Entre Mares e Livros escrita por mille_crotti, kat_h


Capítulo 24
Amizade colorida??


Notas iniciais do capítulo

Olá Amados! tudo bem?
Antes que vocês nos matem, eu e a Kat estávamos em época de provase trabahos, mas agora voltamos com um capítulo gigante para vocês!
Eu ri muito escrevendo uma certa parte, espero que gostem!
Beijos
Mille e Kat



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POV. PERCY

Indescritível. Sério, não tem como descrever o que eu estava vendo. Acho que aquele hotel não era cinco estrelas, era 50. Por fora, um enorme prédio imponente que se destacava na paisagem disputada de Las Vegas. E na parte de dentro... Cassino, Máquinas de Jogos, fliperamas, jogos com alta tecnologia, quadras (sim, dentro do salão!), e, acredite, um parque de diversões com direito à uma montanha russa!

                Eu não podia acreditar no que meus olhos viam. Era absurdo, monstruoso, era... magnífico! Mas senti um desânimo ao perceber que nunca conseguiríamos pagar sequer uma hora de estadia. Virei-me para o funcionário que carregava nossas malas e disse:

- Sinto muito senhor, mas não poderemos ficar, não temos como pagar.

Ele olhou para mim, e estendeu três cartões, um para cada um.

- Não se preocupe senhor, o cavalheiro que lhes trouxe já acertou tudo. Vocês têm crédito ilimitado e estão acomodados na melhor suíte, na cobertura. Se me acompanharem, eu lhes mostro seus aposentos.

Entreolhamos-nos com um sorriso, e seguimos o cara. Afinal, Ares não deveria ser tão mau assim, estava dando a melhor ajuda que já tivemos. Era só o jeito zangado dele. (N/A: Sem comentários, Percy. ¬¬’)

Seguimos o funcionário pelo deslumbrante salão, até entrarmos em um dos elevadores. Ele era feito todo de vidro, de modo que você via todos os lugares por onde passava. Chegamos ao 36º andar, acredite se quiser, e saímos do elevador. O corredor era enorme, mas havia uma única porta.

Quando pensamos que já vimos de tudo, a vida nos mostra como estamos errados. Ok filosofei agora, mas enfim, entramos no quarto e ficamos parados na porta, absorvendo o que estávamos vendo. O apartamento era magnífico, com uma decoração de luxo. Estávamos em uma mega sala, com uma mega televisão da mais alta tecnologia e um sofá gigante com chez. Do nosso lado direito, uma cozinha enorme com mesa de juntar e tudo o mais. Acordamos de nosso transe quando o funcionário do hotel estalou os dedos e disse:

- Aproveitem a estadia, vocês nunca pensarão em ir embora do Hotel e Cassino Lótus. – Ele deu uma risadinha - Sejam bem vindos.

Ele saiu e fechou a porta, deixando três bobos boquiabertos com o que viam. Três segundos depois, não sei o que aconteceu exatamente, mas quando dei por mim estávamos fazendo guerra de almofadas e pulando em cima do sofá, gritando feito criança em dia de natal. Quando já estávamos completamente sem fôlego e todas as almofadas já estavam destruídas, fomos explorar o resto da suíte. Simples assim, tinha três quartos, cada um com um closet cheio de roupas novas e um banheiro com uma pequena piscina privativa. Nem preciso falar que depois disso, nós três saímos correndo para tomar banho, afinal, há dias não o fazíamos. E antes que você pense besteira, tomamos banho cada um em seu banheiro. Não sei quanto tempo se passou, só sei que foi bastante. Quando saí do banho, encontrei Grover de pantufas e um roupão digno de milionário, Annabeth estava do mesmo jeito. Pedimos um mega banquete no serviço de quarto, e depois o sono começou a nos vencer.

Não sei que horas eram, já não tinha mais idéia do que estava fazendo, só sei que quando dei por mim meus pés estavam me levando direto para aquela mega cama king size, inteirinha pra mim. Eu me deitei, e pela primeira vez em muito tempo, dormi feito um bebê.

