The New Hero escrita por Plpl12


Capítulo 3
Seattle: A cidade dos monstros (para mim)


Notas iniciais do capítulo

Foi até que rápido este capítulo, não?????????



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   A Fogueira, no Anfiteatro, queimava toda a lenha posta sob ela. Os campistas sentavam na espaçosa arquibancada feita de madeira. Alguns assavam marshmallows, outros conversavam sobre assuntos diversos, mas eu e Violet arrastamos Lily para conversar sobre a missão e a Profecia. Violet ainda estranhava sua positividade, mas ela não comentou nada. Lily tentava sair de perto, querendo voltar para a companhia de suas irmãs, mas eu a convenci de ficar conosco até que a Fogueira acabasse.

Violet saiu, pois os filhos de Apolo iram se apresentar. Violet tocava a lira, instrumento e símbolo de seu pai, com agilidade e precisão. Outros também a acompanhavam com suas liras, flautas e violões, formando uma melodia incrível. Ao final da música, e da Fogueira, as pessoas foram embora, mas o Senhor D segurou a mim, Violet e Lily nas arquibancadas, mesmo que todos tivessem ido.       

- Senhor D, todos já se foram. Podemos acompanhá-los, por favor? – pedi educadamente.

          - Não, David. – respondeu rispidamente

          - É Daniel! D-A-N-I-E-L!  - sussurrei para ele não me escutar.

          -Estamos esperando alguém muito importante – continuo o diretor – Recebi uma Mensagem de Íris agora pouco. Ele é cruc...

           O Senhor D. foi interrompido enquanto uma figura vestida com um terno completamente de preto apareceu. Seus olhos eram ainda mais negros que os cabelos e a roupa dele. Sua presença congelava o ambiente. Até o mato morreu, embaixo de seus sapatos. Mais estranho ainda era a enorme espada, que deveria ter mais ou menos meu tamanho, numa bainha em suas costas. 

       - Ele é... – começou Dionísio

       - Tânatos - interrompeu o homem.

       - Você é a Morte – completei – Você corta as amarra com sua espada de sacrifício e faz os moribundos irem para o Mundo Inferior.

- Mas Hades é o deus dos mortos – comentou Violet, confusa 

- Hades é o deus que cuida da alma dos mortos. Tânatos é a força que mata.

        - Exato garoto! – falou Tânatos, se aproximando - Vim falar sobre a missão. Vocês devem resgatar meu filho e trazê-lo para cá.

        - Mas não existe nenhum chalé de Tânatos aqui.  – replicou Lily

        - Assim que vocês saírem, os ciclopes já começarão a construção do chalé. Ele ficará afastado dos chalés dos doze maiores, mas meu filho terá uma casa aqui.

        - Ok. Onde está localizado seu filho? – perguntou Dionísio, rapidamente.

        - Em Seattle. Perto da fronteira com o Canadá, onde ele vivia com a mãe, até ela morrer, há três meses.

        - Mas por que nos enviarão, em vez de um sátiro? – perguntei

        - Já mandamos três sátiros para esta missão e nenhum voltou. – falou Dionísio – O Oráculo nos disse, há dois meses, que quando um grupo de novatos se completasse, eles seriam escolhidos para esta missão.

        - Se completasse? Como assim? – Lily indago

        - Tirando Derek... – começou Senhor D.

        - Daniel – interrompi

        -... Vocês são as campistas mais novas daqui 

- Entendi. – comentou Lily - Já que tudo está esclarecido, irei voltar ao meu reino de morte e blá, blá, blá. Mas cuidado, já há monstros atrás dele. Aconselho a saírem amanhã bem cedinho e vão de avião até Seattle. Umas horas no reino de Zeus não irá matá-los  - falou Tânatos e, com essa piadinha, desapareceu no ar.

- Espero que o filho dele não seja tão... - indagou Lily -

Mortal? - falou Violet, me fazendo rir. Dionísio lançou um olhar desaprovador para mim e Violet, mas mesmo asim continuamos a rir, enquanto Lily fechava a cara.

