Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 9
Capítulo 9 - Profecia


Notas iniciais do capítulo

Amores, desculpem-nos pela demora. E pedimos desculpas mais uma vez pela seguinte notícia: é provável que não postemos nas férias. Mas aqui vai um capítulo para dar uma mexida maior na história.
Boa leitura.



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Sinto seus lábios tocarem meu pescoço e suas mãos acariciarem meu rosto. Abro os olhos - sei que dormi.

- Que horas são? - Pergunto.

Ele consulta o relógio de pulso e me responde:

- Três e quinze. Tenho quadribol daqui a pouco. - E me dá um beijo rápido, depois se levanta.

- Quando é o primeiro jogo? - Sento-me na cama.

- Sábado.

Draco abre o guarda-roupas e pega o uniforme de quadribol. Ele desabotoa a camisa que está vestindo e coloca-a em uma gaveta. Dou um longo suspiro. Seus olhos se voltam para mim.

- Prefere que eu troque de roupa no banheiro? - E tem um sorriso pervertido nos lábios.

Abaixo a cabeça, sabendo que o rubor subiu às minhas faces. Ele vem até mim e beija-me demoradamente. Um arrepio sobe por minha coluna. Seus lábios descem até meu ombro direito, e ele dá uma leve mordida.

- Quer ir comigo? - Pergunta.

- E eu posso?

- Claro. Você assistia aos treinos da Grifinória, certo?

- Sim.

- Então, da mesma forma que você assistia a Grifinória, pode assistir a Sonserina.

- Mas há um detalhe: eu não sou Sonserina.

- E daí?

Sorrio.

- Tudo bem, eu vou. Só preciso trocar de roupa.

- Não precisa, não. Está perfeita dentro desse vestidinho.

- Inho literalmente. Não posso ir para lugar nenhum com ele.

- Só pra minha cama.

Ele morde a ponta de minha orelha, depois se ajoelha e beija minha perna. Quando seus lábios tocam a parte interna de minha coxa, minha respiração falha e meu coração bate loucamente. E ele fica alternando beijos rápidos e demorados, porém lentos, entre uma perna e outra.

- Você tem quadribol. - Digo.

- Sei disso. - E se levanta, depois me deita na cama. - Mas ainda quero te beijar um pouco.

- Não, você vai se atrasar. - Afasto-o e me levanto. - Vou trocar de roupa.

Saio do quarto, ainda sentindo a sensação de seus lábios em minha pele.

Chegando ao meu quarto, corro para o guarda-roupas. Pego uma calça jeans em tom de preto, blusa rosa de mangas compridas e gola roller, sobretudo e sapatilha, ambos em tons rosa. Visto-me, paro diante o espelho e fico satisfeita com minha imagem. Então lembro-me que esqueci meu suéter, a meia-calça e as botas sobre a árvore. Droga, penso. Observo meu cabelo, que precisa ser arrumado. Com certa dificuldade, faço uma trança raiz. Perfeito. Desço as escadas e sento no sofá a espera de Draco.

Meus pensamentos começam a me levar à pergunta que ele me fez: "O que sente por mim?" E eu não sei como responder essa pergunta. Talvez eu goste... muito... dele. Mas só isso? Não sei. É como se fosse uma mistura de tudo, porém não há uma definição convincente. Tudo está acontecendo tão rápido que eu fico sem ação, mas não quero que ele pare. Não. Quero que ele continue, quero que ele me ame.

Levo um susto quando seus lábios tocam meu pescoço.

- Não faça isso de novo. - Peço.

- Por que?

- Porque isso me assusta.

- Melhor ainda. - Ele pega minha mão. - Vamos?

Antes de responder, observo-o com o uniforme de quadribol: lindo.

- Vamos.

Estou abrindo a porta, mas ele segura meu pulso e diz:

- De um jeito diferente.

- Como?

Ele me puxou escada acima, pegou sua vassoura e me levou até a varanda.

