Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 28
Capítulo 28 - Decisão


Notas iniciais do capítulo

OIOI, GENTE! Tudo bem?
Bom, primeiro vamos agradecer pelas recomendações que recebemos da GiovanaW, da leti_mary e da Bruna Riddle Malfoy *--* muito agradecidas pelas recomendações de vocês. Assim como as outras, elas aumentaram nosso entusiasmo para continuar a fic e, é claro, nossa satisfação pessoal.
Segundo, eu (Gabrielaa) achei esse cap muito fofo. No início vocês vão ficar tipo "O QUE? COMO SE PODE ACHAR ISSO AQUI FOFO?!", mas depois irão entender meus motivos rsrs.
Metade do cap foi ideia minha (a metade que não é fofa) e a outra metade foi da MINHA Gabs rsrsrs.
Boa leitura!



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POV HERMIONE

Mais uma semana se passou. 

O clima na Mansão Malfoy está cada vez melhor. Mas é claro que Pansy continua arrumando problemas. Ultimamente ela anda me observando de uma forma desagradável - para mim. 

- Então, Granger... - Ela me tira dos meus pensamentos. - O que você anda escondendo? 

Fecho o livro que estava lendo e olho em seus olhos quando respondo: 

- Não estou escondendo nada. 

Ela se levanta da cama e vem andando até mim. Quando para, mexe no bolso de trás do jeans e retira dois pedaços de papel que eu não fazia ideia de que estavam com ela: as cartas. 

- Me devolva, Pansy. Agora! - Levanto-me. 

- Desculpa, sangue-ruim. Mas agora você está na minha mão. 

Cruzo os braços e tento manter a calma. Se eu cometer algum erro agora, qualquer que for, estou perdida. 

- Sabe, cabelo de vassoura, eu tenho uma proposta. 

- Diga. 

Um sorriso presunçoso se forma em seus lábios, então diz: 

- Eu te devolvo as cartas e você fica longe do Draco. Caso contrário, eu envio uma carta aos seus pais e digo que está aqui. 

Sinto uma enorme vontade de acertar-lhe um tapa no rosto, mas preciso me controlar. 

- Não farei isso. - Digo pausadamente para que ela entenda. 

- Então eu terei que te dedurar pros seus pais. 

- Você não vai fazer isso. 

Não sei exatamente porque deixei essas palavras escaparem, mas deixei. O que farei agora? 

- Há! E por que não? Me dê uma boa razão. 

Para ganhar tempo para pensar, digo: 

- Você é muito cínica mesmo... Até parece que você é a pessoa mais verdadeira do mundo. 

- O que quer dizer com isso? 

Percebo o quanto sua energia muda, o quanto ela fica preocupada. Então há um segredo. 

- Pansy, Pansy... - Começo a rodeá-la. - Você sabe do que eu estou falando... 

Estou blefando, é verdade. Mas quem sabe assim ela não revela o segredo? 

- Pare de enrolar e diga logo. - Ela fala entredentes. 

Paro em frente a ela e olho firmemente em seus olhos. 

- Pansy, por que você fez isso? - Pergunto, como se soubesse seu segredo. 

Ela me observa. Seus olhar muda, então ela logo solta uma risada medonha. 

- Você realmente achou que eu cairia no seu blefe? Patético, Granger.

Sinto meu corpo congelar. 

- Você não sabe de nada, sangue-ruim idiota. 

Imediatamente, ela acerta um tapa em meu rosto. Sinto a ira crescer dentro de mim. Sem pensar nas consequências, revido. 

- Vai se arrepender, Granger. - Ela fala após se recuperar da bofetada. 

- Pelo que? 

Ela sorri de forma sombria. 

- Por ter nascido. 

Ignorando completamente o tamanho de sua barriga, Pansy parte para cima de mim e começa a me bater enlouquecidamente. Fazendo uso de muita força, ela me joga na cama e fica com o corpo por cima do meu. Sinto meu rosto receber várias bofetadas, de ambos os lados. 