Fui o primeiro a acordar na manhã seguinte, o que não significa que acordei cedo. Levantei-me, fui até o banheiro e tomei um banho maravilhoso, que restaurou de vez todas as minhas energias. Depois, coloquei uma bermuda e fui nadar um pouco em minha própria piscina (Lembrete mental: dar um jeito de minha mãe me deixar construir uma piscina em casa!). Quando já estava ficando entediado, ouvi batidas na porta. Era Annabeth, ela estava com uma bermuda jeans e uma camiseta regata florida, e usava uma sandália rasteira nos pés.

- Olá. - Ela disse, sentando-se em uma cadeira ao lado da piscina.

- Olá. Dormiu bem? – Perguntei.

- Dormi sim, e o melhor é que não tive sonhos. – Ela disse, dando um sorriso de tirar o fôlego.

Ficamos em um silêncio constrangedor por um tempo. Afinal, depois do que aconteceu no acampamento, com Sophie e Luke, mal tínhamos tocado nesse assunto, o mais próximo que tivemos de uma conversa foi durante nosso pequeno bate-papo no café, antes dos cães infernais aparecerem.

Eu queria dizer a ela tudo o que eu sentia, queria não precisar guardar mais esse segredo, queria poder abraçá-la e dizer que gostava dela. Mas eu sei que ela gosta do Luke, eu sei quando uma batalha está perdida. Se eu não pudesse ter seu coração, pelo menos sua amizade eu queria continuar a ter.

- Annabeth, vamos... colocar uma pedra em cima do que aconteceu ta? Aquela noite não foi normal, estava tudo fora do lugar e... enfim, me perdoa? Não quero estragar nossa amizade por... nada.

Ela olhou bem fundo em meus olhos, e eu me perdi no cinza dos seus. Ela apenas sorriu e disse:

- Claro, Percy, sua amizade é muito importante para mim.

Meu coração se apertou ao ouvir isso, mas fingi que estava tudo bem. Notei então que ela ainda usava o colar que eu lhe dera, e isso me encheu de alegria. Sem pensar, saí da piscina e lhe dei um abraço. Ela se assustou com minha atitude, mas depois ela retribuiu. Ficamos assim por algum tempo, até que ouvimos Grover falar:

- Awn, que lindo, agora que já fizeram as pazes, os pombinhos se importam de se arrumarem para a gente pedir o café da manhã por que eu estou faminto? – Nos separamos corados, eu tinha deixado Annie molhada por causa do abraço, mas pelo menos eu estava feliz, estava tudo em paz novamente.

- Claro, Grover. – Annie disse. Ela já estava saindo, mas então ela deu um sorriso lindo e voltou para a minha frente.

- Ah, a propósito Percy... – E ela me empurrou de volta na piscina. Quando voltei à superfície, ela já estava na porta, e completou – Só para não perder o hábito de alguém tomar um banho quando fazemos as pazes.

E saiu gargalhando. É claro que eu ri também, afinal, eu estava em um hotel maravilhoso, com meus dois melhores amigos e pela primeira vez em dias eu me sentia ótimo.

Depois que me vesti, cheguei na sala e lá tinha uma mesa com um enorme banquete montada. Grover já estava se empanturrando, Annie também já tinha começado a comer. Eu me aproximei da mesa, e li a carta que haviam deixado. Era uma cortesia do hotel, um banquete de boas vindas.

Nem preciso dizer que a comida estava maravilhosa, então para não fazer vocês passarem vontade, não vou ficar descrevendo.

Quando acabamos de comer, decidimos que descer para conhecer o hotel não faria mal a ninguém. Assim que nos levantamos da mesa, fomos colocar roupas melhores, afinal, estávamos em um hotel de luxo. Coloquei um jeans escuro e uma camiseta pólo preta, com um tênis também preto. Grover tinha vestido o mesmo que eu, exceto que sua camisa era Marrom, o que combinava perfeitamente com seus cabelos. A Annabeth... nossa... Annabeth estava usando um vestido preto justo, tomara que caia, com uma sandália preta com salto médio. Ela estava deslumbrante, como sempre. Passado o meu momento “Pare de babar Percy”, saímos pelo saguão.

