Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 22
Capítulo 22 - Discutindo


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores. Queremos agradecer a Ane-chan e a Lua_prince pelas lindas recomendações que elas nos enviaram *--*
Sabemos que esse cap demorou um pouco, mas garantimos que valerá a pena!
Boa leitura!



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Confusa após tudo o que houve no hospital, saí correndo e pedi que Minerva me trouxesse de volta para Hogwarts. Não hesitei em correr para meu quarto; eu só queria me ver longe e afastada do mundo. Depois do despertar de Draco, de sua perda de memória, dos toques, das conversas, do beijo... tudo o que preciso é me isolar até me sentir psciologiamente preparada para erguer a cabeça sem sentir vontade de chorar. 

Estou trancada em meu quarto, sentada num canto vazio ao lado do guarda-roupas. 

Observo tudo ao meu redor sem realmente me importar com o que estou vendo. Então, quando paro meus olhos sobre a escrivaninha, tenho a ideia de escrever. Levanto-me rapidamente e pego pergaminho e tinta, depois volto ao meu cantinho. 

Molho a pena de águia na tinta e penso sobre o que vou escrever. Após alguns instantes, começo: 

Por: H.J. Granger

Carta ao vácuo

Não sabemos ao certo o porquê das coisas, sabemos apenas que acontecem. Eu, por exemplo, sofri e sofro até hoje por causa do destino. 

Tudo acontece com um proprósito, só não sabemos ao certo qual é. Talvez seja uma provação, um teste para saber se podemos superar eu se seremos sempre pessoas fracas que esperam tudo de mão beijada. Eu gostaria que as coisas fossem mais fáceis, mas precisamos lutar pelo que queremos. 

A vida inclui problemas, soluções, alegrias, tristezas, momentos, recordações, batalhas... A cada dia que passa vemos uma coisa a mais anexar-se em nossa história. Não basta apenas acontecer, tem que marcar, ficar guardado, cravado em você. Tem que fazer você chorar e se flagelar pelo que aconteceu. Mas você jamais evoluirá se não conseguir superar isso. 

Engraçado é, para mim, ver-me falando em superação se eu mesma não consigo parar de chorar depois do que houve com Draco. No entanto, como eu disse antes, as coisas não acontecem por acontecer, elas têm um propósito. E eu tenho certeza que todos esses acontecimentos não estão sendo colocados em nossas vidas por acaso, há algo a mais por trás disso. 

Enquanto a tempestade não passa, escondo-me sob meu guarda-chuva. Derrubo-me em lágrimas. Aqueço-me no vazio. 

Sei que, em algum momento, tudo irá se acertar, tudo dará certo. E por que haveria de acontecer o contrário? 

Não tenho mais certeza de quase nada, somente de uma única coisa: eu amo Draco e não deixarei que as dificuldades me façam desistir de tê-lo ao meu lado. 

Quando concluo, dobro o pergaminho em vários quadradinhos e o jogo pela janela, na esperança de receber misericórdia por tudo o que estou passando. 

Já é noite. No momento em que me dou conta disso, ouço o badalar do sino indicando a hora do jantar, mas não quero me alimentar. Já estou prevendo o enorme discurso de Minerva em que ela anunciará que Draco acordou. E, sinceramente, não estou com paciência para isso. 

Deitada em minha cama, com o corpo coberto pelo edredom vermelho de dourado, sinto como se minha vida estivesse perdendo o rumo. Não importa se escrevi uma carta falando de superação, prósito e blá blá blá há pouco tempo se a única coisa que me fará melhor será ver todos os problemas desaparecerem com um piscar de olhos. Mas querer não é poder, então preciso me conformar com a realidade. 

Ouço a porta do quarto ao lado se abrir - Zabini. Olho para a fresta da porta e vejo uma sombra ali. Ele hesita, como se estivesse em um conflito interno entre bater ou não bater à porta; instantes depois, a sombra some. Ouço-o descer apressado as escadas, depois o barulho de grande porta se fechando avisa-me que estou só. 

Somente eu e meus pensamentos. 

Cubro minha cabeça e inspiro o aroma de roupa lavada. O agradável cheiro de lavanda me acalma por alguns instantes, mas a tensão logo volta. Sinto o ar ficar mais quente sob o edredom, então abro uma pequena brecha apenas para inalar ar fresco. Depois, encolhi-me no calor do edredom e permiti que meus pensamentos vagassem. 

