Little Princess escrita por Emmy Black Potter


Capítulo 5
Os Volturi




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Capítulo 5 – Os Volturi

Pov’s Bella:


Quando voltei a sentir algo, já pareciam ter se passado algumas horas.

A minha visão foi a primeira coisa que senti voltar e era como se eu ainda fosse uma humana acordando.

Eu estava em uma sala cavernosa, perfeitamente redonda como uma enorme torre de castelo... Que provavelmente era exatamente o que ela era.

Dois andares acima longas janelas jogavam finos retângulos de luz do sol no chão de pedra abaixo. Não havia luzes artificiais. Os únicos móveis na sala eram enormes cadeiras de madeira, como tronos, que ficavam em espaços desiguais, esguichadas pelas paredes arredondadas. Bem no meio do círculo, em um pequeno declive, havia outro buraco. Eu me perguntei se usavam aquilo como saída ou algo do tipo.

A sala não estava vazia. Várias pessoas estavam reunidas numa conversa que parecia relaxada. Olhei para o lado. Carlisle estava ao meu lado e ainda não parecia ter sentidos, como se estivesse desorientado.

– Isabella Swan – falou uma voz deliciada.

O homem que falara isso – ou vampiro, no caso – tinha cabelos pretos, que por um momento pensei que fosse o manto. E olhos vermelhos vívidos. De um forma estranha, ele parecia trazer a juventude vampiresca, a beleza imortal, porém, ao mesmo tempo, carregava anos idosos e longos.

– Cullen, obrigada – quase cuspi as palavras.

Ninguém precisava me apontar o dedo para eu saber quem era aqueles: os Volturi. E, aparentemente, toda a sua guarda.

– Cullen? Ah, então, faz parte do clã de Carlisle? Interessante – ele falou – Mas sou Aro Volturi. Estes são Marcus e Caius.

Ele apontou para um moreno e um loiro, respectivamente. Marcus parecia entediado.

Ouvi um risinho. Não precisei olhar para saber quem era. Jane – como ela me irritava, parecia me perseguir. Alec estava ao seu lado, segurando sua mão. Ao lado deles, mais duas pessoas chamaram minha atenção: uma mulher de cabelos mognos e olhos vermelhos sensuais – será que caçava humanos do jeito que eu estava pensando? E outra pessoa era um homem pálido, de cabelos tão loiros que pareciam querer se misturar a pele, e os olhos vermelhos grandes eram chocantes.

– Ah, Jane, Alec, Heidi e Félix. Imagino que já conheça o dom de Alec e Jane, mas o de Heidi é criar uma confusão em sua mente, fazendo-o questionar quem você é e como você age, e o de Félix é rastrear, não há alguém que ele não ache – disse Aro com certo orgulho, sorrindo levemente ao me ver um tanto interessada – Mas, me diga, Isabella, conhece as regras dos vampiros?

Sim, eu conhecia. Carlisle fizera questão de me ensinar, para garantir que eu não morresse, entretanto, ele também me explicara sobre crianças imortais e como elas eram proibidas. Minha idade não era alta o suficiente para chamar-me de adolescente ou algo do tipo – eu era proibida.

– Sim – eu disse, minha voz era cortês e educada, um sotaque britânico escapou de meus lábios, o italiano já esquecido.

– Então, querida Isabella, deve saber que crianças imortais não são permitidas, correto? – indagou Aro.

Fingi uma leve indiferença e frieza, como sendo educada e não querendo contradizer aqueles que poderiam me matar. Ergui as sobrancelhas.

– Sim, sei – disse calmamente – mas, também deve saber que a culpa não é minha.

Aro riu levemente e sorriu com uma falsa bondade, enquanto se aproximava de mim. Percebi como ele, e todos os outros – talvez exceto por Jane, que era somente um pouco mais – eram muito mais altos que eu. Eu era mínima, isso era horrível.

Eram tantos vampiros numa mesma sala. Tão cheios de músculos, dons, força. E eu era somente uma.

