à Eternidade escrita por GabrielleBriant


Capítulo 16
À Primeira Vista




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XVI

À PRIMEIRA VISTA

- Já faz cinco dias...

Severo lentamente rolou na cama, ficando de frente para Evangeline. Com os seus olhos negros brilhando, ele observou a expressão serena da mulher... os seus lábios ainda ligeiramente inchados e molhados pelos seus beijos... a forma com que a luz fraca do abajur espelhava nos olhos castanhos, acentuando o seu brilho natural... e, claro, o maravilhoso movimento calmo e compassado que os seios dela, cobertos apenas pelo fino lençol, faziam enquanto ela respirava.

Era em momentos como aquele que, durante esses cinco dias, Severo tinha de admitir para si mesmo que estava muito mais envolvido do que imaginara. Era quando ele olhava para Evangeline e percebia os detalhes... E, ao fazer isso, ele tinha vontade de apenas sorrir. Mas ele era Severo Snape; então, ao invés de um sorriso relaxado, uma curvinha irônica acentuou-se nos seus lábios. Com um tom sarcástico, ele respondeu ao comentário displicente de Evangeline:

- Cinco dias? Eu suponho que você esteja esperando um presente, para comemorar essa data especial?

Evangeline riu-se e mordeu levemente o lábio inferior, acariciando o rosto dele.

- Não, eu jamais esperaria isso, Severo... Você sequer me deu um presente no Natal!

- E você nunca vai esquecer isso.

- Nunca! – Ela sorriu. – Vou cobrar até quando formos velhinhos.

Severo ergueu uma sobrancelha.

- Quando formos velhos?

Ela pareceu ter perdido o ar por um momento. Todo o brilho dos olhos castanhos sumiu, ao mesmo passo que o rosto de Evangeline corou violentamente. Nervosa, ela começou a falar de uma maneira rápida e ligeiramente tremida:

- Não foi isso que eu quis dizer! Não pense que eu estou dizendo que vamos ficar juntos até quando formos velhos, ou algo assim! Eu sei que às vezes as coisas não dão certo, e eu nem sei se estaremos juntos daqui a uma semana! Então, foi apenas uma brincadeira! Se você se sentiu pressionado de alguma forma, eu quero que você enten--

- Evangeline! – Severo a interrompeu com a voz alta. Ela olhou-o sobressaltada, mas se acalmou quando ele rapidamente beijou os seus lábios.

- Sim?

- Cale a boca.

Ela riu.

- Eu deveria fazer isso, mesmo.

- Deve. – Evangeline pôde imediatamente perceber a mudança nos olhos negros enquanto a olhava. Ele estava com aquele olhar que denunciava as suas intenções... Não pôde evitar que o seu coração disparasse violentamente e o seu rosto corasse um pouco mais. – Mas – Ele continuou. – eu acho que posso me acostumar com a idéia de ficar com você até a velhice... Contanto que você me prometa uma coisa.

- O que? – Ela perguntou, franzindo o cenho.

Lentamente, Severo deslizou a coberta pelo corpo de Evangeline, expondo-o quase por inteiro. Os olhos famintos e indiscretos percorreram-no, desde as coxas alvas, passando pela breve floresta de pelos castanhos e macios... pelo umbigo os três sinais pretos que enfeitavam a barriga... pelos seios maravilhosamente perfeitos, apesar das duas discretas cicatrizes em suas bases... pelo pescoço longo e marcado por ele... pelos lábios macios... pelas maçãs rosadas... e, finalmente, pelos olhos castanhos que brilhavam para ele.

- Eu quero que você prometa sempre corar quando eu te olhar.

O sorriso dela abriu-se mais e, por mais que Severo achasse que aquilo seria impossível, o rosto ficou ainda mais vermelho.

- Se você continuar a me olhar dessa maneira, pode ter certeza que eu cumprirei essa promessa... Gosta de mulheres tímidas, Severo?

- Não... mas o seu sorriso ligeiramente patético me diverte.

Evangeline quis rir da piada ácida, mas foi impedida pelos lábios de Severo, que logo capturavam os seus num beijo longo, quente e maravilhosamente sensual, que trouxe imediatos arrepios ao seu corpo. As mãos longas e frias começaram a percorrer lentamente o seu corpo, contemplando e adorando cada curva. Quando chegaram aos seios, demoram-se acariciando a pequena cicatriz em alto relevo.

