O sinal do almoço soa, enquanto os vários estudantes da minha sala saem correndo para pegarem a melhor comida de sexta, ou seja, pizza.

Aqui no New York College, o melhor colégio de toda Nova York é assim: se você não é popular fique no teu canto. Senão apanha. Pena que nem sempre isto acontece.

Mesmo sendo popular, eu não maltrato os indefesos. Já fui um deles. Sou Daniel Daves, rico, com um pai poderoso. Todos me respeitam, ou seja, respeitam meu pai. Não eu. Sou o mais inteligente, o mais popular, o mais bonito (eu não me acho assim. São as outras pessoas que falam isto)...

Eu trago meu almoço, na verdade uma maçã, de casa. E como sozinho. Não sou sozinho, mais prefiro ser ao ter amigos de mentira. Me acham legal por ficar quieto e sozinho.

Idiotas.

Já que não há nada para fazer no tempo que sobra do meu intervalo, caminho até meu armário e pego meu livro de História, enquanto algumas garotas davam alguns risinhos ao meu lado. Eu ando, não, corro até a blibioteca, tentando me livrar delas. Meu deus, como elas me irritam.

Sissy, Sam e Luna, As Três Gatinhas.

Sissy é a líder e supostamente apaixonada por mim desde o 6ºano. Estou no 8º. Naquela época eu não fazia parte da "elite" escolar. Foi naquele ano que eu entrei nela.

Tudo por que alguém colou de mim e tirou 10.

Bom, mas voltando ao assunto, Sissy é ruiva e bonita, não acho que ela não seja, no entanto não tem nenhum neurônio. Disposta a pisar em todos e todas para conseguir o que quer. Ela que manda em Luna e Samantha. Seu pai, dizem, é o cara mais rico dos Norte do Estados Unidos, e dá tudo para ela. Ele a viciou em ter tudo o que quer. Se não é mais considerada a mais bonita, inferniza a outra, faz pegadinhas, dedura-a de coisas que ela não fez, tudo o que estiver a seu alcance.

Sam é a mais risonha. Toda vez que vê um CDF caído no chão de tanto apanhar, tenha a mais absoluta certeza que vai chutá-lo e rir da cara dele como uma porca rolando num chiqueiro.Alta e loira de olhos verdes, sua mãe e seu pai são diretores da empresa do Sr. Licarter Demom, pai de Sissy. As bruxinhas se conhecem desde pequena, três anos de idade. Infernizam as pessoas desde os quatro.

A última é Luna, a sádica. Foi a última a entrar no grupo. Lembra do CDF que Sam chutaria. Bom, tenha certeza que fora um dos capangas veteranos de Luna que deu o primeiro soco no rosto. Ela controla o "Sistema de Brigas e Apostas da Escola". Ou SBAE. Era, basicamente, assim: Os garotos mais velhos agendavam brigas entre eles. Luna tinha um informante, que a aviza com muita antecedência sobre isto. Ela reunia os alunos a força e obrigava-os a apostar no mínimo 20 dólares em um dos lutadores.  Quem ganhava tinha metade do dinheiro de volta. Que perdia pagava o dobro. Que não pagasse até um dia depois da briga, tinha o destino daquele CDF. Impetuosa, seus olhos e cabelos eram negros e sua mãe era diretora do colégio. Não adiantava dedurá-la. Não aconteceria nada a ela. Sissy a colocou no grupo para obter proteção da diretora. Este grupo maquiavélico e sólido estava assim desde o 3ºano.

Eu nunca fui alvo desta violência pois meu pai doava meio milhão de dólares à escola, todo o ano. O principal contribuídor. Ele estava agora na Austrália, inaugurando uma nova base da empresa de pesquisa histórica. Egito, Grécia, Roma...

Acho que falei demais das outras pessoas aqui. Também estou muito depressivo hoje. E negativo. Só estou vendo o lado ruim. das coisas. Acho que vou tirar isto da cabeça com meu livro de Hist... -Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.... - a bosta do sinal tocou. Eu pego meu livro com muita irritação e volto para minha sala. No caminho, encontro dois caras dos segundo médio, Jack e Jony, batendo num outro garoto, da minha sala, o pobre Matt. Mesmo que eu quisesse ajudá-lo, não conseguiria.

