P.O.V Mari

Sentei-me na cama e fiquei a observar a escuridão de meu quarto. Suspirei frustrada enquanto apenas virava-me para me levantar.

Assim que meus pés tocaram o chão gelado pude sentir a frieza deste. Ignorei esse fato e fui para meu banheiro. Adentrei no mesmo já tirando minhas roupas e deixando-as penduradas sobre a divisória do box. Logo adentrei no pequeno - não tão pequeno – espaço.

Liguei o chuveiro e em poucos segundos pude sentir a água quente escorrer por meu corpo, deixei minha cabeça pender para trás enquanto apenas fechava os olhos.

Após algum tempo eu já havia terminado meu banho e já estava vestida também.

Sai da frente do espero assim que coloquei meus óculos. Parti direto para minha mesa de estudos para arrumar meu material escolar. Coloquei tudo arrumado dentro da bolsa, juntamente com meu precioso notebook, e logo parti para tomar café da manha.

Logo quando encontrava-me na porta pude escutar o despertador tocar avidamente.

Suspirei frustrada. Ainda era seis da manha....

Caminhei ate o pequeno aparelho e desliguei-o. voltei para meu rumo principal que seria a sala de janta.

Caminhei calmamente pelo corredor e ao fim deste encontrei a grande escadaria que havia em minha casa. Suspirei mais uma vez. Porque precisamos de uma casa tão grande?

Era algo tão idiota isso. Era apenas eu e meus pais quem moravam aqui, sem contar com os empregados, mas... ainda sim acho desnecessário uma casa de mais de quarenta cômodos sendo que mal ocupamos dez...

Sai de meus devaneios assim que escutei a porta da frente bater fortemente.

Suspirei pela enésima vez e desci as escadas normalmente. Porque a pressa, afinal eu estava mais que adiantada... como sempre – claro.

Assim que cheguei ao fim da escada virei a esquerda tomando rumo a sala de janta que ficava próxima a cozinha.

Assim que cheguei pude ver que parte da mesa estava preparada com café da manha. Caminhei ate a cadeira na ponta da mesa e sentei-me nesta sem antes –claro – colocar minha bolsa sobre outra cadeira próxima.

Assim que me sentei o mordomo veio com um copo de suco para mim. O homem apenas depositou o copo perto de meu prato e sorriu para mim antes de voltar para um canto mais afastado como se esperasse que eu pedisse algo mais, coisa que jamais vinha a acontecer.

Peguei o copo de suco sem a mínima hesitação e logo tomei um gole. Como sempre era meu suco favorito. Framboesa.

Sorri mentalmente por saber o quão atencioso esse mordomo sempre foi comigo apesar de ele trabalhar a pouco tempo aqui.

Logo comecei a servir-me das frutas que decoravam alegremente uma grande travessa de vidro que havia perto de mim.

Em pouco tempo eu já me encontrava satisfeita.

Ergui-me de meu lugar, agradeci ao homem por ter feito meu suco e logo parti para o colégio, ou melhor, para a garagem afim de encontrar o motorista que sempre me levava ao colégio.

Sai de casa e caminhei pelo caminho de pedras que dava para a pequenas ‘rua’ que havia dentro do terreno. Suspirei, pela enésima vez aquela manha, assim que meu olhar encontrou o velho chofer que dirigia meu Audi A4 cabriolet cor de safira.

As vezes eu não sei porque ainda tenho um carro já que eu não o dirijo.

Adentrei no veiculo. Logo partimos e em pouco tempo eu já estava parada frente a escola. Adentrei nesta devagar. Eu não tinha a menor pressa afinal eu estava bem.... adiantada.

Abaixei a cabeça já caminhando para uma mesa qualquer no intuito de terminar logo os cálculos dos gastos anuais da empresa do meu pai... é pode não parecer, ou posso ate ser nova demais, mais eu sou a sub chefe da empresa multinacional do mau pai. Que azar, não?

*

Ergui-me de minha cadeira e fui ate a mesa do professor entregar a pasta com todas as questões que ele havia pedido semana passada. Francamente as questões estavam muito fáceis. Isso é realmente decepcionante.

Voltei-me para minha cadeira ignorando os, repetitivos, elogios que o professor me dava e as caretas que Elena me direcionava. Peguei minhas coisas e sai da sala.

Caminhei pelo pátio e sentei em uma mesa afastada. Logo peguei meu caderno e comecei a fazer as tarefas que foram passadas naquele mesmo dia. Em pouco minutos terminei e logo pude ouvir o sinal irritante que dava inicio ao intervalo.

De pouco em pouco meus amigos foram chegando e sentando-se a mesa. Uns conversavam entre si, outros ficavam com brincadeiras e outros apenas ouviam musica, mas todos, exceto eu, lanchavam.

Senti um embrulho no estomago assim que o cheiro chegou a meu olfato. Fiz uma careta levando a mão a boca enquanto erguia-me bruscamente, o que acabou por me fazer derrubar meu notebook, e sai correndo rumo ao banheiro.

P.O.V Autora

A azulada correu pelos corredores pouco se importando se batia em alguém, ela queria apenas encontrar o banheiro rápido, afinal era meio impossível conter o estado de enjôo com o qual se encontrava agora.

Assim que avistou a placa que indicava o banheiro feminino adentrou neste sem a menor cerimônia e logo trancou-se em uma cabine.

O próximo som que preencheu o local foi apenas o de a azulada vomitando o que comera no café da manha.

Logo ela deixou-se cair ainda enjoada.

O que estava acontecendo?

Ela não sabia.

Mas o futuro guardava grandes surpresas para essa jovem e seus amigos...