- Parem de rir. - falou Lily. Nós paramos. Simplesmente paramos. O Senhor D. voltou para a Casa Grande, onde ficava seu escritório. Minha equipe e eu voltamos para nossos respectivos chalés, para descançar e nos preparar para amanhã.

* * *

Eu e Violet tinhámos chegado mais cedo, em torno de meia hora, do horário combinado. Argos, o guardião do acampamento com suas centenas de olhos espalhados pelo corpo, nos levaria até o aeroporto. Percebi que, além de seus carecterísticos arco e aljava de flechas, que estavam guadados numa mochila, levava presa à cintura uma adaga.

Após quinze minutos, Lily apareceu. O estranho é que seus cabelo estava presos em um coque, com aqueles palitos orientais. (N/A: Desculpem-me. Não sei o nome disto. Mas não são hachis) Eu não achava que aquilo combinava com uma filha de Afrodite que devia gastar meia embalagem de condicionador a cada vez que lavava o cabelo, mas se aquele era seus estilo, fazer o quê?

- Vamos? - perguntou animada -

Claro. - falamos em uníssono. Embarcamos na van.

Argos dirigia silenciosamente, enquanto as garotas brincavam de "Verdade ou Consequência" para passar o tempo.

- Eu não irei jogar isto - indaguei, recusando o pedido de Violet - Se vocês quiseram, o façam, mas não me coloquem neste jogo de meninas adoslescentes interessadas mais na vida aleia das pessoas do que na diversão própria do jogo.

- Eu perguntei educadamente. Não precisava fazer uma tese, Crânio. - falou irônica Violet

- Isso não foi uma tese. Foi apenas um longo comentário. - falei para irritar Violet. Estava funcionando!

- Hunf. - murmurou ela - Ok. Então fica observando a paisagem.

- Por mim, tudo bem - falei, virando a cara para a janela.

Elas continuaram a jogar aquele jogo. Meninas... A paisagem era muito mais interessante. Minto.  Um monte de grama sem graça com um monte de carro trafegando, o que dexava pior ainda, numa estrada de asfalto como todas as outras. Isto me dava sono. E eu segui meus instintos. Durmi até a hora que chagamos na cidade, quando um motorista muito irritado buzinou para uma mulher do carro da sua frente, já que ela parecia mais prestar atenção na conversa ao celular do que o fato de o farol ter aberto há um minutos. Eu estava sem nenhum humor, e ainda tinha que ouvir o caótico ritmo da cidade de New York. Eu adoro minha cidade, mas ela tem vários defeitos.

Demoramos uma hora para chegar ao aeroporto. Nosso voo era às 10 e eram 9 horas. Graças aos deuses nós tinhámos saído às 5:45. Argos acenou e foi embora, deixando nós e nossa bagagem na frente da porta automática. Adentramos, e o clima se adequava a cidade: o lugar fervia de pessoas. Eu liguei para James ontem a noite, já na minha cama. Ele havia explicado o fato de ele ser um sátiro e falou que, aceitando meu pedido, iria reservar três acentos na primeira classe para mim e minhas amigas. Dei o números da passagem, guardados no bloco de notas do meu iPod, para a moça no guinche da aviadora. Ela imprimiu e nos deu os bilhetes. Eu sentaria ao lado de Violet e atrás de Lily. Nos passamos no "check-in" e esperamos o anúncio do nosso avião, na sala de embarque.

Três garotos com pinta de "badboy" sentaram ao nosso lado, na sala de espera. Violet, com sua mochila, onde estavam guardados o arco e sua aljava, observava-os, com um olhar suspeito. Mas Lily estragou a atitude dela e começou a conversar com o garoto mais novo, que tinha nossa idade, talvez um pouco mais velho. Ela já começava a dar em cima do garoto, e vice-versa. Lily estava comprometendo a nossa discrição ao falar com ele.

Eu cheguei lá, me identificando como primo dela e dizendo que os pais dela, meus supostos tios, queriam falar com ela, arrastando-a ara um canto, enquanto Violet nos seguia.

