A Escuridão. escrita por Sid15


Capítulo 2
A vila




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Após ouvir a historia da moça Paul percebeu que ali naquela região havia algo para ser caçado, após terminar de ouvir a historia ele abaixou a cabeça e continuou tomando a sopa, depois se levantou foi e m direção ao quarto em que dormiria olhou para trás e disse.

-amanhã eu pego a coisa que fez isso com seu irmão!

E entrou corredor adentro, chegou ao seu quarto, um lugar simples com uma vela no canto da parede para clarear, ele sentou-se na cama tirou sua capa e suas roupas de proteção, deitou-se olhou a sua volta, fechou os olhos e pensou no que a jovem havia lhe contado, o sofrimento daquela doce mulher parecia com o seu, ver uma pessoa importante de sua vida sendo devorada viva na sua frente não é a melhor coisa para se testemunhar.

- que deus nós ajude – disse Paul com os olhos mais ou menos fechados

Naquela mesma noite a meia noite, estava frio e o céu estava nublado, dois pastores andavam pelos campos com suas ovelhas, e conversavam sobre negócios, eles levaram as ovelhas para um pequeno campo com um pasto não muito bom, mais também não muito ruim.

Um dos pastores aparentava ser jovem, e parecia apenas estar ali para aprender sobre negócios, o outro já tinha um pouco mais de idade, mais não era velho, o frio havia feito os seus lábios racharem e por isso estavam muito bem protegidos dele, suas roupas simples e com seus cajados de madeira torcida com o tempo.

 As ovelhas pararam e começaram a pastar enquanto os dois homens se sentaram ao longe observavam os animais pastando, e conversavam ao mesmo tempo, no céu não se via estrelas, as nuvens tapavam todas elas, um vento frio cortou o campo, mexendo na pastagem e causando calafrios nos dois pastores, um dos pastores ouviu um som vindo da mata a direita do campo, ele olhou fixamente para a pequena mata.

 Da mata algo os observava, andava para um lado e para o outro a única coisa que se ouvia da figura era sua respiração forte, a coisa tirou seus olhos dos dois homens e virou-se para o rebanho de ovelhas, o pastor que estava do lado perguntou:

-que houve?

-nada! Pensei ter ouvido algo na mata- responde o outro com um tom de suspeita.

Do nada as ovelhas pararam de pastar o se voltaram para a pequena mata, e voltaram para trás correndo, os dois pastores se levantaram e correram para o rebanho que debandava, eles gritavam balançavam seus cajados se jogavam a frente do rebanho, mais nada as fez parar, uma coisa as fazia correr mais ainda, um uivo forte e amedrontador saiu em meio à confusão, os pastores param e olham saindo da mata um animal parecido com um lobo com braços longos e musculosos pelo prateado com tons negros, e olhos que brilhavam em meio da escuridão, a besta mexia as garras lentamente salivava bastante, olhava para os dois homens paralisados de medo, eles não acreditavam no que viam na sua frente.

A besta fechou a mão levantou o pescoço e soltou um uivo amedrontador, nesse momento ele saiu em disparada em direção a os dois, eles saíram correndo, um deles tropeçou e caiu quando ele olhou para trás viu a besta dilacerando uma ovelha, havia sangue e órgãos para todo o lado, o animal sentia prazer em fazer aquilo, mais ele parou de dilacerar a ovelha, olhou dentro dos olhos do pastor e mostrou seus dentes enormes cobertos por sangue, em sua boca estava o fígado da ovelha,ele aperta o fígado entre os dentes com prazer ao olhar para o homem paralisado, então ele cuspiu o fígado no chão.

O pastor correu, correu muito, mais era tarde de mais, na sua frente seu companheiro ouviu um grito, ele parou e se virou para trás e viu aquela cena, a mão da besta estava atravessando o corpo do seu amigo o coração dele era esmagado pelas garras do animal, da sua boca saia sangue, nesse momento o animal jogou a vitima no chão e começou a devorá-lo ferozmente.

Seu companheiro estava morto sendo devorado por uma besta sanguinária no campo, com esse pensamento o pobre pastor corria pelos campos desesperado buscando ajuda, ele chegou à vila, já machucado por galhos e espinhos em pânico.

