[...] "Porque me desprezaste? Porque é que traíste o teu coração, Cathy? Amaste-me; que direito tinhas de me deixar? Porque nem a miséria, nem a degradação, nem a morte, nem nada que Deus ou o demônio pudessem infligir-nos nos teria separado, mas tu fizeste-o de livre vontade! Não fui eu, mas sim tu quem despedaçou o teu coração; e ao fazê-lo destruíste também o meu. Tanto pior para mim, que sou forte.” [...]

 Estava lendo meu surrado exemplar de O Morro Dos Ventos Uivantes quando livro foi arrancado de minhas mãos, olhei para cima.

 “Por que você está lendo isso? Você já não sabe de cor? E, além disso, não é um bom livro.” Emmett exclamou.

 “Você já leu, Emmett?” Suspirei.

 “Bem.. não. Mas eu sei que não é bom! Quero dizer, olha a grossura desse livro!” Eu abri um enorme sorriso se vitória quando ele começou a gaguejar.

 “Não há nada de errado com o livro, Emmett, mas ele tem razão, Bella, quantas vezes você já leu?”

 “Algumas.” Eu tentei me defender.

 “Que tal irmos a Port Angeles comprar livros novos e ver aquele novo filme sobre vampiros?” Ele ofereceu com um sorriso irresistível.

 “Claro, mas por que vocês gostam de ver filmes sobre vampiros?”

 “É hilário ver as idéias malucas que os humanos têm sobre nós.” Ele ofereceu a mão e eu corei antes de aceitar. Fomos até a garagem e entramos na Mercedes de Carlisle, mas não antes de eu reparar em pequenos pedaços de carbonizados do que já foi um carro em um dos cantos, olhei para Jasper que tinha um sorriso divertido no rosto.

 “Emmett precisava extravasar a raiva.” Continuei esperando. “Ele queimou o Volvo.” Eu mal pude sufocar uma gargalhada.

 “Obrigada, Emmett!” Eu gritei sabendo que ele poderia me ouvir perfeitamente. Ouvi o ele rindo enquanto Jasper tirava o carro da garagem.

 Fizemos o caminho até Port Angeles conversando sobre os mais diversificados assuntos. Era tão fácil falar com ele!

 “Acho que podemos ir primeiro ao cinema e depois a livraria.” Ele comentou.

 “Ok.”

 Jasper ignorou todos os meus protestos e pagou pelos ingressos e pela minha pipoca. O filme era realmente muito engraçado, enquanto todos se assustavam com os vampiros, nós dois ríamos até não poder mais. Mas eu tive que me concentrar em dobro, porque no escuro da sala de cinema, eu senti uma eletricidade me puxando para Jasper e tive que me sentar em cima de minhas mãos para evitar tocá-lo.

 Depois do cinema fomos à livraria e eu escolhi cinco novos romances e Jasper ficou com dois livros sobre a Guerra Civil. Saímos da livraria e deixamos nossas compras no carro e fomos para uma praça.

 “Aceita um sorvete, Bella?”

 “Por favor.” Eu me sentei em um banco e esperei Jasper voltar com meu sorvete.

 Uma mão me agarrou pela cintura e outra tampou minha boca me impedindo de gritar. Eu chutei e tentei socar, mas meu agressor era muito forte. O que? Ninguém mais ajuda uma adolescente sendo arrastava pela rua por um cara e que está obviamente tentando fugir? Lágrimas desceram por meu rosto à medida que eu entrei em pânico.

 Ele me levou até um beco vazio e me jogou no chão. Minha garganta estava seca de tanto tentar gritar.

 “O que? Não achou que ia conseguir escapar novamente, não é, docinho? Seu namorado não está aqui para te salvar desta vez.” Só agora eu o reconheci, era um dos caras que me atacou quando eu saí daquela livraria, antes mesmo de começar a namorar

com Edward. Ele deu alguns passos em minha direção quando um rugido na entrada do beco o parou. Jasper!

 “Fique longe dela!” Ele rosnou.

 “E se eu não quiser?” Jasper andou até ele e bateu na sua cabeça, não forte o bastante para sangrar, mas para deixá-lo inconsciente. Seus olhos estavam negros como breus, mas se tornaram ouro quando me viram.

 “Bella, você está bem?” Ele me ajudou a levantar.

 “Estou.” Eu lhe assegurei.

 “Deus, Bella, você me assustou! Eu nunca poderia me perdoar se você se machucasse.” Ele disse suavemente.

 “Desde quando eu sou tão importante?” Sussurrei.

 “Desde quando eu me apaixonei.” Ele disse com carinho e me deu o mais delicado dos beijos.