Acabamos nos separando logo. Eu fui jogar videogame, um jogo melhor que o outro, Grover queira ir conhecer a balada e a Annabeth queria andar na montanha russa. Passamos todo o tempo assim, mal saíamos de um jogo, íamos para outro. Ás vezes, a gente se encontrava e ia jogar no cassino, às vezes, a maioria delas na verdade, a gente se separava e ia fazer o que bem entendesse. Estávamos no melhor lugar do mundo e, no entanto, alguma coisa me incomodava, mas eu não sabia exatamente o que. Devia ser coisa da minha cabeça, sei lá. Decidi que continuaria jogando que ganhava mais.

Não sei quanto tempo se passou. Não sei que horas eram, nem que dia, eu perdi a completa noção do tempo. Eu não conseguia me lembrar do que aconteceu antes de entrarmos no hotel, mas para que lembrar, se aquele lugar era simplesmente mágico? Eu nunca mais queria ir embora dali.

Fome não sentíamos, já que no meio de tudo aquilo, garçonetes iam e vinham com quitutes, doces, salgados, agridoces, tudo do bom e do melhor, como sempre. Sono? Ainda não devia estar tão tarde assim, e além disso, era muita coisa nova para explorar, eu é que não ia ficar dormindo em um hotel desses.

Eu estava dentro de um cubículo com um telão, jogando um jogo de guerra, o cubículo tinha sensores e o meu personagem repetia os meus movimentos. Estávamos jogando em duplas, éramos eu e um garoto com cabelos lisos negros e olhos tão escuros quanto os cabelos contra Annabeth e Grover. Eu e o garoto ganhamos, é claro, mas Annabeth não sabe perder e pediu revanche. E nós ganhamos de novo.

- Não vale, Percy! Você mata todos os inimigos! – Ela reclamou.

- Mas essa é a intenção, Annabeth, ganha quem mata mais! – Falei.

- Ok, então agora eu quero fazer dupla com você, o garoto aí joga com o Grover. – Ela disse, apontando meu colega de jogos.

- Ei, “garoto aí” não né? Meu nome é Nico Di Ângelo, muito prazer. – Ele disse estendendo a mão.

- Sou Percy Jackson, esse é meu amigo Grover Underwood e a estressadinha aí é a nossa amiga Annabeth Chase. – Ela me mostrou a língua e disse:

- Ok, Nico, então vamos jogar! – Ela disse, trocando de lugar com ele.

Para a raiva dela, nós perdemos por 2 pontos de diferença. Entendi por que ela perdia, ela estava criando estratégias para ver se encontrava mais inimigos e se esquecia de atirar nos que estavam na nossa frente. Cara, juro que nunca mais jogo com ela.

Saímos do jogo e resolvemos andar na montanha russa. Eu, Nico e Annabeth adoramos, mas Grover não se deu muito bem com o brinquedo e depois disso preferiu fazer atividades em solo mesmo.

Nico é um cara legal, ficamos juntos nas horas que se seguiram e conversamos bastante enquanto jogávamos outros jogos. Descobrimos que ele estava no andar abaixo do nosso, e que ele morava no hotel desde os cinco anos.

- Mas você não tem vontade de sair daqui? – Perguntei.

- Bem... não! Para que, se tenho tudo aqui? – Ele me disse. Na verdade, ele tinha razão. Para que sair, se tudo do bem e do melhor ele tinha ali? Novamente, senti aquela sensação como se estivesse esquecendo de alguma coisa. Mas deixei para lá, era da minha cabeça.

Continuamos a ir a todas as atrações que apareciam, e mesmo assim parecia que as novidades não acabavam mais. Ficávamos juntos quase todas às vezes agora, se divertindo como nunca.