- Para! - Peço, mas sua mão logo encontra minha face novamente. 

Desesperada e sem poder reagir, grito a plenos pulmões:

- DRACO! 

- Esqueça, Granger. - Mais um tapa. - Ninguém irá ouvir você. 

- DRACO! - Outro tapa. - ME AJUDA! 

Sinto minhas faces começarem a arder extremamente, até que a porta do quarto é escancarada e vejo o vulto de duas pessoas entrando. 

- Pansy, saia de cima dela! - Draco grita. 

Vejo que a outra pessoa é Blás. Rapidamente, ele a puxa pela cintura e a segura com força. 

Quando seu corpo não está mais sobre o meu, sinto que estou tremendo. 

Os braços de Draco logo me envolvem, tranquilizando-me. 

- Você ficou louca, Pansy? - Draco esbraveja. - Você... Você não tem juízo?! 

Então algo estranho acontece. Pansy envolve a barriga com as mãos e começa a soltar gemidos de dor. 

- Pansy? - Blás pergunta. 

- Me ajudem... 

Draco me dá um beijo na testa e vai até ela. 

- Você não deveria ter feito isso, Pansy. O doutor mandou você ficar de repouso. 

- Sangue-ruim maldita! - Ela sussurra em meio a dor. 

- Não é hora para isso. - Blás diz enquanto apega nos braços. 

- Não. - Ela diz. - Quero que o Draco me leve. 

Draco e eu nos olhamos, mas Blás a contesta antes que possamos pensar em algo: 

- Eu levarei você e ponto final. 

Carregando Pansy nos braços, Blás saiu do quarto à procura de, possivelmente, Lúcio e Narcisa. Restando apenas Draco e eu no quarto. 

Ele segurou meu rosto entre as mãos e pergunta: 

- Você está bem, meu amor? 

- Sim... - Sei o que ele quer dizer, então apresso-me: - Pode ir, ela precisa de você.

Seus olhos tempestuosos fitam os meus profundamente, depois seus lábios se abrem um pouco. 

- Mi, você também precisa de mim. 

- Ela está carregando um filho seu. Vá logo, Draco.

Sinto, então, a sensação de seus lábios macios nos meus. Mas apenas por breves instantes. 

- Fica bem, o.k.? - Ele pede. 

- O.k. Fique tranquilo. 

Um sorriso leve forma-se em seus lábios, depois ele sai rapidamente do quarto. 

Deixando-me sozinha. 

Eu e meus pensamentos. 

Olho para o chão e vejo que Pansy deixou minhas cartas caírem. Recolho-as rapidamente e não as guardo onde guardei da última vez - dentro da fronha do travesseiro. Dessa vez, escolho fazer outra coisa. 

Vou até a lareira e conjuro fogo. Sem hesitar, permito que as chamas consumam os papéis até redurizem-os a meras cinzas. 

Quando já não há um rastro se quer de que um dia houveram cartas, permito que meu corpo caia sobre a cama macia. 

Sinto uma leve ardência em meu rosto e, ao tocar o local em questão, percebo um arranhão. Não muito grande, mas o suficiente para deixar marca por uns dois dias. 

Olhos fechados, corpo exausto, pensamentos a mil. Assim estou. 

Até ouvir os passos de alguém. 

Abro os olhos e deparo-me com Blás sentado na cama de Pansy. Sento-me e pergunto: 

- Precisa de alguma coisa? 

Ele olha brevemente para mim. Assim que ele morde o lábio inferior, sei o que irá acontecer. 

Ao cair da primeira lágrima, caminho rapidamente até ele e o abraço, pressionando seu rosto contra meu tórax. 

- Vai ficar tudo bem. - Digo, mesmo sendo uma tentativa desesperada de acalmá-lo. - Pansy é forte. 

Seus braços se apertam ainda mais ao redor de minha cintura. Seu choro fica mais forte. Seu coração, mais fraco. 

- Estou com medo. - Ele murmura em meio ao choro. 

Sem saber o que dizer, apenas afago suas costas. 

