Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 30
Capítulo 30 - Festa de Natal


Notas iniciais do capítulo

HELLO, HELLO, BABY, YOU CALLED, I CAN'T HEAR A THING // Momento Lady Gaga off
Nossa, deu uma vontade de saudar vocês assim -- Gabrielaa aqui, aah, eu mudei meu ID pra GabrielaMalfoy, porque eu e o Draco nos casamos (falo mais sobre o casamento nas notas finais).
Então, amores, aqui está mais um capítulo pra vocês. Eu, particularmente, gostei dele. Claro que o melhor ainda está por vir... Mas esse capítulo tá legal.
Como vocês gostaram muito do avô do Draco, eu decidi dar um espacinho pra ele nesse cap :D
Boa leitura e até as notas finais!



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Os dias se passaram. Hoje é, finalmente, 24 de dezembro. O dia da festa. O dia em que eu usarei meu vestido perfeito. O dia em que verei Draco vestido como um rei. O dia em que o verei tocar piano na frente de todos. 

E provavelmente eu me emocionarei devido ao último fato. 

Felizmente, Pansy não me incomodou nos últimos dias. Achei que ela estava quieta demais, o que é levemente suspeito. Conversei sobre isso com Draco e ele disse que eu estava exagerando e que deveria dar uma chance a ela. 

Sinceramente, depois de tudo o que ela fez é difícil acreditar que ela merece uma chance. 

No entanto, apesar de todas as minhas suspeitas, tenho tratado-a com toda a educação possível. Afinal, ela está grávida, e esse fato não pode ser ignorado. 

Narcisa e eu não estamos tendo muito trabalho em relação a ela. Pansy passa a maior parte do tempo no quarto. Quando quer conversar com Blás ou Draco, eles vêm até ela. Ontem escutei - sem querer - uma conversa entre ela e Blás. 

- Eu amo você, Pansy. Me dê uma chance, por favor? - Ele disse. 

Um pouco sem graça, mas ainda assim sendo Pansy Parkinson, ela respondeu: 

- Eu já disse que meu negócio é o Draco. 

- E o negócio do Draco é a Hermione. Desista, Pansy! 

Furiosa, ela retrucou: 

- Desista você! Eu já disse que não quero nada com você. 

Sarcástico, ele contra-atacou: 

- Por que? Só porque não tenho os lindos cabelos platinados e os olhos azuis de Draco? - E deu uma risada sem vida. - Sinceramente, eu estou muito bem sendo quem sou.

Pansy passou um tempo em silêncio, depois disse calmamente: 

- Não posso desistir de Draco. Ele é importante para mim. 

Blás respirou fundo, então declarou: 

- Você é importantíssima para mim, por isso não desisto de você. - Pela fresta da porta, ousei olhar para eles. Blás acariciou levemente o rosto de Pansy com o polegar. Depois, aproximando seu rosto do dela, perguntou: - Você o ama? 

Ambos fecharam os olhos. Vi Pansy abrir a boca duas vezes para responder, mas não ouve um som. Blás chegou a roçar seus lábios nos dela, mas Pansy o empurrou e disse - a voz trêmula: 

- Não, não o amo. Mas também não amo você. - Mais recomposta, pediu: - Por favor, me dê licença. 

Não perdi meu tempo saindo de onde estava, Blásio não se incomodaria por saber que eu estava ouvindo tudo. De qualquer forma, ele provavelmente me contaria depois. Trocamos um olhar rápido, depois entrei no quarto.

De ontem para hoje, Pansy e Blás não se falaram. Percebi o quão pesadas eram suas trocas de olhares. No fundo, percebi que Pansy queria poder dizer algo, queria poder fazer algo a mais: ela queria poder ter seus lábios juntos, queria poder sentir as mãos dele acariciando sua barriga, queria que ele a fizesse feliz. Mas era muito orgulhosa para desistir de Draco e deixá-lo livre para mim. 

Hoje ajudarei Narcisa a decorar a casa para a festa. 

- Pansy, estou descendo para ajudar dona Narcisa. Precisa de alguma coisa? - Perguntei antes de ir. 

- Bom... - Ela se espreguiçou. - Chame o Draco para ficar comigo. - Não, não foi um pedido. Foi tipo uma ordem. 

- O.k. - Suspirei. 