Não sei explicar direito, mas ao longo do dia pude perceber que Grover estava diferente. Sua barbicha estava maior, e seus pequenos chifres faziam volume na boina que ele sempre usava. Annabeth também estava mudada. Ela estava mais alta, e, isso é muito constrangedor de falar, mas suas curvas estavam mais definidas, seus cabelos mais longos e ela estava perdendo aquela cara de menininha que ela sempre teve.

Eu me sentia diferente também, não sei explicar, mas tinha a impressão de que estava mais alto, e meus braços estavam um pouco maiores.

- Hã... Percy, será que você pode parar com isso? – Annabeth perguntou.

Eu estava olhando para... hã... o corpo dela de uma maneira nada discreta. Corei, e desviei o olhar.

- Me desculpe eu estava só... pensando. – Falei.

- Como? É claro que não! Você é um cabeça de algas! Não consegue pensar! – Ela falou rindo, dando um tapinha na minha cabeça.

E foi aí que eu percebi a realidade. Lembrei de Annabeth me falar exatamente a mesma frase no passeio ao British Museum (N/A: Ela falou isso no capítulo 3). Lembrei-me de minha mãe, do Minotauro, lembrei-me que eu e Annabeth somos semideuses, lembrei que sou filho de Poseidon, ou, sob o ponto de vista de alguns deuses, que sou um juramento quebrado. E, com isso, lembrei-me de nossa missão, e de como fomos enganados por Ares e facilmente atraídos para esse Hotel.

Parei de andar, e Annabeth, que me puxava pelo braço, voltou com tudo e trombou comigo.

- O que foi Percy? – Ela perguntou.

- Annabeth, há quanto tempo estamos aqui? – Perguntei.

- Bom, eu não sei, não vi nenhum relógio desde que chegamos mas ainda deve ser de madrugada por que?

- Você se lembra de alguma coisa? Antes de nós chegarmos aqui? – Eu precisava fazê-la lembrar.

- Que pergunta é essa? É claro que... – Ela parou de falar, e sua expressão ficou confusa.

Observei desesperado ela tentar se lembrar de alguma coisa, até que cansei de esperar.

- Annabeth. A missão. Os deuses. O solstício de inverno. O raio mestre de Zeus.

Ela arregalou os olhos, espantada.

- Di Immortalis! Percy, o que aconteceu? – Ela me perguntou.

- Não sei explicar Annabeth, mas acho que de alguma forma paramos no tempo. Aqui as horas não passam, por isso parece que chegamos ontem a noite. Precisamos sair daqui. Agora. Onde está Grover?

- Logo ali em frente, com o Nico. Vamos Percy, e reze para que não seja tão difícil sair daqui. Por precaução, é melhor agirmos como se ainda estivéssemos hipnotizados.

Fomos andando calmamente até Grover e Nico, que estavam jogando acerte a lata. Claro, Grover comia cada lata que derrubava, mas ninguém parecia notar esse pequeno detalhe.

- Grover, precisamos sair daqui! – Falei.

- Para quê? Esse é o melhor lugar do mundo, eu não quero ir embora nunca! – Ele disse.

- Grover, a missão. Os deuses. Sua busca pelo Deus Pã. Isso te lembra alguma coisa?

Ele teve a mesma reação de Annabeth. Levantou-se de um pulo do banco onde estava sentado. Nico nos olhava triste.

- Vocês vão embora? – Ele perguntou. – É que... eu nunca tive amigos como vocês... na verdade, eu nunca tive amigos.

- Vem com agente. – Falei. Annabeth me olhou estranho e sussurrou:

- Você está louco? Ele não pode ir com a gente, Percy, ele é mortal, não é um meio sangue.

Ela tinha razão. Mas eu já considerava Nico como um amigo de infância, não podia simplesmente deixá-lo ali naquele lugar.

- Nico, vem com a gente, vem conhecer o mundo lá fora, tem lugares melhores que esse. Infelizmente não podemos ficar sempre juntos, mas prometo que sempre manteremos contato.

