A Garota da Capa Vermelha escrita por GillyM


Capítulo 9
Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

Aos poucos as lacunas que ficaram sem explicação estão se preenchendo e muitas coisas são reveladas que podem mudar todo o rumo da história.



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Ao ouvir aquele nome e vê-lo adentrar a sala, Valerie sentiu seu corpo tremer, assim como o resto de seu corpo, seus pés foram perdendo o chão lentamente e sua visão foi ficando embaçada e escura, ela não conseguia definir as vozes que ouvia na sala.

Quando acordou estava deitada na cama de seu quarto e ao seu lado estava Henry, ele se sentiu culpado pelo o que a havia acontecido, ele poderia tê-la a avisado antes sobre a presença de Damon, mas temeu a falta de compreensão dela.

- O que houve – Ela piscou os olhos para despertar mais rapidamente – O que aconteceu lá?

- Não se preocupe. Assim que se senti melhor vou lhe explicar tudo – Ele disse sorrindo, tentando confortá-la – Preciso voltar agora, mas tarde eu subo para ver como você está.

Antes que ela pudesse dizer algo, ele cruzou a porta. Ela estava com medo e desconfiada, e não entendia a reação de Henry naquele momento, ela se levantou e correu até a porta e a trancou, fez o mesmo com as duas grandes janelas do quarto. Ela se sentou na cama e começou a pensar, pensou e pensou, e muitas dúvidas começaram a surgir em sua mente, até que chegou num momento onde ela começou a desconfiar até mesmo de Henry, havia muitas lacunas não explicadas, ela se perguntava por que Damon não a transformou quando teve chance, como Henry seria capaz de vencê-lo e o que Damon estaria fazendo ali, ao lado de Suzanne.

As horas se passaram e Henry não voltou para o quarto, Valerie queria sair para procurá-lo, tentar entender o motivo da sua demora, mas estava amedrontada e não sairia de lá por temer o pior, Damon estava por perto e não era hora de se aventurar. O dia clareou e nada de noticias, a espera a deixava ainda mais preocupada, ela pensou mais um pouco e resolveu sair disposta a encarar seu destino, ela respirou fundo e caminhou em direção a porta, ao abri-la levou um susto.

- Calma! Sou só eu – Tim disse rindo – Você está bem?

- Onde está Henry? – Ela perguntou ansiosa – Onde esta de Damon e Suzanne?.

- Eles não estão aqui – Ele respondeu – Posso entrar, preciso lhe dar o recado adequadamente.

- Claro que sim – Valerie disse abrindo ainda mais a porta para permitir sua passagem – Espero que me tenha boas noticias. Estou aflita e confusa, estou morrendo de medo.

Ambos se sentaram a cama, mas antes Valerie abriu as cortinas, os raios de sol entraram pela janela iluminado o quarto e deixando o clima do quarto menos tenso.

- Damon, Suzanne e Henry não estão aqui – Ele começou a explicar – Eles saíram antes de o sol nascer.

- Como assim? Isso não é possível – Ela esbravejou – O que Damon faz aqui? O que Suzanne tem com ele? E por que Henry não se abalou como eu?

- Eu não tenho todas essas respostas – Tim disse ao balançar a cabeça negativamente – Apenas fui incumbido de lhe passar o recado, voltaram só ao anoitecer.

Valerie não escondeu sua insatisfação, ao vê-la daquela maneira, Tim se compadeceu com sua situação, pois já havia passado por tudo aquilo com Suzanne e se lembrava o quão atordoante era a falta de informações.

- Há algumas coisas da quais não precisamos saber – Ele disse tentando animá-la – Vampiros e seus assuntos.

- Damon é assunto meu também – Ela replicou insatisfeita – O que Henry esconde de mim?

- Eu não sei – Ele desconversou – O que quer fazer hoje?

- Nada! Só quero que me explique o que aconteceu ontem – o som da sua voz relatou sua irritação – Para onde eles foram? Por favor, me explica o que está acontecendo, eu estou perdida, estou desconfiando até de Henry e você é o único que pode me dizer tudo o que preciso saber.

Tim desviou o olhar para o chão e ficou pensativo por um momento, Valerie suplicou ainda mais por resposta. Tim sabia que havia coisas que ela não deveria saber, mas ela era a única pessoa que ele ainda podia contar como amiga, ao ficar do lado de Suzanne, ele teve que se afastar de todos seus amigos, inclusive de sua própria família, e por todo aquele tempo, ele levou uma vida solitária ao lado dela, mas quando conheceu Valerie, a humanidade voltou a ter importância para ele.