- O que é isso?

Evangeline sorriu, desviando o olhar.

- A cicatriz de uma cirurgia.

- Que tipo de cirurgia?

- Hm... Estética – ela disse baixinho.

Ele a olhou, acariciando mais fortemente os seios.

- Estética? Você quer dizer cirurgia plástica? O tipo de cirurgia que você molesta o seu corpo apenas para obter um benefício estético; que no seu caso, foi obviamente ter seios um pouco maiores?

- Bem... é. Algum problema?

Severo olhou para os seios. Lentamente, levou os seus lábios até eles, acariciando-os com a sua língua quente – Evangeline fechou os olhos e suspirou pesadamente.

- Não... Eu apenas me impressiono cada vez mais com os trouxas. Vocês definitivamente usam bem a sua tecnologia limitada!

Evangeline quis responder, mas as sensações provocadas pelos beijos quentes de Severo, que continuavam a descer pela sua pele, não deixaram. No entanto, o rumo que os beijos tomavam fez o seu coração encher-se de angústia; e, como ela temia, ele chegou aos três sinais negros que se destacavam na pele alva da barriga de Evangeline, bem perto do seu umbigo.

- E isso?

E passou a língua lentamente, fazendo uma onda de prazer e remorso inundar o corpo de Evangeline.

- Não faça isso – Ela disse, afastando levemente o rosto de Severo e sentando-se.

Ele a olhou, franzindo o cenho.

- Por que não?

Evangeline respirou fundo. O seu coração parecia querer pular pela sua boca e ela simplesmente não conseguiu manter a sua voz firme ao responder:

- John.

Severo desviou os olhos imediatamente e bufou. Sentiu toda a excitação deixar o seu corpo, como se um grande balde de água fria tivesse sido jogado nele.

- Por que você está falando nisso agora?

- Eu... lembrei dele.

- Agora?! Faz cinco dias que dormimos juntos, e você apenas pensou em seu noivo agora?!

Evangeline piscou duas vezes, voltando a encarar Severo.

- Ele não é meu noivo.

Severo bufou, lembrando que, há uma semana, John lhe contara sobre a brilhante idéia de pedir Evangeline em casamento... e, mesmo naquele momento, Severo ainda tinha a certeza latente de que a mulher aceitaria.

- Um dia ele será.

Evangeline calou-se por um momento, boquiaberta... tentado acreditar no que acabara de ouvir. Finalmente, quando conseguiu formular uma resposta, a sua voz saiu bem mais ríspida do que ela previra.

- Você realmente pensa que eu estaria aqui, dividindo a minha cama com você, se eu não tivesse a intenção de terminar tudo com John? Você acha que eu posso continuar com ele e negar o que está acontecendo entre nós?

- E o que está acontecendo, Evangeline?! Até onde eu sei, você poderia apenas ter se sentido solitária e--

- Eu disse que tinha me apaixonado por você, Severo! Isso não é relevante na hora de julgar o meu caráter?!

- Eu não estou julgando. Apenas quero entender o que te levou a sentir remorso apenas agora! Eu acho isso, no mínimo, hipócrita!

Evangeline desviou o olhar, tentando controlar os seus nervos. Lentamente, a respiração dela foi acalmando. No canto dos olhos castanhos, uma lágrima começou a se formar.

- John dizia que esses sinais eram a parte que ele mais gostava em meu corpo. O detalhe mais perfeito.

Severo bufou novamente, sentando-se na cama e começando a se vestir. Por nenhum momento ele a olhou... não queria que ela percebesse a evidente decepção em seus olhos.

- Se você se importa tanto, Evangeline, não tem problema. Ao contrário do que você pensa, eu não vou te julgar se quiser continuar com el--

- Não! – Ela se ajoelhou, segurando carinhosamente o braço dele. – Não é isso! Eu queria que você entendesse... Severo, eu... – Ela respirou fundo, concentrando-se em suas palavras e limpando rapidamente a lágrima que escorria pelo seu rosto. – Eu adoro o John. Eu o amo! – Os olhos negros cravaram-se nos dela. Evangeline pôde perceber que ele parou de respirar por um instante. – Eu tenho uma vida inteira ao lado dele, nós tínhamos planos! Ele era a pessoa mais importante da minha vida, e a única que eu cheguei a confiar cegamente nos últimos anos... A mera idéia de estar fazendo algo que pode machucar ele, me dói! Ele é um homem maravilhoso, não merece isso...