- Lily, dá para ficar quieta no seu canto. Provavelmente é difícil resistir ao chamado do encanto da sua mãe, mas aqui estamos tentando passar despercebidos aqui. Por favor, pare de ficar falando com todo garoto que você achar bonito.

- Mas era só uma conversinha inocente. - falou a filha da Afrodite

- Eu sou filho de Atena. Sou inteligente. Você realmente acha que eu acredito nisso? - perguntei sarcasticamente

- Sim. - respondeu

- Ok. Eu acredito. Pode voltar à sua conversa. Não te pertubarei mais. "Droga"! - pensei - Fiz de novo.

Eu não podia contradizer Lilian. Ela logo saiu e voltou a conversar com o garoto. Mas, com a sorte ao meu lado, o nosso voo foi anunciado. Puxei Lily a força. Ela pegou sua bolsa e soltou o cabelos, guardando os prendedores na bolsa que ela carregava. Nós embarcamos calmamente e sentamos nos nossos respectivos lugares.

Mas adivinhem quem sentou ao lado dela? Uma dracma para quem falou "aquele garoto no salão de embarque". O garoto, que se apresentou como Paul, e seus irmão como John e Devon, que sentaram atrás de mim e Violet, continuou a dar em cima de Lily. Uma aeromoça mostrou os procedimentos de emergência e o piloto e capitão, Mark Moise, falou sobre o tempo. Zeus estava o nosso lado. O céu estava límpido e não enfretaríamos tubulência.

Logo que autorizaram o uso de aparelhos eletrõnicos, coloquei Evanescense quase no último volume e continuei a pensar sobre aquela missão. Ia ser difícil. Não a parte de achar o garoto, mas a de enfrentar os monstros. Não duvidava que alguém naquele avião não fosse um monstro nos seguindo. A música me distraia, mas não deixei de prestrar atenção em Lily, olhando entre as poltronas.

Teve um ponto que pensei em atirar Lily fora do avião. Ela beijou o tal de Paul! E não foi um selinho, não. Eles estavam dando um beijo de novela! Desculpem o palavriado, mas que merda! 

Estranhamente, Paul e os irmão se levantaram e, calmamente, se dirigiram para o fim do corredor. Racionei que eles iriam ao banheiro. No entanto eles se dirigiram para a porta da cabine. Eles não fariam... Não! 

Violet, atire nos badboys! - gritei, ativando minha espada e meu escudo. A filha de Apolo rapidamente puxou sua mochila, que estava embaixo de sua poltrona, e sacou seu arco e lançou sua flecha, tranformando o mais velhos em pó dourado e ferindo o do meio. Ela atirou outra flecha, atingindo o ferido, enquanto eu corria para enfrentar o último.

Percebendo quem eram os semideuses que deveriam matar, o garoto tranformou seu corpo em uma névoa, deixando somente os olhos vermelhos planarem no ar.

- Ele é um Anemoi, um espírito da tempestade. Será impossível ganhar dele. Só se... - pensei, com um sorriso de canto. - Ei, seu Anemoi porcaria! Só ganha da gente ficando inatingível, mesmo. É um medroso. Se fosse um monstro decente, lutaria comigo mano a mano, sem armas. - falei, tranformando minhas armas em anéis novamente. Mecher com o emocional do inimigo quase sempre dá certo. O Anemoi caiu na minha armadilha.

Ele voltou a sua forma humana e se aproximou de mim. Violet, sem hesitar, disparou uma flecha, que atingiu o peito do monstro. Ele se transformou em pó dourado e novamente nos sentamos nas poltronas. Ninguém percebeu esta confusão. Provavelmente, viram o garoto beijar Lily, se dirigir ao banheiro com seus irmãos, eu os chamar para briga e, misteriosamente, desaparecerem, voltando para o banheiro. Somente isso.