Ele ficou em dúvida por um tempo, mas depois acabou aceitando.

- Ok, vamos lá.

Fomos em direção ao elevador, mas em frente à porta tinham três funcionários do hotel bloqueando a passagem.

- Posso ajudá-los? – O maior deles perguntou.

-Bem, é que – Comecei a falar, mas Annabeth me interrompeu.

- Sabe o que é senhor, é que eu e meu namorado aqui – E para meu total espanto ela passou a mão por cima dos meus ombros e me abraçou – Estamos querendo um... outro tipo de diversão, se é que você entende. Diversão entre quatro paredes. Não é, tigrão? – Ela me perguntou, com uma cara sugestiva.

Ela piscou para o funcionário do hotel. MEUS DEUSES, QUEM ERA AQUELA E O QUE FIZERAM COM A VERDADEIRA ANNABETH? Mas depois que pensei isso, ela me olhou dando um sorrisinho e piscou para mim. E finalmente, entendi qual era seu plano.

- Com toda a certeza, minha tigrinha. Uma diversãozinha só para nós dois. – Entrei no jogo, dando uma mordiscada em seu pescoço. Não sei descrever, mas uma forte corrente elétrica percorreu todo o meu corpo, e Annabeth arfou.

O funcionário do hotel deu uma risada e disse:

- Claro, entendo perfeitamente, não precisam se agarrar aqui no meio do salão, podem subir. – Nós passamos por eles, mas eles barraram Grover e Nico.

- E vocês, o que querem? Com certeza, não estão com eles dois não é?

E foi aí que Grover e Nico fizeram uma coisa que eu nunca sequer cogitaria a hipótese de que um dia algo como aquilo poderia acontecer. Eles trocaram um olhar e em comum acordo, se abraçaram. Grover tomou a palavra.

- Queremos o mesmo que eles, benzinho.  Algum problema, algo contra duas pessoas que se amam e querem um pouquinho de diversão a sós? – Ele disse, e eu não sei quem estava mais pasmo, eu ou a Annabeth. Nico deu uma risadinha e disse:

- Ai amor, você sabe que eu não gosto que você exponha a nossa condição a qualquer um, isso é muito constrangedor. – E cobriu a cara com a mão, fingindo estar envergonhado.

- Querido, já falei que não temos que ter vergonha do que somos. Agora, a não ser que os senhores tenham algo contra a nossa amizade colorida, nós gostaríamos de passar para podermos curtir devidamente o resto da noite. Poxa vida, e pensar que chegamos ontem e já fizemos tantas coisas!

Os funcionários se entreolharam, e não dava para saber qual deles estava mais sem graça.

- Não senhor, por favor prossigam e... tenham uma ótima diversão. – Ele disse.

- É claro que teremos, não é amorzinho? – Perguntou Grover. Nico soltou um “hihihi, é claro que sim!” e eles passaram em direção ao elevador, abraçados e de nariz arrebitado.

Ficamos nos “personagens” até a porta do elevador se fechar e começarmos a subir.

- Se alguém falar alguma coisa, vai direto para o Tártaro sem direito a julgamento, estamos entendidos? – Grover falou.

Eu olhei para Annabeth, e foi inevitável. Gargalhamos até ficar sem fôlego.

- O que foi isso? – Perguntei, tentando me recuperar do ataque de risos. Grover e Nico se afastaram o mais longe que puderam, emburrados.

- Bom, se você não percebeu, eles não iam nos deixar passar sem um bom motivo, gênio. Estávamos sem idéias, então simplesmente resolvemos seguir o exemplo de Annabeth. – Grover falou contrariado.

- Cara, não se preocupem, eu faço questão de lembrá-los disso todos os dias da suas vidas. – Falei, ainda rindo.

- Bom, pelo menos nós já saímos do personagem. Vocês é que gostaram mesmo da idéia, não é, já que ainda não se separaram. – Nico disparou.