- Não. Eu morro de medo de voar.

- Calma. Você está segura comigo.

Seus olhos tocam os meus com tanto carinho que não sei como recusar. Ele sobe na vassoura e espera que eu faça o mesmo. Trêmula, faço-o e abraço Draco. Tranquilizo-me ao sentir seu corpo quente contra o meu.

- Vai dar tudo certo.

Fechei os olhos no instante em que a vassoura cortou o céu. O vento batia contra nós de forma amigável, sem incomodar. Mas eu não conseguia abrir os olhos. Um frio intenso subiu por minha coluna.

- Draco, eu estou com medo.

- Porque você não está aproveitando. Sinta o vento no rosto, respire fundo, aprecie a sensação de estar voando. Assim esquecerá o medo.

Abro um pouco os olhos. Sinto o vento me abraçar. Respiro fundo e sinto, além do perfume maravilhoso de Draco, o cheiro agradável das árvores. E sinto-me um pássaro. Sorrio e vejo que Draco faz o mesmo.

- Se sente melhor? - Pergunta.

- Muito.

Após um último movimento, ele pousa sobre a grama brilhante do campo de quadribol. Eu desço de sua vassoura, ganho um beijo e vou para a arquibancada. Ouço-o dizer:

- Galera, vamos nos concentrar nesse treino, um dos últimos antes do jogo, o.k.? Nada de distrações. - E olha para mim.

- Isso vale pra você, capitão? - Zabini brinca.

- Com certeza. Bom, teremos agora um rápido aquecimento, depois um jogo-treino. Equipe titular contra a reserva.

Várias vassouras cortam o vento e eles começam a se aquecer: cada um lançando a goles para que o goleiro defenda. Depois os batedores cuidaram dos balaços e Draco com os outros dois apanhadores voaram atrás do pomo de ouro. Draco o pegou, claro. Após isso, foram para o jogo-treino.

Em um momento do jogo, meus pensamentos voaram para longe. Nada com relação ao Draco ou ao Ron. Não. Dessa vez não era nada definido, apenas pensamentos soltos. Mas uma voz familiar ao passo que irritante interrompe-me.

- Granger... Você por aqui.

- Buldogue. - Tenho prazer em chamar Pansy assim.

- O que uma sangue-ruim faz assistindo ao treino da Sonserina?

E eu não me incomodo pela forma como ela me chama, apenas jogo as seguintes palavras em sua cara:

- Draco me convidou.

- Draquinho? Tem certeza? - E me olha com desdém.

- Certeza absoluta.

Ela me observa. Seus olhos percorrem-me da cabeça aos pés, depois encontram os meus. Diz:

- Que olhos brilhantes. Deixe-me pensar... Draquinho te beijou, disse que está apaixonado por você e blá blá blá... Você é o novo brinquedinho dele?

- Brinquedinho? - Sei que o brilho dos meus olhos sumiu.

- Claro. Draco é assim: ele seduz, se diverte, depois joga fora. É bem a cara dele, não é? - E solta uma gargalhada de prazer. - Você é só mais uma pra ele. A única que ele pegou mais de uma vez fui eu. É da minha pegada que ele gosta, do meu corpo. Agora você... - Com desprezo. - Você, como eu disse antes, é mais uma.

Sinto o turbilhão de lágrimas que querem descer, mas não permito sua saída. Prendo-as com toda a minha força e me concentro em Draco. Será que ele seria capaz de dizer que está apaixonado por mim só para se divertir às custas da minha inocência? E o pior: será que eu estou apaixonada por ele? Se sim, sei que me machucarei muito. Parkinson pode não ter razão ao dizer que serei o brinquedinho dele, mas ela pode transformar minha vidam em um inferno, ela e mais muitas pessoas.

Minha atenção se volta à professora McGonagoll, que está se aproximando de mim.

