Manus Life - Segunda Temporada escrita por Apiolho


Capítulo 9
Acolhendo, quando necessário


Notas iniciais do capítulo

Querido leitor,

Botei um capítulo bônus, porque teve semanas que eu não havia postado.

ESPERO MUITO QUE GOSTE, VAI TER REVELAÇÃO E TRISTEZA. Beijinhos. *-*



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CAPÍTULO OITO - ACOLHENDO, QUANDO NECESSÁRIO

"Sorrir por nada é ficar triste sem motivos, sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, a necessidade de um sorriso, o desejo de um carinho; é abraçar com certeza e beijar com vontade, é passear com a felicidade, é ser feliz de verdade."

(Autor desconhecido)

            Na hora do recreio tentei procurar o Hélio, mas ele não estava. Fui para o pátio e encontrei James sozinho, deixando-me desconfiada. Dirigi-me ao banheiro e vi os dois juntos. Ela estava chorando enquanto ele tentava lhe consolar. Quando cheguei perto deles, ele me olhou tristemente.

            _Conversa com a Nath, ela está precisando de você mais do que de mim. _sussurrou em segredo, saindo logo em seguida.

            Passei o braço pelo seu corpo em um afago, fazendo com que ela botasse o rosto em meu peito. Sua situação estava deplorável, deixando-me com pena. Fiquei acariciando o seu cabelo, mas ela levantou a cabeça tentando explicar o motivo de seu choro.

            _Eu não..._tentou falar, mas as lágrimas a impediam.

            _Não precisa falar, meu anjo, se não quiser. _tentei ficar o mais calma possível, era difícil para mim consolar os outros.

            Ia chorar novamente, mas por sorte consegui prender as lágrimas. Seu rosto ficou entre os joelhos novamente, e eu sabia que era porque ela não queria olhar para mim enquanto pensava.

            _Eu preciso contar o que ocorreu. _começou, em um fio de voz. _Não estava fazendo nada com o Hélio, aliás, sem ele eu poderia ter feito o pior. Ele me interceptou antes que eu cometesse um suicídio, Manu. _declarou, sua voz abafada pelo choro. Mas eu escutei, e a cada palavra eu sentia uma facada em meu peito.

            _Por que você ia fazer isto, Nath, por quê? _perguntei, a vontade de esganá-la era muita.

            _Ninguém sabe, mas eu sofria abuso sexual pelo meu padrasto; mas eu não deixava que ele me tocasse. Hoje ele contou a ela sobre isto, porém o inocentando. O pior é que ela acreditou nele, então me expulsou de casa e me avisou antes do intervalo pelo celular. _começou, mas eu sabia que ela tinha muito a dizer. _Eu não acredito que ela está do lado daquele cretino. Droga! A pior coisa é saber que nem a sua mãe confia em você. _finalizou.

            Eu não sabia o que fazer, porque eu nunca passei por isso. Sua expressão estava terrível. Reconhecia que a dor que ela estava sentindo ninguém merecia ter, pois era a pior. Todos teriam os pais como apoio, porém ela não tinha mais. Não sei o que levou a mãe a desconfiar de Nathália e não queria saber.

            _Você sempre terá a mim e o James, meu amor. _comecei, mostrando um sorriso acolhedor. _Poderá ficar comigo se quiser, pois eu sempre confiarei em ti. És uma das melhores amigas e eu sempre estarei ao seu lado como apoio, sempre. _terminei, enxugando as lágrimas que formavam em seu rosto.

            Por incrível que pareça, eram de alegria. Eu também estava feliz, por saber que havia lhe ajudado. Peguei o celular de suas mãos com cuidado e liguei para minha casa.

            _Alô. _atendeu a outra voz, ofegante.

            _Alô, é a Manu. _respondi, tentando não imaginar o estavam fazendo naquele instante.

            _Oh sim, o que desejas? _questionou, aos risos.

            _Eu vou trazer uma amiga para dormir conosco, posso levá-la? _questionei, rapidamente.

            _Claro. Por quanto tempo? _retrucou com uma pergunta.

            _Indeterminado. _disse apenas.

            _Então está bem, tchau. _finalizou, desligando no meu rosto.

            Virei meu rosto, sorrindo em sinal positivo. Ela me olhou de um jeito perplexo e me abraçou. Logo, se recompôs e começou a passar a maquiagem. Não tinha mais vestígios de lagrimas em seu rosto, continuava linda como sempre. Mesmo eu não querendo, olhou para mim e começou a passar em minha face também. Sabia que ela era minha amiga, e eu deveria valorizá-la mais a partir de hoje.

            Saímos do banheiro tranquilamente, logo encontramos o James. Ele a olhou tristemente, mas logo se abraçaram. Hélio me observava de maneira misteriosa, como se quisesse me contar algo. Já Matthew olhava para a Bianca com desdém.

