Nothing Left To Lose escrita por Pichu


Capítulo 4
Ever since the day we died


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penultimo capítulo... Snif



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Tonks estava andando ansiosa de um lado para o outro na sala. E se ele não aceitasse? Ela teria que ser forte, e não fazia idéia de como. A campainha tocou. Remus estava parado na porta, uma camisa preta com os primeiros botões abertos contrastando perfeitamente com sua pele branca, os cabelos mais bagunçados do que nunca, e um olhar preocupado.

- Algum problema? Por que me chamou? – ele segurou suas mãos entre as dele. Tonks abaixou os olhos.

- Precisamos conversar. – ele concordou, ainda com aquele olhar preocupado, e a seguiu para a sala.

Ela sentou-se num sofá de frente para ele, e respirou fundo antes de começar:

- Remus, eu... Eu estou grávida. – ele pareceu congelar. Seu rosto estava ilegível, os olhos arregalados. Tonks abaixou a cabeça. Ele não queria. Ele ia deixá-la, e ela estaria perdida. As lágrimas escorreram por seu rosto. Sentiu os dedos de Remus sob seu queixo, e ele levantou o rosto dela carinhosamente.

- Por que esta chorando? – Tonks o olhou confusa – Não deveríamos estar felizes?

- Você está? – a garota indagou incrédula. Remus abriu um sorriso radiante.

- Não devia?

- Eu só pensei que... Eu... Você não... – Remus colocou um dedo sobre seus lábios.

- Não acho que haja algo que me deixaria tão feliz quanto isso. N... – Tonks interrompeu-o com um beijo, que ele retribuiu avidamente. Enlaçou sua cintura, puxando-a mais perto e Tonks prendeu os dedos em seus cabelos. Deixou escapar um gemido quando Remus mordeu levemente seu lábio inferior e deslizou a mão por dentro de sua camiseta. Afastaram-se relutantes, ambos ofegando.

- Eu te amo, Tonks. Você e nosso bebê. Não duvide mais disso.

- Também amo você. Demais. – ela o puxou de encontro a si mais uma vez.




- Bom dia, meu amor. – Tonks abriu os olhos relutante se deparando com Remus inclinado sobre ela. – Trouxe café. – ele a beijou de leve.

- Remus, desse jeito vou ficar mimada. – ele sorriu e abaixou-se para beijar sua barriga, já no sexto mês de gravidez.

- Vocês merecem. – ela acariciou seu rosto, pensando em como ele mudara. De inicio não tinha reparado, mas Remus parecia de certa forma mais vivo. Como alguém que encontrou seu lugar depois de já ter desistido de procurar por ele. Ou talvez ela estivesse simplesmente imaginando coisas, já que era assim que se sentia. Finalmente segura. Finalmente completa. Sentiu seus olhos se encherem de lágrimas; a gravidez a deixava tão emotiva...

- O que foi, Tonks?

- Nada. – sorriu com a preocupação em sua voz – Só estava pensando... Nosso bebê mudou muita coisa, não foi?

- Sim. Ele trouxe algo a mais. Nosso bebê. – ele abriu seu sorriso radiante. – Nosso pequenino.




Remus andava aflito de um lado para o outro no corredor do hospital. Tonks estava lá dentro... E seu bebê. Sorriu ao pensar nisso, subitamente sentindo como se algo tivesse se acesso dentro dele. Seu filho...

Um dos médicos saiu da sala, indo em sua direção.

- É o senhor Lu... – Remus o interrompeu impacientemente:

- Eles estão bem, já posso vê-los?

- Eu sinto muito. – o médico o olhou com pena. Remus de repente sentia-se nauseado. Nada podia ter acontecido com eles. Não podia... Sua Tonks, seu filho...

- O que aconteceu? – Sua voz não passou de um sussurro, o medo parecia sufoca-lo.

- Ela perdeu o bebê. – Não.




Tonks estava entorpecida, enquanto Remus praticamente a carregava para dentro de casa. Estava insensível. Seu corpo e mente pareciam desvinculados, e os últimos dias eram apenas um borrão disforme. Quando deu por si estava sentada no sofá. Remus se ajoelhou a sua frente.

- Por favor, diga alguma coisa. – ele a olhou suplicante. Ele estava sofrendo também; isso quase fez com que se sentisse culpada... Quase. Não sentia nada realmente desde aquele dia... Não conseguia pensar claramente, falar ou chorar. Chorar era o que ela realmente queria. Chorar por todos os planos que tinham feito e agora foram arruinados; chorar por seu pequenino... – Dora, por favor...

Ela abaixou a cabeça e o abraçou apertado. Era tudo o que podia fazer - se agarrar a Remus enquanto tudo desmoronava ao redor deles.




Ele olhou a mulher que agora dormia ao seu lado. Afastou os cabelos de seu rosto delicadamente, e deu um sorriso triste. Era a primeira vez em dias que Tonks parecia realmente em paz. Levantou-se e foi até a janela. Não sabia como poderiam continuar assim. Sabia que tinha que ser forte por Tonks, mas era esmagador. Cada vez que via seu rosto se lembrava do que tinham perdido.




- Tonks, precisamos conversar. – ela ergueu os olhos de seu livro. – Não podemos mais adiar, Tonks.

- Adiar o que?

- Já se passaram dois meses, meu amor. E nós ainda não conseguimos retomar nossa vida. – sua voz era suave, mas os olhos estavam mais tristes do que ela já havia visto. – Acho que, talvez...

- Talvez...? – na verdade ela já sabia a resposta. E era a coisa que menos queria ouvir no mundo.

- Devêssemos terminar. – ele abaixou a cabeça – Nós morremos junto com nosso bebê, Dora. Não dá para continuar negando e tentar levar nossa vida adiante. O passado vai continuar nos perseguindo. – ele a abraçou, e ela sentiu suas lágrimas caírem em seu ombro. – Eu vou continuar te amando. – ele beijou sua testa levemente e foi para o corredor. Pegou uma mala do chão e saiu pela porta sem olhar para trás. Tonks não se mexeu. Não fez nenhuma tentativa de impedi-lo; isso só tornaria mais difícil. No fundo sabia que ele tinha razão. Foi até janela, e ficou observando o último resquício de sua felicidade destruída desaparecer na distância.




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Notas finais do capítulo

Me desculpem...? Tinha que ser assim, gente. Não me matem. Esse capítulo foi muiiito difícil de escrever, então desculpe se ficou uma merda, tá? Beijos e comentem (se quiserem me xingar entendo).



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