- Srta. Granger, a professora Trelawney está precisando de auxilio para organizar sua sala. Alguns alunos do primeiro ano se assustaram com o conteúdo das aulas e, sem querer, fizeram uma bagunça. Então achei que um dos monitores chefes seria o ideal para ajudá-la. Como a Srta. Chang, o Sr. Malfoy e a Srta. Abbott estão ocupados, decidi chamá-la. Tudo bem?

- Claro. Já estou indo.

- Ótimo. - E vai embora.

Meus olhos procuram por Draco. Ao encontrá-lo, aceno para ele e ele me manda um beijo. Forço um sorriso, depois retiro-me do campo. Ao chegar à sala da professora Trelawney, não me dou ao trabalho de bater, entro direto. Não a vejo.

- Professora Trelawney?

Meus olhos percorrem a sala e nada vejo.

- Professora, a senhora está aí?

Sinto uma mão desesperada tocar meu ombro. O susto me possui. Olho para traz e a vejo, mas ela está estranha. Quando fala, sua voz está distorcida.

- Será culpa do ciúmes, da inveja, da loucura. Por causa dos maus sentimentos um inocente se machucará e te esquecerá. Será difícil superar, mas sua felicidade estará em jogo. - E começa a tossir. - Desculpe-me, querida, você disse alguma coisa?

Ainda estou em estado de choque. Não sei o que dizer. Apenas faço que não com a cabeça.

- Menina, está tudo bem? Há algo estranho em seus olhos...

- E-estou bem, senhora. V-vamos organizar a sala?

- Claro. Comece me ajudando a colocar as bolas de cristal sobre aquela mesa.

Enquanto as organizamos, vejo algo diferente ao pegar a última. Sua cor muda de branco para preto, depois algo dourado começa a surgir no centro, e vai tomando forma até que o rosto de Draco esteja bem claro.

- P-professora...?

- O que houve, querida?

- A-aqui... - E mostro-lhe a bola de cristal.

- Oh, céus! O Sr. Malfoy envolto pelo preto!

- O que isso significa?

Ela tira os oclinhos redondos, passa uma das mãos pelo rosto e depois me encara.

- Ele está bem, o Sr. Malfoy?

- Sim, muito bem.

- Cuidado... Ele precisa tomar muito cuidado.

- O que isso si-significa? - Estou com medo, não posso negar.

- Algo muito ruim pode acontecer a ele. Não é bom sinal quando o rosto de uma pessoa aparece envolto pelo preto. Peça a ele que tome muito cuidado.

- Sim. Pode ter certeza, professora.

Mesmo após uma hora e meia organizando a sala, a tenção ainda me tem. Quando concluímos nosso trabalho, ela se aproxima de mim, segura minha mão, observa a palma e diz:

- Menina, você será muito feliz. Mas sofrerá muito para alcançar a felicidade. Não deixe que seus medos vençam você.

Sorrio, depois saio da sala. Enquanto ando pelos corredores, não consigo conter algumas lágrimas. O medo está se aproximando, assim como o perigo. Sinto que tudo está para mudar, ainda mais agora que estou ao lado de Draco. Não diria que o amo - ainda é cedo para isso -, mas me preocupo com ele porque ele me faz bem, porque eu gosto muito dele.

Aproveito esse tempo sozinha para ir até o lago e pegar o que esqueci ali há algumas horas. Ao invés de voltar para o castelo, sento-me sob a árvore e fico observando o lago. Um gavião passa velozmente pelo lago, depois alça voo com um peixe no bico. Gostaria de ser um pássaro e poder voar para bem longe de meus problemas, mas não posso. Depois de longos minutos observando o lago, levanto-me e dirijo-me ao "apartamento". Chegando, vou para meu quarto e, antes de me deitar na cama, abro uma gaveta na escrivaninha e pego um livro de poesias. Abro aleatoriamente numa página, então leio:

Inconfesso Desejo, por Carlos Drummond de Andrade

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo.

