POV Bella

O destino prega-nos cada partida. Quem imaginaria os Cullen na minha festa de noivado? Eu com certeza que não. Nem quando eu ouvi falar de uma Alice que tinha visto uma amiga com aquele vestido, agora sinto-me bem lerda por não ter imaginado que era ela. Mas isso não importa, é bom reencontrar a Alice, era bom ter a minha amiga junto a mim. Fiquei tão contente quando ela falou em ficar aqui, claro que com a Alice e a Elena a fazerem comprar, não seria má ideia comprar uma casa só para elas colocarem tudo o que compram. Mas algo me estava a incomodar, mais que tudo, a resposta do Jasper, quando o Damon me pediu em casamento, eu esperava aquilo do Edward, mas do Jasper nunca. Quando lhe pedi justificação, ele disse que era meu pai. PAI? Que história é esta?

- Mas que raios estás aí a dizer? Como assim tua filha? Quem pensas tu que és para dizer isso? – eu já estava a ficar alterada, a única coisa que me impedia de perder completamente o controlo era o Damon, ele segurava a minha mão, dando-me força.

- Bella, eu não queria dizer desta maneira, mas essa é a verdade. – junto com o que parecia ser remorsos  eu consegui ver verdade nos seus olhos, mas isto não podia ser verdade.

- Como isso pode ser possível? – eu estava confusa, muito confusa.

- Bella, ele está a falar a verdade. O Edward pediu-me para não te vigiar, e eu fiz durante uns dias, mas não aguentava e tentei ver se estavas bem, mas eu não tinha visões contigo. Por isso decidi ir a Forks, quando lá cheguei havia montes de postares a dizer que tinhas desaparecido. Eu tive uma visão com a Renée e decidimos ir falar com ela. Ela contou-nos que tu não eras filha dela e sim irmã. – a minha cabeça parecia que ia rebentar, isto não me podia estar a acontecer, o que a Alice estava a dizer não tinha sentido.

- Mas como pode isso ser?

- A vossa mãe, Marie, e o Jasper tiveram um relacionamento – eu vi tristeza quando a Alice disse isso.

- Alice, isso não tem sentido – eu não sei a quem eu queria convencer disso, eu já pouco sabia.

- Bella, segundo o que a Renée disse, a gravidez demorou muito tempo, o teu crescimento era muito lento, foi assim até que aparentavas ter uns cinco ou seis anos, só a partir daí é que te começaste a desenvolver normalmente – aquilo não me estava a acontecer, não podia, porquê comigo?

- Eu preciso pensar, isto é demais para mim.

Saí a correr, eu precisava de colocar a minha cabeça em ordem, mas neste momento duvidava que isso fosse possível.

A ideia do Jasper ser meu pai era absurda, tudo isto era absurdo, mas a Alice não ia mentir para mim, ainda mais num assunto destes. Quer dizer, eu sabia que vampiros podiam ter filhos, eu tinha tido filhos de um vampiro, mas eu ser filha do Jasper ainda me parecia irreal.

Telefonei para o Damon, ainda bem que tinha o telemóvel comigo. Ele atendeu ao primeiro toque.

- Bella, meu amor, estás bem?

- Dentro do possível, eu preciso de te pedir um favor. – tentei parecer calma.

- Claro, amor.

- A Alice está aí?

- Sim, estão todos.

- Podes passar o telemóvel a ela?

- Claro. Só mais uma coisa, amo-te muito.

- Eu também. Mal eu acabe de conversar com a Alice volto para o teu lado, onde é o meu lugar.

- Bella, és tu? – reconheci a voz da Alice

- Sou. Preciso falar contigo, eu preciso de ti. Segue o meu rasto, vem ter comigo, por favor – estava a perder a calma, que estava a tentar aparentar.

- Já vou – a chamada terminou e eu fiquei ali à espera dela.

Poucos minutos depois, ela apareceu, eu corri até ela e a abracei, eu precisava da minha amiga, antes de quaisquer explicações, agora precisava do seu abraço. Ficamos abraçadas durante alguns minutos, até que ganhei coragem para falar.

- Alice, como isto pode ser?

- Bella, isto apanhou todos de surpresa. O Jasper já se sentia culpado pelo que aconteceu no teu aniversário, depois que descobriu que eras filha dele, sentiu-se um mostro, por quase ter matado a filha. Não foi fácil para ele. Compreende isso. – eu tentava absorver todas essas informações, mas não estava a ser fácil.