Fui até o quarto de Draco e dei duas rápidas batidas, logo em seguida ouvi ele e Blás dizerem algo como "entra". Abri a porta lentamente, temendo que um deles - Blás - estivesse sem camisa. Para minha alegria, apenas Draco estava semi-vestido. 

- Bom dia, amor. - Ele me beija. 

- Bom dia. - Dirigindo a palavra a Blás: - Bom dia, Blás. Tudo bem? 

- Bom dia. Tudo sim. 

Percebi o desânimo em sua voz, então nem falei mais nada. 

- Draco, Pansy quer ficar com você. - Disse baixinho e de forma cuidadosa devido a presença de Blás. 

- O.k. Irei para lá daqui a pouco. - Ele olhou para o amigo e perguntou: - Quer ir comigo? 

Deduzi, então, que Blásio não tivesse falado nada sobre a conversa que teve com Pansy ontem. Seco, ele respondeu: 

- Não. 

Draco me lançou um olhar questionador de "Que bicho mordeu ele?". Em resposta, fiz um gesto suave com as mãos que pode ser traduzido como "depois". 

Logo desci para ajudar Narcisa. Quanto antes começarmos, antes terminaremos. 

- Hermione, é o seguinte, primeiro vamos colocar pisca-piscas no arco da porta de entrada, o.k? A magia nos ajudará, graças a Merlim. 

- Tranquilo. Lá em casa eu e minha mãe sempre organizamos tudo sozinhas, com exceção da alimentação. Meu pai adora cozinhar!

Ela sorriu com meu comentário. 

- Bom, comecemos então. 

Ela pegou um saquinho com pisca-piscas e me entregou. 

- Pode começar. 

- O.k., só vou pegar minha varinha. 

Após vê-la assentir, subi rapidamente. Não pude deixar de hesitar em entrar. Afinal, Draco está aqui com Pansy. 

- Está se sentindo bem? - Draco perguntou a ela. 

Quando ouvi sua pergunta conclui que não haveria nenhum problema em entrar. Assim que pus meus pés no quarto, os olhos verdes de Pansy me fuzilaram. Senti seu olhar em minhas costas enquanto procurava por minha varinha. Fiz o possível para não demorar e logo saí do quarto.

Terminamos tudo antes do almoço. Com a ajuda da magia é tudo mais fácil e rápido. Eu amo magia! 

Após almoçarmos, subi para começar a me organizar. Terei que auxiliar Pansy a se arrumar, o que ocupará ainda mais meu tempo.

- Pansy, quer que eu faça suas unhas? 

Ela checa as unhas compridas, depois lança um olhar de desdém e responde: 

- Acho que você não saberá cuidar delas como merecem. 

Sem a menor paciência para com seu temperamento, digo: 

- O.k. Então vá à festa com elas assim, sem a menor graça.

- Espera! Você pode mesmo fazer isso? 

- Sim. 

Abro a primeira gaveta da escrivaninha e pego uma bolsinha com tudo o que preciso para executar essa tarefa. 

- Que cor vai querer? - Pergunto. 

- Que cor me sugere? 

Pela primeira vez, ouço uma risada verdadeira por parte dela. Fico feliz pelo clima estar um pouco mais leve, sendo impossível não rir junto. 

- Qual é a cor do seu vestido? 

- Roxo. 

Procuro por um esmalte roxo e logo entrego a ela. 

- Que tal? 

Seus olhos brilham ao pousar no pequeno vidrinho. 

- Está ótimo! 

Um tempo depois, quando eu já estou quase terminando suas unhas, Pansy pergunta: 

- Por que está sendo tão legal comigo? Por causa de Draco? 

Ergo os olhos para responder sua pergunta. Após constatar que ela tem minha total atenção, digo: 

- Não, não é por causa de Draco. E não estou sendo exatamente legal com você. - Dou um leve sorriso. - Estou fazendo o que é certo. Não espero que você diga que faria o mesmo se os papéis estivessem invertidos, mas é importante que saiba que estou fazendo tudo isso porque meus pais sempre disseram para mim que devo fazer o bem sem olhar a quem. 

Ela pisca os olhos rapidamente três ou quatro vezes, depois volta os olhos para as unhas. Concentrada em meu trabalho, ela sussurra: 

- Ainda bem que sabe que eu não faria o mesmo por você. 

Apenas dou de ombros. Afinal, não é algo que possa me surpreender. 

