POV Bella

Senti-me a emergir da escuridão, por momentos pensei que tivesse morrido, mas ao abrir os meus olhos vi os olhos azuis do Damon. Ele tinha cumprido parte do que ele tinha prometido, mas e o resto, o meu bebé estava bem? Isso me deixou nervosa, ou sentei-me na cama muito rápido, como era possível eu ter-me mexido naquela velocidade? A não ser que…

- Eu sou uma de vocês? – acho que sabia a resposta, claro que ele me tinha transformado, mas eu precisava de confirmação

- Sim, apesar de para nós já o seres – isso me deixou muito contente.

- O meu bebé está bem? – isso agora era o mais importante para mim.

- A pergunta está incorrecta, mas a resposta é sim – isso me deixou confusa

- Isso me deixa tão aliviada, tinha tanto medo de o perder. Mas não entendi o que quiseste dizer com a pergunta ser incorrecta.

- A pergunta deveria ter sido se os bebés estão bem. – fiquei em estado de choque, eu tinha tido gémeos, era inacreditável, mas era maravilhoso.

- Tive gémeos?

- Tenho de admitir que o vampiro purpurinado não é tão inútil como eu imaginei. Tiveste três bebés, duas meninas e um menino. -  a emoção tomou conta de mim, eu tinha três filhos, eu não conseguia conter a felicidade, eu abracei o Damon e ele correspondeu o abraço. Quando nos separamos, ele olhou para mim sério e começou a falar.

- Bella, tenho de te dizer uma coisa, algo que tenho guardado só para mim, ou pelo menos tenho tentado fazê-lo. E te amo, acho que desde o primeiro dia que te vi, apesar de o negar para mim mesmo. Agora pareço mesmo um adolescente, onde tu chegaste Damon Salvatore. – a última parte ele falou baixo, talvez se não fosse agora uma vampira eu não teria ouvido. Mas não resisti e sorri.

- Damon, estar apaixonado não é uma coisa má, apesar disso já nos ter causado sofrimento. Eu te amo, mas não da maneira que desejas, e não te quero fazer sofrer. – se havia coisa que eu não queria era faze-lo sofrer, ele era especial para mim, muito especial.

- Mas tenho hipóteses? – ele tinha uma pouca de esperança misturada com muito receio.

- Se alguém tem hipóteses és tu. Mas… - ele interrompeu-me.

- É só o que eu precisava de saber. Acho que vais querer conhecer as crianças agora. – se queria…

- Claro, vamos lá? – eu estava entusiasmada e acho que o Damon também.

Quando chegamos ao quarto das crianças, o Damon abriu a porta, lá dentro estava a Elena com um dos bebés ao colo.

- Bella, que bom ver-te. Vieste conhecer estas coisas lindas? – ela estava babada, era evidente.

- Tudo bem. Estes são os meus filhos? Eu estive desacordada quantos meses? – estava em choque, eles pareciam ter dois ou três meses.

- Apenas algumas horas, mas achamos que o sangue continua a fazer efeito. – isso explicava aquilo.

- O que eles comem? – esta parte era uma das que mais me intrigava.

- Eles bebem leite, mas eles precisam de sangue também, o Stefan arranjou algum no hospital aqui perto. – é normal que isso acontecesse, eles são meio-vampiros. Por muito que quisesse fazer mais perguntas, eu queria pegar os meus docinhos no colo, e foi o que fiz. Eles eram lindos. Uma das meninas tinha o cabelo da cor do do Edward, o menino e a outra menina tinham cabelos castanhos como eu. Os olhos ainda tinham uma cor indefinida, só passado algum tempo saberia isso, talvez com o crescimento deles, isso não demorasse muito.

- Como se vão chamar? – perguntou Elena.

- O meu principezinho vai se chamar Lucas Philip Swan, a minha ruivinha linda, Marianne Elizabeth Swan e este doce que tenho no colo, Margareth Sofia Swan. Que acham?

- Eu gosto. Que achas Damon? – perguntou Elena.

- Eu apenas mudava uma coisa? – ele disse.

- Bella, gostaria muito que colocasses o nome Salvatore. – eu fiquei atónita, ele queria que os meus filhos tivessem o nome dele? OMG

- Mas… - ele interrompeu-me.

- Podemos falar a sós? – eu assenti, deixei os meus filhos com Elena e fui com ele.

Mal chegamos à biblioteca ele começou a falar.

