Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 30
Reunião em Família


Notas iniciais do capítulo

Pois, é, nem eu estou acreditando que consegui postar!
Mas, como eu disse no capítulo/aviso que acabei de excluir, eu NÃO abandonei a história! E juro pelo Estige que nunca o farei!
Agora, voltando ao que interessa....
BOA LEITURA!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/139936/chapter/30

POV. NICO

Uou! Cara, sério, vocês não imaginam como o Percy é doido! Invadir assim desse jeito uma reunião dos Deuses? Aah, esse cara tá pedindo para morrer, e vai nos matar junto!

POV. ANNABETH

Eu não sei onde esse Cabeça de Algas estava com a cabeça! Se ele está querendo morrer, morra, mas não me leve junto!

POV PERCY

É, sei que sou idiota mesmo, mas não precisa ficar repetindo, ok? Se não fosse caso de vida ou morte, eu nem chegava perto desse lugar, mas como se eu não tivesse vindo eu também iria morrer, resolvi ir pelo caminho com 0,2% a mais de chances de sobrevivência.

Deixe-me explicar a situação: quase todos os deuses nos olhavam mortalmente. Meu pai abriu um sorriso discreto, mas logo voltou à expressão de sério, assim como Athena. Eles, juntamente com Hades, estavam em frente ao trono de Zeus, que tinha estática estalando ao redor da cabeça, um péssimo sinal.

- Er... oi! – Falei. Ok, sou estúpido, eu prestes a morrer chego e falo “oi”, mas a verdade é que não sei o que dizer. Por sorte, Annabeth assumiu a situação.

- Com licença, Sr. Zeus. Perdoe-nos a interrupção, porém temos alguns assuntos urgentes a tratar, assuntos de seu extremo interesse.

Sério. Achei que Annabeth ia ficar chamuscada ali mesmo.

- Como é que é, mocinha? Vocês roubam meu raio e ainda tem a cara de pau de vir aqui bater um papo? E por um acaso, vossa alteza gostaria de mais alguma coisa? Um suco e uns bolinhos de chuva, talvez?

Conforme ele ia falando, ia se levantando de seu trono, e a estática estalava com mais intensidade. Eu quase abri a boca para responder, mas um olhar de meu pai me fez mudar de ideia. Acho melhor deixar Annabeth com esse primeiro contato, ela é melhor com as palavras.

- Perdoe-me, senhor, se pareço arrogante. Porém acredito que tenho o direito de tomar essa liberdade, uma vez que eu e meu amigos fomos injustamente acusados de ladrões, sem sequer a menor chance de defesa. E é por isso que estamos aqui, senhor. Para nos defender e provar, de uma vez por todas, que nós não lhe roubamos seu raio. Sendo assim, peço-lhe apenas alguns minutos de seu tempo para que ouça nossa história.

O salão estava silencioso, todos olhavam de Annabeth para Zeus, incrédulos com sua coragem. Não se ouvia sequer uma mosca, ou algum pequeno indício de que haviam pessoas no recinto. Alguns segundos a mais em silêncio, e Zeus finalmente o quebrou.

- Apenas vou ouvi-la, porque estávamos justamente discutindo sobre o roubo. Mas um aviso: se eu detectar o menor traço de mentira em sua história, vocês não sairão vivos daqui.

Annabeth me olhou, e eu a encorajei. Fiquei ao seu lado, afinal, prometemos sempre estar juntos, até nos momentos mais difíceis.

Juntos, contamos tudo o que aconteceu, desde quando descobrimos ser meio sangues, passando pela medusa, cassino Lótus, até finalmente chegar à nossa recente disputa com Ares. Curiosamente, nenhum de nós mencionou nossa pequena “hospedagem” na casa de meu pai, nem a ajuda que eles nos deram, e muito menos a história de Nico, apenas dissemos que ele era mais um semideus perdido no cassino.

Para nossa surpresa, Zeus nos ouviu com total atenção. Quando chegamos à parte de Ares, este se encolheu resmungando em seu trono, emburrado. Zeus o fuzilou com o olhar, e ele apenas respondeu revirando os olhos.

- Fala sério, Zeus, vamos parar com essa ladainha. Está na cara que esses meninos estão mentindo, eu nunca perderia para um Mané desses. – Falou o Deus da Guerra.

-Você perdeu sim, Ares. – Falei. Não consegui segurar. - Ou quer duelar novamente para seu pai ver com os próprios olhos?

- Ora seu muleque... – Ares se levantou, mas meu pai logo interviu.