Por sorte, consegui sentar na minha carteira no momento que o mais rígido professor entrava na sala, Sr. Gray. Professor de Geografia. Nós estávamos tratando sobre as erupções vulcânicas e movimento das placas tectônicas. Aquele professor magro e alto, careca, vestindo calça jeans, papete e um casaco bege que ele deve ter achado no brechó tinha somente uma coisa haver comigo: o seu gosto por mitologia grega. - Bom, alunos, quem sabe qual é o deus grego das erupções vulcãnicas? E dos terremotos? Só eu levantei a mão.

- Nossa, quantas opções... - disse sarcástico meu professor. - Senhorita Samantha.

- Afrodite e Zeus.

- Parabéns!

- Sério?! - falou ela, adquirindo um tom de voz mais alegre e se assumindo uma posição ereta na carteira.

- Não! - respondeu meu professor, com o mesmo sarcasmo. - Senhor Daves

- Meu deus! O deus das erupções é Hefesto e dos terremotos é Poseidon. - falei, segurando minha língua para não falar para o professor " Ei, que tal uma aula mais divertida?"

- Bela repsta, senhor Daves. Ganhou um décimo na nota por causa disto.

- Legal... - minha nota foi de 9,5 para 9,6.

- Ei, professor, se alguém além do Sr. CDF acertasse ganharia mais nota?

- Um ponto, do jeito que esta sala está. Mas, já se passaram 10 minutos desta aula, que por sinal é a nossa última desse semestre. Semana que vem faria compras nas Quinta Avenida. Sem nenhuma interrupção.  Principalmente de garotas e mitologia.

A aula se passou calma e chata, com eu olhando o teto branco da sala, torcendo e lutando para não cair no sono.Aquele professor me adorava, mas o sentimento não era recíproco. Ele deu mais duas questões orais valendo notas para Sissy e Luna.

Eu gostaria de nem ter ouvido a resposta de Sissy. Estava mais errada que a fala de Sam. A de Luna estava meio certa, mas, como ela é filha da diretora, mesmo que a resposta fosse "Pudim!" ela ganharia nota por esforço. A sala, formada por apenas quinze alunos, contando comigo, dormia ou pensava longe olhando para a cara do professor.

Sr. Gray esplicava bem a matéria e até que dava alguma coisa interessante, de vez em quando, mas no último dia de aula, dando uma matéria que já aprendemos a dois anos, que atire a primeira pedra quem não sentiria sono. O sinal tocou, anunciando que a aula, finalmente, acabara. Agora meu dia ia sim ficar mais feliz: aula de História! E ainda estávamos vendo Grécia! Uhu! A professora me amava, a matéria era simplesmente demais, só eu respondia as questões orais, tudo de bom, não. Fui decepcionado no segundo que se seguiu.

- Alunos, a professora Patrícia faltou, pois saiu em lua-de-mel. No lugar a aula dela vocês terão que ficar em silêncio durante o tempo restante, até o fim do período escolar. - a coordenadora, Sra. Puft, anunciou. Ela era da minha altura, 1,60, gorda (muito gorda), com a face corada e com as bochechas cheias quase cobrindo seus olhos. O cabelo castanho na altura dos ombros tinha sido recém escovado e mais olheoso que de sempre. Por que o dia tinha que ser tão ruim assim?![

-Ei, Daniel - chamou Sissy, logo que a professora saiu - Quer vir aqui comigo e com as meninas? Prometo que não vou te beijar na frente delas. - falou a ruiva, enquanto Sam soltava mais um dos seus roncos durante a risada ridícula.

- Sissy, que tal colocar seu único neurônio para ficar em silêncio, se é que você consegue?  - a sala inteira começou a falar "uou", incentivando mais ainda a reação explosiva de Sissy. Até suas amigas se enfureceram pelo meu comentário.

- Por acaso acha que você pode me fazer de pamonha na frente da classe?! - falou ela, com o rosto já vermelho de irritação.