- Então por que você está aqui?

Ela o olhou.

- Quantas vezes eu terei que repetir? Porque eu me apaixonei por você.

- Tem certeza?

Evangeline nada disse. Apenas abaixou a cabeça e deixou mais uma lágrima escorrer. Severo logo se desvencilhou dos seus braços e se levantou.

- Eu não posso ficar aqui, Evangeline. Não enquanto você não se decidir.

Ela suspirou.

- Quer saber, Severo? É difícil demais. É complicado demais!

- Eu concordo – ele respondeu, sem olhá-la.

- Vá.

XxXxXxX

Quando Severo acordou no outro dia, Evangeline já estava na sala, sentada no sofá enquanto folheava uma revista. No rosto da mulher, era fácil perceber a palidez e uma expressão abatida... nela, naquele momento, não havia nada do brilho e do bom humor que costumava carregar consigo.

Lentamente, com passos cautelosos e ligeiramente vacilantes, ele se aproximou.

- Como você passou a noite?

Evangeline fechou os olhos e lentamente suspirou. Ele ainda pode perceber um resquício de vermelho em seus olhos, quando ela o olhou.

- Bem.

Ele se sentou ao lado dela, mas não ousou tocá-la.

- Eu vou falar com Alexandra hoje.

- Não precisa – ela simplesmente respondeu, apática.

- Eu não estou pedindo a sua opinião, Evangeline. Eu estou afirmando que vou falar com Alexandra hoje.

Evangeline o olhou novamente.

- Depois de ontem... Você realmente acha que isso vale a pena?

- Você não? – Ela nada respondeu. – Você disse ontem que “era difícil demais”. Pois bem: nunca tive nada fácil em minha vida.

Ela deu um sorriso melancólico.

- É isso o que você realmente quer, Severo?

Em resposta, Severo envolveu o rosto dela carinhosamente com as suas mãos. Antes que ele pudesse puxá-la para um beijo, no entanto, a campanhinha da porta soou.

Por um momento, fez-se silêncio... quase como se os dois soubessem quem havia tocado a campanhinha. Lentamente, Evangeline se levantou e ouviu os seus próprios passos ecoarem pelo assoalho da sala, até finalmente calarem-se quando ela parou de frente à porta fechada. O seu coração afundou quando, ao abri-la, as suas suspeitas foram confirmadas: lá estava John, escondido por um enorme buquê de flores.

- Evan!

O homem entregou as flores a Evangeline. O frio que fazia lá fora tinha deixado a pele de John avermelhada, os lábios arroxeados e o casaco negro, que ele vestia por sobre o paletó, salpicado pela neve. O coração dela deu uma guinada quando percebeu que ele estava exatamente igual ao dia em que eles se conheceram... e que, sim, ela sentira saudades.

- John... oi.

O homem ainda conseguiu roubar um leve beijo dos lábios dela, antes de adentrar a casa.

- Bom dia, Severo!

Severo, ainda confortavelmente sentado no sofá, e com o olhar não tão atônito quanto o de Evangeline, apenas acenou com a cabeça.

- Está congelando, lá fora! Nevou no natal?

- Sim, nevou.

- Foi uma noite maravilhosa – Severo disse, com um leve tom de ironia que, aparentemente, não foi percebido por John.

Evangeline olhou de relance para Severo com a mais pura reprovação. John, no entanto, limitou-se a se aproximar novamente da namorada.

- Você ficou sozinha, de novo? – Ela apenas assentiu. – Me desculpe por não ter vindo passar o Natal com você.

- Eu prefiro ficar sozinha.

Ele riu-se.

- Eu sei, mas, ainda assim, pretendo compensar! Eu comprei um presente muito especial para você, e tenho certeza que você irá gostar! E eu vou entregá-lo hoje à noite, na minha casa, num jantar que eu mesmo prepararei.