Dei um sorriso de canto vitorioso. Lily observara toda a confusão, quieta, percebendo minha razão. Nunca se envolva amorosamente dentro de uma missão. Isto pode acabar com ela.

- Parábens, Violet. Derrotou-os sozinha. - elogiei

- Mas você merece metade do crédito. Se você não tivesse percebido a ação dos monstros ou tido a ideia de chamar o outro para a briga, fazendo ele virar um humano outra vez, tudo teria, literalmente, ido pelos ares! 

Nós dois rimos daquela piadinha de Violet. Lily deu um sorriso abalado. Ela sabia que havia cometido um grave erro. Ficou quieta na sua poltrona. Violet pulou para o assento da frente, já que queria conversar em particular com a nossa amiga. Eu voltei a ouvir meu iPod, que estava tocando alguma música romântica do... Paramore, senão me engano. Adormeci ao som calmo dela...

Eu voltei ao Acampamento Meio-Sangue. Annabeth estava servindo ambrosia e néctar para um garoto de cabelos de cabelos negros. Ele parecia estar dormindo ou desacordado, deitado numa maca da enfermaria. Ela foi chamada por Quíron, enquanto o garoto abria lentamente os olhos, mas voltava ao sono. E, quando ele dormiu novamente, minha irmã voltou e sentou-se num banco de madeira ao lado dele. Uma caneta esferográfica comum repousava no criado-mudo, encostado na cabeceira da maca. Ela adormeceu, junto dele...

* * *

Violet me acordou, dando um soco no meu ombro. Eu reclamei e esfreguei a mão onde ela batera, enquanto ela ria da minha cara de sono. Eu retirei meus fones de ouvido, enfiei meu iPod na mochila de mão que trazia e, seguindo a orientação da aeromoça, coloquei meu cinto.

Minha camiseta branca e minha calça jeans estavam amassadas. A camiseta rosa bebê e o jeans de Violet estavam impecáveis e seus Converse brancos, limpos. Os meus, já que eram azul marinho, não tinham este problema. Lily usava um shorts verde musgo feito de sarja, que ia até a metade de sua coxa, uma camiseta baby-look rosa vermelha com uma figura de anime sorridente e sandálias rasteirinhas douradas. Pelo visto o ar condicionado não causava frio a ela. 

Desembarcamos e pegamos nossa bagagem na esteira. Saímos do aeroporto de Seattle. A cidade era parecida com New York, mas era menor. Bem menor. Rapidamente, pegamos um táxi. Andei pesquisando hotéis na região. Achei um nem tão caro, quatro estrelas, perto do centro. Paguei o taxista e, quando íamos entrar no hotel, um arco-íris apareceu no ar à nossa frente. Minha primeira Mensagem de Íris.

Logo os arco-íris assumiu a forma de Tânatos, com seu visual igual ao da outra vez.

- Olá, semideuses. Já que chegaram em Seattle, sei onde podem localizar meu filho, Athur Paine, no intenato Millville, no centro da cidade. Ele deve estar no dormitório a partir das 6 horas. É o quarto 13, primeiro andar, defronte pra a entrada principal da escola. Vai ser o único com luses apagadas. Resgatem-no e o tragam de volta. Se conseguirem tirá-lo de lá hoje à noite, amanhã de noite já estarão aproveitando a estadia no Acampamento. Adeus. - quando ele pronunciou a última palavra, ele desapareceu.

- São...Três e meia. Vamos invadir às...10? - perguntou Violet

- Por que não? - respondi

- Vamos lá! - falou animada Lily, entrando onde ficaríamos hospedados: Seatlle City Hotel e Restaurante.

O saguão era espaçoso, feito de mármore creme, com um cículo de mármore verde bem no meio. Sobre ele, vários conjuntos de poltronas e sofás creme também. Bellboys iam e vinham, trazendo e levando correspondênias. A recepcionista, uma mulher velha de cabelos branco, nos atendeu. As meninas teriam um quarto, enquanto eu teria outro, ao lado do quarto delas. Arrumamos nosas coias em nossos respectivos quartos. 