- Acabei. 

Após conferir as unhas, ela diz: 

- Ótimo, obrigada.

Surpreendo-me por ouvi-la agradecer, mas logo tento disfarçar. 

- Bom, agora vou cuidar das minhas. 

- Hermione? 

Maior surpresa ainda é ouvi-la chamando-me pelo primeiro nome. 

- Sim? 

- Será que pode me trazer um pouco d'água? 

Com um leve sorriso nos lábios, respondo: 

- Claro.  

Desço as escadas rapidamente. Na cozinha, deparo-me com Draco preparando alguma coisa. 

- O que é isso, amor? - Pergunto. 

Após colocar uma grande travessa de vidro no forno - ou pelo menos algo parecido com isso, já que alguns objetos mudam do mundo trouxa para o bruxo -, ele olha para mim e diz: 

- Aquilo que os trouxas chamam de lasanha, mas à moda bruxa. - Com um sorriso maroto nos lábios, emenda: - Ou melhor, à moda Draco! 

Aproximo-me dele e dou-lhe um leve beijo. 

- Estou achando que vou ter que experimentar essa lasanha. 

- Obrigo você a fazer isso. - Ele desliza as mãos de minha cintura para meu quadril e puxa-me para si. - Acredite, é melhor me obedecer. 

Coloco minhas mãos em seus braços fortes e, enquanto aperto levemente, pergunto: 

- E o que vai acontecer se eu não obedecer? 

Sim, era um situação sexy, decerto. No entanto, era levemente engraçada. 

Com um sorriso brincalhão e cheio de segundas intenções nos lábios, Draco sussurrou em meu ouvido: 

- A punição é surpresa. 

Senti seus polegares roçarem minha pele por debaixo da blusa. Arfei quando mais alguns dedos encontraram minha pele. 

- Acho, então, que escolherei desobedecer. 

Ele mordisca minha orelha, depois deixa uma série de beijos quentes e úmidos pelo pescoço. Quando se aproxima de minha boca, sinto seu hálito gélido em meu rosto enquanto ele diz: 

- De santa você não tem nada. 

Entre um beijo e outro, digo: 

- Se eu fosse santa, estaria num altar. 

Uma risada rouca e agradável escapa de sua garganta. Ele me beija, fazendo com que eu me sinta nas nuvens. Neste exato momento, ouvimos a voz de Narcisa:

- Chega, chega, chega! - Dizia isso enquanto batia palmas que diziam "Não aguento mais segurar vela". - Hermione, vá se arrumar. Draco, continue me auxiliando aqui na cozinha. 

Draco e eu rimos silenciosamente enquanto ela mexia e remexia em alguns armários atrás de sei-lá-o-que. Peguei o copo d'água para Pansy e logo subi. 

Finalmente a noite chegou. Depois de horas me arrumando - e arrumando Pansy -, em fim pude me olhar no espelho e chegar a uma única e agradável conclusão: eu estou linda. 

Deixei os cabelos soltos e ao natural, maquiagem suave e com sombra levemente esverdeada. Fiz francesinha nas unhas para não ficar tudo no verde. Sapatos peep-toe brancos de vinil e o tão esperado vestido. 

Para muitos poderia parecer simples, mas para mim era o suficiente. 

- Hermione, o que achou? - Pansy me pergunta enquanto se olha no outro espelho.

Após checar tudo - desde o vestido roxo com decote em V até a maquiagem também roxa, passando pelas sapatilhas roxas e os cabelos presos num coque levemente bagunçado, porém deixando a franja solta - concluo que ela também está linda.

- Linda, Pansy. Só tenho isso a dizer.

- Obrigada. 

Acho que eu deveria me assustar com a simpatia de Pansy nas últimas horas. Sei lá, só acho. 

- Vamos descer? - Ela pergunta.

Dou mais uma observada minuciosa em mim, dos pés à cabeça. Finalmente vejo que está tudo em perfeita ordem. 

- Vamos. 

Enquanto estamos nos encaminhando escada abaixo, ela comenta:

- Só não me conformo por estar de sapatilha. 

- Pansy, você sabe que não pode usar salto. Não era nem para você sair do quarto e ficar zanzando por aí! - Brinco. 

- Mas eu também tenho direito a vida social. 

Rimos um pouco em relação ao seu comentário.

