(Cap da autora)

Já era de manha cedo quando a rosada abrira seus olhos. O despertador não tocara, ou se tocara a menina não o escutou.

Inutilmente Amy tentou erguer-se de seu lugar, mas logo seu mordomo particular, Jared, a impediu de o fazer.

– Aparentemente a senhorita terá de faltar aula hoje – informou o homem, não tão velho, mas que possuía anos trabalhando cuidando exclusivamente da rosada.

– P-Porque? – perguntou-a sentindo-se fraca.

– A senhorita esta com febre... – informou-o depositando uma bandeja com o café da manha da garota sobre o colo da mesma que, com grande dificuldade, conseguiu sentar-se – já providenciei para que seu medico viesse aqui.

– N-Não p-precisava c-c-chama-lo – murmurou-a com a voz embargada encolhendo-se um pouco em seu lugar. Apesar da saúde frágil a rosada detestava receber a visita de médicos, afinal isso sempre acabava por resultar em um novo remédio para ela tomar e por nota mental que ela possuía nenhum dos remédios novos tinha gosto bom.

O homem sorriu por saber que a garota não perdera os medos de quando era criança.

– Fique calma e o máximo que ele receitara será um remédio para febre...

– Assim espero... – murmurou-a ajeitando-se melhor enquanto pegava seu celular em baixo do travesseiro para poder mandar uma mensagem de texto para seu amado informando-o que ela não iria a escola aquela manha.

Ambos mantiveram-se em silencio, mas logo o mordomo da jovem tomou a palavra pronunciando uma frase quase nunca era escutada naquela casa.

– Seu pai ligou hoje bem cedo...

Naquele mesmo horário, em um lugar longe de onde a rosada morava, o ruivo, juntamente do restante de seus amigos, esperavam entediados que o sinal para a primeira aula fosse dado. Quinze minutos antes do mesmo tocar o celular do ruivo tocara anunciando a mensagem da rosada informando que não poderia ir a escola aquela manha.

Ele suspirou.

- Problemas com a pombinha apaixonada? – perguntou Sieghart abrindo um largo sorriso juntamente do restante de seus amigos, exceto por Lass e Mari que não encontravam-se presentes naquele momento.

- Nada disso – respondeu o ruivo – a Amy apenas não vira a aula hoje porque acordou com febre...

- Febre? – indagou a loira estranhando aquilo, pois nos vários anos em que conhecia Amy era difícil esta ficar doente, ou sequer ficar com febre, mas a loira notara que de uns tempos para cá a rosada andava tendo uns desmaios estranhos juntamente com algumas fraquezas. – Pessoal... – chamou Lire chamando a atenção dos presentes – vocês notaram que de uns tempos pra cá a Amy tem andando um pouco fraca... e doente.

O ruivo franziu o cenho não notando onde a loira queria chegar.

- Você acha que a Amy esta escondendo algo de nós Lire? – perguntou a ruiva surpresa por aquele fato.

A loira balançou a cabeça.

- Talvez seja apenas minha imaginação – murmurou-a.

- Não é... – murmurou a azulada aparecendo ao lado de Arme cujo grito alto chamou a tenção de alguns alunos que estavam por perto.

- Você acha mesmo que ela esconde algo de nós Mari? – perguntou Sieghart. – A Amy pode ser mimada e muitas outras coisas, mas acho que ela não esconderia uma doença grave, ou algo do tipo, de nos..... certo?

Alguns poucos apenas afirmaram enquanto a azulada ajeitava o óculos frente a face. Ela suspirou já pegando seu notebook na mochila e colocando sobre a mesa para logo sentar-se entre o azulado e Arme.

- Todos os desmaios que a Amy teve, desde o dia da apresentação dela ate o de alguns dias atrás, eu anotei no meu notebook – começou-a surpreendendo seus amigos.

- Sua psicopata... – murmurou Elesis.

