel era bem parecido com ele.  A tia Rosa só tinha de parecido com o filho o jeito de ser. Ela era brincalhona, simpática, cabeça dura e confiante como o filho.
- Ah! Eu estou bem sim. – Disse depois de alguns segundos.
- Pai, está marcado ainda a gente vê o jogo do timão contra o flamengo, né?
- Claro filhão. Vamos está lá para torce pro botafogo.
- Beleza. – Respondeu todo feliz. Tia Rosa saiu puxado o Tio pela mão e dizendo:
- Vamos deixar ás crianças descansarem. Boa noite crianças. – Disse. Depois fechou a porta coma outra mão. Olhamos um pro outro e rimos.
- Tá tarde. Não tem como vê isso amanhã não? – Perguntei olhando para o relógio que ficava em cima do seu criado mudo. Ele pulou na cama dele e me olhou:
- Ah, qual é Tha. Está ainda cedão.
- ah, vai. . .Aí a gente vê lá em casa. – Disse.
- Hunf, tá bom. – Reclamou. Eu comemorei por dentro para ele não notar. Ele deitou na cama e virou para o lado oposto. Levantei-me, fui até a minha mochila peguei uma roupa minha de dormi e fui ao banheiro trocar. Quando acabei de trocar a roupa olhei em cima da pia e vi que a cueca não estava mais ali. Provavelmente foi a tia que tirou. Coloquei meus óculos em cima da pia e sai do banheiro.
   Olhei a hora e já era mais de uma hora da manhã. Inda bem que já tinha estagiado no primeiro ano e ele no segundo ano. Agora estávamos de “pernas para o ar” digamos assim e podíamos fazer o que quiser a tarde e a noite.
- Ei, Dan. – O chamei. Ele se virou para mim novamente e perguntou:
- O que é?
- Você vai dormi assim? – Perguntei curiosa. Ele era de dormi com um pijama ridículo e bem gay.
- É, tem razão. – Disse tirando a blusa e jogando no meu rosto. Eu abri a boca para dizer “O que está fazendo?”, mas não disse nada, pois tirei a blusa da minha cara e vi-o sem blusa mostrando um sorriso enorme na cara. Ah, se ele soubesse do que eu sinto . . . ele não teria tirado a blusa. 
   Aquele abdômen que ele tinha era completamente formado, lindo e perfeito. Ele era um garoto magro com um abdômen perfeito e seus músculos nos braços são de um tamanho perfeito. Não era aqueles homens musculosos que são ridículos. Meu Deus! Minha vontade era se jogar em cima dele, mas não tinha coragem e aquilo também tinha me deixado totalmente sem graça, além disso, ele ia me olhar e não ia entender nada. Eu tinha sonhos quentes com ele e acordava envergonhada comigo mesma. Eu virei a cabeças pros lados para acordar daqueles pensamentos maliciosos e joguei a blusa de volta para ele que apenas riu da minha cara.
- Ui ui que sedução. – Brinquei. 
- Eu sei que sou gostoso. – Disse fazendo careta. Nós tínhamos dezessete anos, tudo podia acontecer entre a gente, mas não dava, éramos como irmãos, fora que eu era muito feia e também eu era estranha. Já ele. . .Bem, ele era lindo. Como um garoto daqueles ia quer algo comigo naquela época?
- Vamos dormi senhor convencido. - Falei me deitando na cama.
- É serio aquele papo? – Perguntou. Eu o olhei mostrando curiosidade no rosto.
- Qual: - Perguntei.
- Vou ir para sua casa amanhã?
- Aham, vai sim. Claro, se você quiser. – Falei virando para o lado oposto que o dele.
- Legal. Tha . . .
- O que?
- Você precisa me ajudar com Renata.
- Você não desiste dela, em?
- Não. Eu gosto dela mesmo.
- Só falta tu gosta da lua Daniel. – Falei ironicamente.
- A lua é muito gordinha. Quem sabe quando ela emagrecer.
- HAHA. – Soltei um riso cínico.
- A lua sexual, quem sabe eu. . .
- Ah, sem comentários maliciosos Daniel. Essas coisas tu comenta com os seus amiguinhos do colégio.
- Ah. – Disse triste e depois suspirou.
    Fechei os olhos segundos depois e acabei dormindo. Eu sempre fui assim para dormi. Já deixei muitas pessoas falando sozinho ou sozinha por que acabava dormindo. Não me recordo de nada que ele falou depois. 


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Notas finais do capítulo

Está bom? D: Review para eu saber se está bom ou não. >



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