- Ares, sente-se. Não precisamos de mais brigas. Zeus, irmão, você sabe que eles dizem a verdade, pois sei que você assistiu toda a luta de meu filho e Ares. E você também viu quando Percy ganhou de maneira limpa, e recuperou não só o seu raio, como também o elmo de Hades. Pense, irmão, não acha que está na hora de pararmos de desconfiar uns dos outros, e começarmos a nos preocupar com nossos verdadeiros inimigos?

Zeus alternava seu olhar entre mim e meu pai. Ares bufava em seu trono, e todos estavam apreensivos no salão.

- Eu já tomei minha decisão, Poseidon. Acredito em seu filho, e na criança de Atena. Perseu Jackson, será que poderia, enfim, devolver meu raio?

Abri minha mochila e tirei de lá o cilindro dourado. Assim que Zeus o segurou, ele expandiu-se, transformando-se em um raio de verdade, com toda a energia que o cerca.

- Mais uma coisa, senhor. – Falei. – Devo acrescentar que Ares não agiu sozinho, ele está sendo manipulado por alguém ou... alguma coisa. Isso ficou muito claro para nós durante a batalha.

- NIGUÉM CONTROLA O DEUS DA GUERRA, SEU MOLEQUE INSOLENTE, você vai ver só!

- ARES! FIQUE QUIETO! – Gritou Zeus. – Retire-se por favor, antes que eu o faça.

O Deus da Guerra me encarou e soltou um singelo “ISSO NÃO FICA ASSIM” a plenos pulmões, e logo desapareceu.

Zeus deu um longo suspiro, e sentou-se em seu trono. A atmosfera na sala continuava tensa, mas pude perceber que alguns deuses sorriam discretamente para nós. O Sr. D preferia prestar atenção no rótulo de sua Diet Coke, e Zeus enfim quebrou o silêncio:

- Apolo, verifique a extensão dos feridos no país. Talvez os médicos mortais não consigam dar conta do recado sozinho. Atena, precisamos de um plano de reconstrução para as cidade que... hã... se envolveram sem querer em nossa pequena... Discussão. Hermes, certifique-se que não haverá registros de ameaça de guerras em nenhum meio de comunicação, vamos fazer os mortais pensarem que toda a destruição foi causada por um acúmulo de catástrofes naturais.

Os três deuses saíram imediatamente, mas eu não havia entendido direito. Resolvi perguntar ao meu pai.

- Pai... como os mortais vão apagar da memória três anos de destruição e ainda pensar que foi apenas um tornado?

- Percy, os mortais acreditam naquilo quês escolhem acreditar. É mais fácil negar uma terrível verdade do que ir de encontro a ela. A névoa, com uma ajudinha de Hermes, dará conta do recado. Apenas semideuses e seres mitológicos saberão da verdade.

- Senhor, sinto que é nosso dever informá-lo que Cronos está tentando retomar o poder. – Annabeth falou. – E não seria surpresa nenhuma se Ares estivesse sob influência dele ao roubar os itens mágicos.

- Ah... certo.

Meu pai me olhou curioso.

- Não é só isso, não é? Você tem mais uma perguntar a fazer.

Fiquei vermelho, mas concordei.

- Como posso salvar mamãe e Sophie? Onde elas estão?

- Percy. Sinto muito, mas elas estão além de minha ajuda.

- Pai, não é verdade. Eu juro pelo Estige que vou salvá-las. Quer você me ajude, ou não.

- Percy, entenda, eu quero ajudá-lo, mas não sei onde elas podem estar. Vocês passaram por muita coisa, e o melhor a fazer agora é voltar ao acampamento e descansar. Garanto que vocês não terão sonhos. Depois, podemos pensar em alguma saída. Se cuide, Percy. Annabeth. Nico.

Sequer tivemos tempo para pensar. Ele estalou os dedos, e quando percebemos estávamos no meio do refeitório lotado, em cima da mesa de Ares, com cem campistas nos olhando com se fôssemos o minotauro. É claro que depois de três anos desaparecidos sem dar notícias, em dois segundos o susto dos campistas passou e estávamos cercados pela multidão. Até Clarisse parecia aliviada. Não, esquece, devo estar imaginando coisas.

Após muitas explicações envolvendo uma fogueira, marshmellows derretidos e um imenso cuidado para não revelar que Nico era filho de Hades, fomos para nossos chalés. Assim que entrei em meu quarto, fui diretamente para o chuveiro, tomei um bom e relaxante banho: o melhor lugar para pensar em tudo o que aconteceu.

Deitei em minha cama, ainda um pouco chateado com meu pai por ele ter nos “jogado” no acampamento, mas entendo as razões dele. Realmente, há tempos não sabíamos o que era descansar. Olhei para o lustre de conchas no teto do meu chalé, e pensei em minha mãe e em Sophie. Lembrei de meu sonho/visão.