Reflito. Talvez, só talvez, tenha sido obra do destino abrir nessa página. Por que? Por eu estar tentando negar minha paixão, meu desejo por Draco. Amor? Não sei. Mas por quê não? É possível que o que eu esteja sentindo seja simplesmente amor. Sendo amor, eu me machucarei mais, sei disso. No entanto, não é possível tirar de meu coração um sentimento tão puro e belo. Mas há algo que complica tudo: as dúvidas inestimáveis. Eu gostaria de não duvidar de nada, de acreditar na inocência de Draco ao me beijar, de ter convicção de que ele está dizendo a verdade para mim. Mas Pansy... Essa serpente tinha que estar no meio de tudo! Droga, Hermione. Por que você deixa que o veneno dela penetre em seu corpo?, pergunto-me. O único veneno que poderia penetrar em mim é o de Draco, que é um veneno bom. Todavia, nossos mundos são completamente diferentes, como fogo e gelo.

- Hermione?

Assusto-me.

- Ah, Draco. Oi.

- Está tudo bem com você?

Ajeito-me na cama, depois olho-o nos olhos.

- Em partes. - Respondo.

- Como assim?

Respiro fundo.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Claro, meu amor.

E quando ele se dirige a mim dessa forma as coisas só se tornam mais difíceis. Enquanto preparo-me para fazer a pergunta, ele se senta de frente para mim.

- Bem, hum... O que eu represento para você?

- Como assim? Que tipo de pergunta é essa?

- Me responda. - Tento parecer tranquila, mas sei que minha voz soou insegura.

- Eu amo você.

- Verdade?

- Claro que sim! Olhe nos meus olhos e eles lhe dirão isso.

Não consigo olhá-lo nos olhos em função da vergonha que me toma.

- O que te levou a me fazer essa pergunta?

Por mais que eu tenha vontade de responder, não consigo. Ele pensa por uns instantes e chega à sua própria conclusão.

- Pansy. O que ela falou pra você?

- Coisas horríveis.

- O quê?

Me aproximo dele e deito em seus braços.

- Não quero falar sobre isso.

- Tudo bem, não vou lhe forçar a nada, só quero que me prometa que não vai acreditar nas besteiras que a Pansy diz. Promete.

- Prometo.

Ele beija alguns pontos de meu rosto até chegar em meus lábios, mas não consigo permitir que os beije.

- O que houve? Está se sentindo bem? Eu fiz alguma coisa?

- Está tudo bem e você não fez nada. É que... - Lembro-me do que Trelawney disse.

- O quê? Fale.

- Fui auxiliar a professora Trelawney a organizar a sala e ela disse algumas coisas muito estranhas.

- O que ela disse?

- Primeiro disse, como se estivesse possuída, que "será culpa do ciúmes, da inveja, da loucura. Por causa dos maus sentimentos um inocente se machucará e te esquecerá. Será difícil superar, mas sua felicidade estará em jogo", com essas palavras.

- Ela nunca teve muita sanidade, eu acho. Mas é bom ficar atento às suas palavras. Algo mais?

Descrevo todo o acontecido com a bola de cristal e o que ela disse ao olhar minha mão.

- Não fique assustada. Eu sei me cuidar, o.k.? Não acontecerá nada comigo.

- Está bem...

- Agora vou tomar banho.

- Fica mais um pouco.

- Não. Tô seboso, prefiro ir tomar banho e voltar cheirosinho pra você. - E sorri. - Mas, se quiser ficar mais comigo, podemos tomar banho juntos.

- DE JEITO NENHUM! Pervertido. - Empurro-o.

Ele dá um sorriso sarcástico, depois me beija. Eu queria poder passar mais tempo com ele, mas por quê? Não entendo meu querer, muito menos meus sentimentos.

- Vou lá.

- O.k.

Draco me dá um último beijo e se vai.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem reviews, por favor. E agradecemos pelos 65 reviews que tivemos até hoje. É com muita alegria que escrevemos para vocês, Gabrielaa e gabslunetta.
Beijos! :*)