Quando chegamos lá embaixo, deparamo-nos com Draco e Blás aproximando-se de nós. Gentilmente, Blás ofereceu o braço para Pansy, que o segurou com um certo receio. Ele a acompanhou até o sofá vermelho de veludo no meio da sala de estar. 

Draco segurou minha mão e disse:

- Você está maravilinda. 

- Oi? - Indaguei, rindo da palavra que ele havia dito.

- Uma mistura de "maravilhosa" e "linda". 

Observei-o dos pés a cabeça: sapatos pretos impecavelmente lustrosos, calças pretas, terno preto, camisa verde-água e uma gravata também verde - um tom que quase aproximava-se ao do meu vestido. 

Meu coração saltitou quando o contemplei mais duas vezes. Ele é lindo, e está comigo. Há coisa melhor?

- Venha, quero que conheça uma pessoa. 

Passamos por muitos indivíduos que eu não conhecia. Um ou outro tinham traços que me lembravam alunos da Sonserina, como por exemplo a mãe de Emília Boostrode. A mesma encontrava-se junto a Pansy e Blás. Deparei-me também com o pai de Gregory Goyle, tão gordo quanto ele. 

- Quer que eu conheça quem? - Perguntei, receosa. 

- Pode ficar tranquila, é uma pessoa muito legal. 

Ele apertou minha mão, o que fez com que eu me sentisse mais segura. 

Nos aproximamos de um senhor que estava sentado em uma poltrona próxima à mesinha de centro. Ele encarava os pequenos bonecos que se movimentavam sobre uma pista de gelo - tudo sobre a mesinha. 

- Vovô. - Draco chamou. 

O senhor ergueu os olhos para nos encarar. Vi, então, que seus olhos tinham o mesmo brilho acolhedor dos de Draco. 

- Olá, meu querido. 

Observei-o bem. Terno xadrez - verde e vermelho -, calças amarronzadas, sapatos marrons e gravata borboleta marrom. Ele encontrava-se bem charmoso, para um senhor de idade. 

- Vovô, esta é Hermione Granger. - Os olhos dele brilharam ainda mais e um sorriso amigável surgiu em seus lábios. - Hermione, esse é meu avô, Abraxas Malfoy. 

Sorri em troca. Senti minhas bochechas corarem um pouco quando o velho Malfoy exclamou: 

- Mas é uma garota maravilhosa! Linda, linda! - Ele esticou a mão em minha direção. - Uma satisfação enorme conhecê-la, querida. 

Apertei levemente sua mão e disse: 

- Satisfação conhecê-lo também, senhor Malfoy. 

- Oh, querida, nada de "Senhor Malfoy"! - Ele fez um gesto de dispensa com as mãos. - Pode até me chamar de vovô, se quiser. 

Draco riu calorosamente ao meu lado. Ela passou o braço por minha cintura e falou: 

- Vovô, se nos der licença, gostaria de apresentá-la a outras pessoas. 

- Claro, filho. Pode ir! Fique a vontade. 

Dei um último sorriso a ele e acompanhei Draco.

- Seu avô é uma graça. 

Com um sorriso nostálgico nos lábios, falou:

- Minha avó costumava ser, também. 

Beijei sua bochecha e, para fazê-lo se sentir melhor, disse:

- Sei que ela está bem. 

- Também sei. 

Sorrimos um para o outro. 

Aproximadamente meia hora depois, Draco havia me apresentado para seus familiares e alguns amigos de seus pais. Durante esse período, senti os olhos de Pansy sobre nós algumas vezes. 

Mas também não pude deixar de reparar nos sorriso abobados que ela dava sempre que Blásio fazia uma palhaçada, ou no pouco que ruborizava quando ele lhe trazia algo, ou em como ficava completamente sem graça ao sentir a mão dele sobre sua barriga. Ela estava feliz, decerto, mas não admitiria isso nem sob tortura. 

- Dança comigo? - A voz de Draco surge em meio as risadas e conversas dos convidados. 

- Claro. 

Uma versão da valsa Lago dos Cisnes tocava, porém numa versão levemente mais rápida. Balançamo-nos de um lado para o outro com calma, habilidade e maestria. Draco dança como ninguém, isso é um fato incontestável. Até poucos instantes atrás eu poderia dizer que o melhor dançarino que outrora me chamara para dançar fora Vítor Krum, mas Draco sempre aparece e me surpreende, muda minhas expectativas. 