– Oh, sei, minha querida, sei – disse Aro rapidamente, passando os braços por meus ombros em uma delicadeza falsa – Estamos aqui para punir o culpado disso.

E olhou pesadamente para Carlisle – um pânico começou a tomar conta de mim.

– É uma pena, Carlisle foi meu amigo durante longas décadas, entretanto, não se pode ignorar a lei, nem mesmo sendo quem ele é...

Mas eu simplesmente interrompi-o: - Por favor, não mate Carlisle, ele foi muito bom para mim, por favor... – eu me rebaixara ao ponto de implorar. Sei que meus olhos, que já começavam a ter uma coloração dourada, brilhavam, não era lágrimas, eu nunca as teria de volta, só era uma expectativa do que eu queria que acontecesse pudesse ser atendido.

– Ah, não, não chore minha, querida – essa frase parecia completamente inútil para um vampiro – não iremos machucá-la, de maneira alguma, só iremos punir o culpado por...

– O culpado por me criar? Fazer-me existir, ou talvez sobreviver? – minha voz saíra cheia de incredulidade e, tive de admitir a mim mesma, uma raiva nada educada. Quem ligava?

Aro encarou-me por curtos milésimos, antes de me virar as costas e caminhar ao trono no meio, que permanecia desocupado por esse tempo.

– Félix – chamou simplesmente Aro.

O vampiro de cabelos claríssimos avançou em direção a Carlisle, mas eu me interpus entre os dois, rosnando e mostrando meus dentes. Por instinto, ele colocou-se na mesma posição que eu – joelhos levemente dobrados, braços afastados do corpo, prontos para agarrar o que fosse necessário e dentes a mostra, pra morder e estraçalhar (fazer isso com esse vampiro parecia, de repente, muito divertido).

– Ora, sem brigas, por favor – mas as palavras de Caius contradiziam seu tom, ele parecia ansiar pelo que estava por vir.

– Certamente – respondi seca, voltando a comportar-me como uma dama, mas continuei ao lado de Carlisle.

Nesse momento, senti alguém me tirando os sentidos – maldito seja Alec! – eu não via, não sentia, eu nada. E temi, temi que matassem Carlisle nesse momento de fraqueza. Minha mão segurava a mão de meu pai antes de perder os sentidos, mas, agora, não sei o que segurava, de repente parecia me escapar da mente o que poderia ser o que eu segurava.

– Por favor, por favor, não matem Carlisle! – gritei, enquanto esperneava como uma criança, braços fortes me seguravam no colo, como se eu fosse o bebê teimoso tentando fugir – Não matem meu pai, por favor!... Matem-me, mas não mate ele! Por favor, matem-me no lugar dele!

Silêncio – será que me respondiam? Não sei, não ouvia. E, de volta eu parecia acordar de um sono profundo, meus sentidos voltavam rapidamente. Poucos milésimos de segundos foram necessários para analisar a cena a minha frente.

Carlisle – que parecia já ter de volta os sentidos – estava ajoelhado nos degraus que levavam ao trono, seu rosto virara para mim, terrificado. Félix, que tinha as mãos ao pescoço de meu pai, prestes a arrancá-lo, parecera afrouxar um pouco.

Aro ainda estava sentado, junto a Marcus e Caius, que parecia divertido. Jane sorria, mas seu sorriso sumia lentamente. Heidi estava neutra. Atrás do trono de Aro, tinha uma garota, de cabelos castanhos escuros e olhos vermelhíssimos – quando olhei para ela, senti-me poderosa; sim, ela com certeza tinha um dom, que eu acabara de pegar para mim.

A pessoa que me segurava no colo, como uma criancinha, era Alec e ele também olhava surpreso para mim – me senti emburrada, por que pegar-me no colo? Por que tudo isso?

– Matar-lhe, no lugar dele? – perguntou Aro, chocado, recompôs-se rapidamente – Mas isso seria inconcebível, minha Isabella, não é sua culpa.