Combinamos de ir investigar a região. Eu já aguardava as meninas, atrasadas. Depois de mais quinze minutos do horário combinado, elas apareceram, rindo. Pensei em reclamar, mas, já que não adiantaria nada, fiquei em silêncio. Fomos a pé, para levantar menores suspeitas.

Caminhamos meia hora, com Lily protestando "Meus pés estão doendo. Que tal pararmos para descansar?". Violet respondeu:

- Não. Mais um quarteirão e chegamos à escola de Athur. - só para constar, andamos cinco quarteirões com esta resposta de Violet. Quando Lily ia parar e fazer birra, avistamos o colégio. Por sorte, havia um café bem na frente da entrada principal.

Sentamos em uma mesa do lado de fora e pedimos três chás gelados de limão. A garçonete, sorridente e animada, trouxe-os rapidamente.

- Aquela deve ser a janela de Arthur - indagou Violet, após um gole na sua bebida. A escola era uma construção de pedras negras, com, mais ou menos, cinco ou seis andares em cima e mais um no subsolo, talvez. Um enorme portão impedia a entrada e a saída de pessoas. Um guarda, rechunchudo, dormia numa cadeira de madeira. Se ele dormia às 5 horas, por que às 10?

- Bom tive uma ideia. À noite, nós pulamos o portão e eu arrombo a porta com a minha espada. Subimos até o andar do menino e Violet fica de guarda na porta. Lily, com sua persuasão você o faz nos acompanhar. Esta ação deve durar no máximo meia hora. Mais que isso, corremos o risco de cermos pegos. Se alguém nos vir, Violet, você tenta convencê-lo que somos alunos fazendo uma visita ao nosso amigo. Caso isso não funcione, se for um homem, o distria com alguma coisa, como um beijo, sei lá. Se for mulher, apele para o emocional. Se for mulher e isto não funcionar, parte para a briga. Entederam?

- Sim. Mas eu acho melhor você ficar na porta, Crânio.

- Eu concordo com a Violet.

- Ok. Eu fico de guarda. Algo mais?

- Só. - responderam as duas

- Ok. Coloquem algo mais escuro. - aconselhei - Voltaremos para o hotel e nos encontramos no saguão, às nove e quinze.  - falei, terminando meu chá.

- Mais uma coisa, Danny. - falou Lily, enquanto eu pedia a conta - Levamos quais armas?

- Eu levarei meus dois anéis. Violet acho que deve levar somente sua adaga, não?

- Sim - respondeu nossa amiga filha de Apolo

- Mas não sabemos que armas você usa. Quais são? - Duas adagas. Devo levar as duas ou só uma?

- Tanto faz.

Nós caminhamos de volta ao hotel. Lily não deu um sussurro. Cheguei no meu quarto e  fuiu tomar um banho. Eu ainda não havia almoçado, mas nem ligava. A missão deixava meu cérebro correndo. Não tinha tempo para comer. Tomei uma rápida ducha e coloquei um shorts preto, uma camiseta cinza e meu Converse preto. Estava pronto. Tanto para a falha como para o sucesso.

* * *

Quebrando o tabu, as meninas chegaram antes que eu, quinze minutos mais cedo. Sem querer, eu cochilei no sofá do quarto, chegando em cima da hora no ponto marcado: no lado de fora do hotel.

Violet estava com um shorts jeans black, tênis running preto e camiseta regata preta. Lily usava uma camiseta preta com estampa de anime, saia que ia até o joelho preta e Converse rosa. Ela havia passado um maquiagam de leve. 

Desta vez, corremos até o internato, chegando em torno de quinze à vinte minutos. O guarda dormia profundamente, dentro da guarita. Um televisor pequeno transmitia as imagens do circuito interno do colégio. Todas as cameras mostravam corredores parecidos. Fechei minha mão em torno do anel da mão direita e ativei minha espada.  Arrombei a porta do colégio, usando-a como pé-de-cabra. A porta caiu e fez um alto barulho, mas ninguém apareceu. Todos dormiam, eu acho.