Eu juro pelo Estige que vou salvá-las. Logo.

E depois dessa promessa... bem... eu perdi a batalha, e o cansaço me venceu.

***

Acordei desnorteado, tonto, e sem conseguir pensar em nada. Demorei alguns minutos até me lembrar quem eu era, onde estava e o que havia acontecido nas últimas 24h. Mas confesso que quando tudo veio à tona, fiquei tonto novamente. Agradei ao meu pai por nos permitir dormir sem sonhos, e a todos os deuses por decidirem não nos matar.

Levantei da minha cama, fiz minha higiene matinal e coloquei uma bermuda, fui direto para a praia, eu precisava dar um mergulho. O acampamento estava muito calmo, apenas alguns poucos campistas ainda estavam por aqui, então a paz reinava. Assim que mergulhei no mar, desejei que ficasse molhado... eu estava precisando disso, sentir a água do mar em contato com a minha pele. Imediatamente senti minhas forças renovadas, mas eu queria ficar ali por mais tempo, pensar no fundo do mar era ainda melhor que pensar no chuveiro. Escolhi uma enorme pedra lisa no fundo para usar como cadeira, e lá me sentei, observando o leve balanço das algas, o vai e vem dos peixes, o oceano em seu próprio ritmo, em sua própria fonte de vida.

Estava quieto, de olhos fechados, quando uma ideia começou a se formar em minha mente. Aposto que Sophie não foi capturada no acampamento. Ela deve ter saído em algum tipo de missão, e então foi capturada. Refazer seus passos serviria ao menos para ter ideia de onde ela poderia estar. Chegando a ela, também encontro minha mãe. Eu preciso falar com Quíron sobre isso, ele não vai poder me impedir de salvá-las. E se me impedir, bem, fugir de madrugada é sempre uma opção.

Levantei-me da pedra e fui lentamente nadando para a superfície. Assim que emergi, encontrei Annie sentada na praia, olhando para o horizonte. Ela não havia me visto, sua mente vagava distante enquanto suas mãos despetalavam uma margarida. O sol reluzia em seus cabelos, dando a impressão de que eles estavam brilhando. Seus olhos estavam em um tom cinza claro que me fazia lembrar as nuvens, e seu semblante estava calmo e tranquilo, como uma manhã de sol. Era a cena mais linda que eu já vira na minha vida. Fiquei abaixado, a água batia em meu nariz, apenas meus olhos estavam para fora, admirando a beleza do momento. Devo ter ficado assim por vários minutos. Annabeth terminou de tirar as pétalas da flor, e deu um longo suspiro. Finalmente, ela me viu, e seu sorriso completou minha manhã. Fui andando em sua direção, assim que saí do mar sentei ao seu lado.

- Bom dia. – Falei.

- Bom dia, Percy. O que fazia no mar, tão cedo? – Ela me perguntou. Uma mecha de seu cabelo se soltou, eu a peguei e coloquei de volta atrás de sua orelha.

- Pensando. Se você acha que o chuveiro é um ótimo lugar para pensar, é porque nunca fez isso no fundo do mar.

- Bom, acho que nunca vou saber, não é? Esses benefícios não se aplicam aos filhos de Atena.

- Aplicam-se, sim, quando ela está acompanhada de um filho de Poseidon. – Falei. Ela sorriu novamente, mas antes de ter a chance de levá-la, Connor e Travis Stoll apareceram correndo, e vieram em nossa direção.

- Annabeth! Percy! Venham logo! – Eles disseram ao mesmo tempo, suas expressões mostravam que tinha algo errado. Eu e Annabeth nos levantamos em um pulo.

- O que foi? O que aconteceu? – Perguntei, já esperando pelo pior.

- Bem... – Eles pareciam relutantes em dizer, o que achei estranho. – É melhor vocês verem com seus próprios olhos.

Saímos correndo em direção ao Pinheiro, onde havia uma multidão em torno de alguma coisa. No meio do caminho, Quíron apareceu trotando, nós trocamos um breve olhar de preocupação e aceleramos o passo.

Assim que chegamos, a multidão abriu caminho. E no centro de toda a confusão, tinha alguém deitado no chão. Suas pernas tinham vários hematomas, seu braço direito estava torcido em um ângulo estranho, e tinha muito sangue espalhado por seu rosto.

Foi com muito espanto que reconheci nosso amigo Luke.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Reviews? Recomendações?
Pessoal, eu prometo que serei uma autora melhor, ok?
SEGUINTE:
Essa fic está com os capítulos contados, no máximo mais cinco.
MAS TEREMOS A SEGUNDA TEMPORADA, PORTANTO, NÃO SE DESESPEREM!
BEIJOS!
Mille e Kat