- Eu a amo tanto.

A forma como ele fala, como ele expõe seus sentimentos através de simples palavras, faz-me lembrar eu mesma. Da mesma forma que sofri quando Draco estava em coma, ele está sofrendo agora. 

Mudando um pouco o rumo das coisas, ele pergunta para si mesmo: 

- Por que ela não me ama? Por que? - Após um soluço, continua: - Eu poderia cuidar do bebê que ela está esperando como se fosse meu filho. Seria tão bom... 

- Blás, fique tranquilo. Vai ficar tudo bem, o.k.? 

Eu não sabia se minhas tentativas de consolo estavam dando certo. 

Tudo o que sabia era que o som de seus soluços tornou-se o único som dentro do cômodo. 

POV DRACO

- E então, doutor? - Pergunto, assim que ele termina de examinar Pansy. 

Após observar algumas anotações em sua prancheta e o diagnóstico anterior de Pansy, ele responde: 

- Olha, antes eu havia pedido que ela ficasse de repouso, mas não a impedi de fazer algumas coisas. - Ele deu uma ajeitada nos óculos quadrados e continuou: - Agora peço que ela fique de repouso absoluto. 

- Absoluto? - Pansy perguntou, a voz fraca. 

O doutor levantou os olhos da prancheta e "traduziu" para ela: 

- Cama o dia inteiro e nada de estresse. 

Olho para minha mãe como quem pergunta se deve tirar mais alguma dúvida. Então ela mesma pergunta: 

- Até quando? 

- Até o parto. 

Assustada, Pansy exclama: 

- Até o parto! 

Passamos algum tempo em silêncio. 

Fico encarando Pansy enquanto isso. Seus olhos são frios enquanto fitam a barriga de quatro meses. Ela fecha o punho levemente sobre a barriga, depois franze o cenho em sinal de reprovação. 

- O que houve? - Pergunto, afagando seu braço. - Está tudo bem? 

Então, como se estivesse cuspindo as palavras, como se fosse o pior dos xingamentos, ela diz: 

- Seria muito mais fácil perder essa coisa! 

Suas frias palavras atraem não só minha atenção: os olhos de minha mãe, meu pai e do doutor correm para ela rapidamente. 

- O que você está dizendo, Pansy? - Pergunto, em vão. - Eu estou do seu lado, vai dar tudo certo. 

Entredentes, ela esbraveja: 

- MAS ESTÁ DO LADO DELA, TAMBÉM! DAQUELA SAGUE-RUIM IMUNDA! 

Suas palavras me atingem como se fossem centenas de punhais. 

Nunca pensei que ouviria algo assim. Mesmo de Pansy. 

- Acalme-se, senhorita Parkinson. - O doutor praticamente ordena que ela o faça. - Não quero ser obrigado a sedar a senhorita. 

Ela dá uma risada macabra, depois diz: 

- Então me seda, doutor. ME SEDA! Mas só se for pra tirar essa praga de dentro de mim! 

Novamente tenho a sensação de estar sendo perfurado por punhais. 

Como ela pode dizer isso de uma criança inocente? De um pedaço de nós? 

- Pansy, você não pode culpar nosso filho por um erro nosso. Você não pode puni-lo por isso. 

- Ah, então admite que foi um erro, Draco? 

Seu tom de voz começa a me incomodar ainda mais. 

Meus olhos correm para o doutor em busca de ajuda. Constato que ele está colocando alguma coisa dentro de uma seringa - provavelmente um sedativo líquido. 

Para distrair Pansy, digo: 

- Pansy, meu bem, não é hora de falarmos sobre isso. 

- Então quando será a hora, Draco? Quando? 

Sua testa começa a formar vincos de preocupação e seu rosto começa a ficar suado, assim como o pescoço. Percebo que Pansy está muito alterada, então não digo nada. 

- Draco, desde que aquela sangue-ruim entrou na sua vida você não presta atenção em mais nada. - Uma lágrima escorre por seu rosto. - Você deveria dar atenção a mim e ao seu filho, não a ela. 