– Então, irá me dizer que não irá me matar após matar meu pai, que de nada é culpado? – perguntei ferozmente, remexendo-me nos braços de Alec, ele apertou os braços.

– Não, não mesmo – Aro não titubeou em nada ao mentir.

– Mas eu sou proibida, não Carlisle, além de que não foi ele que me transformou – irritei-me – Foram Jane e Alec.

Aro não demonstrou surpresa no fato e imaginei que seus “leais súditos” o tivessem falado – puramente diversão.

– Se permitir meu pai sair com vida – propus a Aro e o resto dos Volturi – farei o que você quiser, qualquer coisa, só deixe meu pai partir em paz.

Com nojo, senti algo crescer no meio das pernas de Alec, que me olhou malicioso – se fosse humana, teria ânsia, eu era só uma criança! – apertou mais os braços em volta de mim e, sem ninguém perceber realmente, forçou meu corpo contra o seu.

Tentei manter minha expressão neutra, isso era repugnante, mas, se fosse isso a fazer meu pai viver, eu faria.

Aro pareceu considerar a questão, mas senti que Carlisle queria falar algo, só não conseguia por causa das mãos de Félix que o prendiam e quase lhe matavam.

Por um segundo, onde o silêncio reinava, era minha hora. Soltei-me num salto elegante do aperto de Alec e corri até Carlisle e, antes que todos pudessem chegar a mim e a meu pai, estendi as mãos para frente, como se empurrasse algo – um escudo físico circulava a mim e Carl.

– Princesa, tudo bem com você? – esse era o Carlisle que conhecia, pensando nos outros antes mesmo de si.

– Sim, quando eu der o sinal, corremos para fora daqui, o escudo que peguei daquela mulher não é muito forte contra tantos de uma vez – minha voz parecia abafada, como se eu carregasse algo pesado demais.

– Renata, aquela mulher é Renata – disse Carlisle vagamente.

Tudo aconteceu em um segundo. Soltei o escudo e puxei Carlisle pela mão, mas, antes que pudéssemos passar pela porta, Heidi a fechou – tão irritante quanto Jane.

– Nos deixe ir – minha voz saíra com clemência, mas também tinha uma nota de quem parecia prestes a explodir de raiva.

– Você possui um dom? – Aro parecia decididamente maravilhado.

Olhei para Carlisle, ele acenou positivamente como se dissesse vá em frente.

– Sim – fui seca, não iria dizer mais do que o necessário. E tinha de ser cuidadosa.

– E o que ele faz? Cria um escudo como o de Renata? – ele parecia curioso, e ambicioso.

– Sim, cria um escudo físico e se eu quiser mental – eu tinha certeza disso, poderia estender o escudo a esse ponto, sabia disso; nunca mais temeria Jane e Alec.

– Não gostaria de participar de nossa guarda Volturi, Isabella? – indagou Aro.

Jane tirou o sorriso com escárnio e irônico que lançava para mim do rosto.

– Não, agradeço – parecia mais o sibilo de uma cobra o meu sussurro silencioso.

– Bom, espero que possamos nos encontrar novamente, Isabella, Carlisle – ele disse, com falsa simpatia. Mas ainda existia ambição atrás de seus olhos vermelhos – Creio que podem partir em paz, está com a lua brilhando lá fora, ninguém os verá, espero que nos vejamos em breve.

– Com certeza – disse Carlisle cortesmente.

Fiz uma leve reverência com a cabeça, antes de virar as costas aos demônios que me perseguiriam pela eternidade, e sair daquela sala sombria com meu pai.

Sei que iríamos para bem longe, pensei feliz enquanto Carl passava os braços pelos meus ombros e começávamos a correr a toda velocidade – ansiosos por fugir.


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Notas finais do capítulo

Comentem, critiquem, sei lá! =D (Siiiiim, só sei dizer isso!)