The New Hero escrita por Plpl12


Capítulo 5
Faço uma tourada com meu presente de Creta


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora



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            Eu estava lá a meia hora e ninguém tinha aparecido.

            Depois que minhas duas amigas desapareceram do quarto, raptadas por monstros que queriam meu novo colega, eu contatei Quíron por Mensagem de Ísis logo que eu encontrei uma fonte com pelo menos um pouco de luz solar nela. Acredite: Seattle é tão nublada que é difícil que o sol saia até mesmo durante o verão.

            O centauro avisou que não poderia mandar ajuda, já que estávamos do outro lado do pais, mas que havia um semideus (uma, na verdade) na cidade, e que ele iria contatá-la. Depois de meia-hora, na qual fiquei alimentando um grupo de pombos com o que sobrou do meu café-da-manhã, recebi outra mensagem, dessa vez de um meio-sangue que eu não conhecia, dizendo que era para eu agardar numa loja de doces, no centro.

            Passei no hotel para pegar um casaco. Encontrei Arthur tomando o café silenciosamente. Acho que ele estava bem nervoso, provavelmente pensando que eu iria trocá-lo por minhas amigas.

            - Calma, Paine. Não abandonarei você lá, com aqueles monstros. - falei, colocando a mão no ombro dele. O garoto me encarou com seus dois olhos escuros, cheios de medo. - Lily e Violet sabem se cuidar. Elas são mais experientes que eu. E foram treinadas para lidar com essas situações.

            - O-Ok - gaguejou o menino. - Eu acredito.

            - Quer vir comigo? Irei me encontrar com uma amiga.

            - Pode ser...

            E lá estávamos. Eu e Arthur agurdando a semideusa que iria nos ajudar. Mas, como eu disse na primeira frase, nós ficamos esperando por uma hora e meia após o horário até que ela viesse ao nosso encontro.

            Como meu pai dizia, mulheres...

            Até que, finalmente, Luna apareceu. Isto mesmo, Luna. Aquela eu me beijara na esquina do colégio.

            Eu fiquei tão surpreso que, quando ela se sentou na mesa, eu me belisquei, só para garantir. Se era bom ou não eu até hoje não sei, mas aquilo não era um sonho.

            - Hey, Hey. Daniel Daves. Eu achei que nunca descobrisse que sou semideusa. - falou sarcástica, cruzando as pernas e mechendo no cabelo negro. - Quando Quíron me avisou que você precisava de ajuda para achar a Loirinha e a Bonitinha, sorri tanto quanto naquele dia que colei de você e tirei 10. Você teve sorte de eu estar aqui, na casa de minha avó.

            "Ah, foi ela que colou" pensei.

            - Bom, mas nãs estamos aqui para discutir sobre isso. - disse Luna, interrompendo meu pensamento. - Conte-me o que aconteceu.

            Eu expliquei o que tinha acontecido, desde o Oráculo até a noite passada, detalhando o máximo que consegui, de forma que ficamos lá até as quatro da tarde (sendo que Luna chegou às duas). De vez em quando, Arthur vencia sua timidez e completava algumas partes, principalmente a cena no quarto dele.

            - Incompetentes, essas garotas. - resmungou Luna - Depois são os filhos de Ares que são agressivos. Você tem algum plano ou a criatura aqui - sim, ela se auto-chamou de criatura - vai ter que fazer de seu jeito?

            Infelizmente, eu não tinha um plano. Infelizmente, tivemos que fazer do jeito de Luna.

***

            Quando chegamos ao nosso destino, a velha mansão na área mais distante da cidade, faltavam ainda duas horas para o horário combinado para eu entregar Arthur aos monstros. O lugar era bem tenebroso, perfeito para criaturas malévolas caçarem pobres adolescentes: o jardim era o cúmulo da falta de cuidado. A vegetação não passava de ervas-daninhas, que cresciam e se espalhavam sem controle pelo lugar. Vários anõe decorativos estavam decapitados ou sem algum membro. Mas, de longe, a coisa mais assustadora era a casa.

            Ela era enorme! Feita de madeira, proveniente da vegetação nativa da região. Porém, o casarão fora, provavelmente, alvo de um terrível incêndio: metade do telhado havia sido queimado, deixando um imenso buraco aberto. E não é legal deixar uma casa sem telhado em Seattle, já que chovia quase todo dia. As janela eram quase inexistentes, no entanto haviam duas na fachada. O vidro estava quebrado e sujo, caracterizando ainda mais o lugar de forma negativa.