- Por que está sorrindo?

Eu estou sorrindo?

- Estava sorrindo? - Pergunto. 

- Sim.

Ainda dançando, respondo:

- Estava examinando sua capacidade de transformar as coisas. 

Draco soltou uma risada baixa, mas suficientemente alta para aconchegar-me. 

Quando a música acabou, ele beijou minha testa carinhosamente e sussurrou: 

- Você me transformou. Não me pergunte como, quando e nem o porquê. Sabe que eu não me lembro.

Foi em tom de brincadeira, de fato, mas não deixava de ser verdade. E que verdade dura e insuportável de se aguentar. 

Por que, Merlim? Por que diabos ele ainda não se lembrou por completo do meu significado em sua vida? 

- Draco. - Narcisa aproxima-se e o chama. - Está na hora. 

Ele assente.

- Hora de quê? 

- Você sabe que venho ensaiando a semana toda. 

Um sorriso abobado se forma em meus lábios. 

- Você vai tocar... agora?! 

- Sim.

Após reuniu todos na extensa sala de música, Draco senta-se perante o esplendoroso piano negro e prepara-se para começar a tocar. 

Uma música nunca antes conhecida por mim - e, pelas expressões dos convidados, por mais ninguém - preenche os ouvidos de todos os presentes. Cada detalhe da música parece ser composto com algo a mais, mas não é qualquer coisa. Esse "algo a mais" encaixa-se ao... amor. Nunca antes havia conhecido uma melodia tão harmoniosamente composta pelo amor. E, bom, qualquer pessoa em sã consciência pode notar isso. 

No entanto, há um certo mistério cercando cada acorde. Não seria exagero de minha parte dizer que esse mistério não é em vão. Ele está presente por algum motivo, talvez um motivo que nem mesmo o compositor da música possa dizer. 

As expressões calmas das pessoas transmitem tudo aquilo que a música transmite: afeto, carinho, união, tranquilidade, paz e, sobretudo, o amor. 

Olhando para Draco lembro-me, então, de ter imaginado-o tocando da mesma forma que imagino agora. Vestes pretas, elegância a flor da pele... Pensamento este que aflorou logo na primeira semana de aula. E essa era uma de minhas maiores vontades: vê-lo tocar, repleto pela elegância. 

Elegância. Essa é a palavra que melhor o descreve enquanto toca. Draco é um homem elegante, desde que o conheci. Por mais arrogante que fosse, isso nunca ofuscou sua imagem de rapaz bem arrumado e refinado. Isso é algo que Draco sempre foi, e é inegável. 

Uma salva de palmas tomou conta da sala quando os últimos acordes foram tocados. Draco levantou-se calmamente e fez uma reverência em agradecimento. Depois, com um sorriso nos lábios, elevou a voz e falou: 

- Quero aproveitar esse momento para... 

Mas não houve tempo para que ele terminasse. Uma foz muito familiar - pelo menos aos meus ouvidos - surgiu da porta da sala de música. 

- Hermione! - Mamãe... - O que você está fazendo aqui? 

Todos me olharam em choque. 

Mamãe e papai estavam lado a lado, de mãos dadas, perplexos por eu estar ali. 

- Bom, mãe, eu... 

- Silêncio! - Ela ordenou. - Você me disse que passaria o Natal com os Weasley. 

- O que não é, de certa forma, mentira. 

Então, felizmente, Gina adentrou também. 

Quando foi que ela chegou?, pergunto-me. A verdade é que estou imensamente feliz por ela estar aqui. 

Atrás dela surgem Harry, Ron, Luna e os outros Weasley, incluindo Gui, Fleur e Carlinhos. 

- Nós os convidamos. - Narcisa diz, respondendo a uma pergunta que mal havia se formado em minha mente. 

- De qualquer forma - Mãe retoma a fala. -, você mentiu para nós Hermione! 

Então a ficha cai. Procuro instantaneamente por Pansy. Quando a encontro, minha vontade imediata é ir até ela e arrancar-lhe da face o sorriso presunçoso que ganha vida a cada passo que minha mãe dá em minha direção. 

- Por que, filha? - Ela me sacode levemente. - Por que mentiu para nós? 

