POV Narrador

Finalmente o dia mais esperado chegou e trouxe, junto dele, a guerra. Os exércitos inimigos já estavam posicionados nos limites do acampamento e o exército meio-sangue estava pronto para lutar. Dimitri, Lenna, Percy, Annabeth, Thalia e Nico estavam na linha de frente.
- Rendam-se semideuses! Crio, que estava na frente do exército junto de sua filha, gritou.
- Jamais nos renderemos. Percy declarou.
Catarina deu alguns passos a frente com a expressão triste e sofrida. Dimitri, meu filho, junte-se a mim. Nós seremos uma família como sempre deveríamos ter sido e juntos teremos poderes inimagináveis.
A máscara de seriedade de Dimitri desmorounou, dando lugar a tristeza e a esperança. Sua mãe acabara de lhe oferecer algo que ele sempre quis: uma família e, acima de tudo, um pai e uma mãe. Ele só teria que estender a mão e trair a única família que ele conheceu e o amor de sua vida, mas isso seria fácil, não? Sua mãe havia traído a família e quanto a Lenna, bom, ela não o amava mais...
Não deixe que o meu sacrifício, a minha traição, seja em vão! A voz de sua mãe preencheu sua mente.
-Eu cumprirei meu destino. disse simplesmente.
A face de Catarina se transformou em profundo ódio. Garoto estúpido... Então morra junto de seus amigos!
Com essa frase a guerra começou.
Caros leitores, não preciso narrar realmente como foi a guerra, não é? Todos nós já sabemos como elas são: estadas tinindo de um lado, sangue e icor do outro, monstros virando pó e semideuses mortos no chão. Apenas um momento merece nossa real atenção...
A guerra estava próxima do fim e, apesar de estarem em maior número e terem poucos mortos e feridos, os semideuses estavam perto de serem derrotados por causa de uma única pessoa: Catarina. Se ela não morresse, os titãs ganhariam.
Dimitri e Lenna lutavam lado a lado contra a Catarina com uma destreza e habilidade jamais vistos. Num golpe de sorte (ou foi uma simples armadilha?) Catarina cai de joelhos com a espada de Dimitri em seu pescoço, sua foice/espada longe. Lenna colocou sua espada no rosto da inimiga.
- Quais são suas últimas palavras?
- Eu não vou morrer sozinha! Caty disse e, num rompante, tirou uma adaga do cós da calça e perfurou a barriga da semideusa.
Lenna deixou sua espada cair no chão e ajoelhou-se com as duas mãos na barriga. Sua expressão era de dor e surpresa. Ela retirou a lâmina e olhou as mãos ensanguentadas enquanto Catarina ria e Dimitri permanecia estático.
- Você morrerá junto a mim semideusa. A lâmina possui veneno de Píton... Uma morte lenta e dolorosa.
Tomado pelo ódio de ver sua amada morrendo e a assassina impune, Dimitri cumpre o seu destino cortando sua mãe em pequenos pedaços e a jogando no tártaro, o mesmo feito com Cronos por Zeus.
Com a morte de Catarina os inimigos restantes se renderam ou fugiram e nove deuses surgiram em volta da Lenna e do Dimitri, que chorava silenciosamente ao lado da única mulher que amou verdadeiramente. Despina abraçou a filha e gritou, um grito de dor, de desespero. Sua filha morria em seus braços e ela nada podia fazer. Demeter e Poseidon seguraram as mãos da neta. Eles a amavam tanto... O mar nunca esteve tão calmo e as plantas simplesmente não tinham motivos para viver, para permanecerem formosas. Anitos, Artemis, Deimos, Fobos, Hades e Athena faziam um círculo em volta de cabeças baixas, cada um sentindo sua dor, expressando sua tristeza a sua maneira. Nunca em toda a história uma semideusa foi tão querida pelos deuses.
- Mamãe...
- Minha garotinha, eu te amo tanto.
- Eu tenho medo mamãe, mas sei que estarei bem no Mundo Inferior. Lenna disse e tossiu sangue.
- Dimitri, não terei mais oportunidades de dizer isso, mas eu te amo. Sempre amei.
Dimitri sorriu e beijou a menina, um último beijo que demonstrava carinho, amor, saudade.
- Jamais a esquecerei.
- Não quero que esqueça. Lenna tinha lágrimas nos olhos e um sorriso doloroso no rosto Seja feliz por nós três.
A menina repousou a mão do rapaz em seu ventre. Todos ficaram surpresos e mais tristes ainda ao saberem que a garota estava grávida. Lenna olhou para a floresta e suplicou para que fosse levada até lá, até a clareira que tanto amava.
- Claro. Demeter concordou e mandou que ela fechasse os olhos.
Os deuses a transportaram até a clareira e encostaram-na numa árvore. Ela abriu os olhos, maravilhada com o lugar. Lenna amava esse lugar e se sentia bem ali. Não tão bem quanto nos braços de Dimitri, mas ainda sim se sentia em paz.
- Lenna, desculpe-me por tudo o que meu filho fez. Hades praticamente implorou Não só por ele, mas a Alice também.
A menina tossiu e limpou o sangue. Ela estava fraca e tanto ela quanto o deus da morte sabiam que ela não aguentaria muito mais.
- A culpa não é sua, querido. A culpa é dos idiotas dos seus filho. ela sorriu tristemente A criança que carrego também pode ser do Nico e, apesar de eu esperar que ela seja filha do Dimitri, se for do Nico eu a amarei da mesma maneira. Bom, eu só queria nunca mais vê-los...
Lenna tossiu uma última vez e suspirou pesadamente, fechando seus olhos para o que se esperava ser para sempre e sorriu. A vida se esvaia de seu corpo e sua alma já não fazia parte de seu corpo. Os deuses estavam desconsolados e uma ideia surgia em suas mentes, uma esperança.
- Seu espírito e o de seu filho serão livres... Hades declarou.
- Essa floresta vive em seu coração, em sua mente e em sua alma. Demeter disse Enquanto a floresta viver, você também viverá. Vocês serão o espírito da floresta, protegendo todos que nela vivem e que a adentrar com pensamentos e sentimentos puros...
- Causando o medo, o terror... Deimos começou.
- E o pavor a quem merecer. Fobos terminou.
- Você será imortal enquanto a floresta viver e continuará com sua forma humana. Athena decretou.
- Uma caçadora durante o dia e uma puma durante a noite. Quando for lua cheia poderás optar em permanecer humana ou se transformar. Artemis falou.
- Tu serás o ser mais belo que alguém já viu e o mais perigoso para os indignos. Poseidon falou Serás incorrompível e sagrada.
- O inverno só chegará quando a raiva e a tristeza profunda lhe abater. Despina decidiu.
- Teu filho será igual a ti, querida. Nós jamais nos esqueceremos de vocês e, sempre que pudermos, viremos visitá-los. Anitos disse Que os deuses os abençoem.
Os deuses presentes deram suas bênçãos à menina e uma luz branca fortíssima a envolveu, transformando-a naquilo que os deuses disseram. Surgia, aqui, a lenda verdadeira dos guardiões da floresta.