Ele entrou num bar em estado de choque socando a porta até o canto, as únicas palavras que ele conseguiu dizer foram.

-O DEMONIO ESTÁ AQUI!

Depois disso ele desmaiou em estado de choque.

Já de manhã Paul acordou, se levantou foi até uma bica lavou o rosto, voltou para o quarto vestiu sua roupa e caminhou até para fora da casa, lá encontrou Gleyca arrumando uma carroça com dificuldade.

-quer ajuda?

-não obrigada, eu sei me virar sozinha!

-você é teimosa pelo visto, gosto disso nas pessoas.

Ela deu um leve sorriso olhando para ele que retribuiu, tirou seus olhos dela e começou a olhar o horizonte e perguntou.

-então, aonde você vai mesmo?

-vou até a vila, preciso de algumas coisas

-eu vou com você.

-não preciso de ajuda!

- quem disse que eu estou oferecendo ajuda?

-você às vezes é bem grosseiro sabia?

-sim.

Paul afastou a moça pegou o resto das coisas e colocou na carroça em seguida sentou-se no meio delas e abaixou a cabeça. Então eles seguiram andando a carroça balançava com a estrada ruim mais Paul parecia não ligar muito, Gleyca parecia incomodada com o silencio dele, então resolveu perguntar.

-senhor Cutter?

-me chame de Paul – disse ele com a cabeça baixa.

-tudo bem, Paul.

-diga.

-porque você resolveu caçar essas coisas?

-é uma longa historia você não vai querer saber.

-vou sim, me conte!

Paul levantou sua cabeça olhou a sua volta, Gleyca parou a carroça voltou-se para trás olhou para o rosto de Paul e disse.

-vamos! Estou esperando!

-tudo bem, se você quer tanto saber eu falo. Há alguns anos eu estava na minha pequena fazenda em Gevaudan, eu estava mexendo na plantação a noite estava quente a lua brilhava no céu nuvens passavam por ela, e ela por sua vez iluminava o rosto da minha esposa sentada na varanda de casa com minha filha, elas eram as coisas mais preciosas que eu tinha na vida, eu parei um pouco e olhei na direção delas, as vi sentadas tranqüilas na varanda, minha filha dormia como um anjo, então eu ouvi aquele uivo cortando a floresta, eu nunca tinha ouvido nada como aquilo na vida eu gritei para ela entrar, mais ela não me ouviu e saiu da varanda para ouvir, eu vi aquela criatura com pelos negros, enorme, olhos brilhantes, correndo em direção delas eu corri para tentar salva-las mais eu cai e bati com a cabeça em uma pedra, eu sangrava muito e tentei me manter acordado mais não dava.

 A ultima coisa que eu vi foi àquela coisa pulando em cima da minha mulher, depois disso eu simplesmente apaguei, desde então eu caço eles em busca do desgraçado que levou minha alma!

Paul havia terminado e estava quieto Gleyca abaixou a cabeça e parecia sem graça chegou perto de Paul e disse.

-me perdoe ter feito você lembrar-se disso!

Paul deu um leve sorriso no rosto e olho para Gleyca.

-você não me fez lembrar, eu sempre sonho com isso a cada dia da minha miserável vida eu me lembro daquela maldita noite, a cada manhã, a cada tarde e a cada noite, sempre com aquela maldita noite na minha memória.

Ele abaixou a cabeça novamente e assim eles foram.

Ao chegar à pequena vila se depararam com medo mercados fechados pessoas quietas assustadas dentro de suas casas.

Paul desceu da carroça olhou para traz e viu caçadores preparando suas armas junto com o ferreiro, ele foi até eles e perguntou.

-que houve aqui?

Os caçadores pararam olharam bem para Paul e depois voltaram a mexer nas suas armas o ferreiro era um homem velho careca com um bigode grande estava suado, estava batendo e uma viga de aço e por isso não ouviu Paul.

Mais depois tirou seus óculos, parou sua atividade e olhou para Paul com um tom de surpresa.

-você é um forasteiro?