Papai, que ficou parado um metro atrás de mamãe, toma a palavra: 

- Você sempre nos disse que odiava a forma como os Malfoy tratavam as pessoas. - Um suspiro. - Embora eu não os conhecesse, sempre pude ver o ódio e o nojo na forma como você pronunciava seus nomes. 

- As coisas mudaram. - Digo. 

Talvez não fosse a melhor coisa a se dizer nesse momento, mas o que seria adequado? 

- Você não devia ter feito isso, Hermione! - Mamãe me repreende. 

Meu olhar encontra o de Narcisa como quem pede ajuda. Entendendo o que meus olhos querem dizer, ela atravessa a sala em direção a nós e diz: 

- Sr. e Sra. Granger, tenho certeza que podemos esclarecer as coisas. 

- Esclarecer o quê, Sra. Malfoy? - Papai pergunta retoricamente. - Tudo está visível. Nossa filha mentiu para nós. 

- Teriam compreendido meus motivos se eu dissesse a verdade? 

Minhas palavras os fizeram se calar por alguns segundos. 

- Isso não é jeito de falar conosco, Hermione! - Mamãe diz. - Ponha em prática a educação que lhe demos e vamos embora. 

Ela começa a me puxar. 

Sinto meu coração se apertar. 

Minha garganta queimar. 

Meu desejo por abraçar Draco aumentar. 

Meu amor por ele, como nunca antes, despertar.

- Não! - Digo, puxando meu pulso de volta para mim, apenas para mim. 

Corro os olhos para Gina, que faz que sim com a cabeça. 

- Eu não irei embora. - Minha voz soa tão confiante que chego a duvidar que eu as esteja pronunciando num momento como esse. - Eu não quero ir embora e não posso. 

Ouço os passos graciosos de Draco aproximando-se de mim. Ele para ao meu lado se segura minha mão. 

- Eu não deixarei que vocês a levem. 

Narcisa dá um sorriso discretamente orgulhoso. 

- Pai, mãe, entendam uma coisa: eu amo Draco. E ele precisa de mim. - Sinto ele apertar minha mão ainda mais. - Ele entrou em coma há quase dois meses e perdeu uma parte da memória, a parte que resumia-se a mim. - Minha visão começa a ficar embaçada devido as lágrimas. - Eu não posso ir embora sabendo que ele ainda não a recuperou. 

Os olhos castanhos de minha mãe me fitam completamente confusos. 

- Eu não entendo, filha. Como pode amar o rapaz que a insultou por anos, que a tratou como lixo? 

Com um sorriso irônico nos lábios, contra-ataco: 

- Engraçado, mamãe. Além de ter me ensinado que devemos fazer o bem sem olhar a quem, também me ensinou que devemos dar uma segunda chance às pessoas e também me ensinou que o amor tudo pode, que com amor tudo se ajeita. - Respiro fundo. - Então por que não está colocando esses três ensinamentos em prática aqui e agora? 

Ela prende a respiração como se tivesse levado uma facada no peito. 

- Pega leve, Hermione. - Draco sussurra. 

Fico com muita vontade de dizer que não, que ela precisa ouvir isso, mas permaneço calada. 

- Você não deve falar assim com sua mãe, Hermione. - Papai me repreende. 

- Papai, me desculpe, mas eu não vou ficar calada perante uma situação como essa. 

Alguns instantes em silêncio. Com todos os olhares sobre mim, sinto-me nervosa. 

- Pois bem... - Mamãe finalmente quebra o silêncio, a voz calma. - Se você quer ficar ao lado daquele que pisou em você a vida inteira, se você quer enfraquecer os laços com seus pais por conta dele, então fique aqui. Fique ao lado dele. - Ela inspira uma boa quantidade de ar vagarosamente. - Mas saiba que você não tem mais pais. 

Então, é minha vez de prender a respiração como se um punhal houvesse atingido meu coração. Minha garganta começa a queimar e minha visão fica embaçada. 

- Mamãe... - Sussurro, chorosa. 

- Eu não tenho filha. 

Irritado, Draco diz: 

- Então é assim? - Os olhares de meus pais se voltam para ele. - A senhora vai simplesmente dizer que não tem filha e, após sair por aquela porta, fingir que nunca teve uma criança crescendo dentro de si. 

As palavras de Draco pegam minha mãe de surpresa. 

