Evergreen escrita por TomSchwallier


Capítulo 7
Capítulo 7




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Em passos lentos chegaram até a segunda porta do lado esquerdo do corredor, Aniel abriu-a sem muito suspense, revelando o aposento decorado em tons claros. Sem trocar qualquer palavra dirigiram-se á grande cama no centro do quarto, deitaram-se lado a lado, de maneira que pudessem fitar um ao outro mesmo no breu da noite. - Sempre desejei poder acordar num sonho, escrevia o que não podia viver; tudo isso é o que sempre quis... Se eu inconscientemente controlo mesmo todos vocês, você sabe o quanto isso me faz feliz. – Agatha sorri de canto e coloca uma de suas mãos no pescoço de Aniel, fechando os olhos enquanto encosta sua testa na dele. – Mas seria muito egoísta da minha parte me preocupar apenas com minha própria felicidade... Aniel, eu sei que acabarei contrariando o teu pedido agora, mas não precisas explicar, apenas deixe-me falar, porque preciso contar contigo, afinal, és meu refugio. - Oh pequena, em hipótese alguma deixe de me dizer o que se passa, me tornarei inútil caso isto aconteça, se eu não puder tentar conforta-la, qual seria a utilidade de minha existência? Mesmo que envolva coisas que não posso dizer, permanecerei ao teu lado. – Aniel sussurrou enquanto mantinha Agatha junto á si, com os braços em torno de seu corpo, abraçando-a. - Aniel, meu pai não suportaria mais uma perda e não sei até que ponto estar aqui faz com que isso aconteça, não sei até que ponto este pensamento é coerente... – Sussurrou enquanto uma lágrima escorria por seu rosto, molhando insignificantemente o lençol abaixo de si. No objetivo afastar pensamentos que a machucassem Aniel juntou seus lábios aos dela, contente por poder calar aqueles temores, mesmo que momentaneamente. E no silencio que se formou no término daquele beijo calmo, Agatha aconchegou-se nos braços de Aniel e adormeceu, por mais receoso que o coração de ambos estivesse quanto a isso. ** Naquela noite não houve sonhos, mas ao acordar Agatha poderia jurar ter sonhado que acordava em um hospital, lembrava-se apenas de ter aberto os olhos e ter encarado o teto de um cômodo bem iluminado e também pode ouvir certos barulhos de aparelhos, fazendo-a julgar o local como sendo um hospital, fechou os olhos por um momento para em seguida poder observar mais detalhes do lugar, mas nesse momento foi sugada para a escuridão que se formara em seus sonhos pelo resto de sua noite. Aniel não estava ao seu lado e isto incomodou um pouco, esfregou as têmporas e sentou-se para poder procurar por ele, mas no lugar de Aniel avistou um garoto com uma expressão serena, porém misteriosa, com o semblante de quem preferia falar apenas o que julgava ser realmente necessário; seus cabelos pretos no comprimento do queixo tampavam uma parte do rosto enquanto ele fitava as próprias mãos; suas roupas eram sem duvidas, mais formais e obtinham um aspecto mais medieval do que as de Aniel, fazendo-o parecer ainda mais com algum príncipe da idade média. - Bom dia! – Surpreendeu-a ao erguer o rosto, olhar em sua direção e sorrir sutilmente. – Perdão estar aqui desta forma abusiva, sem ao menos ter avisado, Aniel pediu para que eu assegurasse que não estarias sozinha quando acordasse. Sou o Kayo. - Não se preocupe, não há problemas. – Agatha sorriu timidamente, contente por aquele ser Kayo, algo nele trazia certo conforto e calma, em seus pensamentos inevitavelmente chegou a conclusão de que se ela controlava mesmo tudo aquilo, fora seu subconsciente que criara essa característica, por ser uma das coisas que precisava naquela momento. – Onde esta Aniel e Cassandra? – Perguntou enquanto se sentava na beira da cama. - Foram até a venda próxima para assegurar que você será bem alimentada. – Sorriu de canto enquanto observava Agatha se levantando e caminhando em direção à janela com passos lentos e a expressão calma. Permaneceram em silencio enquanto os pensamentos de Agatha eram todos relacionados ás poucas casas da vizinhança, todas com o mesmo aspecto rustico e calmo, isso a instigava, talvez não tanto quanto ela parecia instigar Kayo, que a fitava com o cenho franzido, tentando desvendar-lhes os pensamentos. - Kayo, ‘‘Nunca acorde de um sonho. ’’ ou ‘‘Nunca se permita sonhar. ’’, qual dos dois você acha que é mais infeliz? – Agatha quebra o silêncio com a pergunta inesperada enquanto observava pela janela as duas figuras distantes se aproximando aos poucos da casa, sem muito esforço reconheceu-os como sendo Aniel e Cassandra que carregavam em seus braços sacolas de algum armazém próximo. - Bom, pensar que o sonho é para sempre pode ser realista ou estupido até certo grau. Algum dia irá acabar, mas você pode mantê-lo em sua memória, não é garantido, mas penso que correr o risco é menos cruel do que não se permitir sonhar. – Kayo respondeu com ponderabilidade em seu tom de voz, enquanto falava mantinha os olhos fixos em suas mãos repousadas sobre suas pernas. - Tens razão. – Sorriu orgulhosa, desviando o olhar da janela para então observar Kayo, certa de que quando acordasse, o colocaria em alguma história, onde até seu silencio seria importante, um príncipe galanteador que não desejava nada além de obter apenas paz interior. - Agora venha, esperaremos por Aniel e Cassandra, para podermos desfrutar do desjejum e a levaremos a um lugar que certamente amara. – Levantou-se e esticou a mão na direção da pequena, que depois de alguns passos lentos segurou-a, caminhando ao lado do seu pequeno príncipe, para então ir ao encontro de seu amado.


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Notas finais do capítulo

Uma parte do dialogo entre Kayo e Agatha foi inspirado em algumas falas do anime Kuroshitsuji.



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