- Acho que todos já sabem que você é muito pior que uma pamonha. - respondi secamente, nem olhando nos olhos dela, abrindo meu livro, que havia comprado no último fim de semana

- Luna, você acha que um de seus "amigos" pode ter uma "conversinha particular" com o Sr. Daves? - falou Sissy, mais enfurecida que Hera quando sabia de uma das traições do Sr. Zeus.

- Nem gaste sua saliva, "fofinha". Desde os mês passado pago cinquenta dólares para cada "amigos" de Luna para eles me deixarem em paz. Além de fazer uma cola para eles, quando pedem. - interrompi, fechando com raiva meu livro. - Aliás, Luna, ouvi dizer que o mais novo garoto na lista de "já namorei" de Sissy é o seu amado Henry, do 9º A.

- Isto... Isto é mentira, né Sissy? - perguntou Luna, tentando manter a pose

- Por que seria? Eu e ele namoramos durante um mês, e, por acaso, ele beija muito bem. - eu quase consegui ouvir o "crec" do coração de Luna, quando o mesmo se quebro.

- Sua, sua, sua...! - gritou Luna, começando a chorar e, antes que começasse a soltar uma avalanche de palavrões para sua amiguinha, a Coordenadora junto com a Diretora entraram na sala

- O que se passa por aqui?  - falou a diretora, deixando todos em silêncio. - Escutei esta maldita gritaria da minha sala. Poderia me explicar o que esta acontecendo, Luna?

- Mãe, direi tudo o que aconteceu. - falou Luna, secando as lágrimas e adquirindo um sorriso malévolo. - Daniel estava quieto, lendo um livro, quando Sissy começou a irritá-lo. Mesmo assim, ele ainda ficou em silêncio. Insatisfeita, Sissy, precisando suprir sua necessidade de azucrinar a vida de alguém, fez isto com a minha, me xingando e falando mal de você e do cara que eu gosto. Eu comecei a chorar e aí você e a Sra. Puft chegaram. - até eu estava impressionado com a capacidade de mentir de Luna

- Ok. Daniel e minha filha, desculpem Sissy. - virando para mim e sua filha. - Agora, senhoritas Sam e Sissy, me acompanhem até minha sala, agora! Andei sabendo de suas atitudes com seus colegas Cecília.

Mediante a esta situação, os outros alunos ficaram mais quietos que num enterro. A diretora é muito calma fria, mas quando explode...

Vamos dizer que toda a escola ouviram aquela confusão, ou seja, o maior barraco do ano no último dia de aula seria comentado nas redes sociais. O meu inimigo mortal de intervalo e salvador eterno, o sinal, anunciou o fim de aula tocou. 

As exatas três da tarde, passei pelo portão, enquanto as pessoas comemoravam o fim das aulas. Garotas se despediam das amigas, garotos falavam "até Setembro" para os amigos. Outros, faziam sua última perseguição a um pobre indivíduo, que sofreria até eles cansarem.

Afinal, o assunto principal desta narrativa era que mesmo nos colégio de elite, a violência. Mas não devemos temê-la, ao contrário enfrentá-la. Não estou falando para dar um soco na cara do valentão. Estou falando para falar com um professor, coordenador ou diretor.

- Ei, Luna! - chamei, vendo-a virar a esquina. Ela morava a um quarteirão do colégio. - Espera!

A menina parou e se escorou na parede. Fui apressado, tentando não derrubar meu iPod do bolso.

- O que foi, CDF? - disse, ao mesmo tempo que estourava uma bolha de chiclete.

- Bem, eu serei excluído logo que começar as aulas. Você também. - expliquei, tentando parecer o mais verdadeiro possível - Que tal sermos ah... amigos?

- Pode ser. E se por acaso você não dizer um "oi" nesses dois meses, eu juro que irá se ver comigo, Sr. Daves. - ela soou meio... animada com esta ideia. Mas animada ainda quando me deu um beijo. Me deixei levar.

- Adeus Danny. Boas férias. - disse Luna, terminando nosso beijo - Não esqueça de me ligar.

Assim, Luna me deu mais um selinho e foi embora.