Subimos até o primeiro andar, por uma escada de pedraria. Depois de subir três lances da escadaria, chegamos ao nosso destino. As paredes, agora de concreto, eram brancas e comuns. Caminhamos até o quarto 13 e batemos na porta. Um garoto de 1,50 atendeu à porta. Ele tinha o cabelo ainda mais escuro que o meu e seus olhos eram pura escuridão, que causava até tristeza. Todos nós entramos e identificamos o garoto. Após isso, saí do quarto, para ficar de guarda.

O quarto era bem organizado. Continha apenas uma cama simples de solteiro, um armário preto, uma estante de livros e uma escrivaninha de madeira escura. Sobre o objeto de madeira havia um notebook preto. Na estante, vários livros de aventura e auto-ajuda para adolescentes.

Antes que ele começasse a gritar, Lily pegou um de seus palitos de prender cabelos orintais e o transformou em uma adaga, com punho de couro, feita de cobre. Eu permaci na porta, ouvindo a conversa. Pelo visto, Lily partiu para cima do garoto com uma de suas adagas. Violet acalmou os ânimos e começou uma conversa calma. Mas não consegui ouvir mais nada.

Um garoto, de mais ou menos 13 anos, saiu do quarto de uma garota, a porta de número 15, com a roupa bagunçada. Alguém tinha ido causar confusão no quarto da namorada. Ele me viu.

- O que você faz aqui, pirralho? - falou, irritado - Saia daqui, senão te dou uma surra!

- Vem, seu idiota! - desafiei. Eu sabia o que faria, caso isto acontecesse. 

- Seu otário! - falou, vitorioso, o garoto, enquanto partia para cima de mim. Luke, além de combate com espadas, tem nos ensinado no combate corporal. Antes que o cara me atingisse com um soco, desviei meu corpo para direita e dei um chute nas costelas dele, fazendo-o se afastar. Agora, ele se recuperava do meu chute. Rapidamente, dei um soco em sua barriga. O cara caiu, agonizando no chão. Ele se levantou e tentou dar um chute lateral em mim, mas eu segurei sua perna e o arremessei. Ele atingiu o chão, desacordado. 

Resolvi dar uma ronda no corredor, vendo se tinha ainda alguém ali. Depois de uma rápida olhada, constatei que não havia ninguém. Voltei para meu posto, e encontrei Lily e Violet saindo, calmamente, enquanto o garoto as acompanhava, com um mochila no ombro, mais quieto que antes. Lily havia usado sua voz para convencê-lo. Na minha opnião o melhor poder de Afrodite era a persuasão. Ela falava alguma coisa e pronto! O alvo seguia a ordem.

- Lily falou com ele? - perguntei

- Sim. Ela falou. Ele não aceitou muito bem a ideia de uma garota ameaçá-lo com uma faca e descobrir que é filho de um deus. Ainda bem. Senão o cara era maluco. - falou alegremente Violet.

- São...10:20. Vamos rápido antes que o guarda nos veja - falou apressada Lily, fazendo Arthur concordar. Tudo o que ela dizia, ele balançava a cabeça afirmativamente. 

- Lily, tem como ele sair do seu "encanto"? - falei

- Daqui a poucos minutos ele sai. Por isso temos que ir rápido. - ela respondeu, se dirigindo até a escada.

Nós saímos do colégio e seguimos nosso caminho de volta para o hotel. A caminhada durou quinze minutos. Arthur ia ficar no meu quarto, já que havia duas camas nele. Eu desejei boa noite para as garotas, e elas fizaram o mesmo. O resgatado saiu do "encanto" de Lily logo que entramos. Achei que ele ia começar a se desesperar e iria tentar fugir, mas ele ficou calmo e se trocou.

- Ei, qual é sua habilidade? - peruntei, tentando conversar

- Como habilidade? - Você é um semideus. Todos têm algum poder. Beleza, inteligência, trabalhar com metais, entre outros. Então, qual é o seu?