            - Minha casa dos sonhos! - falou ironicamente Luna - Vou pedir aos monstros o telefone do agente que os mostrou esta maravilha. Talvez eu ache uma dentro do lixão!

            - Bom, não vejo sinal de ninguém por aqui. - falei, observando os arredores. - Com sorte, não irão perceber nossa invasão.

            - Ah, meu caro, eu tenho absoluta certeza que irão perceber nossa presença.

            Luna comentou esta frase com um enorme prazer, enquanto abri uma larga mochila preta que havia trazido consigo. De lá, retirou um saco de papel com algo cilíndrico dentro. Ela atravessou o assombroso quintal e chegou até uma das paredes laterais do casarão. A semideusa retirou do saco uma dúzia de bananas de dinamite.

            Sério. Nunca dê bananas de dinamite à uma filha de Ares.

            Nem deu tempo para eu ou Arthur fazermos uma reclamação ou dar um bronca em Luna. A única coisa que deu para fazer foi se jogar no chão e proteger a cabeça com as mãos.

            BUM!

            A parede desmoronou, revelando uma série de celas feitas de metal enferrujado. Sorte que a parede caiu para o lado de fora, pois se fosse para dentro, teria esmagado 2 adolescentes presos numa cela. Eu entrei pelo buraco e acionei minha espada, colocando meu anel da mão direita dentro da mão e pressionando. A grades eram velhas, então foi fácil arrombalas.

            Luna ajudou também, com sua arma: um machadinha feita de cobre celestial. Dava para perceber que a arma tinha uma fina, mas forte, corrente de ferro, feita para que o usuário conseguisse lançá-la no inimigo.

            A última cela foi a que estavam Violet e Lily. Elas estavam realmente...Bagunçadas. As roupas, que não passavam de pijamas, estavam completamente rasgados. As caras com sujeiras de barro e acho que fuligem. Porém, o pior eram os cabelos: eles estavam completamente desgranhados, com folhas e gravetos.

            - Nem pergunte como deixaram meu cabelo assim - disse Lily, se apoiando no chão para levantar. - Só irei dizer que quando uma pessoa é transportada por Anemoi, eles não se preocupam em ir devagar.

            - Um cabeleiro arruma isso depois, Fresquinha. - disse Luna, aparecendo ao meu lado. - A festa vai começar!

            Luna apontou para uma porta de madeira precária, que saiu voando após a fala dela. No lugar ela, apareceu um ciclope. Que não parecia nada feliz.

            - Você matar meus irmão. Você morrer agora! - ele devia estar falando dos dois monstros que eu e Arthur derrotamos no quarto

            Por causa dessa fala, eu tenho certeza que monstros não vão a escola. Isto deve explicar o fato de alguns serem tão burros.

            De qualquer jeito, ele correu em minha direção, brandindo um bastão de metal do meu tamanho. Eu ativei o meu escudo, bem a tempo de colocá-lo entre minha cabeça e o arco que a arma do monstro fazia em minha direção. Sem perder tempo, eu o atingi na região das costelas. A criatura começou a sangras pelo corte. Infelizmente o golpe só pegou de raspão e logo o ciclope me atacou novamente.

            Entre o tempo que ele me atacava com o bastão e eu me defendia com meu escudo, podia perceber que os outros semideuses, inclusive Arthur, lutavam contra três Anemoi barra pesada e um outro ciclope, um tanto maior do que o meu.

            Atrás de mim, apareceu Violet, empunhando uma adaga simples.

            - Hey, Crânio. Pensei que não viria. - afirmou ela, passando na minha frente e tentando dar uma estocada na barriga do monstro, sem sucesso.

            - Até que pensei em deixar você aqui, mas acho que Michael ia me matar se soubesse que te abandonei aqui. - briquei, enquanto protegi-nos com meu escudo de dois ataques do bastão.

            - Fofinho... - Violet resmungou, rolando para fora do escudo e enfiando sua adaga na grossa coxa do ciclope, que deu um grito de dor no mesmo instante.

            Foi a distração que eu precisava. Peguei minha espada e enfiei-a no olhos do monstro, que se transformou em poeira. Talvez ele até encontre os irmão no Tártaro.

            Eu recolhi minha espada e a adaga de Violet do chão. A filha de Apolo agradeceu e agarrou o punho da arma. Com o objeto em mãos, a menina lançou, como uma mira perfeita, atingiu o olho de outro ciclope, que ia usar uma enorme machado para cortar a cabeça de uma menina que eu não conhecia.