Não sei exatamente por quanto tempo dormi, só sei que acordei com algumas batidas em minha porta.

- Quem é? 

- Eu. 

Mesmo estando com sono, reconheci a voz de Zabini na hora.

Levantei-me de má vontade e abri a porta. Com os olhos entreabertos e a voz esganiçada, perguntei:

- Que diabos você quer? 

- Epa! - Ele levant as mãos. - Calma, menina. Só vim te dizer que o Weasley tá ali em baixo querendo falar com você. 

Espio por cima de seu ombro e vejo Ron sentado numa poltrona, de costas para cá. 

- Valeu por avisar.

Passo por ele bruscamente e, de quebra, ainda esbarro em seu braço. Deixo para trás seus resmungões e descontentamentos e desço as escadas rapidamente. 

- Oi, Ron. 

- Oi. 

Ele se levanta, caminha vagarosamente até mim e olha para Zabini na sacada. 

- Quero conversar a sós com ela. 

Percebo o quanto suas palavras foram fracas para afastá-lo daqui, então digo: 

- Vasa daqui, caramba. Eu quero falar com meu amigo sozinha. Eu, ele e o vento. 

Zabini desce as escadas brutalmente, para de fronte para mim e esbraveja: 

- Se é isso o que você quer, então fique aqui com esse bosta que jogou um feitiço contra o cara que você diz amar e que, consequentemente, o fez entrar em coma! 

Não suportando o buraco que suas palavras abrem em meu peito, acerto-lhe um tapa na cara. Ron não diz nada, apenas me observa de olhos arregalados. 

- Nunca. Mais. Fale. Assim. De. Um. Amigo. Meu. - Faço uma pausa para respirar bem fundo. - Pelo menos ele nunca tentou roubar a namorada do melhor amigo dele. 

Após passar a mão pela face marcada por meus dedos, ele diz: 

- Mas você bem que gostava. - E dá um sorriso canalha. 

- Agora chega! - Ron irrita-se. 

- Calma, Ron. - Faço um sinal para ele esperar. - Se é para alguém perder a cabeça com ele, que seja eu. 

Ron faz um aceno de cabeça e me observa como se estivesse esperando que eu faça algo. 

- Nunca neguei que gostei. Mas de uma coisa eu tenho certeza: nunca deixei de amar Draco, em momento algum. Agora, se você quer medir forças, palavras e argumentos comigo, então esteja preparado, porque eu não vou deixar barato só porque divido a porcaria de um dormitório com você. - Fuzilo-o com o olhar. 

Ele parece pensar calmamente no que vai dizer, depois cospe as palavras: 

- Sabe por que esse Weasleyzinho de merda nunca tentou roubar a namorada do melhor amigo? - E dá uma olhadela para Ron, esperando que ele reagisse. Mas Ron apenas fica vermelho de raiva e espera. - Porque a namorada do Potter é a irmãzinha vadia dele! 

- AGORA CHEGA! - Ron dá um soco tão forte em suas costas que o faz cair de quatro no chão. - Se você ousar abrir essa sua maldita boca para falar mal de um dos meus amigos ou da minha irmã novamente... 

- Você vai fazer o que? - Zabini sussurra, ainda se recuperando da pancada. - Vai me matar? Você não tem coragem...  

Ponho-me ao lado de Ron e digo: 

- Calma, Ron. Ele está querendo fazer você perder a sanidade, calma. 

- Isso mesmo, Ron, calma. - Ele se levanta e encara Ron. - E, quer saber de mais uma coisa? Eu sempre quis dar uns pegas na Lovegood. Merlim, que tipo de mulher ela é? - E dá um sorriso sarcástico.

Sem pensar nas consequências, Ron acerta-lhe um soco no queixo, depois na barriga. Zabini cambaleia um pouco e arqueja, mas não deixa de dizer: 

- Odeio admitir, mas sempre quis levar sua irmãzinha vagabunda pra cama também. Dia desses estava reparando na traseira dela. Imagina só aquilo tudo na minha cama... 

Ron lhe presenteia com mais dois socos na cara. Logo em seguida, diz: 

- Você não vale nada, seu verme. Tenho certeza que você seria o último cara no mundo com o qual minha irmã estaria. Ao contrário das vadias da Sonserina, ela se dá o valor que merece. 