- Bom, eu consigo... Matar coisas... Plantas, animais...

- Caraca! 

- Mas eu odeio este maldito poder! Por causa dele, eu não tenho nenhum amigo, desde a morte de minha mãe. - respondeu triste o garoto

- Calma! Agora você vai ter um lugar para morar e treinar seus poderes. Mas já está tarde! É melhor irmos durmir.

- Ok. Boa noite, Daniel.- disse Arthur, deitando-se em sua cama

- Boa noite Arthur - falei, também indo para cama

Adormeci rapidamente, mas acordei no meu da noite com um estrondo alto. 

- Arthur! - gritei

- Já estou acordado. - ele falou em resposta - Estamos sendo atacados?

- Talvez. Prepare-se.

De repente, a porta do nosso quarto veio abaixo. Dois seres altos apareceram. Eles tinham somente um olho no meio da testa e mais de dois metros de altura. Estavam vestidos com tangas, feitas de rasgas de couro. Cada um empunhava um machado de dois gumes prateado, sujo de sangue. Nos pescoços pendiam colares com dentes humanos e animais. Riam de nossa cara de medo.

- Temos que levar o pequeno para o Mestre. O outro nós podemos comer.- falou o ciclope da minha direita.

Pelo que eu entendi, o menor era Arthur e o maior era eu. Os dois atacaram, brandindo suas armas. Eu ativei minhas armas e defendi um golpe com meu escudo. Porém o impacto me jogou contra a parede do fundo do quarto. Consegui me levantar novamente, com minhas costas ardendo.Não iriamos aguentar aquela situação. Dois ciclopes contra dois campistas novatos, sendo que um dos semideuses não tinha nenhuma arma.

Arthur pulou em cima do outro, que se mantinha na porta. Com a palma da mão aberta, tocou no ciclope e o transformou em pó. No entanto, meu amigo fraquejou e caiu no chão, inerte. Eu, aproveitando a distração do meu combatente, lancei a minha espada, como um bumerangue, atingindo-o no braço. O monstro, expelindo sangue, me atacou novamente. Preparado, me agachei, fazendo o machado passar por cima de minha cabeça. Rolei e agarrei minha espada de novo. Ele mudou a direção do machado, trançando um arco horizontal, mirando no meu tórax. Eu o impedi com meu escudo, colocando mais força e minhas pernas, para não sair do chão, como antes. Gritando, ataquei o monstro com toda a força que ainda tinha, cortando sua barriga, derrotando-o.

Correndo, fui ver como as meninas estavam, quebrando minha regra de sempre ser racional. Arrombei a porta do quarto delas, que se encontrava trancada. Entrei, a tempo de ver dois espíritos da tempestade desaparecerem com Lily e Violet, que esperneavam. Encontrei um pedaço de papel, em cima do criado-mudo de madeira, ao lado de uma das camas.

Dobrei-o e voltei para o meu quarto, com o objetivo de ver se Arthur estava bem. Verifiquei se ele respirava e tinha pulso. Após comprovar que ele vivia, acordei-o, remechendo seu ombro.

- Você está bem, Arthur?

- Estou - respondeu, espanando suas roupas  - As meninas. Você foi vê-las?

- Anemois, de novo. Eles as raptaram, mas deixaram um bilhete. Deixe-me ver...

Estamos com suas lindas amiguinhas, filho de Atena. Elas estão se divertindo muito conosco, principalmente a filha de Apolo. Que pena que teremos que matá-las! Se você quiser elas vivas, traga o filho de Tânatos, na Antiga Mansão, no subúrbio da cidade. Chegue à meia-noite, ambos sem armas. Caso você não venha, separe quatro dracmas de ouro, para Caronte.


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Notas finais do capítulo

As armas de Daniel
O anel da espada fica na mão direita, no anelar. O do escudo na mão esquerda, também no anelar.
Para ativar somente uma das armas, ele retira o anel, o coloca na palma da mão e a fecha
Para ativar os dois, ele encosta os dois anéis, sem retirá-los.



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