Eu e Annie paramos de rir imediatamente e percebi que ainda estávamos abraçados. Separamos-nos na mesma hora, completamente vermelhos. E, é claro, agora eram Grover e Nico que riam da nossa cara.

- Não se preocupe Percy, eu também não vou deixá-lo esquecer disso. – Grover falou. Em meu íntimo, eu também não queria esquecer, mas não podia falar isso.

Annabeth finalmente colocou um ponto final na diversão. Saímos do elevador e entramos em nosso apartamento.

- Meninos, é sério, não será tão fácil sairmos daqui, eles já ficaram desconfiados só de nos verem subir pelos elevadores. Precisamos de um plano, que eu já criei. Percy precisamos de uma distração. Acredito que uma explosão no cano da fonte será muito bem vinda.

- Pode deixar.

- Grover e Nico, preparem-se para correr muito quando isso acontecer.

- Está certo, só não entendi uma coisa. Como o Percy fará a o cano da fonte explodir, se ele provavelmente passa pelo meio do concreto do chão? – Nico falou.

Eu e Annabeth nos olhamos, pensando em uma resposta, mas para nosso espanto Grover disse:

- Podem contar a ele. Agora que não estamos mais em transe, eu posso sentir seu cheiro. Ele é um de nós.

Arregalamos os olhos. Afinal, ele teria que ir conosco até o final da missão para então irmos ao acampamento.

- Conte Annabeth, não podemos descer agora, os funcionários pensam que vamos demorar e irão estranhar que nós fomos apenas passear de elevador. Precisamos enrolar por pelo menos o que pensamos ser uma hora.

E então sentamos no sofá e contamos tudo ao Nico. Ele reagiu muito bem, na verdade adorou saber que é um semideus e que a vida fora do hotel promete muitas aventuras envolvendo espadas e monstros, como nos jogos do salão do hotel. Contamos sobre nossa missão, e assim que acabamos fomos arrumar nossas coisas.

Descemos devagar pelo elevador com tudo planejado. Colocamos alguns salgadinhos e bebidas em cima das roupas na mochila para eles pensarem que estávamos levando para fazer um lanchinho mais tarde. Passamos pelos funcionários, tínhamos que manter as aparências então eu e Annie estávamos novamente abraçados, assim como Grover e Nico. Confesso que tive que fazer muito esforço para conter o riso. Eles nos olharam desconfiados, mas não falaram nada.

Fomos até o centro do salão, onde estava a tal fonte. Annabeth fez um sinal com a cabeça, e logo a fonte inteira explodiu com a pressão da água que aumentou de repente. Eu nem imagino o porquê.

Era o que precisávamos. As pessoas saíram correndo na direção oposta à fonte, todos os funcionários tentavam se aproximar para conter o... vazamento, na falta de uma palavra melhor, e então aproveitamos a oportunidade para passar pela porta sem sermos vistos.

A claridade no céu nos cegava, estávamos em pleno meio do dia, e o sol brilhava alto. Corremos até ficarmos a uma boa distância do hotel, a quatro quadras dali.

Mas tinha algo errado. Las Vegas estava irreconhecível, várias casas tinham vindo abaixo e algumas estavam pegando fogo. Pessoas estavam caídas pelas ruas, algumas não se moviam, outras gritavam por ajuda. Parecia que a cidade estava em guerra.

Olhei aterrorizado para Annie.

- Annabeth, pelos Deuses, que dia é hoje? Não me diga que passamos do solstício de Inverno.

Ela correu para uma lixeira próxima, onde tinha um jornal caído. Ela leu a primeira página e me olhou, boquiaberta.

- É pior que isso Percy. Eu não sei explicar como não percebemos, mas... nós ficamos presos naquele hotel por... três anos.


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Notas finais do capítulo

E aí o que gostaram?
Sabem, eu queria entender pq temos 63 leitores, mas só recebemos uma méida de 10 reviews por capítulo... precisamos da opinião de vcs! Então por favor,
DEIXEM REVIEWS E RECOMENDAÇÕES OK?
Beijos
Mille e KaT