- Independentemente de interessar a vocês ou não, eu serei pai daqui há quatro meses e meio. E a verdade é que estou super ansioso para que essa hora chegue logo. - E volta os olhos para Pansy. - Por mais que a mãe de meu filho não seja essa garota maravilhosa que está ao meu lado, a felicidade que mora dentro de mim é única e imensurável. 

- Ora, ora, ora... - Mamãe diz, irônica. - Então ele ainda é um galinha?! 

- Dobre a língua para falar de meu filho. - Narcisa esbraveja. 

Ambas se encaram de forma ameaçadora. 

- Não acho que essa seja a melhor forma de resolver as diferenças. - Blásio interrompe a discussão, pondo-se entre as duas. - Sra. Granger, eu conheço Draco desde criança, cresci com ele, e posso garantir-lhe que ele mudou. 

Mamãe o fita com os olhos levemente perturbados. 

- Também tive o privilégio de conhecer melhor sua filha, e posso dizer com convicção que a senhora fez um excelente trabalho. - Com um sorriso nos lábios, completa: - E eu nunca vi Draco tão feliz em toda a minha vida. Assim como nunca vi Hermione tão radiante. Eu, como amigo de ambos, posso dizer que formam o casal mais belo e incrível que eu já conheci. 

As palavras de Blás me emocionam tanto que uma lágrima rola por meu rosto. Apresso-me em secá-la para que ninguém veja, obtendo sucesso. 

- Você é simplesmente um adolescente que não entende nada da vida! - Mamãe rebate.

- Querida... - Papai tenta acalmá-la. 

- "Querida" nada! Esses garotos vão acabar me enlouquecendo! 

- Acredite, até quando pensamos que enlouquecemos podemos estar sãos. - Narcisa declara. E é verdade, ela diz isso por experiência própria. 

- Querida, eles podem ser jovens, mas tem razão. - Papai diz para mamãe enquanto afaga seu ombro. 

De repente, com passos leves e encantadores, Luna surge ao lado deles. Ah!, a presença doce e agradável de Luna... 

- Sra. Granger, tenho certeza que a senhora conhece o amor e que só quer proteger sua filha daquilo que acha que não fará bem a ela. - E segura sua mão. - No entanto, não acha que é o momento de permitir que ela decida o que quer? 

Os olhos de mamãe ficam marejados. Ela olha para Luna como se a mesma fosse uma espécie de anjo, um anjo que caiu do céu para iluminar seus pensamentos. Ela apenas assente e permite que uma lágrima escorra por sua bochecha. Gentilmente, Luna a seca e diz: 

- Esse é o momento que a senhora abraça sua filha e diz que a ama. 

Todos nós rimos. 

Abro os braços para minha mãe, que não hesita em encontrar o caminho para eles. Um abraço apertado, cheio de acalento, acalento de mãe. 

- Eu te amo, filha. - Ela diz, rindo. 

- Eu te amo, mãe. - Digo, também rindo. 

Quando nos difundimos, seco as lágrimas que estão em seu rosto. 

- Aproveitando a oportunidade... - Draco toma a palavra. 

Ele segura minha mão direita e se ajoelha perante mim.

Não... Nego para mim mesma, inutilmente. Eu sei o que ele vai fazer, não preciso que ele conclua o ato para ter consciência do que virá a seguir. 

- Hermione Jean Granger - E retira uma caixinha de veludo vermelha do bolso. -, você teve a capacidade de me transformar para algo que eu jamais imaginei um dia. Embora minhas lembranças resumam-se a quase nada, eu não preciso me lembrar para saber o que se passa no meu coração. O simples fato de estar perto de você responde todas as questões decorrentes dos meus sentimentos. No entanto, não importa quantas palavras eu diga. Eu jamais conseguiria expressar em palavras a torrente de sentimentos e sensações que só você me causa. - Uma pausa. - Quero que aceite essa aliança como prova de meu eterno amor por você. 

Então, ele abre a caixinha e retira uma aliança prateada com uma trança de esmeraldas ao redor. Quando ele desliza a aliança por meu dedo, sinto que há algo gravado em seu interior. 

- Para sempre. - Ele diz. - É isso que tem gravado. - Após beijar minha mão, pergunta: - E então, aceita ser minha noiva? 

Sinto meu coração disparar e todas as palavras humanamente possíveis de serem ditas fogem. Meus olhos começam a produzir lágrimas de alegria na velocidade da luz. 

- Draco, eu... 