Massageando o queixo, Zabini ainda tem a coragem de olhar para mim e dizer: 

- Mas não foram só vadias da Sonserina que me permitiram tocar-lhes. 

Ron me olha e pergunta:

- Do que ele tá falando? 

- Ron, é uma longa história, te conto depois. 

- O.k.

Volto meu olhar para Zabini e, com a maior frieza que consigo reunir, digo: 

- E foi a coisa mais nojenta e repugnante que fiz em toda a minha vida. Ainda bem que tive a consciência de escolher Draco. Ele é muito melhor do que você. 

Ele solta uma risada zombeteira. 

- Draco? Agora vem falar daquele que acordou hoje do coma e, por ironia do destino, não se lembra da única pessoa que ele dizia amar? - Sinto algumas lágrimas embaçarem minha visão. - Será que ele te amava mesmo. Quero dizer... se amasse, então por que se esqueceria? 

Antes que eu tenha tempo para pensar em uma resposta concreta, ouço Harry, Gina e Luna baterem à porta apressadamente e dizendo: 

- Mi, abre! Ficamos sabendo por Minerva que Draco acordou! Abre!!! 

Olhando torto para Zabini e ouvindo a respiração furiosa de Ron, dou as costas para ambos e abro a porta. 

- Oi, galera. 

- Oi, Mi. Nossa, fiquei super feliz por saber que o Draco acordou! - Gina diz, entusiasmada. 

Não respondo ao que ela diz, apenas olho para Harry e vejo a forma desconfiada com a qual ele olha para o rosto marcado de Zabini. 

- Ora, ora. - O Sonserino zomba. - A ruivinha vagabunda, a loira gostosa e o cicatriz idiota. Há!, agora a trupe está completa. 

Após essas palavras, ouço Gina dizer furiosamente: 

- Do que você me chamou? REPITA, DESGRAÇADO. REPITA! 

- Isso mesmo que você ouviu: vagabunda! 

Sem pensar duas vezes, Harry lhe dá uma joelhada no estômago. Zabini cambaleia e cai de joelhos no chão. 

- Já esqueceu a oriental, Potter? A tal da Chang... Fiquei sabendo que ela dá um belo aperitivo. Por acaso, chegou a brincar com ela? 

- Eu não brinco com as pessoas, Zabini, ao contrário de você. Namorei a Cho, só isso. E, pelo o que conheço dela, ela jamais se sujeitaria ao papel de estar com você, nem que fosse um reles beijo. 

Rindo à toa, ele rebate:

- Consigo a mulher que eu quiser, seu idiota. Consigo até essa Di-Lua aí. 

Ron acerta-lhe mais um soco na cara. E, com a maior serenidade possível - e inimaginável -, Luna diz: 

- Deve ter alguma coisa no seu cérebro para fazer você pensar que, em algum momento da sua vidinha fútil e miserável, você poderia me ter. Sinceramente, procure um tratamento. 

- Sempre falando inutilidades, certo? - Ele caminha até Luna e a observa. - Se bem que acho que você seria bem útil na minha cama. 

Perdendo toda a serenidade da vez anterior, Luna bofeteia-lhe as duas faces algumas vezes, depois diz: 

- A única coisa que seria útil na sua cama é o vazio. Se bem que nem ele merece alguém como você. - E cospe nele. 

Ron aproxima-se de Luna, passa o braço por sua cintura e puxa-a para si. 

- Ao contrário das Sonserinas que você costuma pegar, minha namorada é maravilhosa e seus pensamentos vão além de sexo e prazer. Eles estendem-se em amor e ternura. 

E essas palavras de Ron são o suficientes para fazer-nos ir embora dali. Mas é claro que Gina, como a boa azaradora que é, não poderia deixar essa oportunidade escapar: lançou-lhe uma Azaração das Pernas Bambas.


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Notas finais do capítulo

QUEM GOSTOU DA BRIGA???
Temos quase certeza de que isso tudo que fizemos o Zabini passar compensa uma boa parte da raiva de vocês por causa dos rolos com a Mione, né? uahsuhasuhas!
Fala sério, a ideia da Gaabslunetta de a Gina, a Luna e o Harry chegarem foi maravilhosa! Assim como a da azaração.
Minha querida, você é muito importante na nossa fic e na minha vida *--*. Para aqueles que não acreditam em amizade virtual, nós somos a prova de que existe. Te gosto muito, Gab ♥