Tonks saia da faculdade, lendo absorta o livro que seu professor lhe recomendara. Só percebeu a figura a sua frente ao esbarrar nela; Remus a segurou e sorriu zombeteiro.

-Você está sempre esbarrando nas pessoas e caindo ou essas duas vezes foram apenas coincidência?

- Eu sou sempre assim. – a garota admitiu, corando levemente. Remus pegou do chão o livro que ela derrubara e lhe entregou, sua mão roçando levemente a dela. Tonks sentiu um arrepio percorrer seu corpo; como ele provocava isso nela com um simples toque?

- Então... – ele passou a mão pelos cabelos, deixando-os ainda mais bagunçados do que de costume – Você vai ficar aqui passando frio ou quer tomar um café?

-Tudo bem. – Ele abriu um sorriso radiante e Tonks sentiu seu coração disparar. Porque se sentia assim? Ela mal o conhecia. Ignorou esses pensamentos, e seguiu para o café.

- Esse filme é uma droga, Sirius.

- Não seja estraga prazeres, loira. Nós q1ueríamos assistir faz tempo... Não é Remus?

- Claro, Sirius. – ele revirou os olhos, a voz carregada de sarcasmo que Sirius não notou ou preferiu ignorar.

Tonks acabou cedendo, e Sirius colocou o filme. A garota se ajeitou mais confortavelmente ao lado de Remus no sofá, e nos primeiros quinze minutos de filme já estava cochilando.

Acordou ainda no sofá, encostada no peito de Remus, com os braços dele ao seu redor. Ele dormia profundamente, um sorriso sereno nos lábios. Sirius estava no chão, dormindo encostado no sofá. Ela poderia se levantar e sair despercebida, ou... Ela deu um sorrisinho e se aconchegou melhor ao corpo de Remus; em instantes dormia de novo, embalada por seu cheiro maravilhoso.

Ela baixou as mãos, frustrada.

– Não adianta, Remus. Isso não está dando certo.

Tonks estava tentando aprender a tocar violão com Remus – no que falhava miseravelmente. Não importava de quantas formas ele a mostrasse como fazer, na hora H ela simplesmente confundia tudo. Remus levantou-se determinado e parou atrás dela.

- Só vai dar certo quando confiar em si mesma. – envolveu-a com seus braços, e montou um dos acordes. – Agora toque.

Ela respirou fundo, tentando se concentrar – o que era consideravelmente mais difícil sentindo a respiração de Remus em sua nuca. Mas, por incrível que pareça, dessa vez ela conseguiu tocar.

- Viu? – ele falou com a boca a centímetros da dela – Não é tão difícil. – se encararam por alguns segundos, castanho e azul se fundindo. Então, quase inconscientemente, foram se aproximando. Os lábios já estavam praticamente se tocando, seus hálitos se misturavam... E Sirius entrou, abrindo a porta estrondosamente.

- Cara, eu estou quebrado. – exclamou se jogando no sofá. Reparou na expressão constrangida de Tonks, e na irritada de Remus, que se afastara dela num salto com a entrada de Sirius. – Algum problema?

- Não, já estou saindo. – Tonks levantou-se para pegar sua bolsa. Às suas costas, Lupin fuzilava Sirius com olhos. – Tchau, garotos. – E com isso saiu, fechando a porta atrás de si.