- Mas Alice, como é possível?

- Seres filha de um vampiro? – ela perguntou confusa.

- Não, eu isso sei que é possível, eu tive três filhos de um vampiro.

- As crianças que estavam na festa são tuas filhas?

- Sim, minhas e do Edward.

- Como eles parecem que têm uns seis anos, tu desapareceste à três.

- Depois que vocês saíram de Forks eu fiquei muito em baixo, um dia, decidi sair sem destino. A Vitoria apareceu e quase me matou, mas o Damon apareceu e me salvou. Ele deu-me o seu sangue, na nossa espécie, o sangue ajuda a curar, e quando há troca de sangue, a pessoa ao morrer é transformada. – tentei parecer calma ao narrar aquilo.

- A Vitoria ia-te matando? – ela ficou assustada com aquela revelação.

- Sim, mas o Damon matou-a primeiro.

- Melhor assim. Mas continua.

- Como eu estava a dizer, ele deu-me o seu sangue e eu curei mais rápido. Algum tempo depois eu comecei a sentir-me mal, e o Damon, decidiu dar-me novamente o sangue dele, eu ficava melhor durante uns dias, mas piorava depois. Acabamos por descobrir que eu estava grávida, mas que a gravidez estava a ser bem mais rápida que o normal. Concluímos que isso devia ser por causa do sangue do Damon. Quando eles nasceram, tivemos medo que o crescimento deles parasse, devido ao facto de serem meios-vampiros, e decidimos continuar a dar-lhe sangue do Damon.

- Que história. Parece que estás rodeada por histórias inacreditáveis – era isso mesmo que eu sentia.

- Mas, porque eu pouco cresci durante muito tempo e depois de tanto tempo comecei a crescer normalmente? Eu não consigo compreender isso.

- O Carlisle tem uma teoria. Ele acha que havia uma espécie de conflito entre os genes humanos e vampiros, isso fez que durante muito tempo, a parte humana queria prosseguir com o desenvolvimento, mas os genes vampiros contrariaram esse desenvolvimento. Aí por alguma razão, a parte humana deve ter dominado a parte vampira, ficando a tua parte vampira como adormecida. Mas não passa de uma teoria. – o que ela dizia tinha algum sentido, comecei a entender as coisa, o que fazia estar mais controlada.

- Isso explica porque os meus filhos têm mais características vampiras que humanas.

- Como assim? – ela ficou curiosa, como já imaginava.

- Eles podem comer comida humana, mas predominantemente bebem sangue. São rápidos, têm uma temperatura mais baixa que uma criança normal, esse tipo de coisas. Eu sendo meia-vampira, eles têm uns 3:4 de vampiro, logo a parte vampira é a dominante.

- Já estás mais calma?

- Pelo menos mais controlada – calma, eu sabia onde a encontrava, só uma pessoa era capaz de verdadeiramente me acalmar, eu precisava dele agora.

- Alice, eu preciso deixar uma coisa bem clara. Eu não estou com o Damon por gratidão, eu o amo. Ele e os meus filhos são as pessoas mais importantes da minha vida, eu não vou abrir mão deles, nem pelo Jasper, nem pelo Edward. Eu sei que o Edward vai ler a tua mente e saber dos filhos, eu mais tarde falo com ele sobre isso, eu não o vou impedir de conhecer os filhos, mas isso não vai fazer do Damon menos pai deles que é agora.

- Eu compreendo.  

- Agora que isto tudo está esclarecido, preciso de voltar para os braços do meu vampiro, ele deve estar preocupado. Mais tarde voltamos a falar. - ela assentiu.

Saímos correndo em direcção a casa, mal chegamos, abracei o Damon, ele era a minha realidade, e neste momento tudo o que eu precisava de algo real. Senti que todos me olhavam, virei-me para eles e apenas disse:

- Amanhã falamos, dêem-me tempo para processar tudo. – eles apenas assentiram.

Olhei para o Jasper, antes de subir com o Damon, eu via dor nos seus olhos, eu não queria isso, mas eu agora não conseguia falar com ele, mas tinha de ter a certeza que ele ficava bem:

- Alice, cuida dele. – disse para ela.

- Podes deixar, eu vou cuidar. Damon, cuida da minha amiga também, ela precisa de ti.

Aquelas palavras eram a mais pura verdade, eu precisava do Damon, e eu sei que ele ia cuidar de mim, ele sempre o fazia.