- Bella, eu vejo-os como meus filhos, eu sei que não o são, mas eu daria tudo para que fossem. Além disso, o meu sangue corre neles, isso devia dar-me algum estatuto. – ele estava a falar sério, e eu o admirava por isso. Ele foi quem esteve comigo quando mais precisei, ele foi o mais próximo de pai que os meus filhos tiveram durante a gravidez, e agora também seria. Eu sabia que me podia apaixonar por ele, mas mais do que nunca sentia isso.

- Damon, será uma honra que os meus filhos tenham o teu nome. Eu tenho a certeza que possas ser um pai maravilhoso e quem sabe… - calei-me para não dizer disparates, não que fosse um disparate, mas eu não o podia dizer agora, não tinha coragem e não o queria magoar.

- E quem sabe, o quê? – ele ficou expectante.

- Noutro dia acabamos esta conversa. Há uma coisa que preciso te perguntar.

- Vou cobrar a resposta. Que te aflige?

- A minha transformação. Existem algumas coisas que gostava de esclarecer.

- Pergunte minha dama, que este seu servo lhe vai responder. – ele queria aliviar o ambiente e conseguiu, pois eu desatei a rir.

- Só tu. Uma vez disseste-me que era necessária troca de sangue para a transformação. Tu bebeste o meu sangue? – eu sabia que a resposta era sim, mas tinha de perguntar.

- Sim, tenho de me desculpar pela forma como o fiz, mas não me arrependo de o ter feito. – ele parecia envergonhado, isso era algo raro de ver no Damon.

- Eu agradeço o teres feito. Mas como o fizeste?

- Hipnotizei-te, ainda quando não sabíamos que estavas grávida, continuei depois e fiz o mesmo depois do parto. Eu não te queria perder. – a voz foi e a expressão foi mudando consoante o que ele dizia. Começou meio envergonhado, mas voltou a sua expressão normal, acabando com o que parecia desespero.

- Ouve, fizeste o que achaste correcto, e ainda bem que o fizeste. – coloquei as mãos nas suas faces e olhei-o nos olhos enquanto dizia isto.

- Mais questões?

- Como vou terminar a transformação? Eu preciso de beber sangue humano, não é? Vou ter de matar alguém? – estava assustada.

- Vais ter de beber sangue humano, mas não necessitas de matar ninguém, podes simplesmente beber o sangue que trouxemos do hospital para os bebés. – isso tranquilizou-me.

- Podemos voltar para os nossos bebés? – ele sorriu ao ouvir a palavra nós e abraçou-me.

- Vamos.

Tinham-se passado alguns dias, a minha transformação estava completa e eu e o Damon estávamos mais próximos do que nunca. Um dia ele saiu, disse que tinha de ir buscar uma coisa, apesar da curiosidade, nada perguntei. Eu decidi brincar com os meus pequenos, eles estavam cada vez mais lindos, e eu cada vez mais babada.

Depois de muita brincadeira eles acabaram por adormecer e eu fiquei ali só os olhando. Foi quando ouvi a voz do Damon e não resisti, abri a porta e foi ao encontro dele, nada mais importava, eu só precisava de abraça-lo. Mas algo não estava bem, os olhos dele mostravam apreensão, o que se estava a passar? Fiquei muito assustada. Ele correu até mim e me levou para dentro de casa fechando a porta em seguida.

- Estás doida? – isso me assustou, ele nunca tinha falado assim comigo.

- O que eu fiz de mal? Eu não estou a entender – caí de joelhos no chão

- Meu amor, eu não queria gritar contigo, me perdoa, mas por um momento pensei que te ia perder para sempre – ele abraçou-se e eu coloquei a minha cabeça no seu peito.

- Porquê?

- Tu saíste à rua durante o dia. Isso devia ser fatal, mas não foi e eu agradeço por isso. – agora entendia.

- Mas como isso aconteceu?

- Não sei, talvez haja qualquer coisa em ti que te permite andar à luz do dia mesmo sem amuleto. – eu tinha algo em mim que era especial, esta era uma grande novidade.

- Mas mesmo assim quero que uses isto – ele abriu a mão e lá estava um bonito anel com uma pedra azul, nela estava gravada a letra B.

[IMG]http://i1128.photobucket.com/albums/m499/dama_cullen/ring.jpg[/IMG]

- É lindo. – eu estava emocionada.

- Como preferes Bella eu achei melhor colocar o B em vez do I.

- Vê-se que me conheces bem. – disse emocionada.

- Dás-me a honra? – ele estendeu a sua mão e eu prontamente lhe dei a minha. Ele deslizou o anel no meu dedo. – Sinto-me como o noivo a pedir a noiva em casamento. – eu sorri, mas eu também sentia isso e a ideia não parecia tão má como imaginava.

- Quem sabe um dia. – deixei em aberto enquanto nos olhávamos olhos nos olhos.