Nothing Left To Lose escrita por Pichu


Capítulo 5
I've got nothing left to lose


Notas iniciais do capítulo

último cap



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Estava deitada, ouvindo música no escuro. Em sua mão uma foto amassada dela e Remus; ele sorria radiante com as mãos sobre a barriga dela, enorme da gravidez. Seu Remus... Ele já fora embora há cinco meses, e não havia um dia em que não pensasse nele, não sentisse falta de seu cheiro, seu toque, seu sorriso caloroso, daqueles olhos castanhos que pareciam ler sua alma.

  Mas ela estava melhorando. Devagar, mas melhorando. É claro que ainda não superara aquele vazio, mas ao menos agora ele não a enlouquecia. Quem sabe... Quem sabe um dia não seria capaz de olhar para trás sorrir?

  O som da campainha tirou Tonks de seus devaneios; ela levantou-se e prendeu os longos cabelos loiros num coque desleixado, fazendo questão de em não olhar para o espelho – sabia que devia estar num estado lastimável, mas de que importava? Foi abrir a porta.

  Sirius estava parado na soleira, os cabelos despenteados e olhos muito vermelhos.

  -Ele morreu, Tonks. – Sirius começou a chorar - O Remus se suicidou.

  A garota o abraçou mecanicamente. A única coisa que ela conseguiu sentir foi choque – não havia espaço para mais nada, para nenhum pensamento a não ser que aquilo que aquilo não era verdade, não podia ser verdade...

  -A mãe dele só veio falar comigo depois do enterro; não entendi por que, mas ela não parecia nos querer lá. – ele esfregou os olhos com as mãos trêmulas – Ela está aqui, quer falar com você.

  Tonks se sentis na a beira de um despenhadeiro enquanto ia me direção à mulher em seu quintal – um passo em falso e cairia irremediavelmente.

  A Sra. Lupin estava parada no caminho de pedras que levava à porta de casa de Tonks, um papel apertado na mão direita e a expressão dura Não disse nada quando Tonks parou a sua frente, apenas lhe entregou o papel rispidamente.

  - Encontraram isso ao seu lado no quarto. É para você. – seus olhos escuros eram acusatórios. Virou-se sem dizer mais nada e foi em direção ao carro que a esperava. Sirius a seguiu cabisbaixo.  Tonks abriu a carta que segurava receosa.

 Olá, meu amor

  Não tenho certeza se devia estar lhe escrevendo isso. Não estou tentando fazer com que se sinta culpada ou algo do tipo. Sói pensei que... seria apropriado que minhas últimas palavras fossem para você. Afinal, foi você quem me mostrou motivos para viver – e o destino me tirou todos eles. Então, por favor, não se responsabilize pelo que vou fazer. Você foi a melhor coisa da minha vida.

  Sei que estou sendo covarde e você ficaria com raiva de mim. Sinto muito, meu amor... Eu nunca fui tão forte quanto você.

  Eu sempre soube conviver com a dor; mas isso foi antes de você me mostrar o que é a verdadeira felicidade. Simplesmente não consigo mais seguir adiante – estou preso em nosso futuro arruinado. Ainda sinto como se meu lugar fosse com tudo aquilo que perdemos.

  Por favor, não me odeie. Eu apenas não agüento mais continuar assim. Lhe desejo toda a felicidade possível.

  Eu te amo. É bom poder dizer isso uma última vez... Eu te amo mais que tudo, Tonks. Nunca se esqueça disso.

  Me desculpe.

  Sempre seu,

  Remus

  Soltou a carta; de alguma forma logo ela estava no chão também, deitada na grama.

  Sentiu o chão frio e molhado sob seu corpo. Devia estar sujo também. Não fazia diferença – nada mais fazia agora. Encolheu-se em agonia, as lembranças dilacerando seu peito, impedindo-a de respirar. A vida que perdera nunca lhe pareceu mais real do que agora que definitivamente se fora.

  Era tão injusto... Em um momento se sentir feliz, completa, para depois sua vida te tirar tudo, e te deixar sozinha com a enlouquecedora pergunta que não cala: por quê?

  Tonks entrou no cemitério deserto. Era estranhamente reconfortante estar ali; tão pacífico, com o silêncio apenas quebrado pelo vento que brincava com as folhas vermelhas do chão e soprava os cabelos em seu rosto. Tonks andou devagar entre as lápides castigadas pelo tempo, pensando em quantos sonhos, lágrimas, vitórias e derrotas não estavam enterradas ali; histórias brutalmente interrompidas que agora jaziam calmamente sob a terra.

  Parou em frente a uma das lápides mais recentes e ajoelhou, depositando ali as flores que trazia. Ficou olhando-a, perdida em pensamentos por muito tempo, um sorriso triste brincando em seus lábios. Quando finalmente falou, sua voz não traía as lágrimas que desciam por seu rosto:

  -A nossa história já passou, meu amor. O que restou dela foram boas memórias e um coração partido, e o que nos fazia sentir vivos acabou por nos matar... Eu não tenho mais nada a perder; tudo o que eu era, tudo o que me tornei acabou desaparecendo junto com você. E agora que estou cercada apenas pelos fantasmas de nossos sonhos quebrados eu quero agradecer, Remus, por você me ter feito sonhar.


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Notas finais do capítulo

Uau! Nem acredito que terminei uma fic... Queria pedir desculpas se não gostaram do final... É que o último capítulo foi o primeiro que escrevi, na verdade, então já estava planejado para ser assim desde o início. Espero que não me odeiem demais... Obrigada por ter acompanhado,e quem sabe até a próxima? Beijo



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