            - É assim que se faz, baby! - comentou vitoriosa.

            Observei se alguém precisava de ajuda. No geral, estávamos ganhando. Mesmo os semideuses que haviam sido capturados antes tinham espadas, adagas e tinha um que tinha, até, uma lança. É, tudo estava ocorrendo bem, tirando o fato de Luna ter quase cortado a cabeça de Arthur quando puxou a corrente para retornar o bastão para sua mão.

            - A festa foi divertida! - falou Luna sorridente. Ela tinha acabado de derrotar o último Anemoi. - Pena que eu acabei com ela!

            - Nada disso minha querida. A festa só está começando.

            Quem falou essa frase foi uma mulher, ao lado do "pequeno" buraco de Luna. A mulher era ruiva, mas os cabelos estavam muito arrepiados, com se ela tivesse levado um choque de 1000 volts. Usava um vestido violeta que, de tão longo, quase encostava no chão. Também carregava uma coleira, mas o animal estava atrás da parede, ocultando-o.

            - Uma Empousa! - Violet afirmou, analizando a criatura de cima a baixo com seus olhos.

            - Sim, minha cara. - a Empousa confirmou, com um pequeno sorriso no rosto - Mas não vim aqui sujar minhas mãos com o seu sangue. Só trouxe um presente para sua comemoração. - ela soltou a coleira e estalou os dedos, fazendo uma fumaça púrpura invadir o ambiente. Depois que a nuvem roxa se dissipou, a Empousa já havia desaparecido e o presente tinha entrado na sala.

            O animal tinha quase cinco metros de comprimento e dois de largura. O pelo tinha um tom marrom chocolate, com algumas manchas negras espalhadas por ele. Os chifres eram muito desenvolvidos e curvados, com uma ponta bem ameaçadora no final. O monstro bufava pela narinas, demonstrando a raiva que sentia. Ele já começara a movimentar a perna, arrastando o casco no chão, como os animais numa torada.

            - O Touro de Creta. - falei, impressionado com o tamanho da criatura - Aquilo é uma máquina de matar da natureza.

            - E acho que a próxima refeição dele vai ser um filé de semideus mal-passado. - as piadas de Violet são sempre feitas na pior hora possível, né?

            - O bom é que ninguém tem nada vermelho... - Arthur parou de falar quando viu um menino com um suéter vermelho bem ao seu lado. - Estamos ferrados.

            - Calma. É só sairmos de fininho, sem irrit... - a minha fala foi interrompida por Luna, que correu em direção ao monstros, brandindo sua machadinha de cobre divino.

            O animal/monstro correu em direção a Luna, alcançando uma velocidade incrível com apenas dois passos. Ele ia se chocar com minha comapanheira, se não fosse um garoto de Hermes chamado Trent, que arrancou o suéter vermelho do menino e o agitou no ar, como se fosse um daqueles tecidos que se usa numa torada.

            - Venha cá tourinho! - falou, enquanto o Touro de Creta fazia um desvio bruto e ia em direção à ele. Também percebi que, a cada passo que ele dava, uma pequena cratera era formada abaixo dos cascos do animal. Isso me deu uma ideia. Bom, Trent conseguiu esquivar do animal e gritar "Olé!". Porém, o Touro, mesmo tendo feito uma nova rachadura na parede contrária da primeira, não se deu por vencido. Bufava ainda mais e soltava mugidos com uma selvageria que superava a da Luna!

            Colocando meu palno em ação, tomei o suéter vinha da mão de Trent e continuei a atiçar o Touro de Creta. Rapidamente, me coloquei em frente da única parede de pedras, aquela em que se localizava a porta, pela qual os Anemoi entraram. O animal teve que fazer uma grande curva, mas conseguiu achar o caminho até meu corpo.

            - Rápido, saiam daqui! - gritei. Os outros semideuses correram até a parte de fora da mansão. Violet deixou sua antiga prisão me acompanhando no olhar.

            Me esquivei, me jogando para a direita. A única coisa que deu tempo antes do animal atingir a parede foi agarrar a mochila que tinha trazido comigo, enquanto o Touro se preparava para uma nova investida. Porém, ela nunca aconteceu

            - Danny! Saia da... - foi a última coisa que ouvi de Violet, enquanto o lugar desabava sobre minha cabeça.


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