-sim.

-eu te aconselharia a sair daqui, esse lugar não é seguro.

-e porque não seria?

- um animal atacou noite passada, matou 8 ovelhas de maneira brutal e devorou um homem, hoje de manhã acharam o corpo de uma menina de 10 anos com marcas de mordidas parecidas com as marcas do rapaz.

-sabem o que fez isso?

-não, o amigo do rapaz sobreviveu, ele disse que parecia um lobo gigante.

Paul agradeceu pela informação, se afastou e ajudou Gleyca a carregar a carroça depois de tudo pronto ele se virou pra ela e disse.

-eu não vou voltar com você.

-o que? Porque?

-acho que a coisa que pegou seu irmão ainda está aqui, eu posso pega-lo!

-você vai ficar bem? – disse Gleyca com um tom preocupado

Paul sabia que não havia certeza se sairia inteiro da caçada então resolveu disse que sim para não deixar Gleyca preocupada.

Ela o abraçou subiu na carroça e foi embora, Paul foi até um bar se distrair enquanto esperava a noite. Ao chegar lá ele viu o de costume homens bebendo sentado nas mesas comendo seus tira gostos.

Ele foi até o balcão e pediu uma bebida, se sentou e reparou, as pessoas estão quietas falavam muito do assunto mais alguém havia chamado atenção de Paul.

Um homem estava sentando no balcão bebendo parecia com medo, muito medo.

Paul chamou o garçom.

-quem é aquele?

-o nome dele é Lester ele era pastor amigo do homem que foi atacado ontem, apareceu aqui todo sujo de sangue em pânico.

-ele descreve o que viu?

-não, so fala de um lobo gigante e em demônios, coitado, o ataque deve ter deixado ele traumatizado!

-sempre é assim. – finaliza Paul bebendo o resto de bebida que ainda havia no seu copo.

Andou até o rapaz que estava sentado de cabeça baixa olhando para os lados, notando em cada detalhe do lugar.

Paul se sentou com um tom de estar cheio de tudo aquilo, olhou para ele e disse.

-e ai, pode me contar o que houve?

-pra que? De que ia adiantar? Ninguém acredita em mim mesmo.

-acredite, eu sei como é ver uma coisa daquelas matando uma pessoa próxima.

-como assim?

-digamos apenas que é experiência própria.

Lester se levantou olhou bem para Paul e começou a contar o acontecido, Paul olhou para ele e disse.

-é meu amigo parece que você realmente encontrou um demônio, mais tem sorte de ainda estar vivo.

-aquela coisa, vai voltar não vai?

-com certeza esses monstros têm uma sede insaciável por sangue, existem na terra simplesmente para isso.

-este é o propósito deles? Matar e causar dor e medo?

-sim, são criaturas de um deus pagão da morte. - Diz um homem ao fundo.

Os dois se viram e Paul dá de cara com Jamal ali na sua frente parado em pé e olhando para ele com um leve sorriso no rosto.

-é bom ver você meu amigo – diz Jamal

-eu digo o mesmo, mais o que veio fazer aqui?

-isso são modos de tratar um amigo? – diz Jamal com um tom sarcástico no rosto.

-eu vim te alertar.

- me alertar? Sobre o que?

-essa criatura que você está prestes a enfrentar, não é uma criatura comum como as outras.

-como assim?

-minhas suspeitas estavam certas é um sangue puro.

-menos um na terra.

-você não entende os sangues puros são muito mais fortes inteligentes e rápidos que os homens infectados com quem você tem lutado!

Paul se prepara para dizer uma coisa quando uma multidão se forma do lado de fora na rua em voltar de uma carroça, os três chegam na rua e se deparam com um corpo de criança dilacerado no chão.

Uma menina de 12 anos teve uma morte brutal no seu rosto havia marcas de garras, seu vestido estava rasgado coberto por sangue.

Paul olhou para aquilo amedrontado virou-se para Jamal e disse.

-bem acho que encontramos o seu sangue puro

Lester saiu correndo de lá em choque, Paul foi atrás dele Lester estava apoiado numa parede de uma das casas, estava pálido olhava para o chão com medo como se ele fosse sumir sobre seus pés.