- Você me chama disso, mas sequer sabe o significado de tal palavra... – murmurou a nerd em resposta enquanto a ruiva apenas abria a boca sem conseguir formular uma resposta. – Continuando... os desmaios não seguem um padrão, mas antes de acontecer alguns desmaios ela, ou teve perda de equilíbrio ou ficou fraca ou teve dificuldade para manter-se de pé... mas há um único que ocorreu até agora em que ela ficou com a visão embaçada e dupla...

- O que você formulou disso tudo? – indagou Lass observando a namorada se canto de olho enquanto cruzava os braços e sentava a ponta da mesa.

- Não posso dizer ao certo... mas se a febre de hoje prejudicá-la um pouco mais que o normal talvez ela tenha uma doença degenerativa....

- Uma o que? – indagou a ruiva desentendida.

- É como algo dentro de si que vai te destruindo por dentro – informou Ronan.

- Algo como o que? – perguntou-a meio temerosa.

- É seu organismo que vai se auto-destruindo Elesis – disse Arme fazendo assim com que a ruiva entendesse a questão.

- Esperem – começou o ruivo – vocês acham mesmo que a Amy seria capaz de esconder algo assim da gente? – perguntou-o indignado.

- É apenas uma suposição Jin... – disse o moreno acalmando o amigo.

- Mas mesmo assim....

- Relaxa garoto – murmurou uma garota de longos cabelos rosados que se arrepiavam um pouco para o lado.

Logo o olhar de todos voltou-se para a figura de uma garota. Esta possuía uma aparência mais adulta do que o restante das garotas presentes, mas suas roupas mostravam que ela talvez não passasse dos dezessete anos.

- Quem é você? – perguntou o ruivo notando que tal menina lembrava um pouco sua namorada.

- Ninguém em particular – murmurou-a mastigando preguiçosamente seu chiclete. Logo esta voltou-se para o albino. – Seu irmão esta vindo garoto... – disse-a com um sorriso de canto – nem adianta correr, ele já esta aqui – informou-a por fim.

- Rey – chamou um rapaz alto aparecendo ao lado da mesma. – Temos que falar com o diretor...

- Foda-se o diretor – disse-a voltando-se para o rapaz que apenas ergueu a sobrancelha nada surpreso por aquela reação dela. – Eu achei seu irmão – disse-a apontando para Lass. – Tchau pessoal... um hora a gente se esbarra por ai... – disse por fim retirando-se do local e indo em direção a entrada do colégio.

O rapaz suspirou já voltando-se para o albino.

- O que você esta fazendo aqui Zero? – perguntou Lass indo direto ao assunto.

- Apenas vim lhe fazer um favor – disse-o colocando sua franja para o lado para que os ali presentes pudessem ver que este possuía uma mascara cobrindo parte do seu rosto.

- Que tipo de favor? – indagou o albino de testa franzida.

O dito Zero sorriu.

- Cazeaje esta vindo estudar aqui... – murmurou-o fazendo assim com que o albino arregalasse suas orbes azuladas.

- O-O que? – indagou-o surpreso.

- É isso... – disse o irmão do garoto. – Cuidado com ela enquanto não estou por aqui... sei que aquele reformatório não fez muito bem a ela.. – informou-o por fim antes de virar-se e ir embora deixando para trás seu irmão abismado.

Lass esperava qualquer noticia vinda de seu irmão, ate mesmo saber do falecimento de seu pai, e isso seria um alivio para o albino, mas ele não esperava era que Cazeaje estivesse para entrar em sua vida novamente.

- Que droga... – praguejou o albino retirando-se do local.

 Não planejara matar aula naquele dia, mas aparentemente teria de o fazer se quisesse explicações sobre o porque de Cazeaje esta vindo estudar naquele colégio.

E assim o garoto partiu ignorando o chamado tanto de seus amigos. Mari que já sabia o que acontecera no passado do albino apenas manteve-se calada e abaixou a cabeça enquanto acolhia em silencio a dor e a confusão que Lass tentava não demonstrar.

Para todos, inclusive a rosada cuja febre tendia a aumentar, aquele dia custaria muito a passar.