Severo ficou ereto imediatamente. Era véspera de ano novo... o que queria dizer que ele sabia muito bem qual era o presente especial que John tinha para Evangeline. A sua suspeita apenas se confirmou quando o homem olhou-o pelo canto do olho, com um sorriso confidente.

Coisa que Evangeline não deixou de perceber.

- É véspera de ano-novo. Eu prometi passar a noite na casa de Gaby.

- Ligue e cancele – John disse, divertido. – Eu já comprei o que precisava para o jantar, e pretendo ter a minha namorada comigo, hoje. Você virá?

Resignada, ela assentiu.

- Ótimo! Agora eu vou para casa, colocarei champanhe no gelo e começarei a preparar o cordeiro. Às nove virei te pegar. – Ele sorriu. – Ah! Se eu fosse você, chamaria um técnico. Tentei ligar a semana inteira... acho que tem algo errado com o seu telefone!

E, dando mais um beijo nos lábios dela, John encaminhou-se para a porta.

Evangeline ainda olhou-a, apática, antes de, silenciosamente, ir pegar um vaso para pôr as flores. Fechou os olhos quando sentiu a presença ainda intimidante de Severo a seguir.

- Você não deve ir.

Ela virou-se.

- O que vocês conversaram, no dia anterior ao Natal? Quando você disse que John estava aqui?

- Nada – Severo mentiu.

- Mentira! – Ela, como um raio, passou por ele, levando consigo o vaso, já cheio de água. – Eu vi a forma que vocês se olharam! Você sabe alguma coisa!

- O seu namorado confia demais nas pessoas, e ele confia em mim! Provavelmente aquele olhar era de alegria pelo fato que vai te comer essa noit--

Mas a fala de Severo foi interrompida pela mão espalmada de Evangeline em seu rosto. Ele cerrou os dentes e fechou os olhos, concentrando-se para não dizer nada, esperando um pedido de desculpas. Mas ela apenas olhou, dura, para a marca avermelhada e em alto-relevo dos seus quatro dedos no rosto dele.

- Nunca, jamais pense que você pode falar comigo dessa maneira! Me respeite!

- Se dê o respeito.

Ela abriu a boca, indignada e tentada a estapear mais uma vez a cara dele. Teve de fechar a sua mão fortemente para resistir àquele impulso.

- Qual o seu problema?! Um minuto atrás, você estava querendo tentar! Um minuto atrás, você me queria ao seu lado, e, agora, você diz que eu sou uma-- – Ela impediu-se. – Eu não entendo por que você queria tanto ficar ao lado de uma mulher que não se dá o respeito!

Severo a olhou vestir rapidamente um casaco e pegar a sua bolsa.

- Aonde você vai?

- Não é da sua conta!

Ela abriu a porta rapidamente.

- Evangeline! Me desculpe.

Evangeline suspirou e virou-se lentamente. Os olhos castanhos faiscavam de uma forma que ele jamais vira antes.

- Não, Severo. Dessa vez eu não vou desculpar.

XxXxXxX

Às nove e meia da noite, Evangeline entrava no apartamento do seu namorado. A fúria que lhe fizera passar o dia inteiro vagando pelas lojas de Liverpool ainda não passara; ainda assim, ela sabia que naquela noite tinha o dever de terminar a sua relação.

Não por Severo; mas por ela. E pelo próprio John.

Dessa forma, assim que ele fechou a porta e começou a despir o casaco que ela usava sobre o vestido, Evangeline disse, com um tom ligeiramente pesaroso.

- John... Eu acho que temos que conversar...

- Eu também acho – Ele disse, sorrindo, antes de dar um breve beijo no pescoço dela. – Mas não agora. Agora eu tenho vinho e um ótimo CD nos esperando.

Evangeline engoliu seco, apenas observando o namorado retirar da pequena adega que ele possuía uma garrafa de vinho tinto. Com os seus movimentos suaves, John abriu-o e serviu duas taças, entregando uma delas a Evangeline.

Como há pouco prometido, um CD foi colocado no som, e logo o apartamento passava a entoar a famosa melodia de Can’t Take My Eyes off You.

