Nada havia mudado em Daggerhorn, tudo estava como sempre fora, mas as pessoas estavam ainda mais apavoradas com os novos descobrimentos. Os moradores sabiam lidar perfeitamente com o fato de existir lobos na floresta que os cercava, mas saber sobre a  existência de vampiros os deixaram apavorados, pois eles não sabiam lidar com esta situação.

Alhos, água benta, estaca de madeira, crucifixos se tornaram objetos fundamentais em cada casa do vilarejo, as pessoas os expunham a todo o modo, sem moderações. Definitivamente os moradores não tinham consciência de quão evoluído era Damon, aqueles objetos só serviram para o divertimento dele e não seriam nem um pouco eficiente contra o exercito de vampiros que seguia em direção ao vilarejo.

Tina chegou e advertiu todos sobre o ataque, ela conseguiu convencer alguns moradores, principalmente mulheres e crianças, a se esconderem na igreja, muitos moradores não quiseram sair de suas casas, e outros resolveram deixar Daggerhorn para se arriscarem floresta adentro em plena noite de lua sangrenta.

- Quantos serão? – Peter perguntou a Henry antes de a noite cair, ambos estavam parados na entrada da floresta olhando para as arvores.

- Nós dois não seremos o suficiente – Henry respondeu sem olhá-lo nos olhos.

- Você tem certeza que a ajuda virá? – Peter insistiu – Quantos virão?

- Em breve seremos cinco, sem contar com Tina – Ele respondeu ainda com os olhos grudados na floresta.

- O que Tina tem haver com isso? – Peter ficou confuso – O que você fez com ela?

Peter se aproximou bruscamente de Henry que nem se moveu. Henry continuou para do, mas lançou seu olhar sobre Peter.

- Não fiz nada a ela – Ele não alterou o tom de sua voz – Se você fosse um bom lobo saberia disso, saberia o que ela é.

- Eu sem bem o que ela não é... Humana! – Peter respondeu ao voltar para seu lugar.

- Então por que nunca tentou saber? – Henry manteve seu olhar em direção as arvores.

- Não importa... Não me sinto ameaçada por ela – A voz de Peter soou como um deboche.

Henry não deu nenhuma importância ao deboche de Peter, ele se manteve em silencio evidenciando ainda mais sua indiferença.

- Você não ficou aqui! – Henry começou a falar novamente – Por onde andou?

- Eu não poderia, ainda mais sem Valerie comigo – Peter respondeu seriamente – Então resolvi alguns assuntos pendentes e voltei para cá a tempo da lua sangrenta nascer.

- Voce é ardiloso Peter! – Henry disse o olhando friamente – Quais são seus planos?

- Você acredita mesmo que vou revelá-los a você? – Ele debochou novamente, mas desta vez Henry ficou incomodado com sua petulância.

Após esta breve conversa ambos se mantiveram em seus lugares, quando o céu começou a escurecer, Peter se lançou para a floresta, ele iria começar se transformar. A transformação não era nada tranqüila, a dor de sua pele se rasgando, da mandíbula se deslocando e das garras nascendo era quase que insuportável para ele, mas felizmente a transformação durava apenas alguns segundos.

O som do uivo feroz de Peter cortou o ar e ecoou entre as arvores da floresta, seu uivo anunciava a chegada da lua de sangue, Henry sabia que Peter seria diferente naquela noite, pois a chegada da lua sangrenta o deixaria ainda mais maléfico e ameaçador, um perigo a todos que cruzassem o seu caminho.

Duas horas se passaram e nada aconteceu, Henry podia sentir o cheiro adocicado que pairava no ar, mas não conseguia ouvir ou ver absolutamente nada, nem mesmo Peter que ainda se mantinha dentro da floresta ao redor do vilarejo. A noite vermelha estava silenciosa, sombriamente atordoante para todos, mas o silencio foi cessado com a Chegada de Suzanne, Gregory e Roxanne.

- Roxanne? – Henry se armou para atacá-la.

- Espere! – Suzanne disse firmemente.

- O que ela faz aqui? – Henry estava muito aborrecido e perplexo.

Roxanne se manteve atrás de Suzanne, em silencio. Ela não conseguiu esconder o medo de Henry, quando ela o avistou.

- Ela está do nosso lado agora – Suzanne a olhou e sorriu, depois se virou a Henry novamente – Ela é minha informante e lutará ao nosso lado. Em troca ela ganhará um novo anel e independência de Damon.

Suzanne sorriu para ele e lhe deu uma piscadela, Henry logo soube que Suzanne tramava algo, pois ela nunca aceitaria ou daria um anel a uma antiga aliada de Damon.

- Este é Gregory, um antigo amigo e inimigo de Damon – Suzanne o apresentou.

- Obrigado por nos ajudar! – Henry agradeceu.

- Este lugar fede! E isto é tão bom – Gregory disse ao puxar todo o ar ao seu redor – Humanos. Parecem bem saborosos.

- Devo te falar que Gregory cobrou um preço para nos ajudar – Suzanne avisou Henry.

- Qual é o seu preço? – Henry perguntou diretamente a ele.

- Sangue! – Ele respondeu friamente – Jovem moça e virgem. O sangue das virgens tem um sabor incomparável.

Henry hesitou e ficou em silencio a pensar, até que um novo barulho surgiu em meio às arvores. O uivado de Peter cortou o ar novamente, havia chego à hora, silhuetas começaram a aparecer entre as arvores iluminadas pela luz vermelha da lua. Henry se virou para Gregory.

“Fechado”.