Paul chegou e colocou sua mão sobre os ombros de Lester, ele virou assustado para Paul que disse:

-Hey! Calma sou eu!

-desculpa é que eu só estou... você sabe.

-assustado?com medo?

-sim...

-não sinta vergonha todos sentem isso, isso e o tipo de sentimento que eles causam nas pessoas.

-você os caça não é?

-eu quero ajudar! Quero que essas coisas sumam da face da terra!

-não é tão simples assim

-escute! De agora em diante eu irei com você! Eu quero ajudar!

Paul olhou para ele viu o fogo nos olhos dele deu um leve sorriso e disse.

-bem, se é o que você realmente quer

Virou-se e andou até o bar, Jamal entrou na sua frente e disse.

- não o enfrentará sozinho! Eu ficarei e lutarei com você!

- não, perigoso de mais e além do mais você não está mais nos seus anos dourados!

-está dizendo que sou velho de mais?

-tecnicamente sim

-ok tudo bem me ataque!

-OQUE? – disse Paul com um tom de surpresa

-venha! Ataque-me, se eu sou tão velho será fácil me dominar!

- eu não vou atacar você...

- anda Paul to esperando você me ataque!

Paul virou-se rindo e voltou se pra cima de Jamal, atacou ele tentou um soco Jamal desviou-se foi até o chão e deu uma rasteira muito forte em Paul numa velocidade incrível! Paul nem viu o que havia lhe atingido quando deu por si estava deitado no chão olhando pra cima.

-MAIS QUE MERDA FOI ESSA?

-velho de mais não é filho? Precisa aprender mais.

Ao fundo Lester via a cena com um sorriso, Paul levantou-se Jamal entrava para o bar pedindo uma bebida, Paul batia sua roupa para tirar a sujeira do chão e Lester ria dele, ele levantou o rosto olhou para Lester e disse.

-garoto se dizer alguma palavra é um homem morto!

-o-ok senhor!

Depois de certo tempo saíram do bar foram para o quarto de Paul havia duas camas, Paul deitou-se em uma delas e colocou o chapéu na cabeça sua ultima frase foi

-me acorde quando começar.

Lester parecia nervoso Jamal sentou-se no canto do quarto fechou os olhos e começou a falar frases de uma língua antiga, Lester parou voltou seus olhos para Jamal e perguntou:

- o que está fazendo?

-rezando, pedindo força para a batalha que se aproxima e meditando

-isso ajuda?

-filho, o que adianta entrar numa luta fazendo o sinal da cruz, se você não sabe lutar? Mais a fé nos ajuda, seres humanos precisam de algo para crer e em que confiar.

Lester olhou para Jamal por um tempo parou, Jamal sorria ao ver a face curiosa de Lester, lá havia vários sentimentos misturados medo, curiosidade e um pouco de coragem.

- o senhor os caça há muito tempo?

- por favor, me chame apenas de Jamal.

- tudo bem.

-sim, eu amo meu povo e tento proteger ele, mais às vezes tenho que defender ele de si mesmo, agora filho deite-se, descanse e ore pois teremos uma longa noite.

Lester ouviu seu conselho deitou-se na cama, Jamal olhou para o garoto que dormia sorriu e virou seu rosto para esquerda com um olhar preocupado, sobre a batalha que estava por vir.

Estava anoitecendo, fazia frio, o vento passava pelas tabuas da velha casa, fazia a janela bater, na rua nada havia, só na entrada do bar estavam os soldados e caçadores armados vigiando, no meio da rua uma ovelha suja de sangue, só isso as casas estavam trancadas, não se ouvia nada a noite parecia chegar rápido.

Um dos soldados estava sentado de cabeça baixa, levantou ajeitou sua arma encostada numa caixa de conservas e foi andando até a rua, a ovelha estava deitada descasando, ele viu que já estava de noite e então olhou pra cima e viu que a lua havia surgido, nuvens cinza passavam por ela lentamente, havia poucas estrelas, ele só ouviu sons da noite, o vento nas arvores ao redor, grilos e nada mais.


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