            _Ah, eu me esqueci. Aqui está o bilhete que o Hélio me pediu para entregar a você. _ começou Nathália _Tenho muito o que lhe agradecer, Manu. _ finalizou, saindo com o James logo em seguida.

            Abri o bilhete e minha expressão se tornou assustada ao ler cada parágrafo. Eu não podia acreditar, era algo sem nexo ou explicação. Aliás, como um menino desta aparência poderia dizer algo assim.

           

"Cara Manu,

            Por onde eu começo? Oh sim, iniciarei pelo dia em que te vi. Eu nunca soube o porquê, mas seu jeito me prendeu a você desde o momento em que lhe observei descendo as escadas. Seu gestos eram delicados, mas envergonhados ao mesmo tempo. Você se encolhia por tudo e ficou mais ainda ao perceber que eu estava te olhando. Eu sei que para você isto deveria ser algo indiferente, mas para mim não.

            Descobrir sobre você, se tornou uma obsessão. Fiquei mais encantado pelo seu jeito ao escutar sobre a sua história de vida. Seus pais sofreram injustiça, porque eu como "pesquisador" reconheci que eles nunca fariam isso. Aliás, você se escondia feito uma ratinha por causa dos boatos. Não queria sentir o que eles sentiram, e eu digo que você já sofreu muito com este caso.

            Você foi se soltando, e eu vi o dia em que você conheceu o Matthew. Conheceu de verdade, a verdadeira pessoa que ele é. Tirou todas as máscaras para você, mas foi tu quem mais apareceu para o mesmo. Contou, lamentou-se, se apaixonou e por fim; caiu. Mas ainda não tem coragem de contar a verdade para o amigo.

            Eu que percebi o seu sofrimento, tentei juntar todos os pedaços que se perderam durante os dias. Era indiretamente, mas eu torcia pela sua felicidade. Quando eu tive a chance de aparecer para você, fiz em consolo. Tentei ser seu amigo e notei o quão profundo chegou a sua tristeza.

            Por fim, quero lhe dizer que tentei me expressar por meio desta carta. Mostrar que alguém quer o seu bem, e esse alguém sou eu. Contar que eu me interessei por você e que lhe conheço em teoria. Por favor, perdoe-me por ser tão curioso, mas eu sabia que valia a pena lhe estudar. Digo, por fim, que perde tempo quem não está contigo.  

 P.S: POR FAVOR, PROCURA-ME DEPOIS DAS AULAS ATRÁS DA ESCOLA.

P.S.S: Você está maravilhosa hoje, Manu.

XOXO,

            Gás Hélio."

            Olhei em sua direção, mas ele havia sumido. Minha mente se permitiu voltar ao passado, mas eu não o encontrava. Hélio poderia ter ser escondido bem, ou era indiferente para mim. Corei ao ler seu última "P.S", e conclui que ele realmente me notava.

~*~

            Seus cabelos castanhos voavam com o vento e sua expressão era inaudível. Sua aparência era divina naquela posição, pois além de ter um corpo atlético, sua maça do rosto tinha um coro natural.  Ele tinha um charme encantador, algo que poucas mulheres notavam. Mas eu não vim para lhe descrever, e sim para saber o que ele queria me contar.

            _Hélio? _comecei, quebrando o silêncio que existia no ambiente.

            _Leu a minha carta? _respondeu apenas, a expressão fria.

            _Sim, e eu não fiquei triste pelo o que você fez. _declarei, sorrindo.

            Logo, sua face se tornou mais relaxada. Olhou para mim e sorriu, mostrando o quanto estava feliz com minha resposta. Passou a se posicionar na minha frente e me abraçou, não sei o porquê, mas hoje eles estavam gostando de fazer isto comigo.

            _Então, o que você queria me contar? _perguntei, quebrando o nosso contato.

            _Bem, eu queria que você continuasse a ser minha amiga. Não pensando que eu vou lhe estudar, mas sim porque eu gostei de você. _confessou, olhando nos meus olhos. Com toda a certeza, eles não me deixavam mentir.

            _Agora que você disse, que não sei o que pensar. Eu quero ser sua amiga, mas só se você jurar que não é algo mal intencionado. _respondi, apontando os meus medos.

            _Sim, eu sabia que você ia me perdoar. És um anjo, muito. Queres que eu te acompanhe até a sua casa? _comentou, já me encaixando em seu braços.

            _Pode ser. _respondi, constrangida.

            Saímos e fomos para a estrada, ele comentou sobre os seus amores e festas. Basicamente, homem era tudo igual. Desabei ao notar que Matthew estava me olhando decepcionado pela janela, algo me dizia que eu ia sofrer depois. Passei pela porta, logo a Nath chegou com as coisas que havia pegado em sua casa.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Triste, não?

REVIEWS? PLEASE, MESMO CRITICANDO! *-*

MUITO OBRIGADA PARA QUEM LEU, BEIJOS!



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