Deslizo o dedo por sua bochecha para limpar a lágrima. Trêmula, ela levanta a mão até a minha e a segura com força. 

- Eu amo você, Draco. 

Sinto sua atmosfera mudar. Seus olhos começam a se revirar aos poucos e, antes de se fecharem por completo e ainda restar a ela um pouco de consciência, ela sussurra: 

- Eu amo você... 

- Obrigada por sedá-la, doutor. - Minha mãe diz. 

- Era a única coisa a fazer. Se a senhorita Parkinson continuasse alterada como estava, correria o risco de perder a criança, uma vez que seu estado não é nada bom. 

Ainda segurando a mão de Pansy, sinto que o que ela falou faz algum sentido. Realmente preciso dar mais atenção a ela e ao meu filho. 

- Sr. Malfoy? - O doutor se dirige a mim. 

- Sim? 

- Só por curiosidade, ela passou mal de repente ou houve algum motivo? 

Sua pergunta me faz lembrar o que eu havia esquecido completamente: sua briga com Hermione. 

- Ela brigou com minha... - Um lampejo de mim e Hermione deitados em minha cama, no "apartamento" dos monitores, me vem à memória. - ...minha namorada. 

Fico feliz por uma lembrança de Hermione surgir nesse momento de tensão. 

- Brigou? Quer dizer... Elas chegaram a se bater? 

- Na verdade, Hermione não tocou em um fio de cabelo dela, até onde eu sei. Pansy partiu para cima dela. 

- Espera, espera... - O doutor me interrompe. - Hermione? Hermione Granger? Aquela que salvou o Mundo da Magia ao lado do famoso Harry Potter? 

Com uma pontada de orgulho, respondo: 

- Sim. 

- Ela é sua namorada? 

Mais orgulhoso ainda: 

- Exatamente! 

- Nossa, o senhor é um rapaz de sorte!

Ele estendeu a mão para que eu a apertasse, e é claro que o fiz. 

Então, voltando ao "Caso Pansy", ele diz: 

- Prefiro que a senhorita Parkinson passe o resto da tarde aqui, ou até mesmo a noite. O que é mais viável para os senhores? - Pergunta, dirigindo-se não só a mim, mas também ao meu pai e minha mãe. 

Mamãe, experiente nessas questões, toma a frente: 

- Lúcio, acha que pode vir buscá-la mais tarde? 

- Claro, claro. 

- Então, doutor, meu marido virá buscá-la a noite. 

- O.k... O sedativo que dei a ela é um pouco forte, durará até, aproximadamente, sete da noite. 

Consulto o relógio: 14:43. 

- Papai? - Chamo-o.

- Sim? 

- Tenho que fazer uma coisa... 

Ele me fita, os olhos curiosos. 

- O que? 

Olho para minha mãe, que já sabe o que vou fazer. Ela sinaliza para que eu fale com meu pai do lado de fora. 

- Fique tranquilo, Draco. Acertarei tudo com o doutor. 

- Obrigado, mãe. 

Arrasto meu pai para o corredor. Finalmente sozinhos, digo: 

- Estive pensando em ir na casa do vovô. 

- Fazer o que? - Suas sobrancelhas formam um S. 

Sorrindo um pouco, respondo: 

- O senhor sabe... 

Seu rosto se ilumina. 

- Filho, que coisa boa! Fico muito feliz por isso. - E dá dois tapinhas em meu ombro. 

- Sabe, pai, está mais do que na hora de eu fazer isso. 

- Também acho, Draco. Ela é a mulher da sua vida. 

Ele me abraça, fazendo com que eu me sinta mais tranquilo - a situação com Pansy ainda está me afetando. 

- Quer que eu vá com você? 

- Não precisa. Desaparatarei diretamente em seu apartamento. 

- O.k. Se cuida. 

Antes de eu desaparatar, ele aproveita e diz: 

- Diga ao seu avô para não se esquecer da nossa festa de Natal. 

- Pode deixar.