- Prometa que tudo o que eu disser ficará apenas entre nós – Tim disse ao estender a mão para que Valerie a apertasse em sinal de comprometimento – Promete?

- Claro que sim! – Ela concordou e segurou a mão dele – Agora me conta tudo?

- Nada disso – Ele negou – Só vou responder as suas perguntas!

Valerie lançou um olhar de insatisfação, mas concordou com as exigências do amigo, ela tinha muitas dúvidas que precisavam ser esclarecidas e sabia que Tim se comprometeria muito ao falar sobre os segredos que rondavam a casa e a vida de Suzanne.

-O que Damon faz aqui? – Ela começou – O que Suzanne tem haver com ele?

- A criadora de Damon é a mesma que a de Suzanne, eles são como irmãos – Ele respondeu – Mas eles não são bons amigos, posse lhe garantir.

- Então por que ele está aqui? – Ela perguntou novamente – E por que ela ajudaria Henry a matá-lo?

- Eles se odeiam, mas em nome do clã , eles estão em paz, por enquanto – Ele respondeu irônico – Suzanne não pode matá-lo, então quer que Henry o faça.

- Isso significa que Suzanne é como uma irmã de Damon – Concluiu Valerie – E ela esconde isso de todos?

- Todos tem algo para se envergonhar – Ele brincou – Você não tem?

- O que houve entre eles? – Valerie perguntou na tentativa de mudar de assunto – Por que se odeiam?

- Suzanne matou uma humana que Damon queria transformar – Ele explicava olhando para a porta, com medo de que alguém ouvisse – Para se vingar, ele destruiu o anel dela, por isso ela não pode sair ao sol como todos os vampiros do clã.

- Tem mais vampiros no clã? – Valerie disse perplexa – Mas por que ela o recebeu aqui?

- Esta casa pertenceu a criadora deles, mas Damon nunca gostou de ficar aqui – Ele explicou – Esta casa é dele também, e Suzanne não pode o impedir de entrar aqui.

- Por que Damon não me transformou quando pode? – Esta era uma pergunta que a incomodava muito – Por que já não fez isso?

- Damon é cruel no que faz, matar humanos é como uma obrigação para ele – Tim dizia ao andar pelo quarto – Mas brincar com suas vitimas é diversão para ele, por isso ele brinca tanto com você, seu desespero é melhor que seu sangue.

- Como Henry vai matá-lo? – Ela ficou curiosa – O que Suzanne tanto ensina para ele?

- Eles matam vampiros durante a noite, recém- nascidos para ser exato. Estes são mais fortes – Ele se sentou novamente na cama – Existe outro vampiro que quer montar um exercito por aí, Suzanne e Henry estão o combatendo. Acredite, Henry é mais forte que pensávamos, ele está preparado para lutar contra Damon.

Valerie ficou feliz com a noticia, ela temia que ninguém conseguisse tirar Damon de sua vida. Ela não poderia pensar na idéia de virar vampira como ele, da mesma forma que não poderia pensar na hipótese de se tornar um lobo e logo pensou em Peter.

- O que Peter fez a Damon de tão grave? – Valerie precisava ouvir aquela resposta – Por que ele quer se vingar?

- Peter só estava tentando defender sua espécie, mas se envolveu em algo... – Tim foi interrompido por alguém que bateu na porta.

Tim se levantou em silencio, ambos trocaram olhares, ninguém tinha permissão de incomodá-los, nem mesmo os empregados da casa, ordem de Suzanne a pedido de Henry, que queria zelar pela a segurança de Valerie enquanto estivesse fora.

Tim abriu a porta cuidadosamente e se espantou ao ver Damon parado lá.

- Você não tem permissão para estar aqui – Tim disse a ele, Valerie se surpreendeu com a firmeza de Tim, pois ele era apenas um humano e Damon, um monstro.

- Eu não preciso de permissão! – Ele respondeu exibindo suas presas – Saia!

Embora as regras forem muito claras, Tim sabia que não podia deter Damon e que ele o mantinha vivo apenas pelo pacto de paz que havia entre ele e a “irmã”. Tim também sabia que bastava o pacto acabar que ele seria o primeiro a morrer, ele seria a melhor forma de Damon provocar Suzanne. Antes de sair do quarto, ele se virou para Valerie e deu uma piscadela, ela se sentiu mais confiante com a história que havia acabado de ouvir e o gesto dele a deixou ainda mais segura.

- Espero que não se importe de eu entrar – Damon disse ao adentrar o quarto – Se bem que isso não importa mesmo!

- O que quer? – Valerie firmou a voz para disfarçar seu medo – Para que isso?