A verdade é que eu não sei o que dizer. E, mesmo que soubesse, não conseguiria. 

Ele se ergue, fazendo com que uma única ideia venha à minha cabeça. 

Selo, então, nossos lábios. Um beijo perfeito, impecável. Acompanhado por aplausos de todos os presentes. 

E é um momento em que não há Pansy para entorpecer-me de preocupação. Sei que ela ama Blás, por mais que não admita isso nem para si mesma. Ela precisa entender que nem tudo o que queremos é o melhor para nós ou o destinado. E é Blás quem está destinado a ela, não Draco. 

Quando nos afastamos, ele dirige a palavra aos meus pais: 

- Agora resta saber se os senhores permitem. 

Com um sorriso estampado nos lábios, papai estende a mão para Draco e, ao vê-la apertada, diz: 

- E há como não permitir, rapaz? 

Ambos sorriram calorosamente. 

Pelo canto dos olhos, vi mamãe e Narcisa se abraçando. Depois, Lúcio se aproximou e apertou a mão de meu pai. 

- É uma excelente união! - Ele diz. 

- Quero que fiquem para o resto da festa. - Narcisa diz aos meus pais. - Será uma satisfação muito grande. 

Mais tarde, quando muitas pessoas estavam entregando presentes, aproximo-me de Pansy e digo: 

- Obrigada! 

Ela me olha surpresa, como se não esperasse por isso. 

- Pelo que? Eu enviei uma carta aos seus pais dizendo que você estava aqui e você ainda me agradece? 

Com um sorriso no rosto:

- Com toda certeza! De certa forma, você me ajudou a contar a verdade aos meus pais. Mesmo sem intenção...

Seus olhos correm para a aliança em meu dedo.

- Acho que eu já esperava por isso. - Ela sussurra. - Au revoir.  

Pansy se distancia, indo até Blas, o que me deixa aliviada. 

Procuro por Draco entre as pessoas. Quando o acho, digo:

- Draco, tenho uma coisa para você. 

Puxo-o escada acima, ignorando completamente suas perguntas. Quando chegamos ao quarto, pego minha bolsa e puxo a enorme caixa de dentro dela. 

- Como você...? 

- Feitiço indetectável de extensão.

Ele sorri. 

- Você está sempre bem preparada. 

- Aqui, é pra você. - Entrego-lhe a caixa. 

Seus olhos brilham de entusiasmo. 

- Espero que faça bom proveito. 

Ele coloca a caixa sobre a cama e a abre. Deparando-se com a tela de 70cm por 30cm, ele imediatamente se assusta. Depois, ao ver as tintas a óleo e os pincéis, diz: 

- Bom... Eu e pintura...

- Eu sei. O dono da loja foi seu professor de desenho e me disse que você e os pincéis nunca se deram bem, mas eu confio na sua capacidade. 

Trazendo tudo de bom para mim, ele me abraça. 

- Eu amo você. - Sussurra. - Promete pra mim que vai continuar comigo para sempre. 

- Prometo. - E, sorrindo, completo: - Para sempre.  


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Notas finais do capítulo

AEEEEEEW! Reviews? Críticas? Avadas? Crucios? Pedradas? Indicações? Quem quer mandar uma indicação bem legal pra gente, heeeeeeeeim? *--------*
Bom, eu tenho algumas coisas pra falar
PRIMEIRO: divulgar a fic de uma amiga minha, a Sarah_2011. O link é esse: https://www.fanfiction.com.br/historia/172717/Para_Sempre_Minha_So_Minha. LEEEIAM!
SEGUNDO: eu esperava que mais pessoas escolhessem entre as fics que eu to querendo postar. Olha, quem quiser saber mais sobre elas pode perguntar por MP, ok? Eu respondo :D Pra quem não lembra, as opções são "As Marotinhas", "Mistérios Onipresentes" e "O Lado Oculto da Lua".
TERCEIRO: O meu casamento com o Draco *--* Gente foi a coisa mais linda, eu fiz questão de chegar atrasada só pra ver ele suando frio MUAMUAMUAMUA E o beijo depois do "sim"? Manolinhas, foi beijo de cinema *o*
Ok, ok, chega, Gabi, assim elas vão ficar com vontade MUAMUAMAUAMUA
Como eu sou boazinha... BEIJOS SABOR DRACO MALFOY :*)
ps: capítulo grande, heim? merece indicação, né?!