Então sinto como se eu estivesse sendo puxado para dentro de mim mesmo. Depois percebo que meus pés pousam no chão de cerâmica da sala de meu avô. 

Procuro-o pela sala e não o vejo. 

- Vovô? - Minha voz ecoa pelo ambiente de móveis antigos. 

- Draco? - Ele surge da cozinha, apoiando-se em sua bengala de mogno. 

- Como o senhor está? 

Vou até ele e ajudo-o a se sentar em sua poltrona verde de veludo. 

- Muito bem, querido, muito bem. - Ajeita os óculos. - E você? Soube do seu coma e fiquei muito preocupado. 

Após sentar-me no sofá - de mesma cor e material da poltrona - inclino-me para a frente e seguro sua mão cheia de calos enquanto respondo: 

- Fique tranquilo, vovô, estou muito bem. 

- Graças a Deus! - E dá um sorriso simpático. 

O Sr. Abraxas Malfoy é o mesmo desde que o conheço. Nenhuma mudança, apenas o envelhecimento, é claro. 

- O que te traz aqui, querido? 

Ajeito-me no sofá e escolho as palavras que devo usar. Meu avô, assim como meu pai e eu há algum tempo atrás, tem muito orgulho de ser sangue-puro e tem aversão àqueles que não são da mesma classe. 

- Vovô, eu vim lhe pedir a aliança da vovó. 

Olhando em seus olhos tão azuis quanto os meus, vejo algumas lágrimas formarem-se. 

- A aliança? 

- Sim. - Respondo com convicção. 

Ele tira os óculos redondos e enxuga as lágrimas com um lenço branco que retira do bolso do paletó xadrez. 

- Qual é o nome da moça? 

Cheio de orgulho, respondo: 

- Hermione Granger.

- Hermione Granger?! Aquela que lutou ao lado de Harry Potter? - Ele se sobressalta. 

- Sim, vovô. Ela mesma. 

Por um instante, fico hesitante em relação ao que ele dirá. Afinal, Hermione é filha de pais trouxas. 

- Meu querido, foi uma excelente escolha! 

Suas palavras aliviam-me de forma agradabilíssima. 

- E você está feliz por estar com ela? 

- Muito, vovô. Nunca estive tão feliz em toda minha vida. Embora hajam algumas dificuldades... - Instantaneamente lembro-me da gravidez de Pansy. 

- Dificuldade, filho? Quais? 

Respiro fundo. 

Talvez não seja uma boa ideia sobrecarregar o velho Abraxas com meus problemas, mas eu preciso desabafar com alguém de fora dessa situação. 

- Vovô, não sei se o senhor ficou sabendo, mas engravidei uma garota. 

Ele engasga com a própria saliva. Levanto-me rapidamente e começo a dar tapinhas em suas costas. 

- Estou bem, filho, estou bem. 

Seu rosto, antes pálido, agora está vermelho. 

- Desculpe-me. Acho que não deveria ter dito isso. - Abaixo os olhos.

- Ah, deveria sim, Draco. 

Ele cruza as mãos e apóia os cotovelos sobre as pernas. Em seguida, olha no fundo de meus olhos e diz: 

- Uma criança está no meio disso tudo, Draco. E isso não é brincadeira. - Ele suspira. - A partir do momento em que uma criança está envolvida, as coisas mudam drasticamente. 

Sabendo aonde ele quer chegar, peço:

- Por favor, vá direto ao assunto. 

- Precisamos, geralmente, abrir mão daquilo que queremos para fazer o que é certo. No seu caso, a felicidade dessa criança vem em primeiro lugar. 

Respiro fundo, procurando as palavras certas para dizer. Cautelosamente, rebato: 

- Mas o senhor acha que meu filho seria feliz se me visse casado com a mãe dele sem amá-la? E pior: como o senhor acha que ele se sentiria se percebesse que eu só estou ao lado dela por causa dele? - Faço uma pausa curta para que ele possa processar minhas palavras. - Sinceramente, vovô, não quero que meu filho sinta-se um fardo. 