Damon exibia uma postura superior e invejável, o encanto daqueles olhos escondia todo o perigo que existia por de trás daquele brilho quase que ofuscante. Valerie estava parada no centro do quarto, seus pés estavam cravados no chão e todos os músculos de seu corpo estavam tão tensos que não permitia que ela se mexesse. Damon caminhava fazendo círculos em torno dela, como se fosse um animal pronto para atacar, mas sua intenção não era essa.

- Eu sei o que vocês planejam – Ele começou a falar – Conheço bem minha irmã.

Valerie se manteve quieta, não pronunciou mais nenhuma palavra e só ficou a ouvir o que Damon tinha a dizer.

- Roxanne fugiu – Continuou ele – Acho que ela não gostou do que houve com Claude. Sabe... Foi uma pena não ter tido nem a chance de experimentar seu sangue da ultima vez que nos vimos.

Damon parou bem próximo a ela, e enquanto falava afastava o cabelo de Valerei deixando seu pescoço exposto.

- Posso sentir seu coração bater forte, Deve haver muito sangue por aí – Ele alisou a garganta dela com o dedo e depois cheirou sua pele delicadamente – O sangue fica mais saboroso quando está cheio de adrenalina, em especial o seu.

Valerie virou o rosto para o lado oposto bruscamente, isso causou ainda mais prazer em Damon, e o fez a desejar ainda mais. Ele havia se impressionado com sua beleza e o fato dela ter pertencido a Peter o instigava ainda mais.

- Sabe do que me lembrei? – Ele sussurrou no ouvido dela – Daquela noite na floresta. Você estava maravilhosa naquele noite, sua pele misturada a neve e seu suor misturado ao meu corpo. Se lembra?

Valerie sentiu seu corpo se arrepiar por inteiro, ela sabia que se Damon quisesse, ela faria o que ele determinasse, a manipulação era uma arma que ele usava muito bem. Ela começou a sentir uma força brotando dentro dela, aquilo a fazia desejá-lo, ma ela lutava contra aquela força, da qual conhecia muito bem.

- Por que não me manipulou das outras vezes? – Ela resolveu o confrontá-lo – Não seria mais fácil para você?

- Sim, claro que seria – Ele respondeu e a segurou pela cintura, ela congelou ao sentir a pele fria de seu braço – Mas não quero você desse jeito.

Ele se afastou e a sensação que Valerie sentia desapareceu rapidamente, o ambiente ficou ainda mais tenso quando Henry abriu a porta e adentrou furiosamente o quarto.

Eles se olharam, um olhar furioso e provocador, Valerie correu e se colocou atrás de Henry. Damon não disse nenhuma palavra, somente esboçou um sorriso cheio de cinismo e caminhou calmamente em direção a porta. Antes de ir embora Damon olhou para Valerie e deu a mesma piscadela que Tim havia lhe dado momento antes.

- Onde estava? – Valerie esbravejou – Você me deve explicações!

- Calma vou explicar! – Ele respondeu rispidamente – Está tudo bem, vou te contar sobre tudo o que está acontecendo!

Valerie examinou rapidamente Henry, ele estava diferente, o olhar estava mais penetrante, a voz ainda mais grossa e intimidadora, sua postura se assemelhava a de Damon e Suzanne, ela realmente havia o ensinado a ser um vampiro de verdade, ele havia deixado de ser o velho Henry que conheceu e aquilo a incomodou.

- Eu já sei sobre Damon – Ela começou falar – Há outras coisas das quais eu preciso saber.

- Quem te contou? – Ele perguntou surpreso – Claro... Tim.

- Isso não importa, e você não vai falar nada a Suzanne – Valerie replicou – Me responda algumas perguntas!

- O que quer saber? – Ele retrucou – Se Tim já não disse tudo.

- Quero saber quem o ajudou a escapar de Damon e Suzanne no dia que eles me pegaram na caverna – Ela disse ao relembrar daquele episodio – Por onde você andou, quando não estava comigo em Daggerhorn?

Henry parou e ficou em silencio por alguns minutos, aquilo deixou Valerie ainda mais intrigada, ela sentiu que ele escondia algo e ela estava cansada das pessoas esconderem as coisas dela.

- Tina me ajudou! – Ele respondeu – Tina também é vampira, ou quase!

- Tina? – Valerie ficou abismada – O que Tina tem haver com isso?

- Ela não está morta como você pensa - Ele explicou – Existem muitos segredos que cercam Daggerhorn , seu pai não era o único que escondia segredos.


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Notas finais do capítulo

Comentários e críticas me deixaram feliz!!!



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