John aproximou-se, trazendo consigo todo o poder do seu sorriso. Evangeline não pôde evitar se sentir culpada.

- Você se lembra do dia em que nos conhecemos?

Ela suspirou, desviando o seu olhar.

- Lembro. Foi no início de janeiro... Gaby decidiu bancar o cupido armou o nosso encontro.

Ele riu-se.

- Mas eu te conheci antes. – Evangeline ergueu uma sobrancelha. – Foi no réveillon, há exatos três anos, na casa de Gaby.

- Eu não me lembro disso.

Ele sorriu, acariciando levemente o rosto dela.

- Você não me viu. Eu apenas passei por lá para fazer um favor a Gabrielle. Era quase meia-noite... Você estava usando um vestido azul-marinho. – Ele suspirou – E era a mulher mais bonita daquele lugar.

Ela sentiu o coração falhar por um momento. Abriu a boca, para tentar parar John... mas ele apenas continuou.

- Eu acho que me apaixonei por você naquele dia... no momento em que eu vi o seu sorriso pela primeira vez, eu sabia que você era quem eu queria para o resto da minha vida.

- John, por favor...

- E essa era a música que estava tocando. – Ele se aproximou, encostando os seus lábios no ouvido de Evangeline e, quase num sussurro, acompanhou a música. – You're just too good to be true... I can't take my eyes off you... You feel like heaven to touch... I wanna hold you so much... Eu nunca esqueci.

A culpa, naquele momento, era muito maior do que Evangeline podia agüentar... A dor no seu peito era muito mais forte do que ela imaginava ser possível. Assim, sem mais conseguir conter-se, deixou que lágrimas caíssem pelo seu rosto.

Lágrimas erroneamente interpretadas por John.

- John... – ela disse, num fio de voz, sentindo as suas mãos tremerem... odiando-se por fazer aquilo – Algo aconteceu durante esses últimos dias...

Ele sorriu, enxugando levemente as lágrimas dela.

- Agora não, Evan. Agora eu tenho que lhe falar, antes que eu enlouqueça... ou perca a coragem. Você sabe como está a minha vida ultimamente, não sabe?

- Sim, eu sei...

Ele pigarreou. Uma gota de suor começou a cair da testa dele e a sua expressão deixava claro que ele estava muito nervoso. Por um momento, Evangeline teve a vã esperança que ele acabaria o namoro.

Mas ela apenas viu emoção nos olhos de John... Olhos que, pela primeira vez, ela via marejados.

- Meu pai está cada vez pior... a minha família está desmoronando por causa disso. E eu sei que terei que passar cada vez mais tempo longe da minha casa... e talvez longe de você.

- Eu entendo. Acho que o seu pai deve ser uma prioridade em sua vida, agora e--

Ele deu um meio sorriso.

- Eu acho que... – Ele a interrompeu. – Tem vezes que eu acho que vou enlouquecer... Mas, então, eu penso em você. Eu penso nessa música, e no seu sorriso lindo... Eu penso na sua voz, nas suas manias, na textura dos seus lábios... Eu penso em seu corpo, junto ao meu... Eu penso no seu abraço e nas suas palavras de conforto... – a primeira lágrima desceu dos olhos de John. – Quando eu penso nisso, Evan, tudo fica bem.

- John...

- Por favor – ele disse rapidamente – Por favor, não me interrompa. Por favor, não diga nada até que eu termine!

Quase num gesto desesperado, ele beijou os lábios dela. As lágrimas salgadas dos dois se misturaram.

- No meio de toda essa loucura, a única coisa que eu tenho de realmente bom é você. Você

é a única coisa boa em minha vida. – Ele baixou a cabeça – Eu amo você, Evan e...

Com o coração dilacerado, Evangeline viu John tirar do bolso do seu paletó uma caixinha de jóia. Dentro dela, um lindo anel de noivado brilhava para ela, refletindo em sua pedra todas as coisas que ela teria de abdicar se a aceitasse...

- Você realmente me faria feliz se aceitasse esse anel... e se me aceitasse como marido.

Ela mordeu o lábio. Sem conseguir raciocinar, ela apenas disse a primeira coisa que veio à sua cabeça:

- Eu... er... Sim.

XxXxXxX


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