Algo no olhar de vovô muda. Percebo que é um misto de surpresa e orgulho. 

Ele suspira, levanta-se e resmunga:

- E eu que pensei que sabia de tudo... 

Apoiado em sua bengala, ele caminha até seu quarto. Não preciso ser vidente para saber o que ele irá fazer. 

Um pouco impaciente, levanto-me e começo a observar as fotografias. Paro em frente a uma de minha avó - que se movimenta, é claro - quando ela ainda era mais jovem. Os cabelos finos e loiros ao vento, os olhos verdes cheios de doçura, os lábios repuxados num sorriso tímido. Essa era minha avó, sempre. 

- Draco. 

Viro-me para trás e vejo vovô caminhando em minha direção. 

- Vovó está tão linda nessa foto. 

- Maravilhosa. - Ele diz, como se estivesse vivendo o momento. 

Após nos desviarmos do encanto de vovó, ele me entrega uma caixinha vermelha de veludo. 

- Aqui está. - Ele fecha meus dedos ao redor da pequena caixa. - Cuide bem dela, Draco. 

- Pode deixar, vô. 

Puxo-o para um abraço apertado. Ter meu avô ao meu lado é muito importante para mim. Ele sempre esteve ao meu lado, desde que eu era criança, e sempre foi uma pessoa de suma importância em minha vida, assim como vovó. E, para ter o espírito de ambos sempre presente, colocarei a aliança no dedo de Hermione na festa de Natal. 

- Vovô - Lembro-me. -, não se esqueça de comparecer em nossa festa de Natal. 

- Pode ter certeza que estarei lá. Quero muito conhecer pessoalmente a moça que laçou o coração do meu menino. Ela estará lá, certo? 

Sorrindo, respondo: 

- Com certeza, vovô. 

Abro cuidadosamente a caixinha e dou uma olhada na aliança que vi no dedo de minha avó quando eu ainda era criança. Está exatamente como naquela época: prateada e com uma trança de esmeraldas ao redor, sem contar com o "para sempre" gravado em alto-relevo na parte interna. 

- Lembre-se: o "para sempre" realmente significa para sempre. Se em algum momento ela retirar essa aliança do dedo, verá que as palavras ficaram gravadas em sua pele. Claro que sai depois de algum tempo, mas o lembrete ficará gravado também no coração. - E toca meu peito esquerdo. 

Com lágrimas nos olhos, digo: 

- Essa foi a decisão mais importante da minha vida, vovô, e fico muito feliz que o senhor faça parte dela, assim como a vovó faz. 

- Nós fazemos parte? - Seus olhos estão confusos. 

- Claro que sim. Essa aliança é símbolo de um amor único, o amor entre vocês dois. Vô, eu nunca vi um amor tão puro e tão completo em toda a minha vida. 

Emocionado, ele me puxa para um abraço ainda mais forte que o anterior. 

- Seja feliz, querido. Seja muito, muito feliz! 

- Serei. 


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Notas finais do capítulo

Então, então, então? Ficou fofo, né *---*
A história desse cap é muito interessante porque eu comecei a escrever e fui escrevendo automaticamente. Até que eu cheguei na parte que o Draco olha no relógio e falei pra Gabs "Não sei mais o que escrever". E ela, gênia, leu o cap e teve a ideia diva da aliança. PALMAS PRA GABS! CLAP, CLAP, CLAP, CLAP!
Gente, hoje o Draco não vai aparecer porque ele está dormindo.
Leitoras: Dormindo? hã? Como assim?
Pois é gente, D-O-R-M-I-N-D-O! Estou postando esse cap 5:21 am O.O
Eu ia postar ontem, mas o Nyah! tá migrando pra novo servidor, então...
Draco: hmmm...
Eita, o barulho do teclado vai acordar o Draco.
Beijos sabor Draco Malfoy, mas é só por hoje, ook? A única que ele beija cinemasticamente o tempo todo sou EU, MUAMUAMUAMUAMUA!
Fui :*)